Risky Proposal escrita por SurvivorJauregui


Capítulo 19
Capitulo 19




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 A senhora Torres entrou com outro fax de Lozano, o qual confirmava a entrevista que teriam às três e meia desta tarde. A sorte estava lançada, pensou Thiago. Era uma maneira de sair de tudo aquilo também. Mariana Rinaldi lhe provocava sensações que seria melhor evitar. 

Indiretamente, Raul Lozano estava fazendo um favor. 

***

Mar desligou o telefone. Deveria ter explicado a Thiago que David estava ao seu lado durante toda a conversa, mas ficou em um estado de choque tão grande ao escutar que ele tinha que ir embora, que seu cérebro parecia ter colapsado. 

 Mendoza, Mar del Plata, Hong Kong, encontros com presidentes de uma associação internacional. Ele estava fora de seu círculo social. De qualquer jeito, ela queria que Thiago desaparecesse de sua vida. Então por que a afetava tanto que ele tivesse dito que já iria?

 David se aproximou de Mar com uns vasos do armário de sua oficina. 

 — Quer essas, Mar? Você está bem? 

 David tinha olhos azuis, cabelo loiro cacheado, e era bronzeado, o que dava contraste aos dentes extremamente brancos, algo que deixava as mulheres loucas. Era um mulherengo. Mas também era um ótimo empregado, e uma pessoa muito boa. Era por isso que ela sentia felicidade por trabalhar com ele. 

 — Estou bem. Um... Um amigo mudou os planos, só isso. 

 — Um homem, não? 

 — Bom, sim. 

 — Tem muitos outros no mundo. - Disse David. Ele estava certo. Mas desde que Ricardo tinha ido embora ela não teve a força de vontade o suficiente para procurar alguém. 

 — Tenho que estar em Cinco Esquinas às doze e meia. - Disse Mar - Vai ir ao planetário? - David assentiu - Genial! Então nos vemos quando voltar. 

 Mar fechou a porta de seu escritório. Ainda tina meia hora antes de partir. Meia hora para tirar de si essa sensação horrível que tinha no estômago, e para tirar essa tristeza que sentia. Na verdade, nem tinha por que se sentir assim. 

 *** 

 Passaram-se quatro semana, durante as quais o comentário de Thiago sobre a relatividade do tempo se confirmou completamente. 

 Ele tinha conseguido o contrato com Lozano, e no entanto, não se sentia entusiasmado como deveria. Em Mar del Plana choveu sem parar e a viagem a Hong Kong só serviu para que ele ficasse observando arranha-céus o tempo e tivesse sua agenda lotada, o que não foi nada gratificante. Por último, tinha se encontrado com uma onda de calor infernal antecipada em Buenos Aires, o que só piorou tudo. 

 Durante essas quatro semanas Thiago tinha trabalhado arduamente e sua diversão era ir ao cinema em seus tempos livres. Tinha visto filmes de todos os tipos. Também tinha jogado tênis e caminhado bastante pela cidade, afim de se cansar e não pensar muito antes de dormir. 

 E apesar de tudo isso, não tinha conseguido tirar Mar da cabeça. Inclusive, dormia mal por sonhar com ela. 

 Ele passou dois anos sem uma mulher, mas aí ela apareceu com seu cabelo castanho e uma louca ideia, acabando por derrubar a fortaleza que ele tinha construído. E com certeza não conseguiria reconstruir. 

 Estava louco ao fazer amor com uma mulher que praticamente não conhecia. 

 Agora a cama parecia grande, e um lugar onde sua solidão aumentava. Foi tonto ao pensar que dormindo com Mar o desejo que sentia por ela iria desaparecer. As lembranças com ela... Estavam sempre presentes. E o pior não era a frustração de seu corpo, senão seus próprios pensamentos obsessivos. Era possível que tivessem concebido um filho... Como foi tão irresponsável? Tão indecente? Mas também era possível que ela não tivesse ficado grávida...

 Nesse caso, não pensava em repetir a experiência. 

 Uma e outra vez as imagens de Mar na cama passavam pela sua mente. Era como um pesadelo que se repetia o tempo todo. Parecia ser a abstinência, já não conseguia aguentar. E o pior de tudo era que não podia contar a ninguém, nem mesmo à sua mãe. Ela estaria feliz em ter outro neto... 

 Teria a engravidado ou não? 

 O que estava claro era que tinha deixado de ser o homem que deixava sua vida passar por diante de seus olhos. Se sentia vivo outra vez.

 Ao chegar em seu apartamento, decidiu que não ia esperar mais para saber a verdade. Foi até o telefone. Ele tinha que saber. 

 Não precisou procurar o número de Mar. Estava gravado em sua memória. 

 Ao ouvir o som do telefone chamando, seu coração se acelerou. Imaginou a cozinha de Mar, onde estava o aparelho. Lembrou que também havia um em seu quarto. 

 Soou mais duas, três vezes, e então caiu na caixa postal.

 — Nesse momento não podemos atendê-lo. Por favor, deixe sua mensagem após o sinal. Te ligaremos assim que possível. 

 O pronome no plural. Era uma precaução de uma mulher que morava sozinha. 

 '- E se eu me casar ou estiver com outra pessoa? Vai continuar mantendo esse contato comigo? ' 

 Era o que ela tinha dito ao falarem das condições. Estaria com outro? 

 — Mar, por favor, me ligue qualquer hora antes da meia noite de hoje. Sou Thiago. - Disse, deixando finalmente a mensagem de voz e desligando o telefone. 

 Com quem estaria?

 Onde estaria? 

 

Continua..


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