Meninas sem nomes - Interativa escrita por Lady Queen


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente :)

Devo dizer que eu estou muito feliz com esse capítulo. Eu tive um surto criativo tão grande logo após que eu comecei a receber as fichas, que o que demora NO MÍNIMO 15 dias para ser escrito, eu levei menos de uma semana.

Falando das fichas, eu tenho uma informação boa e uma ruim para dar. A boa é que já recebemos 12 fichas, aeee! A ruim é que duas pessoas não deram sinal de vida ainda e com isso eu quero dizer comentários. Gente, eu não estou cobrando comentários na hora que sai o capítulo e/ou SUPER LONGOS, só um "Gostei, continua" ou "Não gostei disso, disso e disso" já tá bom, eu entendo completamente que nem todo mundo tem tempo, mas eu não acho que a leitura do prólogo ficou muito longa ou cansativa e como eu já disse, só um sinal de "ei, eu estou acompanhando" já está mais bom. Enfim, enquanto as pessoas donas dessas fichas não comentarem, as vagas "delas" estarão abertas. Espero que entendam.

Voltando para o lado bom, 10 pessoas incríveis me mandaram comentários mais incríveis ainda. Eu estou tão feliz que vocês não tem ideia! Essa história é tão nova e só teve um capítulo tão curtinho, mas mesmo assim já tem esse tantão de leitores (sim, para mim é um numero grande, deixa eu ser feliz).

Outra coisa, podem ser adicionados Avisos ao longo dos capítulos, nesse foi adicionado o de nudez por causa de uma ceninha bem de leve, mas eu achei melhor comentar.

Espero que não tenham cansado de mim nessa nota gigantesca.

Aproveitem a leitura :)



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Os pensamentos de Lilith voavam durante a travessia que ela fazia de carro até o palácio. Se é que ela podia chamar aquilo de carro.

Era um automóvel, com certeza, mas ele imitava as carruagens antigas, cheia de adornos dourados, bancos de veludo vermelho, tanto o que ela sentava quanto o em sua frente. Também não fazia ideia de como o veículo estava sendo guiado. Não havia um motorista ou um cocheiro. A hipótese mais plausível que pensou foi em um carro autônomo. Bem, pelo menos não tinha cavalos. Mas isso a deixava completamente sozinha na carruagem.

Só. Desde que ela havia sido finalmente chamada ela estava só. Não havia visto nenhuma outra Selecionada. Não a haviam deixado ver.

Os voos haviam sido fretados, de modo que ela era a única passageira no avião. No caminho para o hotel onde passaria a noite, a única pessoa que a acompanha no carro era o motorista e ele não havia falado uma palavra, Lilith também não tentara iniciar uma conversa.

No hotel, mesmo as outras estando hospedadas lá também, não viu nenhuma em sua chegada, muito menos a haviam deixado sair de seu quarto. Mesmo o café da manhã havia sido servido em seu quarto. Tinham deixado uma bandeja com pães e frutas enquanto estava dormindo, assim como um vestido, maquiagens na penteadeira do quarto e carta, onde basicamente lhe dava ordens do que fazer.

Era para ela estar bem alimentada, pois não sabiam que hora teria outra refeição além das comidas no baile à noite. Também era para ela estar banhada e trocada até o meio dia.

E assim ela fez. Quando começou a se maquiar, ela sentiu como se fosse a última vez que estivesse fazendo isso sozinha.

E agora, no carro, ela estava novamente sozinha, apenas observando a vista.

E que vista! Mesmo que, teoricamente, o palácio estivesse dentro dos limites da capital, ele era bem afastado da cidade em si. Era cerca de meia hora de viagem, em uma estrada particular, no meio de um bosque de pinheiros, e pela velocidade com que as arvores se moviam, ela tinha noção de que se alguém tentasse ir a pé iria demorar bem mais do que trinta minutos.

Mas a carruagem havia parado e as portas se abriram automaticamente, sem ninguém as tocar. Ela deveria descer.

Lilith tocou os pés no chão quase ao mesmo as demais Selecionadas fizeram. Olhou para as que estavam a sua volta, discretamente, com o canto do olho, tentando encontrar um padrão. Deveria ter um padrão, certo? O clero não ia escolhendo bebês ao acaso, pelo menos ela achava.

Bem, algo que todas elas tinham em comum, pelo menos naquele momento, eram os vestidos. Era a mesma roupa para todas.

Era branco, com uma saia grande e rodada, cujo peso dificultava um pouco na hora de andar. Não tinha mangas e seu decote era reto, ombro a ombro com um único babado. Lilith conhecia o significado disso. Irmã Cristina, sua professora de artes femininas, havia lhe falado uma semana antes.

“Vocês são noivas do príncipe desde o nascimento e devem entrar em sua casa como tal” Ela havia dito.

O príncipe tinha doze noivas, enquanto elas não podiam se entregar para mais ninguém.

Os guardas fizeram a tradicional Dança das Armas, indicando que elas deveriam seguir. O corredor entre o jardim era tão largo que as doze conseguiam andar juntas. Lilith tentava observar o máximo possível sem mexer a cabeça ou fazer qualquer outro tipo de movimento que não fosse para andar.

O jardim era algo magnífico, com flores que ela só tinha visto nos livros de botânica. Mas o palácio era 10 vezes mais imponente. Ele era uma das maiores construções que já tinha visto, cheia de janelas e pilares adornados. Perguntava-se como seria por dentro.

Foi então que se lembrou do porquê de estar lá. A família real estava tão perto...

As doze pararam em frente a realeza a um pouco mais de dois metros e meio de distância. Fizeram uma reverencia logo em seguida, que foi retribuída. Os olhos do príncipe, enquanto suas costas voltavam a posição ereta, encontraram por um segundo os de Lilith. Sua respiração sumiu por um momento, sendo substituída pela sensação de suas mãos suadas.

O príncipe tinha olhos azuis. Mas era um azul único, típico da família Galkanji, a cor mais bonita que a jovem já tinha visto. Era um tom escuro, quase como uma noite sem lua, mas também conseguia-se ver um leve tom de roxo em seu olhar, lembrando um céu no fim do anoitecer, mas sem realmente chegar no violeta. Com certeza, Lilith nunca tinha visto uma cor como aquela.

Mas apesar de seus olhos serem uma das coisas mais belas já vistas, Sebastian era inteiro bonito, sua pele era um tom de oliva bem mais claro que o de sua mãe, porém não chegava ao branco de seu pai.

Eram ambos que o acompanhavam, nenhuma de suas irmãs estavam presentes. A rainha tinha a pele oliva como um sulista, seu cabelo era um castanho bem escuro, assim como seus olhos. Enquanto seu marido, um nobre nortenho, tinha a pele clara típica da região, os olhos azuis de um nascido Galkanji e o cabelo preto que havia passado como para o filho.

— Bem-vindas, minhas damas, minhas noivas. — O príncipe começou a falar — Deus as escolheram, entre todas as nascidas durante o Semear, para estarem aqui, mas agora está na hora de fazer a escolha final, uma decisão feita por um filho de Deus para determinar quem será a nova mãe do reino.

Ele fez uma pausa.

— Sei que têm se preparado durante toda a vida, e espero estar à altura, mas infelizmente não teremos tempo para conversamos agora. Peço-lhes, por favor, para que acompanhe madre Matilde enquanto ela lhe guia pelo palácio.

O três fizeram outra reverencia, que foi correspondida pelas Selecionadas, e foram embora.

Madre Matilde era já uma senhora idosa. Seu rosto e suas mãos, as únicas partes de seu corpo que o hábito não cobria, já estavam completamente cobertos de rugas. Seu nariz era largo e seus olhos eram um azul tão claro que a fazia parecer cega.

— Bom dia, senhoritas. — disse a freira — Por favor, me sigam, irei leva-las para os respectivos quartos.

Virou-se e começou a andar, já imaginando que a seguiram. Elas passaram por vários cômodos, mas nenhum Lilith conseguiu observar com detalhes, precisava apressar-se caso quisesse acompanhar a madre. Para alguém com a idade daquela senhora, ela andava muito rápido.

Pararam finalmente em um corredor do segundo andar. A decoração fazia jus a aparência exterior do palácio. O papel de parede era azul bem claro com flores em um tom mais escuro. Em um pequeno hall na entrada do corredor e ao longo do mesmo haviam pequenos sofás e poltronas brancos com adereços em dourado, os demais móveis eram de carvalho claro, mas não tão claro quanto o chão. Em cima da mobilha, contratando com toda essa aparência clássica, tinham vasos de vidro simples com rosas cor rosa bebê.

— Aqui serão os quartos das senhoritas. A tarde de hoje será reservada apenas para as senhoritas se preparem para o baile de aniversário de Nossa Alteza, o Príncipe Sebastian. Terão três criadas para ajuda-las a se arrumar e também nas tarefas domésticas. O quarto de vocês já está pré-determinado e não serão aceitas trocas, mas se se incomodarem com a decoração, é apenas pedir para suas criadas para mudar. Agora, podem ir, as senhoritas não têm tempo a perder.

Apesar de toda mobilha luxuosa, o que mais chamava a atenção de Lilith eram as três mulheres no centro. Todas vestiam vestidos longos e pretos, com um avental branco que cobria tanto o peito quanto a parte inferior do corpo, também usavam tocas de tecidos com babados cobrindo seus cabelos.

— Bom dia, senhorita. — Começou a falar a mulher no meio — Eu sou Miriam, — Apontou para a mulher a sua direita — esta é Sofia — Apontou para a terceira — e esta é Cecília.

Não eram apenas o começo de rugas que indicavam os cinquenta anos de Miriam, ela tinha olhos castanhos cansados, fios grisalhos estavam entre os que escapavam da touca e seus seios, apesar de maiores, não eram tão empinados quanto uma jovem virginal.

Enquanto isso, os rostos das outras duas indicavam mais vitalidade. Sofia, uma mulher negra que, apesar de mais alta, não parecia ser muito mais velha que Lilith. Cecília, ao contrário, parecia uma criança. Ela não deveria passar de um metro e meio de altura, mas ao contrário da impressão que o rosto angelical que abrigava seus grandes olhos azuis, ela já deveria ter, no mínimo, uns 15 anos. O anel em seu dedo entregava sua idade.

Um pouco a contragosto de Lilith, elas tiraram sua roupa, a banharam e a agora, totalmente nua diante ao espelho. Mas ela não queria ficar nua, nunca tinha se despido para ninguém. Ninguém a tinha beijado, muito menos a feito mulher.

Será que havia valido a pena todo esse tempo? Tinha dezoito anos, se demorasse muito todo seu valor como mulher acabaria. Além disso, tinha sido obrigada a se reservar de amantes enquanto nada fora falado se isso também havia se aplicado ao príncipe. Tudo isso a deleite da majestade, Lilith tinha quase certeza que se ele quisesse desvirginar qualquer uma das doze sem desposa-la, ele poderia sem a dama poder opinar. Mas nenhuma delas nunca tivera o privilégio da escolha.

Enquanto suas criadas colocavam sua máscara, Lilith, de olhos fechados, apenas respirou fundo e desejou pelo melhor.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam da nossa primeira Selecionada a aparecer? Sei que as demais mal foram mencionadas, mas considerem que eu comecei a escrever quando eu só tinha 4 fichas.

Ah, algo que eu acho que eu deveria explicar é que tanto quem será a narradora do capítulo, quanto as eliminadas e até a rainha vai ser de acordo com o que melhor se encaixar na história. Masss, eu não vou mentir que eu me sinto mais incentivada pelos comentários sim, até porque né, sou um ser humano.

Por isso e também porque me deixa alegre, comentem! Comentem tudo o que achar necessário. O que gostou e não gostou, se achou algum erro de gramática, enfim, tudo.

Eu espero ver vocês em um próximo capítulo.

Tchau ♥