— Sempre bela... - deu um suspiro e Leonel que estava a seu lado o observou, mas nada falou mantendo a discrição.

Quando chegaram ao aeroporto não demorou muito para que eles embarcassem e Estevão respirou fundo e rezou a Deus para que desse tudo certo...

(...)

DIAS DEPOIS...

Maria estranhou o submisso de Estevão já que ele tinha parecido bem obstinado a estar com as filhas, mas tinha sumido por uma longa semana e ela se preocupou com o que ele poderia fazer contra ela para estar com as filhas. Os advogados estavam aposto a esperada daquele embate que viria a qualquer momento porque ela estava disposta a tudo para manter as filhas longe dele.

Mas Estevão tinha outros planos e sabia que apenas com palavras não iria conseguir tocar o coração de Maria e a justiça se faria muito pior e ela o odiaria ainda mais e pensando assim ele colocou seu plano em prática. Era sete da manhã quando ele viu o carro de Maria parar frente à escolinha das meninas e assim que a viu descer e abrir a porta de trás do carro ele desceu do seu e atravessou a rua assim que ela a colocou no chão.

— Maria... - ele falou com o coração acelerado.

Maria virou para ele de imediato e como um instinto escondeu a filha atrás de si, ele acabou por sorrir daquele modo dela e olhou para baixo onde a pequena segurava em sua perna. José veio do outro lado no mesmo instante com a pequena Estrela nos braços e ele a olhou sentindo seu coração disparar ainda mais rápido por ver aqueles olhos tão vivos quanto os de Maria.

— O que está fazendo aqui? - José falou rude, mas com a voz baixa.

— Quem é ele vovozinho? - Estrela perguntou curiosa.

Manu o olhou também, mas sem sair de trás das pernas de Maria e puxou sua saia. Maria a olhou e ela também tinha os olhos curiosos e ele parecia um banana sorriu por vê-las.

— É homem mau, mamãe? - Manu falou se recordando que elas não podiam falar com ninguém na rua porque poderia ser mau.

— Não, meu amor, ele...

— Eu sou o novo motorista de vocês!! - jogou a primeira coisa que veio em sua cabeça para poder ficar perto de suas meninas.

Maria o olhou de imediato sem acreditar no que ele estava dizendo e no estava fazendo para ficar próximo à suas filhas, Manu saiu de trás das pernas dela de imediato e Estrela quis chão para ir junto a irmã para olhar aquele homem grande e que despertou a curiosidade das duas de imediato assim que o olharam. José a desceu e as duas pararam frente a ele que abaixou com um grande sorriso.

— Olá... - a voz saiu trêmula.

— Quem é você? - Manu tornou a perguntar.

— Me chamo Estevão San Roman!! - estendeu a mão para ela que pegou educada e ele sorriu mais para ela com aquele primeiro contato com sua menina. - E você?

— Eu sou Manu... Manuela!! - sorriu toda meiga e Maria se desesperou com aquela aproximação toda.

— Eu sou Estrela Fernandez. - chamou a atenção para ela e Estevão também deu a mão a ela que sorriu por ganhar atenção.

Era a mais manhosa e queria sempre atenção para si. Estevão estava encantado por elas e não sabia nem o que dizer ou o que fazer com elas ali em sua frente, suas filhas, suas meninas e ao mesmo tempo em que se sentia feliz ele se sentia um miserável por ter perdido longos cinco anos da vida delas somente por ser um covarde ganancioso.

— Vamos meninas que o portão vai fechar!!! - José chamou a atenção delas.

— Isso mesmo mocinhas!! - Maria completou. - Vamos logo!!

— Aaahh... - reclamaram juntas.

— Ele é o motolista novo? - Estrela perguntou a mãe.

Maria olhou para Estevão querendo acabar com sua raça e se preparou para desmentir aquela história, mas ele foi mais rápido e disse:

— Sim, eu venho buscar vocês hoje quando saírem da escola tá bom?

As duas confirmaram com a cabeça e sorriram largamente e foram para perto de José que chamou por elas. Maria o matou somente com aquele olhar e virou para o pai e abaixou beijando muito suas meninas e elas riram e deram amor a ela como sempre faziam nas manhãs e Estevão sorriu já de pé admirando aquela cena. José as levou e Maria voltou a olhar para ele.

— O que pensa que está fazendo, Estevão?

Ele respirou fundo passando a mão nos cabelos e sorriu.

— Eu quero estar com elas e você não parece muito disposta a que isso aconteça do modo mais fácil!!!

— Fácil? - deu um berro se esquecendo de onde estava e respirou fundo se controlando. - Acha mesmo que é só chegar e se arrepender que as coisas vão ser normais para você? Foi cinco anos de ausência para você querer ser pai agora!!!

— Maria, você tem que entender...

— Eu não tenho que entender porcaria nenhuma, Estevão, você não vai brincar com os sentimentos das minhas filhas!!!

— Eu não quero isso!!! - gritou por fim com ela e algumas pessoas os olharam. - Aqui não é lugar pra gente conversar!!! - passou a mão pelo rosto. - Vamos tomar um café e conversar como dois adultos que tem duas filhas e que são lindas!! - teve que sorrir. - Maria, eu só quero o melhor para elas e elas precisam de um pai!!!

— Não um pai como você!! - foi cruel. - Elas não precisam de um pai que pode sumir a qualquer momento!!

— Eu não tenho mais nada, Maria!! - respirou fundo. - Eu perdi tudo e esse foi meu castigo por ser ganancioso e pensar somente no dinheiro. Eu quero fazer diferente e você precisa me permitir te mostrar que posso mudar por elas e se tiver que ser o motorista delas, eu serei somente para estar próximos a minhas filhas.

Maria passou a mão no cabelo e torceu a boca não querendo que ele ficasse perto de suas meninas. José veio e parou do lado de sua filha os vendo em silêncio.

— Vamos filha que temos uma reunião. - não a queria perto de Estevão.

— Eu e sua filha precisamos conversar mesmo que o senhor não queira!!!

— Minha filha não tem nada pra falar com você e já digo de ante mão pra ficar longe das minhas netas!! - apontou o dedo para ele.

— Eu não quero brigar com nenhum de vocês dois, apenas quero estar próximo à minhas filhas!! - falou com calma e direcionou seu olhar a Maria. - Vamos conversar ou eu vou ter que ficar aqui até a saída delas?

Maria respirou fundo sabendo que ele era capaz de ficar ali mesmo, olhou para seu pai, ela não queria estar com ele sozinha, mas também não queria que ele visse as filhas de novo então disse a José.

— Assuma meu lugar na reunião que eu chego em 40 minutos!!! - falou com calma.

— Tem certeza disso?

— Não, mas é melhor que ele ficar aqui rondando as meninas!!! - o beijou na bochecha.

José respirou fundo e pegou a chave do carro e dali saiu, Maria caminhou junto a Estevão e foram para o carro dele. Saíram dali em completo silêncio e ele a levou ao café que ela mais gostava de ir quando estavam juntos e quando. Maria não podia acreditar que ele estava fazendo aquilo e o encarou.

— É sério isso? - rosnou as palavras.

— É somente um café!!! - piscou para ela tirando o cinto.

— Eu não vou entrar aí!!!

Estevão a olhava nos olhos e com um meio sorriso disse:

— Do que tem medo? - a viu ficar em silêncio e continuou. - Tem medo das lembranças que tem aí ou tem medo do que pode acontecer agora entre nós dois? - se aproximou perigosamente dela...