Risky Proposal escrita por SurvivorJauregui


Capítulo 8
Capitulo 8




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Ela sabia que ele faria isso, que a convenceria. E se guardava o segredo, não conseguiria nada. Mas também, quem sabe? Poderia até dizer que sim! 

— Okay então. Você que quis! - Disse resignada. 

Mar levantou a taça para que Thiago a enchesse. A luz da vela iluminava seu rosto visivelmente tenso, mas pelo menos ela estava orgulhosa por não estar tremendo. 

— Quero ter um filho - Disse ela - E queria que você fosse o pai, mas não quero me casar, nem te ver depois de ficar grávida.

Houve um silencio tenso, durante o qual Mar desejou ter guardado suas palavras. 

— Não! - Exclamou Thiago, demonstrando angústia em sua voz. 

Ela fitou a borda da taça, logo o líquido que nela havia, e por fim, as manchas de vinho na toalha de mesa. Parecia sangue. Levantou o olhar, ele seguia com um semblante triste, como se tivessem raspado uma antiga ferida que não tinha se cicatrizado. 

— Thiago, sinto muito.

Bedoya fechou os olhos. Sabia que tinha mostrado algo que devia seguir oculto. Depois de limpar o rastro de vinho que tinha ficado no canto de sua boca com uma toalha de papel, fez um esforço para falar. 

— Você me pegou de surpresa. Só isso. 

— Por favor! Você não precisa me contar o que te aconteceu, mas não finja que não foi nada. Não sou cega.

— Não é assunto seu, Mariana! - Disse ele com dureza. 

— Aposto que as mulheres não costumam te pegar desprevenido, Thiago. 

— Você encontra um cara que te doa um parque, e ainda por cima quer que ele te doe seus espermas... 

— Não há a necessidade de ser tão cruel. 

— Você me obriga. 

— Eu te avisei que era uma ideia tonta. 

— Não me pareceu um qualificativo adequado! E a resposta é não, caso ainda esteja a esperando. 

— Está bem. A resposta é não, então vamos esquecer esse assunto. Por que não pede um mousse de chocolate? Assim eu poderia provar também. 

— Joga uma bomba dessa e pretende que comecemos a falar sobre sobremesas? - Disse ele, irritado.

— Já me deu sua resposta, então não há mais nada para falar acerca disto. 

— Isso é o que você pensa! - Contestou rapidamente. 

Thiago havia se deixado levar por uma velha ferida, sem dúvidas. Mas agora tinha percebido que estava misturando suas emoções com o presente. 

— Se não quer nada comigo, por que te interessa saber se estou casado ou não? 

E era aí que ele sentia sua autoestima ferida. Na forma em que ela estava disposta a se esquecer dele depois de ter o utilizado, de certa forma.

— Porque isso não seria ético. Me refiro a enganar outra mulher. 

— E trazer um filho ao mundo, sem pai, é algo ético? 

— Não quero continuar falando sobre isto. Acho que já deixei claro, ou não? 

— Vamos falar sobre isto, quer você queira, ou não. - Thiago brincou com os talheres na toalha de mesa - Você pediu isso para mais quantos homens? 

— Pedi apenas para você!

Ele acreditou naquilo, mas não sabia explicar o porquê. 

— E por que eu? Por que não pede para o seu companheiro de tênis? Tenho certeza que você conhece ele muito mais do que conhece a mim. 

— Está se referindo à José? Como você sabe da existência dele? – Perguntou ela, franzindo o senho. 

— Jogo no mesmo clube que você é sócia.

Mar não gostou disso. 

— Bom, não posso pedir isso para ele. Sua namorada não estaria de acordo. - Dito isso, dedicou-lhe um sorriso brincalhão. 

— Ah! E por que eu? Você deve conhecer muitos outros homens...

— Todos moram em Rosario. Não quero ter nada a ver com eles depois. Você, no entanto, Mora em Buenos Aires. - Evitou olhá-lo nos olhos - É lindo, saudável, inteligente e tem bons genes, no geral. Você não é daqui. Isso é importante para mim. Você é um homem de princípios, e vive de acordo com eles. E também, isso eu acabei de descobrir na pista de dança, você não é tão diferente de mim. 

— Por que, apesar de todos os seus elogios, ainda me sinto insultado? Não sou uma máquina reprodutora, Mar. Sou uma pessoa! 

— Esta discussão é uma perca de tempo. Você já disse que não, não lembra? - Fez um sinal com as mãos, chamando o garçom - Pode me trazer uma torta de limão e um café, por favor? 

— Mousse de chocolate e café para mim. - Completou Thiago - Tenho certa curiosidade. Você é muito jovem... Por que sente essa arrogante necessidade de ser mãe?

— Provavelmente tem a ver com minha profissão. Faço as plantas crescerem, as sementes. Estou sempre rodeada de pássaros, abelhas, todo um mundo de vida na primavera. A fertilidade, a fecundidade, em outras palavras. 

— Muito astuta, Mas me diz... Qual é a verdadeira razão? 

— Eu poderia te dizer que não é assunto seu... 

— Sim, você tem razão. Mas eu gostaria mesmo de saber. 

Mar olhou novamente para sua taça, balançando-a, fazendo com que o líquido que nela estava se movesse de um lado ao outro.

— Não sou  tão jovem. Tenho 28 anos cumpridos em outubro. Faz tempo que eu quero ter um filho, sempre soube que ser mãe me encheria de vida, até mais que meu trabalho. Mas não estaria aqui sentada, tendo esta conversa com você, se minha amiga Estefania não tivesse tido um filho semana passada. Thiago, eu estou feliz por ela, eu realmente estou. Ela é minha melhor amiga e um filho saudável é um milagre da natureza... - Algumas lágrimas lutaram para sair, e Thiago estava se segurando para não tomar as mãos da mulher à sua frente. Ela seguiu falando no mesmo tom. - Mas também a invejava, e a inveja é um sentimento horrível! 

— Você é uma mulher jovem, encantadora e brilhante. Case com alguém e tenha um montão de filhos! - Lhe disse amavelmente, como se a raiva anterior tivesse sumido. E dessa vez se atreveu a estender a mão e tomar a de Mar. 

A pele dela era suave, seus traços eram delicados e fortes ao mesmo tempo. 

Não quero que se case com outro. Isso era o que estava passando na cabeça de Thiago naquele momento, mas ele não compreendia o motivo, já que não tinha a mínima intenção de se casar com ela. 

E enquanto isso, Mar sentia vontade de chorar. A suavidade de Thiago tinha a emocionado. 

 

Continua...


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