O Recomeço escrita por Ragnar Lothbrok


Capítulo 2
Indo para Casa


Notas iniciais do capítulo

Mais um vez aqui. Espero que curtam o capítulo, todas as críticas são bem-vindas! Comentem o que acharam :)



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Fazia sol, era um dia bonito. Em nada combinava com o sentimento triste que pairava em Hogwarts. Harry e todos os outros que se encontravam no castelo se dirigiam aos jardins, onde a homenagem aos que morreram na batalha seria feita. O dia havia sido calmo, com todos ainda tentando processar o fato de que as pessoas que se foram não voltariam. Harry ficava cada vez pior. Ver a família bruxa que ele mais amava daquele jeito era agonizante. E ficava pior quando Harry lembrava que era tudo sua culpa. Pelo menos ele viu Gina, o que não ajudou tanto, visto que, como os outros Weasley, ela apenas lhe deu um triste sorriso quando o viu, mas nenhuma palavra. Ela ainda pensava no irmão, ele entendia. Já Jorge, continuou no seu dormitório e não dava sinais de que desceria para a homenagem.

Nos jardins do castelo, se encontravam todos os professores e mais algumas autoridades, como o agora Ministro da Magia Shacklebolt. Atrás dele estava o que parecia ser uma estátua, coberta por um pano. Aos poucos, todos foram chegando e sentando nas cadeiras que estavam dispostas ali. 

— Boa tarde a todos. Nos reunimos aqui para inaugurar um memorial. Um memorial para as pessoas mais corajosas que está escola já viu. Pessoas que, bravamente, deram suas vidas para lutar contra o que existe de mais cruel e perverso em nosso mundo. Pessoas que nós e nem qualquer outra geração deve jamais esquecer — discursou emocionada a Diretora McGonagall.

Então, com um leve movimento de sua varinha, a antiga professora de transfiguração fez o pano desaparecer e foi revelado um grande bloco de mármore. Era lindo. Ele brilhava com a luz do sul. Em volta de todo o bloco, haviam pequenas placas douradas com os nomes de todos aqueles que haviam morrido em batalha. Quando viram do que se tratava, todos bateram palmas, alguns choravam. Só agora Harry percebia que o número de mortes era muito maior do que ele imaginava e, por consequência, seu sentimento de culpa aumentava proporcionalmente. Porém, ele notou que um nome estava faltando.

— Professora, desculpe interromper, mas sinto que esse é o melhorar momento possível para contar a todos algo muito importante — disse Harry já de pé, enquanto todos os presentes o encaravam. — O professor Snape deveria estar nesse memorial.

Ao dizer essas palavras, muitas pessoas começaram a cochichar e o encararam com uma mistura de curiosidade e espanto. Até Hermione parecia perdida.

— Do que você está falando Harry?  Snape era um Comensal da Morte, ele matou Dumbledore! — disse a garota, confusa.

— Talvez vocês não tenham ouvido o que eu disse quando lutei com Voldemort pela última vez. Snape esteve sempre do nosso lado. Ele era um espião da Ordem. A morte de Dumbledore foi planejada pelo próprio Dumbledore. Eu vi tudo na Penseira, com as memórias de Snape. Vocês têm todo o direito de não gostar dele. Ele não era a pessoa mais simpática, mas sempre fez de tudo para nos ajudar, por mais que não demonstrasse externamente. Ninguém pode negar que ele foi uma das pessoas mais corajosas dessa guerra. Eu prometo que explicarei os detalhes depois — sentenciou Harry, enquanto todos ainda olhavam tentando entender a situação.

— Bom Potter, todos nós já nos metemos em problemas por não acreditar em você e acho que depois de tudo isso que passou, não vejo motivo para não crer em sua palavra — respondeu McGonagall, sob murmúrios de concordância.

Harry se sentiu aliviado, achou que seria mais difícil convencer todos, mas percebeu que ninguém deveria estar muito no clima para discussões. Assim, com mais uma balançada na varinha de Minerva, uma placa com o nome de Snape apareceu e Harry agradeceu a professora com um aceno.

— Assim sendo, está encerrada esta cerimônia. A reconstrução começará amanhã, para aqueles que desejarem ficar — finalizou a Diretora de Hogwarts.

Logo depois, começaram as despedidas. Aos poucos, alunos e seus familiares foram deixando Hogwarts para enterrar seus mortos. Neville, Luna, Dino e tantos outros amigos se despediram de Harry, Hermione e os Weasleys. A Sra. Weasley decretou que todos deveriam arrumar suas coisas para partir em seguida. Ao subir para seu dormitório, Harry encontrou todos os seus pertences, que não eram muitos, já arrumados em sua cama.

— Mestre Harry, precisa de mais alguma coisa? — disse uma criatura pequena de olhos grandes, que fazia uma reverência um tanto quanto desajeitada para Harry.

— Ah, oi Monstro. Obrigado! — disse Harry, um pouco constrangido. — Andei pensando, acho que você deveria ficar para ajudar na reconstrução, eu aviso quando precisar de você.

— Claro, meu senhor — respondeu Monstro, desaparecendo com um estalar de dedos.

Mesmo nessa pequena interação, Harry percebeu que a relação entre eles parecia melhor. Não sentia mais raiva do elfo, mas até uma simpatia. Ver ele lutando na Batalha de Hogwarts fez Harry repensar muita coisa.

— Sério que você vai obrigar o coitadinho a trabalhar? — disse Hermione, que estava ajudando Ron a arrumar suas coisas.

— Ah para Mione, você sabe que eles gostam disso — respondeu Ron, daquele jeito dele.

— Pois é. Fica tranquila, depois da reconstrução vou perguntar se ele quer ser liberto — disse Harry, já sabendo qual seria a resposta do elfo doméstico.

Hermione fez uma cara feia, percebendo que nem adiantaria entrar numa discussão com aqueles dois. Então, com tudo arrumado, a família Weasley, Harry e Hermione se dirigiram para os portões do castelo para poderem aparatar até a Toca. Gui, Carlinhos e Percy carregavam um caixão de madeira, onde estava o corpo de Fred. Fleur e Hermione, ao contrário dos irmãos Weasley, usavam magia para trazer as malas de todos. Essa foi a primeira vez que Harry viu Jorge. O gêmeo nem olhava pra ele. Na verdade, não olhava pra ninguém. Estava com uma cara péssima, de quem havia chorado por muito tempo. Harry não achou que existiria pessoa mais infeliz que Jorge naquele momento. Então, com todos reunidos eles aparataram para a Toca.

Era um alívio ver aquela casa de novo. Harry sentia saudades daquele lugar, pois sempre o associava a momentos de felicidade. Porém, esse dia não foi bem assim. Ao chegarem, o caixão de Fred foi colocado em um dos quartos, já que o enterro seria na manhã seguinte, no terreno dos Weasley. Ninguém tinha ânimo para fazer nada naquele momento. Molly foi direto para a cozinha, queria ocupar sua mente, já Jorge foi para o seu quarto e não apareceu mais. Aquele foi o jantar mais quieto que Harry já presenciou na Toca. Estava acostumado com a barulheira e a diversão e ver a família daquele jeito simplesmente quebrou o seu coração.  No fim do dia, sem falarem muita coisa, todos foram dormir, mas no começo Harry não conseguiu. Ficou acordado, ouvindo os roncos de Ron e pensando em como tudo aquilo havia acontecido, se ele podia ter evitado de alguma maneira. Harry se prendeu a esses pensamentos até adormecer.


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