Destino escrita por AelitaLear


Capítulo 6
Surpresa nada agradável




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Nunca corri tanto na minha vida em busca de algo. Parecia que os segundos determinavam meu amor por Eichi...

Meu coração palpitava, eu estava com medo.

Medo de ser pega, medo de tudo. Parecia que todas as pessoas olhavam para mim desconfiadas, não era á toa. Eu corria muito, isso não era normal.

Tentei me lembrar onde era o orfanato. Era meio complicado de saber, afinal, eu não sabia exatamente onde morava.

Comecei a correr sem rumo, mal olhava para onde andava, as pessoas para mim eram borrões, muitas vezes eu tropeçava e batia nelas.

Algumas pessoas me xingavam, outras nem davam bola... mas eu acabei esbarrando com a pessoa errada... ou melhor, esbarrei com a autoridade errada.

- O que é isso menina, olhe para onde anda! – Ele gritou comigo.

A primeira coisa que vi quando ele disse isso, foi sua grande farda. Um uniforme de policial, junto com a arma e o cassetete. Morri de medo.

- Me desculpa senhor...

- Senhor Izumi, por favor. – Ele disse sério, me encarando de rosto fechado. – Onde você pensa que vai?

Meus lábios tremeram, junto com meu corpo. O que eu falaria a ele? Que eu estava buscando meu amor? Que eu tinha fugido da minha casa e estava correndo atrás dum orfanato?

- Diga garota, eu não tenho todo esse tempo!

Comecei a reparar no perfil do senhor Izumi. Se ele não fosse um home tão carrancudo, seria bem bonito. Ele era loiro, olhos azuis, alto e magro... Parecia um pouco meu Eichi...

Claro que não, meu Eichi era bem mais bonito.

Enquanto olhava para ele, e ele me olhava feio, comecei a pensar numa desculpa aceitável.

Eu precisava chegar no meu orfanato, mas nem imaginava onde ele se encontrava... muito menos o nome dele... 

E se eu perguntasse a esse policial? Ele não acreditaria em mim se eu dissesse que estava perdida? Essa era uma boa escolha, uma chance...

Até que era um bom plano!

- E então garota, vai falar ou não?

- Senhor Izumi... Eu estou perdida! – Falei tentando fazer uma cara de inocente.

- Perdida? – Sua feição mudou no momento que disse isso.

- Sim, eu me perdi da minha turma do orfanato...

Agora ele não agia mais como um “sargento”. Tinha um tanto de preocupação no seu rosto, ele estava preocupado comigo.

- Você pode me ajudar a chegar lá? – Perguntei, ainda fazendo cara de dó.

- Mas é claro. – Respondeu, como um verdadeiro cavalheiro. – Só preciso que me diga o endereço...

- Eu não sei... – Murmurei, antes que ele completasse a frase...

- Não sabe?

- Não.

- Ok. Então preciso que você me diga o nome.

- Eu também não sei...

Ele me olhou meio preocupado.

- Ta certo, ta certo... Isso vai ser um pouco difícil mas... Vamos ter que procurar de orfanato a orfanato!

Fiquei um pouco mais feliz, por mais que eu sabia que ainda iria demorar muito até achar o meu Eichi.

- Aqui não tem muitos orfanatos, se formos de carro, acho que encontramos logo! – Ele murmurou caminhando até uma viatura.

Fiquei parada, meio indecisa do que fazer.

- Venha garota, vamos de carro!

Assenti. Ele abriu a porta traseira para mim sentar, colocou o cinto em mim. Era de se esperar de um policial.

Entrou no carro e começou a dirigir. Ele murmurava algumas coisas do trânsito, eu nem me importava. Tinha momentos que ele vinha falar comigo, e eu respondia normalmente.

Percorremos muitos orfanatos, eu ia olhando para ver se não era o meu. Demorou cerca de umas 2 horas até encontrarmos o lindo jardim do meu orfanato.

Meu coração quase parou novamente. Por um momento fiquei até sem fala, o senhor Izumi me perguntou e quase não consegui responder.

- É aqui?

- S-sim, é aqui. – Gaguejei um pouco, de emoção.

- Ufa, ainda bem... Achei que nunca íamos achar esse lugar. 

Eu iria encontrar meu Eichi novamente, eu ainda não conseguia acreditar nisso... era tão bom, tão bom! Eu não via a hora de entrar por aquela porta e encontrá-lo, poder abraçá-lo e beijá-lo...

- Bom, então vou deixar você aqui. Tenho muita coisa para fazer... se precisar de ajuda, é só me chamar, você consegue se virar sozinha?

- Claro senhor Izumi... Muito obrigada pela ajuda. 

Abri a porta do carro, tentei parecer calma, tentei não correr. Mas quando ouvi o carro dele indo embora, comecei a correr desesperadamente para encontrar meu Eichi.

Abri as portas do lugar, cambaleei para frente, quase caindo. Corri mais ainda a procura do quarto dele, ele estava tão próximo, tão próximo...

Entrei pela sua porta, não encontrei ninguém ali. Eichi deveria estar em outro lugar, deveria estar no jardim, onde nós dois gostávamos de ficar e...

- Mitsuki, o que faz aqui? 

Tomei um verdadeiro susto quando reconheci a voz. Era uma de minhas professoras, ela deveria estar surpresa de me ver aqui.

- Era para você estar na casa de seus novos pais e...

- Onde está Eichi? – Minha voz saiu antes mesmo de ela completar a frase.

- Eichi? – Perguntou um pouco incrédula.

- Sim, Eichi.

- Ele acaba de ser adotado.

Aquelas palavras não podem estar certas, só pode ser mentira... isso não pode estar acontecendo comigo, não de novo...

- O-O que? – Meus olhos já estavam cheios de lágrimas.

- Isso mesmo, Eichi acaba de ir embora com uma nova família...

Isso não podia ser verdade, eu deveria estar sonhando, minha mente deveria estar criando coisas... ele não podia ter ido!

Se eu tivesse chegado um pouco mais cedo, se eu tivesse corrido mais... mas não, minha única chance de reencontrar meu grande amor se foi, se despedaçou novamente...

Eu cai no chão frustrada. Minha professora continuou olhando para mim, notei que ela não sabia muito o que fazer.

- Mitsuki... Por que você fugiu da sua nova casa?

Não consegui responder a ela, ela meio que entendeu minha dor e veio me confortar. Tinha momentos que ela dizia coisas, perguntava sobre tudo o que tinha acontecido...

Mas meus ouvidos não captavam, minha voz não saia, e meus olhos estavam repletos de lágrimas.

- Vai ficar tudo bem... olhe, se acalme!

As palavras dela eram inúteis. A ultima coisa que eu queria fazer naquele momento era me acalmar.

- Fique calma, olha, tenho algo que Eichi lhe deixou...

Quando ouvi essas palavras, meu coração voltou a pulsar. Ainda estava sufocada e frustrada, mas só de saber que ele pensou em mim antes de ir embora...

Tudo mudava.

- O que é? – Murmurei ainda com a voz rouca.

Ela sorriu para mim quando percebeu que reagi. Tentei parecer mais calma ainda para que ela fosse pegar o que quer que seja.

Ela saiu de onde estava, abriu uma das gavetas de Eichi, procurando algo entre os papeis. Deles, achou uma dobradura em formato de coração, onde estava escrito elegantemente as letras de meu nome.

- Uma carta. – Ela respondeu.


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Notas finais do capítulo

E ae? Quem quer saber o que está escrito nessa carta? Como sempre eu deixo na mão de vcs a continuação, se bem que hoje me inspirei e pode ser que escrevo mais um cap...
Sobre o Eichi encontrar a Mitsuki... Vou fazer ela sofrer mais um pouco... Mas o destino vai unir os dois em breve! Acho que em 3 caps, eles voltam a se encontrar...
E tenho um detalhe para comentar... o policial Izumi, é só um coadjuvante na história ok? Coloquei esse nome nele por que achei que combinava muiiito! Mas ele deve aparecer apenas agora rsrs
KIssus