Não Tão Estranha Assim escrita por Débora SSilva


Capítulo 5
Capítulo 4 - Café da manhã surpreendente




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Capítulo 4
Café da manhã surpreendente
Blair Montello

Sinto uma coceira louca no nariz, tento levantar meu braço direito para coçá-lo, mas sou impedida pelo peso que o mantem no colchão. Abro os olhos e me deparo com a cabeça de Sun Hee próximo da minha, e seu corpo jogado por cima de meu braço.

— Uma coisa que eu não consegui te ensinar nesses dois anos foi definir espaço pessoal! — a empurro para o lado, e ela nem se digna a acordar.

Minha cachorrinha balança as patas no ar e esconde seu focinho de baixo do meu travesseiro, voltando a ficar relaxada e me causando uma risada. Me levanto devagar e sinto um calafrio. O ar-condicionado deve estar no máximo me fazendo ter um frio momentâneo. Caminho até o pequeno sofá acoplado na parede, onde me sento afastando as cortinas e abrindo a janela e o sol quente de agosto cobre meu rosto e me faz lembrar que não o amo e prefiro o frio de meu ar-condicionado.

Mas a luz forte me faz refletir e recolher meus joelhos para meu peito, os abraçando. O garoto de ontem. Rio baixo como se estivesse me escondendo de alguém, mas resolvo que já o apelidei mentalmente, Lindão. Os olhos dele são realmente um espetáculo e as mãos. Desvio a vista para minha mão que usei para cumprimenta-lo e a sensação de que sua mão engoliu a minha em seu calor é engraçada. Dessa vez gargalho e termino chamando a atenção de Sun Hee.

É extremamente irônico estar pensando em um cara que invadiu minha casa e logo depois fica preso em meus pensamentos pela manhã. Com seu olhar que me deixa desconfortável e perdida em risadas bobas. Sacudo a cabeça e volto a fechar a janela, caminho até o banheiro e vou para um banho matinal na Linda.

***

Ao sair do banheiro, vestindo uma grande blusa e um short que não prestei muita atenção ao vesti-los, desço as escadas com meu celular na mão e Sun Hee em meu encalço. Limpo o local que chamamos de “banheiro especial da Sun Hee”, troco sua água por uma fresca e coloco sua ração no pote vermelho ao chão na cozinha. Ela se alegra, mexendo seu longo rabo e comendo loucamente.

— É, eu também tô morta de fome! — reclamo, me sentando em uma das cadeiras a mesa e me preparando para conseguir comida de forma rápida e gratuita!

Escrevo o nome de Amélia na agenda telefônica que logo aparece com seu rosto sorridente dos olhos aos dentes a mostra. Escuto o telefone discar pelo menos duas vezes quando minha amiga finalmente atende.

— Eu espero, com muito carinho, que seja algo muito importante para você me acordar de madrugada, Blair! — Amélia sussurra com sua voz sonolenta e, lá no fundo, sinto medo.

— Bom dia, minha linda e glamorosa amiga — exclamo bem alto, o que me faz imaginar que ela tenha afastado o celular do ouvido. — Eu estou ótima, para sua humilde informação. Muito obrigada por perguntar!

— Claro, de nada! — ela informa, parecendo dar uma forte expirada no ar. — Manda, diz, cospe, fala logo!

Termino rindo enquanto acaricio o focinho de Sun Hee. Sempre imagino Amélia sendo muito bem banhada na lagoa do mau humor após ter sido acordada de seu sono. Ela simplesmente não consegue ser uma boa pessoa quando acaba de acordar. Há menos que esteja na casa de outra pessoa, então ela termina sendo a Barbie da vida.

— Er, tô precisando desabafar umas coisas aí — reflito ao falar.

— É, isso é interessante — ela diz e escuto um longo bocejo e o farfalhar de tecido, provavelmente seus lençóis —, mas não o suficiente para me fazer levantar da cama. — ela admite e eu choramingo, tentando convencê-la, e parece funcionar. — Espera aí, você choramingou, de verdade?

— Talvez — falo com um bufo e ela grita.

— Deve ser algo empolgante mesmo, tá, eu tô indo. — Amélia diz e eu começo a escutar o farfalhar de tecidos e outros barulhos como uma descarga.

— Eca, você me levou pro banheiro? — faço o som de vomito com minha garganta, botando dramaticamente a língua para fora da boca, fazendo minha cadelinha virar a cabeça para mim.

— Detalhe, eu dei descarga nos meus excrementos com você na linha — ela deixa claro, me causando uma careta e novamente o som de vomito.

— Tudo bem, sua porca, vou telefonar para Carter!

— Tá louca?! — ela volta a gritar em meu ouvido com a voz abafada e meio atrapalhada. — Eu tô só escovando os dentes pra não chegar aí bafuda, vou tomar banho na sua banheira poderosa! Telefonamos para ele quando eu estiver divando na passarela.

 — Bem modelo! — sorrio, mas termino por concordar. — Só vem, tá bom?!

— Tô até sentindo uma nota de desesperado na sua voz — ela diz e escuto um som de cuspe, reviro os olhos. — Hum, isso tá ficando tão interessante. Aliás, você vai fazer meu café da manhã!

— Então você traz o pão, modelinho.

— Abusada — minha amiga bufa antes de desligar a ligação.

Não é nada comum comermos pão no café da manhã. Na verdade é uma tradição brasileira, e por Amélia Keent ser descendente direta do fundador da cidade, sua família manteve viva algumas das tradições que sua antepassada trouxe para Mount Alba. Os Keent tem uma padaria no centro da cidade e se tornou um grande vício comer os pãezinhos frescos pela manhã e nada como ter uma amiga que possa trazê-los para mim.

Mas, para falar a verdade, Amélia é uma das poucas pessoas que confio nessa cidade. Logo ao me estabelecer por aqui Jake começou seus estúpidos boatos e Amélia, por acaso, fora uma das que, simplesmente, revirou os olhos para tudo e me lançou um sorriso no primeiro dia de aula. Não foi muito difícil virarmos amigas. Quando a loira de cabelo curto, inesperadamente, tão alta quanto eu não esta com sono é uma ótima confidente, leal, gentil e, extremamente, sorridente.

Me levanto com Sun Hee em meu encalço. Vou até a geladeira e começo a retirar ingredientes para o café da manhã começar a ser preparado. Pego o suficiente para uma multidão já que estou prestes a chamar Carter para minha casa e, provavelmente, ele virá com sua irmã mais nova para a visita, o que me traz um sorriso ao rosto. Faz tempo que não vejo Lily e será bem legal poder diverti-la um pouco.

Não demora muito para que a campainha soe e eu e Sun Hee corramos até a porta. Assim que abro, um vulto de boné e toda de preto corre andar acima me jogando um saco de papel quente, e como minha cachorrinha corre atrás dela animada, não preciso realmente pensar muito para saber que se trata de minha amiga. E talvez o cheiro de pão que emana do saco a denunciei também.

— Só espero que você não se afogue na própria sujeira — grito da escada e só escuto Sun Hee latir animada. Então resolvo avisá-la — Tem sais de banho na prateleira de cima.

Volto para a cozinha com os pães. Termino fritando ovos e bacon, derreto queijo e deixo tudo em um grande prato à mesa. Sun Hee desce as escadas e me acompanha ao pegar mais alguns pratos e talheres. Por último pego quatro xícaras no armário e as encho com algumas colheres de chocolate, depois deixo uma panela com leite ao fogo. É quando escuto os passos de Amélia descendo pela escada e vindo até a cozinha.

— Achei que iria boiar um pouco mais — digo quando olho sobre o ombro e vejo minha amiga alcançando uma das cadeiras e se sentando com um suspiro.

— Não vou mentir — ela exclama chamando Sun Hee para perto e acariciando sua cabeça —, passou mesmo pela minha cabeça boiar mais um pouco, mas fiquei com medo de me afogar e, na minha própria sujeira, seria muita sacanagem. Já me imaginei naquele programa do tipo de formas idiotas de morrer, Deus, que triste!

— Seria uma morte vergonhosa! — admito com um sorriso e me viro para desligar o fogo e tirar a panela do lugar, a levando até a mesa e derramando o leite nas xícaras.

— Mas, então — ela começa, sorrateira, já com seu sorriso nos lábios e os olhos verdes atentos vidrados em mim, ela apoia o cotovelo na mesa e o queixo na mão. — sobre o que vamos falar?

— Que tal chamarmos o Carter antes, hein?! — sugiro quando termino de mexer o chocolate de cada xícara e deixá-lo pronto.

 — Tudo bem — ela concorda e pega o celular no bolso da bermuda jeans que veste. Ela tecla algumas coisas e deixa o celular na mesa no viva voz, me sento ao seu lado e então presto atenção ao que está escrito enquanto a linha disca para Carter.

— Melhor namorado do mundo — leio na discrição e Amélia me empurra —, jura, Amélia?!

— Calada! — ela diz rindo e envolvendo o próprio rosto com as mãos.

Carter, com o tempo, se transformou em um grande amigo, porém antes disso foi um dos idiotas que acompanhava Jake em tudo, como um cachorrinho de estimação. Ele foi um dos primeiros a invadir meu quarto quando me mudei. E a verdade é que ele terminou por rolar escada a baixo depois que lhe dei um chute. Eu não podia fazer nada se quando vi um garoto no meu quarto reagi da melhor forma que pude.

Ele ficou furioso, mas não reagiu, apenas foi embora. Mas depois continuamos nos esbarrando por todo lado. Não apenas na escola como na rua, mercado ou em qualquer outro lugar. Então fui eu que tentei conversar com ele e, de repente, soube do derramamento da fúria de Carter sobre Jake. Eu ri. Bastante, aliás. Então começamos a andar juntos e o garoto que um dia eu achei ser um babaca não passava de um adolescente perdido nos próprios pensamentos que apenas estava acompanhando a onda do mar que o colocaram.

E, por mais estranho que pareça, com um pouco de sorrisos, meus e de Amélia, que já era minha amiga na época, ele viu que poderia ir contra as ondas, mesmo que em certos dias fossem mais difíceis que os outros. Mas boias existem para isso, certo?! Para nos manter na superfície.

— Eu quero dormir — é o sussurro que escutamos quando Carter finalmente atende. — Eu...eu...

— O que tá acontecendo, Carter? — grito batendo no tampo da mesa e ele suspira.

— Não tenho forças para respirar — ele desabafa, Amélia ri e eu bufo.

— Bom dia! — Amélia diz em sua forma entusiasmada. — Estou na casa da Blair, ela quer contar alguma coisa e tá fazendo o maior mistérios.

— Ela tá morrendo e vai deixar tudo que tem pra gente? — ele pergunta em um tom sério e eu explodo em risada enquanto Amélia sussurra um "quem me dera" perto do telefone e ganhando um tapa vindo de mim.

— Eu fiz o café da manhã, se isso ajuda — falo me ajeitando na cadeira e ele solta um gritinho animado.

— Sempre ajuda, gata — ele avisa parecendo pensar um pouco. — Chego aí em uns cinco minutos.

— Mas da sua casa pra cá leva pelo menos uns vinte — digo assombrada, no momento eu não estava conseguindo imaginar Carter correndo, apenas se arrastando.

— Querida, depois que adquirimos uma coisa chamada carteira de motorista e outra chamada carro, jamais andarei novamente — Carter diz em um tom novamente sério, como se estivesse filosofando.

— E viva o sedentarismo! — Amélia grita erguendo os braços.

— Minha garota — ele concorda e Amélia faz um biquinho com os lábios e eu reviro os olhos. — Vejo vocês em um instante!

— Tudo bem! — Concordamos e ele desliga a ligação.

Olho para a Amélia que ainda está com o biquinho formado nos lábios finos e reviro os olhos.

— Para com isso — aponto para ela —, agora!

Faz exatamente um ano e dois meses, como Amélia ama me lembrar, que ela e Carter namoram. Os dois se conheceram através de mim e, bom, é claro que eu apoiei o namoro deles. Eles foram, praticamente, feitos um para o outro. São o casal de capa de revista, que sorri em frente às câmeras e lança olhares apaixonados de um para o outro. E Carter precisava disso, de alguém que o amasse e que sorrisse para ele nos momentos bons e, mais ainda, nos ruins.

— Isso foi a campainha? — Amélia questiona e eu volto a prestar atenção ao meu redor.

— Ele fez mesmo o caminho em cinco minutos? — pergunto me apoiando na mesa para conseguir enxergar o corredor por onde Amélia e Sun Hee seguiram para abrir a porta.

— Ele é determinado — Amélia exclama no meio de uma risada.

Ao abrir a porta, Carter se apoia em seus ombros enquanto lhe dá um beijo e acaricia o focinho de Sun Hee que joga as patas dianteiras nele.

— As garotas me amam! — ele grita em um bocejo.

— Só que não, baby — falo e ele sorri para mim.

Quando alcançam a cozinha, Carter estala os dedos em minha direção e acena.

— Hey, gata — ele dessa vez desce o dedo em direção a minha blusa e eu olho para baixo —, vocês combinaram?

Não consigo entender o que ele havia dito até analisar com que blusa eu estava e depois olhar para Amélia e verificar com qual camiseta estava. O primeiro Natal em que passamos juntos dei a eles uma camiseta, cada um com uma frase diferente e, sem querer, eu e Amélia vestíamos as nossas. A minha dizia "Tenho sono, e daí?!", a de Amélia "Tenho muito sono, algum problema?!" e para completar eu tinha feito uma para Carter, que não estava usando nesse momento, que dizia "Me arranje logo um travesseiro, porque tenho mais sono que elas!". Na verdade eu havia feito as blusas pelo nosso sono excessivo e por todos nós ainda preferirmos tomar chocolate ao invés de café.

— Isso se chama ligação mental, garoto — justifico em uma risada e ele parece cogitar isso por um segundo e então concorda se sentando à mesa ao lado de Amélia. — Onde esta z Lily?

A pergunta parece despertar o interesse até de minha cachorrinha que adora crianças e, quando o nome é pronunciado, ela sai a procura da menininha.

— Dormiu na casa da Sra. Dolts — ele conta ao remexer no bacon frito no prato. — Dia das garotinhas de pijama, uma coisa dessas.

Amanda Dolts é a mãe de uma das amigas de Lily, ela sempre foi alguém com quem Carter pôde contar para ajudá-lo com a irmã. Sempre soube das dificuldades que os dois passavam em sua casa e nunca lhe negou a ajuda que precisou e ainda precisa.

— Agora você poderia, por favor, me contar o que aconteceu? — Amélia diz já cortando um pão e o recheando com tudo que há de comestível na mesa e o entregando a seu namorado que se estica em seu lugar.

Inicio minha história da noite passada para eles. Eles reviram os olhos, levantam suas sobrancelhas e fazem meras perguntas durante minha detalhada narração.

— A coisa é o seguinte — Amélia se pronuncia dando uma mordida em seu pão e depois o apontando em minha direção —, o cara era gato?

— É, era sim — eu dou de ombros pensando naqueles olhos azuis. E não cito que já o apelidei de Lindão, porque isso provavelmente seria uma explicação do quanto o acho bonito.

— Só tem um jeito de ter certeza — ela deixa seu pão de lado e apoia os cotovelos na mesa, chegando mais próximo e me analisando —, que roupa ele vestia?

— Calça jeans, aquelas jaquetas pretas que eu sou louca para ter, uma blusa clara e tênis — falo, analisando se disse tudo corretamente.

— Então ele era totalmente gato — ela me lança um olhar malicioso e eu termino rindo.

— Como você tem certeza? — Carter pergunta a olhando com uma careta

— Blair só consegue se ligar em roupas quando acha o cara supergato, é tipo um superpoder dela — Amélia diz com um menear de cabeça.

— O quê? — rio com sua descrição e nego. — Óbvio que não!

— Tá, então o que o Jonh Olerk estava usando no último capítulo de Go Olerk? — ela pergunta se referindo a um cantor que adoramos e ao seu reallyt show.

— Aquelas calças cargo, uma camiseta personalizada da Nike e um tênis da mesma marca. Mas aqueles músculos foram a chave de ouro — digo balançando as mãos e batendo os pés com Amélia me acompanhando em uma risada exagerada.

— Legal saber que vocês ficam vendo homens quando não estou por perto! — Carter se manifesta comendo ruidosamente.

— O ponto é — Amélia pontua se recupera e arrumando o cabelo que saiu do lugar em nossa empolgação —, Blair, com certeza, acertou e o garoto de ontem é gato!

— Besteira — Carter diz e se volta para mim. — Foca nos meus olhos lindos!

Carter aponta para os próprios olhos escuros e eu franzo a testa, mas o encaro.

— Como eu estou vestido? — ele pergunta e eu começo a rir.

— Eu não faço a mínima ideia, desculpa, Carter — digo soltando uma gargalhada junto de Amélia.

— Vocês me deixam cada vez mais empolgado.

Não consigo, e muito menos tento, nem por um segundo segurar a risada. Não que eu ache Carter feio ou coisa parecida, mas simplesmente minha mente trava ao pensar em Carter como alguém que eu deveria pensar dessa forma, como alguém que eu prestaria a devida atenção em seu lado físico. E como eu amo homens, Carter se transformou em uma mulher para mim a partir do momento em que viramos amigos e ele namorando com Amélia só multiplicou esse sentimento.

A campainha volta a tocar e percebo Sun Hee se levantando da onde estava aos nossos pés e indo, com sua postura e orelhas levantadas, até a porta.

— Tá esperando mais alguém? — Amélia indaga secando o canto dos olhos.

— Não — nego, meio rouca ainda soltando uma risada, mas me levanto e dou uma corridinha até a porta da frente.

Olho para Sun Hee, que ainda está de pé em suas quatro patas, se empertigando, e eu acho isso completamente estranho. Pois até mesmo o carteiro Sun Hee já reconhece de tanto ele vir entregar encomendas.

— O que foi, garota? — acaricio sua cabeça, mas ela continua atenta, principalmente quando a campainha soa novamente.

Então abro, lentamente, a porta e lá está o Lindão me encarando com ansiedade. Não consigo abrir mais da porta, pois fico o observando de lado com a porta entre aberta e sinto a pelugem de Sun Hee, e agora ela está entre as minhas pernas o encarando da mesma forma.

— E aí?! — é tudo o que ele diz com um leve sorriso para me fazer pensar que minha manhã estava sendo surpreendente demais até mesmo para mim.

 


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Notas finais do capítulo

OPAAAAAA, MAIS UM CAPÍTULO!!!
Comentemmmm!



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