Run escrita por mckinnon


Capítulo 1
See you in hell, mom. And you too, dad.


Notas iniciais do capítulo

oi oi oiiiii gente! olha só quem surgiu com mais uma fanfic? pois é, depois de tanto tempo eu ainda tô aqui!
bom, essa fanfic devia ter sido finalizada há muito tempo, mas eu tive dificuldade em escrever ela. tanto pelo conteúdo, tanto pelo tamanho do meu amor por esse personagem. foi difícil escrever algumas coisas nessa fic (e vocês vão entender o porquê lendo ela!), mas eu tô feliz em ter terminado ela.

dedicada 100% a luane, que me atura nas crises (boas e ruins) de cada dia. tudo seu aqui, xuxu
agradecimento especial tb a isa & a vane que sempre me apoiam em tudo! meu coração é de vocês.

enfim, boa leitura!



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 see you in hell, mom. and you too, dad. 

Sirius sentiu os pelos da nuca se arrepiarem ao ouvir a voz de Monstro, o elfo doméstico da casa o chamar. Todo jantar na casa dos Black era um tormento e ele não sabia se conseguiria suportar mais um minuto naquele lugar. Na verdade, ele tinha certeza que não suportaria. E era por isso que ele estava quase pronto para sair daquele lugar.

Terminando de fechar sua mala, suspirou enquanto pensava para onde iria. Apesar de James ter o convidado em sua última carta para passar um tempo em sua casa, ele ainda se sentia um tanto quanto desconfortável em incomodar o melhor amigo, mesmo sabendo que podia contar com ele para tudo.

Ele não queria trazer problemas para os outros. Afinal, de acordo com Walburga, ele já era um maldito problema ambulante por si só. Ouviu Monstro o chamar mais uma vez e esfregou o rosto, cansado. Escondeu rapidamente a mala embaixo da cama, saindo do quarto em seguida e batendo a porta com força. 

Descendo os degraus com seu habitual sorriso sarcástico no rosto, esse que escondia todo seu cansaço e mágoa, entrou na sala de jantar cantarolando uma música qualquer trouxa. O que ele sabia que fazia sua mãe ficar louca de raiva. 

— Você pode parar de cantar essa porcaria? — foi a primeira coisa que Walburga disse ao ouvir Sirius entrar na sala de jantar, sem levantar os olhos de seu prato. Como sempre, ela estava impecável. Com roupas bem alinhadas e um colar de pérolas no pescoço, um grande contraste com seu filho mais velho, que vestia uma jaqueta de couro desbotada e jeans trouxas. Como Sirius não parou, ela levantou o olhar para ele. — Sirius Orion, você ficou surdo? — o garoto soltou o pão que estava levando a boca e a encarou fingindo surpresa. 

— Desculpe, não achei que fosse comigo. Você esqueceu de dizer “vergonha da família”, mãe — disse ele ironicamente, fazendo a mulher apertar o garfo com força. 

O clima, que nunca era bom na casa dos Black, piorou quando Orion entrou no cômodo, sentando-se perto da esposa e de Regulus, que permanecia olhando para seu prato, em silêncio desde que Sirius tinha entrado no cômodo. 

— Mais respeito com a sua mãe, rapaz — Orion falou sério, encarando Sirius duramente. O garoto apenas deu de ombros, comendo seu pão, da forma mais desleixada que podia. 

O jantar prosseguiu silencioso, exceto pelos sons que Sirius fazia ao mastigar. O que não era algo incomum, já que os pais do garoto só abriam a boca para dizer algo extremamente estúpido sobre nascidos trouxas ou como ele os fazia passar vergonha com seus atos rebeldes e cabelo grande demais. Mas bem, ele não se importava. Não mais. 

— Então, Sirius… — Walburga começou, fazendo o garoto a encarar com curiosidade e um pouco de desconfiança. Os outros dois presentes na mesa, seu pai e seu irmão, continuaram a comer em um silêncio estranho. — Como vão os Potter? Já desistiram da maluquice que é apoiar aqueles malditos sangue ruins? — Walburga questionou com uma careta, como se sentisse nojo simplesmente do fato de uma família de sangue tão puro aceitar o que, para ela, era simplesmente inadmissível. 

Sirius segurou um palavrão e apertou o garfo que segurava com tanta força que os nós de seus dedos ficaram brancos. A atmosfera da sala, antes já pesada, ficou extremamente pior quando de repente o garoto mais velho soltou uma gargalhada alta e absolutamente sarcástica. Regulus finalmente levantou o olhar do próprio prato e encarou Sirius, o encarando seriamente, em um pedido silencioso para que ele não começasse uma nova discussão. Mas isso não foi o suficiente para impedir o mais velho de começar a falar em um tom de voz extremamente ácido.

— Não, não desistiram. Inclusive James Potter, meu melhor amigo, está apaixonado por uma nascida trouxa. Tenho impressão até de que eles vão acabar se casando. E claro, eu pretendo ser padrinho do filho. — ele acabou sorrindo, lembrando dos foras que Evans tinha dado em James nos últimos meses. E em como seu amigo estava cada vez mais louco pelo ruiva. 

Walburga o encarou enojada, irritando mais ainda Sirius. Ele não suportava mais essa mulher e essa casa. Tudo naquele lugar lhe trazia péssimas lembranças e o único com o qual ainda se importava, parecia estar seguindo o mesmo caminho dos pais. 

Sirius sentia que não podia salvar Regulus mais. Porque mal conseguia salvar a si mesmo.

— É um grande desperdício uma família com sangue tão nobre se misturar com a escória — resmungou a matriarca, aborrecida. — Como os McKinnon também. Ouvi dizer que eles andam defendendo os sangues ruins no Ministério. 

Sirius respirou fundo, sentindo-se prestes a explodir. Por Merlin, ele a odiava. Sabia que era errado, que não era comum odiar a pessoa que deu a luz a você, mas não podia evitar.

Sirius a odiava com todas as suas forças.

— Não se preocupe. Você-sabe-quem vai dar um jeito nisso — resmungou Orion, finalmente se pronunciando. — Os Potter e os McKinnon vão pagar pela traição, também — continuou, encarando o filho. Orion sabia que Sirius nunca seria quem ele e Walburga queriam que ele fosse.

Sentiu as palavras do pai o atingirem lá no fundo. Temeu, pensando em seus amigos, pensando em Lily que corria tanto perigo por algo tão simples.

Por ser ela mesma.

Sua paciência e seu tempo naquela casa tinham se esgotado. Sirius sentia isso, sentia que aquele era o estopim então não se importou em levantar no meio do jantar, irritado.

— Voldemort não vai conseguir absolutamente nada. Não enquanto nós estivermos lutando contra ele. — respondeu gritando, sentindo fluir todos os seus anos de raiva, mágoa e dor que passara naquela casa. Apontou para o pai, que como Walburga, tinha parado de comer e encarava Sirius sem expressão.

Regulus olhava para o irmão com a mesma expressão de antes. Pedindo calma.

Mas ele não podia aguentar mais aquilo.

Aquilo era o inferno.

Sem se dar ao trabalho de pedir “com licença”, o garoto saiu pisando duro. Ouviu Regulus o chamar baixinho, mas não se virou.

Aquele era definitivamente o fim.

Andou rapidamente para o quarto, pegando sua mala e jogando-a por cima do ombro. Observou o quarto, sentindo seu coração doer.

Aquele cômodo tinha sido seu refúgio por anos. Olhou as bandeiras da Grifinória coladas na parede, lembrando-se da sensação que sentiu ao descobrir que pertencia a algum lugar. Um lugar bom, acolhedor e não aquela casa fria e medonha que antes costumava chamar de lar.

Ele mal podia esperar para voltar para Hogwarts. 

Respirou fundo, guardando na memória cada detalhe daquele ambiente que um dia tinha sido seu refúgio e saiu do quarto, determinado. Sirius sabia que esse momento chegaria desde sua primeira briga com os pais, então não sentia medo. 

Ele não gostava de fugir de seus problemas, mas aquela parecia sua única saída naquele momento.

Apressou-se a descer as escadas, mas antes que pudesse chegar à porta parou, ouvindo a voz que tanto o irritava gritar em alto e bom som.

— Onde você pensa que vai? — ouviu os passos da mãe, que se aproximava decidida. Sirius apertou a mala que estava em seu ombro e revirou os olhos, antes de se virar para ela. 

— Para longe o suficiente de você — respondeu sarcástico, sem paciência alguma. Na verdade, toda a paciência que tinha para aquela mulher, para aquela casa tinha se esgotado há muito, muito tempo.

— Orion! — chamou o marido, irritada — Sirius está me dizendo que está indo embora. — o filho mais velho de Walburga bufou, irritado. Ele só queria sair dali. Ou então sumir. Desaparecer da face da Terra.

Orion veio andando rápido, raivoso. Desde o dia que Sirius fora mandado para Grifinória, Orion e Walburga sentiam que tinham falhado com ele. Falhado como bons sangue-puros.

E o Black mais velho estava cansado do filho e de toda a sua rebeldia. 

Regulus seguiu o pai, chateado pela interrupção da conversa que os dois tinham tendo na sala, mas curioso. Sirius nunca tinha tentado sair de casa e ele não queria que o irmão fizesse isso. Sabia que aquela não era a família perfeita, mas Sirius ainda fazia parte dela. 

— Onde você pensa que vai, Sirius? — perguntou o pai de novo, sem paciência alguma. Desde o jantar, tudo o que o filho tinha feito foi o irritar. Estava prestes a explodir e Walburga sabia disso.

Por essa razão, tinha o chamado.

Antes de Sirius aparecer no hall da casa com sua mala, pretendia ir atrás dele. Para o fazer pedir desculpas pela falta de modos no jantar. Mesmo que precisasse o obrigar.

Odiava a rebeldia daquele garoto.

Na verdade, há muito tempo só conseguia nutrir desgosto por ele. Desde sua entrada na maldita Grifinória.

— Eu já respondi isso, pai — sorriu o garoto, ironicamente. — Para o mais longe possível de vocês — apertou a mala mais forte, tentando manter a calma e apenas ser sarcástico, não gritar. Ou pegar sua varinha.  

— Primeiro a desonra essa família que você nos trouxe pertencendo a Grifinória e agora decide simplesmente a abandonar? — gritou Walburga, ultrajada. — Não ouse se aproximar dessa porta, Sirius Orion Black. Ou você terá o mesmo destino que sua prima Andromeda e de todos os outros que decidiram nos trair — gritou ela, escandalizada. Imaginou o filho se casando com uma trouxa qualquer e sujando o sangue da família. Sentiu náuseas. 

— É uma honra ser como a Andromeda! — gritou o moreno de cabelos longos, sentindo sua irritação chegar no limite. Andy era sua prima favorita e ele odiava a forma como Walburga tinha dito seu nome com nojo. — Ela teve coragem o suficiente de dar as costas aos malucos dessa maldita família e eu também tenho. Com muito orgulho! — Sirius respirou fundo, enojado. Por ter o mesmo sangue e nome daqueles boçais que ele, infelizmente, chamava de pais.

— Você não vai sair dessa casa, garoto — ameaçou, apontando o dedo para o rosto de Sirius. 

— Sim, eu vou. E vocês são as pessoas mais horríveis que eu já conheci em toda a minha vida. Eu tenho nojo de vocês. Eu tenho nojo de ser um Black! — berrou, sem pensar em nada. O coração dele batia forte no peito, como se ele tivesse corrido uma maratona. Sentia suas mãos tremerem de raiva. E um pouco de receio, pois sentia que tinha ido longe demais.

Mas não se importava nem um pouco com isso. 

Antes que pudesse esboçar qualquer reação, Sirius sentiu o punho duro de Orion o acertar no olho. A força do soco foi tão grande, que ele caiu no chão, soltando sua mala. Walburga que ainda o encarava escandalizada, apertava os punhos, suas longas unhas rasgando a palma de suas mãos. Regulus apenas ficou atrás da mãe parado, chocado demais para dizer ou fazer alguma coisa. Com medo demais, também. 

Quando o filho mais velho dos Black se recuperou, sentando-se com a mão no olho que ele já sentia inchar e latejar, soltou uma gargalhada. Riu alto, da forma mais sarcástica que podia, encarando os pais. 

— Você pode me bater o quanto quiser. Tudo o que eu disse vai continuar sendo a mais pura verdade — continuou. Sabia que não devia provocar o pai mais, já que aquela era a primeira vez que ele de fato agia. Mas nada mais importava.

Naquele momento, os dois tinham morrido para ele. Seu pai, por o machucar ao invés de cuidar dele, como um bom pai faria. E sua mãe, por apenas presenciar tudo. 

Orion puxou Sirius pelo colarinho da jaqueta e o colocou de pé, empurrando-o contra a porta logo em seguida. 

— Você é a escória dessa família. Você merece se juntar com aqueles sangue ruins e todos aqueles traidores. — falou o homem, ameaçador. Sirius ainda sorria, o que só o irritava cada vez mais. Antes que pudesse falar mais qualquer coisa, o filho cuspiu em seu rosto, enojado. Como se fosse possível ficar mais enfurecido, Orion sentiu o ódio corroer cada parte de seu corpo e deu mais um soco em Sirius. E mais um. E outro. 

Sabia que não devia fazer esse tipo de coisa, mas nada mais importava. Seu filho estava morto para ele. Aquele, era apenas um traidor da família.

E ninguém traía os Black e saia ileso disso. 

Sirius caiu no chão mais uma vez, com o sangue começando a escorrer de sua boca. Sentia o rosto e o estômago doer como nunca, onde o pai tinha o socado. Mas o sorriso, o sorriso sarcástico que tirava aqueles que um dia chamou de pai e mãe odiavam, não saiu de seu rosto por nenhum minuto. 

Com esforço, levantou-se e encarou eles. 

— Agora, eu posso sair daqui? — questionou, fingindo estar entediado. Fingindo que seu rosto não doía e que tinha vontade de sair correndo dali. Sem responder, Walburga apenas se aproximou de Sirius e colocou a mão em seu rosto, mesmo que ele sangrasse. 

Walburga o encarou sorrindo, tão sarcástica quanto o filho. E antes que Sirius pudesse pegar sua mala no chão e dar as costas para aquela mulher desprezível, ela levou suas mãos até os longos cabelos do filho e os puxou, pela raiz. Com a mão livre, tirou do vestido uma adaga que sempre levava para todos os lugares possíveis e cortou o cabelo de Sirius. Fio por fio e ele continuou em silêncio, apenas a olhando com desprezo e engolindo todo o seu ódio. Quando ela terminou, seu cabelo se encontrava quase todo no chão, aos seus pés. 

— Agora sim. Esse é o visual de um verdadeiro traidor — ela disse, sem demonstrar nada. Pena, remorso… Absolutamente nada. — Nunca mais ponha os pés na minha casa. E é melhor você correr ao sair dessa casa, Sirius Órion Black, antes que uma maldição imperdoável te alcance.

Aquela maldita maníaca.

— Obrigado pelo conselho — sorriu ele, sentindo o sangue pingar em sua camisa. Ela se afastou, parando ao lado de Orion que também só observou a esposa enquanto ela destruía o resto de dignidade que sobrava do filho. Regulus, que possuía um olhar assustado no rosto, encarou o irmão. Pediu silenciosamente que ele desculpasse os pais e simplesmente… 

Simplesmente ficasse. Ele não queria ficar sozinho com os dois. 

O filho mais velho dos Black pegou sua mala, jogando novamente sobre o ombro e sorriu satisfeito para os pais.

— Sinto muito, Regulus — olhou pela primeira vez desde que a confusão se iniciara para o irmão — E vejo você no inferno, mãe. Você também, pai — sorriu debochado e antes que tivesse uma resposta, abriu a maldita da porta e correu para fora. 

Correu o mais rápido que podia, mesmo sentindo seu estômago embrulhado e implorando para que ele parasse. Mesmo que seu rosto estivesse inchado e sangrando, latejando de dor. 

E pela primeira vez, Sirius se sentiu livre. 

Quando não aguentou mais, finalmente parou. Talvez tivesse corrido por horas, mas não tinha de fato noção de mais nada. Tudo o que sentia era a dor em seu rosto e a confusão.

Para onde diabos ele iria agora?

Pensou em Andromeda, mas não queria a incomodar. Ela já tinha muito trabalho, cuidando da pequena Tonks. Pensou também em Remus, mas sabia que ele já tinha problemas o suficiente para lidar e não podia o incomodar. Peter também passou pela sua cabeça, mas ele não se sentia confortável o suficiente para ver o amigo naquela situação.

A única pessoa que ele realmente queria ver era James. 

Portanto, não foi uma surpresa para Sirius quando o Nôitibus Andante parou, perto da calçada que estava sentado com a varinha esticada em direção à rua, apavorando e fumando cigarro após cigarro, sem saber o que fazer. Também não foi uma surpresa quando Sirius disse, gaguejando um pouco, ao embarcar que seu destino era o exato endereço da casa dos Potter.

Quando finalmente deu por si, depois de um último — e forte, muito forte — solavanco, estavam parados em frente a casa do melhor amigo. 

Revirou seus bolsos, pagou pelo transporte e agradeceu ao motorista e seu ajudante, tanto por não terem feito perguntas sobre o seu estado, tanto pela viagem ter sido tão rápida. 

Sirius desceu da condução, sentindo seu corpo todo tremer. Não havia percebido, mas uma fina chuva caía do céu e assim que parou em frente ao portão dos Potter, já sentia sua jaqueta começar a molhar. Ouviu quando o Nôitibus acelerou, desaparecendo na noite de Londres em busca de mais passageiros e suspirou. 

Não queria incomodar o melhor amigo, mas aquela era sua única opção nas atuais circunstâncias. Além disso, James sempre o entendia… E ele precisava do amigo agora, mais do que nunca.

Entrou no gramado dos Potter mancando um pouco e subiu os poucos degraus em direção à porta principal. Parou, respirando fundo e olhando para o chão.

O carpete, ideia da senhora Potter, tinha os escritos “seja bem vindo!” grafado e Sirius não pôde deixar de sorrir levemente, mas fez uma careta logo em seguida, sentindo seu rosto doer. Tomou coragem e bateu na porta, duas vezes. Esperou, apertando a alça da mala e a depositando no chão, pois sentia tudo em si doer. Passou a mão na nuca, sentindo falta de seu cabelo.

Sua aparência devia estar horrível, mas esse era o menor dos seus problemas agora. 

Assustou-se, quando a porta abriu subitamente.

— Olá, em que eu posso te…. — um James sorridente abriu a porta, mas ao ver o melhor amigo e seu estado, travou na mesma hora. — Sirius, o que diabos? — disse confuso, saindo da casa e indo em direção ao moreno preocupado. Pela primeira vez na noite, Sirius realmente fraquejou e sem pensar duas vezes, abraçou o moreno de óculos. 

— Eu não podia mais aguentar, Prongs — murmurou o Black, tremendo mais do que nunca. — Eu não podia mais… — James se afastou, segurando os ombros do amigo e o encarando sério. Pegou sua mala no chão e o abraçando de lado e entraram juntos na casa dos Potter, em silêncio.

Sirius estremeceu com o choque térmico, com o calor que emanava na casa. Sentiu cheiro de biscoitos e chá, enquanto era conduzido para a sala principal por James, olhando para o chão. Sentia vergonha, tanta vergonha que sentia o impulso de sair correndo para longe novamente crescer.

James apertou seu ombro delicadamente  pressentindo o que o amigo sentia, quando adentraram o cômodo.

Ele já havia visitado James antes, então sabia como era sua casa. Era um lugar simples, mas bonito e organizado. Reconhecia os quadros, a prateleira de poções do senhor Fleamont, a lareira e cada canto daquele lugar. Um lugar que exalava amor, carinho. Sentimentos familiares que Sirius nunca teve em sua antiga casa e sabia que nunca teria.

Quando Euphemia e Fleamont viram os dois, levantaram-se subitamente do sofá, atônitos. Vieram em direção a eles, tirando a mala dos ombros de James e fazendo Sirius se sentar em uma poltrona.

— Você está seguro agora, Pads — James lhe deu um sorriso pequeno — Está tudo bem. Você está em casa. — Sirius assentiu, respirando fundo mais uma vez naquela fatídica noite, sentindo-se acolhido enquanto os Potter o encaravam com preocupação. 

Aquele lugar era diferente da casa dos Black.

Era um verdadeiro lar.


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Notas finais do capítulo

sirius black merece todo o amor do mundo e eu posso provar pra vocês!!!
e aí, o que acharam? eu espero que vocês tenham gostado! tenho um carinho forte por essa fic, porque demorei um bom tempo pra terminar ela, então espero que vocês tenham gostado também!
deixem uns comentários, quem sabe! adoro ler e responder eles.

xoxo, mckinnon.