Carta para você escrita por Carol McGarrett


Capítulo 114
Seja Bem Vinda de Volta, Kelly!


Notas iniciais do capítulo

Natal e Ano-novo chegando mais cedo por aqui! E, claro, Kelly veio com a sua vingança... o espírito natalino dessa família me assusta!
Boa leitura!



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Depois da ameaça de Kelly o quinteto ficou quieto, até porque Sophie não apareceu mais no Estaleiro, por falta de tempo.

O único destaque ficou por conta do Aniversário de Jethro. Eu fiz questão de encomendar um bolo e coloquei todas as velas necessárias em cima, claro que ele não gostou e ignorou o doce por todo o dia. Azar o dele, estava muito bom e eu e Sophie agradecemos o fato de ter sobrado mais para nós duas.

Novembro passou voando e gelado, o inverno pelo visto resolveu chegar mais cedo e já no Dia de Ação de Graças começou a nevar para desespero de Ziva e Abby. Na verdade, a única pessoa feliz com o mal tempo era Sophie, que sempre ficava com um estranho bom humor quando o dia estava com o tempo carregado.

— Mas mamãe, a senhora não entende! – Ela argumentou comigo. – Eu sempre gostei do inverno, mas o fato de já ter começado a nevar é uma coisa boa!

— Você diz isso porque não é você quem tem que dirigir. – Jethro grunhiu do volante.

— Sabe por que eu estou tão feliz?

Ficamos em silêncio.

— Mesmo que vocês não queiram saber, eu vou falar. – E isso não era novidade nenhuma, Sophie estava com o falatório aberto nos últimos dias, estava falando até sozinha! – Porque logo, logo Kells vai estar de volta. Faltam exatos dez dias para ela desembarcar! Vai ser bom ter a Kelly de volta!

— Mesmo que ela esteja prometendo vingança contra você e o quarteto?

— Vixi, papai! Eu tinha me esquecido disso! – A Pestinha mordeu o lábio. – Mas eu ainda acredito que ela não vai fazer nada.

— E se ela fizer? – Cutuquei.

— Então eu vou ter que começar a torcer para ela ser mandada para longe de novo. Porque nada é pior do que Kelly brava. Só a senhora, mamãe! – Ela fez uma careta.

Jethro levantou uma sobrancelha, com certeza ele já estava se preparando para o modo como Kelly iria desembarcar dentro de dez dias.

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Depois de longos seis meses, de ter visto quase de tudo, de ter quase morrido duas vezes (não que a minha família saiba da segunda vez.), eu estava voltando para casa. Exausta mental e psicologicamente, mas com um estranho sentimento de que eu tinha feito o meu melhor, mesmo que, em algum canto da minha mente, uma vozinha me dizia que poderia ter sido melhor.

Eram longas dezoito horas de voo, em um avião cargueiro que teria desesperado a minha irmã mais nova, junto com mais cem pessoas, a grande maioria voltando da sua segunda ou terceira incursão ao inferno na terra.

Recostei minha cabeça na fuselagem do avião, encosto de cabeça é item de luxo aqui e tentei pensar no que me aguardava quando eu desembarcasse. Ou melhor, no que eu iria querer fazer primeiro. Ver meu marido e matar a saudade que estava dele? Ver minha família louca e jantar com todos eles só para escutá-los se bicando e falando pelos cotovelos sobre algo que eu ainda não estava totalmente a par? Ou queria fazer um certo quinteto pagar por ter vandalizado a minha casa?

Ri internamente, ainda não sabia quem tinha sido o mentor ou a mentora da história do papel higiênico, sei que dei uma surtada de leve com eles, mas, poxa, minha casa, o lugar onde eu mal tinha ficado, tinha virado o alvo da equipe em um dia de Halloween? Não... não mesmo. E eu tenho certeza de que só fizeram isso porque eu não estava lá!

Acho que, no fundo, eu iria fazer tudo isso de uma única vez, duvido que Henry estaria só no aeroporto, papai não deixaria de me receber, muito menos Jenny e Sophie e junto com essa última, eu posso acrescentar Tony (que mais parece um irmão gêmeo nascido de outros pais e muito antes!), Ziva (já que ela e Tony eram um pacote!), Abby e Tim, E Ducky e Palmer porque todos estão sempre juntos. Creio que eu teria o maior comitê de recepção desse grupamento!

Não sei como, mas consegui dormir, sendo acordada pelas vozes que ficavam mais altas e alegres. Abri os olhos para ver que sobrevoávamos terra firme. Escutei alguém falando que dentro de uma hora estaríamos aterrissando.

E, por um breve segundo, temi o que me esperava. Oito meses era tempo demais. Muito poderia ter mudado!

Senti o solavanco do trem de pouso, e o enorme avião tremeu ao baixar a altitude e eu fiquei ainda mais nervosa.

Com o pouso perfeito e a porta aberta, vi que quase todos desciam animados, sorrisos nos rostos, enfim em casa e, o mais importante, a salvos. Deixei que descessem na minha frente, e devagar fui pegar a minha mochila e minha duffel bag.

— Primeira vez voltando, Senhora?

Juro que não tinha me acostumado a ser chamada de “Senhora”.

Virei-me e dei de cara com um rapaz, claramente tinha os seus vinte e poucos anos, talvez a minha idade, mas, por outro lado, parecia ter visto muito mais coisas que eu.

— Sim. Primeira vez. – Respondi.

— E tem alguém lá fora? – Ele quis saber e, em um gesto que me surpreendeu, pegou a minha mala e me entregou.

— Creio que sim.

— E a Senhora está com medo do que vai encontrar?

— Também. – Falei. E me vi na obrigação de perguntar. – Quantas vezes você já passou por isso?

— Essa é a minha terceira. E não me olhe assim, me alistei cedo para fugir da faculdade! – Ele riu.

— E bem, o que devo esperar?

— Se você tiver filhos ou alguma criança na família, eu particularmente tenho um irmão bem mais novo, se prepare para o abraço de urso, caso só seu marido esteja te esperando... – Ele deixou implícito o restante e eu senti meu rosto corando. – Posso te garantir que eles não mudaram tanto, fomos nós quem mudamos. – Falou e desceu do avião. – Bom descanso, senhora. – Se despediu com um aceno de cabeça e sumiu no imenso aeroporto.

Desci pela rampa, tentando ver algo através dos grossos vidros do prédio, não vi nada, com uma vã esperança, vasculhei a pista, vamos dizer que tem gente na minha família que conseguiria estar na pista, não tinha ninguém. Assim, segui as pessoas, tentando bloquear o sol do meu rosto, para dezembro, estava estranhamento claro e muito, muito frio e foi quando me dei conta que não era o sol que me cegava, era neve.

Nem Natal era e tudo já estava branco!

Apressei os meus passos e entrei no prédio devidamente aquecido, a medida em que avançava pelo saguão vi os demais marinheiros sendo recebidos por suas famílias, abraços, lágrimas, e a mesma frase sendo repetida milhares de vezes:

Eu senti tanto a sua falta!

Levantei a minha cabeça, estranhando o fato de ainda não ter escutado ninguém me chamando, pensei que, a essa altura, já teria ouvido um “Kells!”, um “Hei, avoada!” ou até mesmo o assobio do meu pai para me chamar no caso de eu ter passado por ele. Mas não ouvi nada e comecei a pensar que algo tinha impedido a minha família de vir me ver. Um caso, talvez. e, claro, a Moranguinho deveria estar em aula, era o meio da tarde!

Foi quando eu vi, parado no fim do corredor, bem perto da porta de saída, de terno e sobretudo.

Henry.

Assim como no dia de nosso casamento, eu quis correr até ele, abraçá-lo, beijá-lo e nunca mais soltá-lo! E foi exatamente o que eu fiz, já que hoje eu podia fazer isso.

Assim que me viu Henry veio na minha direção e, com três passadas dele, eu estava em seus braços.

Não precisamos de palavras, há muito tempo conseguíamos nos entender só com o olhar. E ficamos lá por um bom tempo, até que eu percebi que não tinha mais ninguém.

— Você veio sozinho? – Perguntei olhando para todos os lados do saguão já quase vazio.

— Sim. – Henry me respondeu e pegou minha mochila e minha duffel bag as jogou em seu ombro e saiu me guiando pelas portas.

— Só isso? Achei que todo mundo... – Tentei entender a situação.

— Eles nos deram privacidade, contudo, te garanto, Jenny teve trabalho para convencer a Sophie e, principalmente, o seu pai.

— Ah... – Foi tudo o que consegui dizer.

— Não se preocupe, nos deram a tarde de folga, mas nos convocaram para o jantar.

— Onde? – Já estávamos no carro, indo para a nossa casa.

— No único lugar onde a Diretora pode controlar a todos e o porte de armas.

Comecei a rir.

— Claro, na casa da Jen.

— Eu passaria a chamar de "A Casa dos Shepard-Gibbs"... – Henry deu de ombros e eu levantei minha sobrancelha para ele. – Bem... é lá que sempre vejo o seu pai. Até onde Sophie me contou, parece que a família está morando lá.

— E o barco no porão?

— Para os dias em que ele precisa pensar, ou quando tem um caso difícil.

— A Moranguinho, de novo, falando mais do que devia... – Comentei.

— Não, não é isso, Kelly. Eu que perguntei quando o seu pai não estaria em casa, precisava conversar com a Jenny, e a Sophie respondeu que o pai tá sempre por lá... mas se eu quisesse conversar com a “mamãe” era mais fácil ir no estaleiro...

— E o que você queria conversar com a Jenny? – Perguntei curiosa. Henry só pedia conselhos para a Jenny quando se tratava de mim.

— Isso. – Ele disse simplesmente.

— Isso?? – Não entendi a ideia e ele riu do meu raciocínio lento.

— Você deve estar muito cansada para não ter me entendido, Kelly.

Foi quando eu consegui ligar dois com dois.

— Você fez isso? Você conseguiu convencer a minha família a não vir no aeroporto para que nós dois pudéssemos ficar sozinhos?!

— Conversei com a Jenny. Ela explicou a situação e, bem, seu pai foi parar lá em casa quase querendo a minha cabeça, ainda bem que a Jenny chegou a tempo.

— Fico muito feliz em saber que ele não decepou a sua cabeça, agora, me diga uma coisa, o que você preparou além de manter a minha família afastada por um bom tempo?

Ainda bem que já estávamos na porta de casa, pois se Henry só me contasse, eu jamais teria acreditado!

Já era tarde quando saímos de casa, na verdade, foi Henry quem me disse que, se eu não aparecesse em Georgetown toda a trupe apareceria aqui em casa, assim, relutantemente saí da cama e fui me arrumar, o que levou um tempo, já que fiquei um tanto perdida dentro do meu closet.

— Como você consegue achar alguma coisa aqui dentro? – Gritei para Henry, que, para meu espanto, já estava arrumado.

— Sophie não te deu as dicas?

— Aquela pequena traidora! Claro que não!! Eu não tive todo esse tempo para me acostumar com isso!! Eu nunca tive um closet! Nem tanta roupa! De onde surgiu tanta roupa?? – Parei e olhei em volta. – E sapatos?? Eu não tinha, ou tenho, essa quantidade de sapatos! – Exclamei.

— Bem... você ficou fora por muito tempo e a pestinha da sua irmã não teve muito o que fazer no verão, já que estava...

— De pé quebrado! Eu sei.

Rodei pelo lugar, achando, finalmente, uma roupa confortável, um par de converse e um casaco quentinho, que se dane o que minha irmã caçula fosse pensar.

— Já está pronta?

— Estou.

— Sophie não vai gostar disso. – Henry comentou.

— Quando ela tiver 25 anos, tiver a própria casa, ela que vista o que quiser, mas eu não serei controlada por uma fashionista de 7 anos de idade!

Henry começou a rir.

— Eu acho que a Sophie vai sim controlar o seu guarda-roupas, Kelly. Ou melhor, ela já controla!

— Podemos trocar de assunto, e o senhor, pode fazer o favor de acelerar esse carro antes que todo o NCIS venha atrás de nós? – Pedi assim que entrei no carro.

— Como quiser.

Na verdade, Henry não acelerou nada, e ainda fez questão de passar por toda a Washington, que a essa altura do ano já estava toda enfeitada para o Natal.

Assim que entramos na rua da casa de Jen, ou poderia dizer, da casa da minha família, vi que todos já haviam chegado, e com alegria percebi que pelo menos os carros, não haviam mudado. Henry parou na entrada da garagem de Jen e, antes que eu abrisse a porta do carro, a porta da casa foi aberta, e lá, pulando e com uma carinha não muito boa, estava a minha irmã.

— HENRY!!! VOCÊS TINHAM QUE ESTAR AQUI HÁ UMA HORA!!! NÃO FOI ESSE O TRATO QUE VOCÊ FEZ COM A MAMÃE! – Ela demandou.

— Está ficando mandona, ela! – Comentei.

Descemos do carro e fomos devagar, em direção à porta, a cada passo reduzido e lento que eu dava, Sophie bufava de raiva.

— Isso não é justo!! Papai faça alguma coisa! – Ela falou brava e logo pude ver a sombra do meu pai passando atrás do vidro da porta.

— Sophie! Pare de importunar a sua irmã! – Escutei a voz de Jen.

— Mas mamãe, ela ficou fora por oito meses!! Tem oito meses que eu não vejo a Kells! – Foi a resposta da espoleta ruiva.

Chegamos na porta e minha irmã se lançou ao meu encontro, quase me derrubando do degrau.

— Kells eu senti tanta saudade!! – Falou.

E atrás dela veio Abby que aproveitou o abraço e se enfiou no meio, gritando:

— KELLY QUE BOM QUE VOCÊ VOLTOU INTEIRA!!!

— Gente... eu preciso... eu vou...

— Abbs! Ruiva! Soltem a Kelly ela tem que respirar e vai congelar se ficar do lado de fora. – Veio o comando do meu pai e as duas imediatamente me soltaram e voltaram pulando para dentro da casa, já que estavam descalças.

Entrei na casa e a primeira coisa que fiz foi abraçar o meu pai. E eu só percebi a falta que esse abraço me fez ali, quando papai me abraçou apertado.

Ao fundo, pude ouvir minha irmã reclamando com Henry:

— Você está atrasado como sempre e isso é injusto! Kells é a minha irmã.

— A culpa do atraso não é minha. – Ele respondeu. – É sua!

Nesse momento escutei Sophie engasgar e me virei bem a tempo de vê-la dar um pulo para trás.

— Minha?! Como minha? – Ela perguntou com as mãos na cintura e um olhar mortal no rosto.

— Se você não tivesse enchido o closet dela de roupas, Kelly não levaria uma hora meia para encontrar as roupas que ela queria.

Meu pai gargalhou, concordando com Henry pela primeira vez.

— Não é culpa minha! – Ela protestou. – E, pelo visto, nem com toda roupa do mundo para ela, ela vai se vestir bem... – Disse com um muxoxo, depois acrescentou. – Tony!! Faz alguma coisa! Estão me culpando de algo que não fiz! – Reclamou mais alto e foi atrás de DiNozzo.

Sophie foi saindo e Jenny chegando.

— Pelo amor de Deus, fechem essa porta! – Ela disse e veio me abraçar. – Seja bem vinda de volta, Kelly! – Me saudou.

Abracei a minha mãe e agradeci o arranjo que ela tinha feito.

— Sei que devem ter te dado trabalho. – Brinquei e apontei para papai e na direção para onde Sophie tinha sumido.

— Já está tudo controlado. Ou quase. – Completou assim que escutamos Sophie contar a sua versão do que tinha acabado de acontecer para Tony.

— Ela tem um novo preferido? – Perguntei enciumada.

— Pode-se dizer que sim. – Papai respondeu.

Fui entrando com eles até a sala, onde o restante do pessoal estava. Recebi os abraços de boas-vindas e, ainda bem, ninguém quis saber como foi lá, só me perguntaram se eu estava bem.

— Eu vou ficar. Quando eu conseguir descansar. – Falei. – Mas antes disso, preciso fazer uma coisinha... – Olhei para um certo quinteto.

— Deu ruim! – Abbs falou.

Sophie me encarou certa de que venceria uma guerra comigo e soltou.

— Resolver o que?

A cara da garota nem queimou!

— Eu já sei o que vou fazer com vocês. – Apontei para Abby, Tim, Ziva, Tony e... – Pode sair de trás da Noemi, você também vai receber o que merece!

— Eu não. Larga de ser exagerada! Aliás, nem eu, nem ninguém!

Todos vocês vão enfeitar a minha casa.

Ziva arregalou os olhos, Tony fez uma careta, Tim me olhou desconfiado, só Abby quem começou a pular.

— Para o Natal? – Ela perguntou feliz.

— Mas é claro! Já que vocês adoraram jogar papel higiênico na casa inteira, agora vão poder enfeitá-la de verdade! E amanhã!

— E você já comprou os enfeites?

— Não, Abbs, vou comprar amanhã. Se alguém quiser me ajudar. – Olhei para Sophie, que me ignorou completamente.

— Ela não vai, mas eu vou! – Abby falou. – E pode deixar que arrasto ela também. – Apontou para a minha irmã que me olhava com uma cara não muito boa.

— Que foi, Ruiva? – Papai estava tentando entender o humor da caçula.

— Kelly nem voltou e já quer que eu acorde cedo em pleno sábado para sair e comprar decoração de Natal, e depois vai me mandar enfeitar a casa dela? Não! Isso é exploração do trabalho infantil! – Clamou.

— Exploração do que? – Perguntamos juntos.

— Do trabalho infantil. Olha o que você quer fazer comigo??

Papai e Jen passaram a mão no rosto e começaram a encarar a filha mais nova, Ducky soltou uma risada, sendo acompanhado pelo restante do pessoal, Sophie, que não gostou nada disso, saiu murmurando algo em um idioma que não reconheci e foi chamar por Noemi.

— Não pense que você vai ficar livre do castigo, Moranguinho, pois agora você tem um motivo para enfeitar a minha casa.

E a resposta que recebi?

— No Halloween foi muito mais engraçado... mas você tinha que dar um ataque de pelanca!!

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Com ou sem ataque de pelanca, no sábado cedo eu voltei à casa de Jen para pegar Sophie e arrastá-la comigo para comprar os enfeites e colocá-los na minha casa. Ela, claro, não gostou nadinha e reclamou que além de muito cedo, estava frio demais.

Deixei que reclamasse e parei o carro na loja que queria, Abby já estava lá, acenando euforicamente, com um CAF-POW! extra grande na mão.

Quatro horas depois voltávamos para a minha casa e lá já estavam o restante do pessoal, menos o meu pai e Jen. Até Jimmy tinha aparecido usando um suéter natalino muito estranho que disse ser um presente de Breena.

Dividi as tarefas, claro mandei Tony e Sophie para o lado de fora, porque sabia que a ideia tinha partido de um dos dois, Henry, Tim e Jimmy foram para lá também e Abby, Ziva e eu ficamos por conta de montar a árvore.

 - Isso é injusto. A gente não merece ficar aqui passando frio enquanto a Kelly tá lá dentro! – Ouvi Sophie reclamar.

— Olha, Mascote, quanto mais cedo terminarmos aqui, mais cedo entraremos para podermos tomar chocolate quente, então, acelera aí. – Jimmy falou para ela.

— Tá bem, Jimmy, mas só porque você é fofo! – Ela falou.

— E eu?! – Tony reclamou de algum lugar.

— Também é! E você também, Timmy! Só o Henry que não é.

Ziva, do meu lado, começou a rir.

Nós três íamos fofocando dentro da casa enquanto ouvíamos o pessoal do lado de fora. Ora era Tim quem reclamava do frio, Jimmy quase levou um escorregão, mas, claro, Tony tinha que ser o mais dramático e soltou um berro quando uma luzinha quebrada cortou o dedo dele.

— Exagerado! – Ziva murmurou do meu lado.

— Mas é o seu exagerado preferido! – Cutuquei e Abby gargalhou do meu lado.

— O que eu posso fazer, nossos papeis são invertidos, ele é a donzela em perigo e eu sou o cavaleiro em uma armadura brilhante! – Ela falou com um sorriso.

— Só vocês dois mesmo! – Falei e escutamos Sophie acalmando o choro de Tony, com a seguinte frase:

— Mas Tony, nem tá saindo sangue! Para de frescura! Tá pior que o Henry.

Isso porque o meu marido estava calado desde o momento que a minha irmã o chamou de X-9. Essa briga lá fora ia longe!

 Logicamente terminamos primeiro e saímos para ajudar os desastrados.

Quase tudo estava no lugar lá fora, só faltava as luzes do telhado. E quem ali gostava de subir no telhado?

— Hei, Moranguinho, você sobe no telhado para ajudar o Henry. – Mandei.

Ela se virou na minha direção, ficando de costas para a casa e de frente para a rua.

— Não. Eu não vou subir no telhado. Na última vez eu caí e quebrei o pé!

— Sophie, você não vai subir sozinha. O Henry vai estar lá em cima. – Falei e dei um passo na direção dela que recuou um.

— Eu prometi para o papai e para a mamãe que não ia mais subir no telhado. Além dessa promessa, cair de lá dói e eu não quero perder o balé de primavera! – Ela se explicou.

— Você não vai cair, além de ser a mais leve aqui, ainda tem o Henry lá em cima que vai cuidar de você!

— Não. – Ela bateu o pé.

— Sophie, coopera comigo!

Minha irmã me encarou.

— Tá, mas se o papai ou a mamãe chegar, eu vou falar que foi você quem mandou!

E lá foi ela escalar a árvore para chegar até onde Henry estava, depois, com um pulo elegante, chegou até o telhado.

— Não sei se isso foi uma boa ideia.... – Ziva comentou.

— Foi uma péssima ideia... Se o Chefe chegar do nada... – Tim falou.

E nós ficamos observando Henry e Sophie ajeitando as luzes no telhado, até que escutei.

— Com quem eu brigo primeiro? Com você, Kelly ou com aquele Mico Leão Ruivo que está pendurado no telhado?

— Ah... Oi Jenny! – Me virei na direção da voz e encarei os dois que estavam parados observando minha irmã ir e vir no telhado com as luzinhas.

— A Sophie é corajosa... e já tá acabando, né Henry? – Gritei a segunda parte e meu marido só confirmou.

— Só falta a ponta do telhado. – Me respondeu sem nem olhar para baixo, então ele não sabia o que estava acontecendo ali.

Papai me encarou. De verdade. E eu gelei até os ossos.

— Ela vai ficar bem... subiu com toda segurança, pela escada.

Ele não acreditou. Sempre soube quando eu estou mentindo.

— Sophie desce daí! – Gritei.

E o que a minha irmã fez?

Correu pelo telhado, escorregou na lateral, pulou no galho que ficava mais perto da casa e, foi pulando de galho em galho até chegar ao chão.

— Por que descer pela escada quando descer assim é muito mais.... – E ela parou e viu a cara dos pais. – A Kells me obrigou!! – Foi logo soltando e apontando para a minha direção. – Eu disse pra ela que tinha prometido para vocês que eu nunca mais subiria em um telhado. – Se defendeu.

É, nossas festas seriam animadas, se antes mesmo do feriado começar, já estávamos nos encrencando...

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 Nosso Natal foi na casa de Kelly. Ela fez questão. E, bem, Henry também, o único problema, a família dele também estava lá.

Como Kelly havia insistido muito e, também, queria fazer a verdadeira inauguração da casa, agora que todos os móveis e decorações já tinham chegado e ela tinha tido tempo de fazer os últimos ajustes, ninguém se importou em dividir algumas horas com uma parte da família Sanders.

Claire, como sempre, ficou mais do nosso lado do que ao lado da própria família, e, estava tentando convencer Sophie a ser a florista no casamento dela.

Sophie olhou desesperada para o pai assim que Claire saiu.

— Não é que eu não goste da Claire, eu amo a Claire, mas a mãe dela – ela sussurrou essa parte – vai tá lá, vai dar pitaco em tudo... e eu não gosto da sogra da Kells. – Disse.

— Mas você vai ter que ir, Claire te chamou e fica feio dizer não. – Jethro falou não muito feliz.

— O que a gente não faz pela família... – Sophie murmurou e escondeu o rosto no ombro do pai.

Depois dessa, o restante da noite foi tranquilo, Caroline correu atrás de Sophie por um tempo, tentando descobrir qual era cor favorita dela ou qual era a flor que ela mais gostava. E toda santa vez que minha Miniatura se via perseguida pela Sra. Sanders, ela dava um jeito de se esgueirar ou para trás do pai – já que Caroline jamais falaria muita besteira perto de Jethro; - ou para perto de Ziva, que não era lá uma pessoa muito bem quista pela esposa do senador. Tirando isso, definitivamente Kelly e Henry souberam dar uma ótima festa de Natal.

Na hora de entregar os presentes, sendo Sophie a única criança, ela chegou perto de Tony e muito baixinho perguntou:

— Tony... se o Papai Noel mora na Finlândia e roda o mundo durante a noite, como ele já passou por aqui, sendo que ele não passou lá em casa?

Tony encarou a minha filha, depois olhou desesperado para qualquer outro adulto pedindo por ajuda. Não achou nenhuma boa alma para socorrê-lo.

— Bem, veja Peste Ruiva, ele tem ajudantes no mundo inteiro. - Começou um tanto incerto.

— Tipo a Abbs?

— É.

— A Abbs é uma ajudante do Papai Noel? – Sophie arregalou os olhos e faltou pouco ter um de seus famosos trecos e queria sair correndo a todo custo para procurar a gótica saltitante, mas Tony a impediu. Ao meu lado, Jethro ria da encrenca que o Agente Sênior tinha se metido e agora tentava se tirar.

— Ela já foi.

Sophie tombou a cabeça e encarou Tony.

— Todo ano muda os ajudantes, porque é um serviço que cansa muito.

— Ah... – Minha filha ouvia a história encantada, e eu tenho certeza, pensava quem era o ajudante ali na sala. – Mas o ajudante tem que estar aqui! Porque os presentes não estavam aqui quando chegamos.

— Bem... sim... basicamente é um em cada família, dependendo do tamanho da família é claro.

Sophie encarou cada um dos presentes, seus olhos parando no pai, em Ducky e Jimmy.

— Quem será que é?

Tony coçou a cabeça, desesperado para sair dessa.

— De quem é essa casa?

— Da Kells e do Henry.

Tony deu um peteleco no nariz dela.

— A KELLS?!

— Eu te disse que todo ano muda!

— Eu vou lá conversar com ela! – Sophie ia saindo correndo e DiNozzo, desesperado, puxou a minha filha pelo laço do vestido para que ela ficasse onde estava.

— Não pode. É um trabalho sigiloso. Kelly foi escolhida esse ano, no próximo pode ser qualquer um.

— Como eu me candidato para ser ajudante do Papai Noel? – Sophie perguntou. Tony estava perdido. Eu tentava controlar a risada e Jethro, ao meu lado, teve que sair de perto para que a farsa da existência do Papai Noel e seus ajudantes não fosse descoberta. Já Jack ouvia tudo, encantando com o raciocínio rápido da neta.

— Só depois da faculdade.

— Tem que ser formado para ser ajudante do Papai Noel?

— Tem que ser maior, saber dirigir e, ser uma boa pessoa.

— Ah! – Sophie acreditou na história e ficou feliz em saber que a irmã era uma boa pessoa, por isso ela foi escolhida para ser a Ajudante do Papai Noel.

Quando a minha filha se conformou com a história e ficou quietinha sentada perto dele, DiNozzo respirou fundo e aliviado de que, pelo menos nessa noite, não foi ele quem contou a Sophie que o Papai Noel não existia.

O problema era, mais cedo ou mais tarde, eu teria que contar, afinal, Sophie iria fazer oito anos em 2008. Já estava chegando a hora de ela saber a verdade, o problema, como eu ia contar? Na verdade, acho que vou lançar essa bomba para Jethro, ele que se vire e conte para a filha mais nova que a Fada do Dente, o Coelhinho da Páscoa e o Papai Noel não existiam de verdade!

Depois de Sophie ter colocado DiNozzo na maior saia justa que ele já se viu, foi a hora da entrega dos presentes, e parecia que Jethro tinha conversado com Kelly sobre a aparição súbita dos embrulhos e Kelly fez um pequeno discurso que o Papai Noel tinha passado mais cedo por ali. Ninguém falou nada e o casal entregou os presentes.

Pouco antes de irmos, Kelly avisou que passaria em nossa casa cedo, pois tinha sido convocada pelo avô de Henry para almoçar com a família e mais alguns políticos e, pediu uma ajudinha com a roupa que iria usar, coisa que Sophie ficou muito feliz em fazer.

A manhã de Natal foi a mesma história de sempre. Esse era o único dia do ano em que Sophie se levantava cedo sem que ninguém precisasse acordá-la, e, às seis da manhã, ela já estava gritando animada no andar de baixo ao ver a árvore ainda acessa e repleta de presentes.

— Sua filha já acordou. – Jethro murmurou.

— Ela é a sua filha hoje. Feliz Natal! – Retruquei e virei para o outro lado.

E ainda era possível ouvi-la pulando e tentando descobrir de quem era cada embrulho.

— Jen...

— Jethro... eu já cuidei de seis natais. Sua vez. – Tampei a cabeça e deixei que Sophie fizesse o barulho que quisesse.

— Esse pode ser o último Natal em que ela está acreditando no Papai Noel. – Jethro se virou na cama de maneira que ficou encarando a teto.

— Aliás, essa vai ser a sua tarefa. Você vai contar a verdade para ela. Eu me recuso a ficar com a fama de mentirosa.

Eu podia sentir o olhar dele nas minhas costas.

— E pare de me olhar assim. Você já fez isso com Kelly, faça de novo com.... – tive que parar porque alguém literalmente entrou como um foguete dentro do quarto e aterrissou na nossa cama com um pulo.

— MAMÃE! PAPAI! MAMÃE! PAPAI! BOM DIA!!!!! FELIZ NATAL! – Aquela ruiva descabela e completamente animada falava sem parar e dava pulos ao mesmo tempo em nossa cama. – A ÁRVORE ESTÁ CHEIA DE PRESENTES!!!!

— É mesmo filha? – Jethro entrou na conversa. – Quantos tem lá?

— Um monte! – Ela abriu os braços para explicar a quantidade e depois de fazer isso, mergulhou em direção ao pai, que só pode grunhir. – Te machuquei, papai? – Ela perguntou preocupada.

— Não, Ruiva. Você só está ficando pesada. – Ele tentou disfarçar.

— Filha, - Chamei-a. – Não se esqueça que seu pai está ficando velho! – Brinquei.

Mas é claro que ela viria em defesa de Jethro.

— Só porque o cabelo dele tá ficando branco, não significa que ele tá ficando velho!! Pare com isso, mamãe. A Kells já está implicando com ele, nós temos que defendê-lo!

— Temos?! Nós?! – Apoie-me em um braço para vê-la melhor e aproveitei para tentar controlar a cabeleira ruiva dela.

Jethro, me encarou como se fosse o pai mais orgulhoso da cria que tinha.

— Claro que sim, oras! Kelly agora defende o Henry, que, eu particularmente acho que não foi uma boa troca, mas a Kells nunca bateu bem da cabeça, assim, só ficamos nós duas para defender o papai. – Ela disse convicta e Jethro deu um beijo na testa dela.

E eu juro, juro que quase soltei que um dia ela ia fazer igual a Kelly, mas achei que no dia de Natal não era um bom dia para se levantar essa questão.

— Se você está dizendo, Sophie. Agora, por favor, vamos dormir só mais um pouquinho. Está muito cedo e frio.

— Mas e os presentes? – Ela ficou de pé na cama e eu vi Jethro se afastando alguns centímetros, tudo para não ser o campo de pouso da filha.

— Ainda estarão lá quando acordarmos. Agora, - Puxei a perna dela e Sophie desabou na cama. – Vamos dormir um pouquinho!

Minha filha ficou ajoelhada me encarando, como se eu fosse o Grinch e tivesse roubado o Natal. Depois deu de ombros, pulou para perto dos travesseiros e se enfiou debaixo das cobertas entre mim e Jethro.

— Tudo bem, mas só um pouquinho. Eu tô curiosa com o que está debaixo da árvore. – Se ajeitou, usando o pai de travesseiro e fechou os olhos.

— Cinco minutos. É o que eu dou para ela começar a falar. – Ele falou vendo como a respiração da filha começava a acalmar.

— Ela não vai falar agora, mas roncar vai... ainda mais nessa posição. – Apostei. – Quem ganhar faz o café?

— Conta a verdade para ela depois do ano-novo.

E foi dito e feito, com dez minutos Sophie começou a roncar.

— Perdeu a aposta, Jethro. – Foi a minha vez de me ajeitar e voltar a dormir.

Acordamos quase na hora do almoço, e sem culpa alguma, era feriado no fim das contas e estávamos por nossa conta mesmo.

Antes de qualquer coisa, abrimos os presentes. E Sophie não sabia de qual gostava mais, já que cada membro da equipe tinha deixado o presente deles lá em casa. Ela ficou tão empolgada com alguns – principalmente com o par de patins que Ziva tinha dado – que não sabia a quem agradeceria primeiro.

— Você tem tempo, tenho certeza de que amanhã ou depois, eles vão passar aqui para saber se os pedidos deles ao Papai Noel chegaram direitinho. – Falei com ela.

— Eu sei que vão... – Ela olhava para a caixa de DVD’s – presente de Tony – repleta com os lançamentos próprios para a idade dela, que tiveram no ano. – Olha essa boneca!! Ela é linda! O Jimbo vai ganhar um abração quando eu o encontrar. – Falou abraçando a boneca.

Jethro olhava para cada um daqueles presentes, certo de que a equipe mimava demais a filha.

Um pouco depois Kelly passou para desejar um Feliz Natal e conferir se tudo estava certo, dessa vez, Sophie aprovou a escolha de roupa da irmã, na verdade, as duas já tinham, previamente, escolhido na noite anterior, e Kelly só veio para fazer hora, já que preferia ficar por aqui do que suportar a cunhada mais nova.

Quem gostou do arranjo foi Jack que aproveitou e muito a companhia das netas que ele não via há um tempo, já que se recusava a deixar a loja em Stillwater por muito tempo.

Em resumo, foi um bom Natal.

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A semana entre o Natal e o Ano-Novo passou voando, muito mais rápido do que deveria e mal deu tempo de aproveitar a Jibblet. Tudo bem, que fomos patinar no gelo, Ducky a levou para ver “O Quebra-Nozes”, depois fomos para o Parque Anacóstia para uma guerra de bola de neve, mais ou menos uma revanche do que tinha acontecido há dois anos, e dessa vez a vitória foi das garotas! SIM! Nem me pergunte como Jenny, Ziva e Kelly conseguiram bolar um plano para tirá-lo da guerra já nos primeiros minutos, mas elas conseguiram esse feito e, sem o Raposa Prateada na jogada, foi fácil de derrubar o restante.

Era girl power puro para finalizar o ano!

E o último dia do ano chegou, eu, particularmente estava animada para 2008, e para essa noite em especial.

Depois de muito insistir, de muito pedir, de falar na cabeça do Casal 20 do NCIS por quase três dias inteiros – e eu tenho fôlego para isso! – conseguimos convencê-los de que a Jibblet tinha o direito de ver a virada do ano na rua. Foram horas de persuasão e promessas que não seriam cumpridas, mas nós fizemos tudo isso, para no fim, Gibbs e Jenny concordarem em irem para Nova York.

Kelly quase infartou quando o pai concordou, eu quase infartei junto. Ziva não entendeu muito bem o motivo, já Tony... ele gostou da ideia.

E lá fomos nós para NY em pleno inverno, para um evento muito específico. A vidada de ano na Times Square.

O frio estava de rachar, a rua e as esquinas lotadas, para ser sincera, não era um local muito seguro para a Diretora do NCIS estar, mas ninguém ligou, estávamos animados para ver a mais famosa festa do país nesta noite. Todos os olhos voltados para o alto, esperando a contagem regressiva acabar e a grande bola despencar.

Sophie estava nos ombros de Tony e batia as mãos na cabeça dele, no ritmo da música que tocava.

— Hei, Peste Ruiva, quer que eu tenha dor de cabeça antes da virada?

— Não, Tony... Só quero saber se falta muito. Minhas mãos estão congelando!

— Mas minha cabeça não é tambor! Onde estão suas luvas??

— Aqui! – Ela tirou as luvas do bolso e bateu na testa dele com elas.

— Então as coloque que vão esquentar as suas mãos!

Ela fez isso, mas mesmo assim não ficou quieta.

— Falta muito?

— Mais uns trinta minutos. – Ziva respondeu.

— E a gente tem que ficar aqui, senão perde o lugar?

— Sim. – Kelly falou, ela era a única realmente animada ali.

— O réveillon em Londres é mais legal... a gente pode ficar na London Eye! – Sophie falou desanimada e apoiou o queixo no alto da cabeça de Tony, cobrindo as orelhas dele com suas mãos enluvadas.

E ela ficou quietinha e calada, mesmo que Kelly tenha aparecido com um par de óculos em que os dois zeros de 2008 fossem as lentes e um arquinho com o dizer “Happy New Year!” Claro que eu tirei foto dela com esses acessórios, e a Jibblet, como gosta de uma bagunça, colocou o bendito do arquinho na cabeça de Tony, que fez uma pose toda engraçada quando tirei a foto, depois foi um custo para colocar os óculos em Tim, mas conseguimos, no final das contas quase todo mundo acabou comprando ou o arquinho (que tinha a opção de cartola também) ou os óculos, ou os dois e faltando menos de dez minutos para a virada, estávamos brincando de tirar fotos de todos. Até mesmo Ziva, que é mais contida, estava alegre e dançando.

O sinal de que faltava cinco minutos para acabar 2007 soou. E nos ajeitamos para ver o que acontecia.

A Torre de onde a famosa bola despencaria se iluminou e a expectativa ficou ainda maior.

E mais rápido do que eu poderia respirar, o relógio marcou 23:59:00 e a bola começou a cair.

Nos sessenta segundos que ela leva caindo, todos contamos de forma regressiva, até que quando chegou no dez, todos começamos a gritar animados.

Até que ela chegou no fim e era 00:00:00 de 2008.

 - FELIZ ANO NOVO!!! – Eram os gritos que escutávamos.

A nossa família começou a se abraçar, desejando que 2008 fosse o melhor dos anos. A essa altura, Tony pulava com Sophie nos braços, ela, não sei como, achou alguns balões e começou a jogá-los para o ar. Na verdade, o céu da rua estava tomado de bolas e balões e as pessoas davam tapas neles enquanto pulavam e abraçavam seus entes queridos.

Eu, particularmente, tinha certeza de que 2008 seria o ano! E Abigail Sciuto jamais errava uma premonição!


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Notas finais do capítulo

A cena da escolha de roupa de Kelly e a careta de Sophie foi devidamente inspirada em Bella e Alice, no livro Amanhecer. Aliás, o lado fashionista da Sophie é inspirado livremente na Alice... uma personagem que amo de paixão.
Pobre Tony... Sophie vive colocando o italiano nas maiores saias justas... e nem Jenny ou Gibbs foram socorrer o menino...
Espero que tenham gostado!!
Muito obrigada por lerem!
Até terça feira!



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