Helius Malfoy escrita por Prince Salazar


Capítulo 2
Capítulo 1 - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Há mais revelações entre uma boa refeição e uma boa dos de Whisky, do que em um interrogatório.



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A Sra. Malfoy era de uma antiga família bruxa. Seu avô era um empresário do ramo do comércio de transporte de carga mágica, possuía muitos licenciamentos pelo mundo para importar e exporta todo tipo de produtos pela comunidade mágica. Contudo, em uma das viagens do bruxo, onde tanto sua esposa, quanto os pais da Sra. Malfoy estavam presentes, adquiriram Varíola de Dragão, morrendo nas terras distantes da Ásia. Órfã aos 11 anos, fora adotada pelo irmão mais novo de seu pai, que se tornou o herdeiro de todos os bens da família.

A Sra. Malfoy levou uma vida tranquila ao lado de seus tios. Sua tia, amada e querida, tomara-a para si como se fosse de seu próprio sangue. Madame Úrsula Charpentier, uma bruxa influente de seu tempo, financiadora de muitos escritores, sua casa recebia desde eruditos à políticos. Fizera da sobrinha a candidata Nº 1 de sua época. Mal tinha saído de Hogwarts e a jovem Selíni Charpentier despojava de sete pretendentes. No entanto, seu tio, Sr. Charpentier estimava para a sobrinha um pretendente de seu agrado, filho de seu amigo mais íntimo e parceiro nos negócios.

Para desagrado da tia, que não nutria sentimentos cordiais com a família Malfoy, a sobrinha tornou-se noiva de Septimus Malfoy no ano em que completava 17 anos. A jovem não se desagradou com o pretendente, pois Septimus era, apesar de 8 anos mais velho, muito bonito e elegante. Madame Charpentier nada manifestou quanto a decisão do marido, nem tão pouco fez algo para que a sobrinha declinasse no pedido de noivado. Muito embora, influenciou jovens rapazes, igualmente bem-nascidos para cortejar a jovem Selíni Charpentier. Mas foi em vão. 

O papel de Madame Charpentier na história de sua sobrinha se estende até hoje. Septimus Malfoy tornou-se um marido desagradável para a esposa, seu casamento não passa de um mero emblema para a sociedade. Bem verdade, o Sr. Malfoy, pai de Septimus, tinha em mente no casamento do filho com Selíni, o dote que angariaria para os seus cofres, que suportavam um grande desfalque causados por dívidas.

Sabe-se que Septimus Malfoy interessou-se por Selíni no início, muito embora seu coração estivesse comprometido com outra moça, mestiça e pobre, que se mudara para América com medo do pai de Septimus, forjando sua morte antes de partir com a ajuda do Sr. Malfoy, que nada revelou ao filho.

Septimus, por sua vez, não soube amar Selíni que não pode amá-lo porque ele não deixava. Era indiferente as carícias da esposa e desdenhava da atenção que ela lhe dava. Mas foi capaz de dar-lhe filhos, ao menos isso. O primeiro, por influência dos pais, que desejam um herdeiro depressa para Septimus. A segunda vez e última vez, inesperadamente, o marido procurara a esposa em seu leito, gerando Helius.

Atualmente, o Sr. e a Sra. Malfoy quase não trocavam palavras a não ser nas ocasiões que eram obrigados a socializar para decidir assuntos de interesse comuns entre ambos. Como o jantar que dariam em poucas noites para comemorar o noivado do filho com Irena Fawley, filha de um proeminente candidato a ministro da magia. Contudo, o Sr. Malfoy era um homem extravagante e sabia o que queria e não pouparia despesas; a festa teria o seu gosto e marca. Os Fawleys não foram consultados sobre qualquer coisa da festa e receberam convites como qualquer outro convidado. 

A família estava reunida para o jantar naquela noite, como era de costume, seus trajes tornavam-se mais elegantes para a ocasião. Foram convidados também os Fawleys para se juntarem a refeição a fim de que o Sr. Malfoy declarasse algumas coisas a respeito do jantar de noivado.

Quando a Sra. Malfoy convidou todos para se sentarem à mesa, os elfos estavam prontos para servir a refeição. A mesa oval acomodou todos os bruxos confortavelmente. A toalha que fora posta na mesa exalava ama fragrância de pinho. A Srt. Fawley sentou-se entre a Sra. Malfoy e Helius no instante que chegaram à mesa, sorrindo para a o rapaz sob o olhar descontente do Sr. Malfoy. Sem demora, com o aceno de mãos dos bruxos, seus pratos foram servidos com sopa de agrião que apareceram em seus patos como se já estivessem lá.

 

Em um tom cordial, o Sr. Malfoy se virou para falar com o Sr. Fawley a respeito de política, Hyperion participou também da conversa discursando ao passo que olhava para o pai buscando aceitação em suas palavras. A Sra. Fawley iniciou a conversa com a Sra. Malfoy a respeito de sua tia, Madame Charpentier, principalmente sobre a fortuna dessa e dos possíveis descendentes. 

— Soube que você entrou para o Ministério. – disse Irena a Helius.

— Sim, fui aceito no Departamento de Execução das Leis da Magia, mas eles ainda não sabem onde me alocar.

— Pensei que você quisesse ser Auror...

— Certamente. No entanto, meu pai fez com que eles me alocassem em outro Seção. – suas palavras eram marcadas por um amargor.

— Sinto muito.

— Há duas coisas que um homem pode fazer em situações como essa: agir com prudência ou impulso.

Irena franziu a testa demonstrando que não compreendera as palavras de Helius, mas tomou sua sopa em silêncio lembrando de seus dias de escola. Os dois bruxos foram contemporâneos em sua época de escola, mas de casas diferentes. Ela da Corvinal, ele da Sonserina. Dividiram palavras e conselhos em muitos momentos, mas a amizade ou o interesse de um por outro nunca ficou tão esclarecidos durante todo esse tempo. Sabe-se, contudo, que Irena não ficou contente ao saber que seria desposada pelo irmão mais velho, mas houve manifestações contrárias vindo dela.

Apesar de muito sagaz, jamais a moça era soberba, almejava mais que uma vida confortável de um simples funcionário da magia e o casamento com o herdeiro Malfoy lhe proporcionava segurança. Muito embora, seus sentimentos por Helius eram confusos, ela se deixou levar pelos encantos do mais velho e sua seu ar maduro.

O mais novo dos Malfoys sentia raiva de si mesmo por nunca ter tido a iniciativa para tentar alguma coisa com a moça e agora tudo estava perdido. Não era amor ou paixão o que ele sentia, mas um interesse profundo. A moça era uma das bruxas mais bonitas da sua época, de fato, mas a forma como ela o tratara nos anos que estavam em Hogwarts acalentaram e nutriram esperanças no rapaz.

No final do jantar, as mulheres seguiram para a sala de estar para uma partida de cartaz, e os homens para a biblioteca onde foi servido Whisky. O Sr. Malfoy e Hyperion seguiram a frente conversando sobre assuntos da propriedade, e Helius teve que acompanhar o Sr. Fawley que parecia sufocado.

— Para um político, o senhor parece-me exaurido pelo discurso de meu pai. Creio eu que o senhor já deve ter suportado a coisa pior.

O Sr. Fawley não riu, mas acenou com a cabeça.

— Vejo que o senhor, do contrário, contesta a opinião de seu pai. – disse o político entrando na biblioteca. Os Malfoys que haviam ido a frente se reuniram junto a lareira para uma partida de Xadrez Bruxo, ignorando a presença dos outros dois.

— Não contesto, mas não sou complacente em todas as coisas que meu pai diz, pensa e acredita.

— De certo que não, Sr. Malfoy. – os bruxos se sentaram em sofás afastados e foram servidos de Whiskies.

— Do contrário, sim, eu tenho o prazer de discordar de meu irmão.

— O senhor me confunde, Sr. Malfoy. Pois penso que acabei de confirmar que seu irmão pensa o mesmo que seu pai, a opinião de um é a opinião de outro.

— E por essa razão, por ser meu irmão e não meu pai, que eu o contesto.

— Compreendo. – o bruxo bebeu uma dose do liquido âmbar em seu copo e retornou a falar.  Nossas ações são, todas elas, políticas, Sr. Malfoy. Aquilo que um homem diz e não diz tem reflexos semelhantes, isto é, podem ser igualmente bons ou maus.

— Necessariamente, sim. Mas não podemos deixar de perceber que há mais que política nas ações humanas e, em essência, isso faz do homem, um homem. Ele é capaz de agir também motivado por seus próprios sentimentos, racionalmente ou não.

— Concordo. Certa vez quebrei a cara do Sr. Crouch em uma audiência ministerial. Não suportei a audácia e petulância daquele sujeito.

Os dois terminaram o conteúdo de seus copos e se ergueram do sofá. O sr. Malfoy veio ter com o Sr. Fawley para dar continuidade na conversa que estavam tendo. Hyperion deslizou para o lado de Helius e o saldou com um aceno de cabeça.

— Não sabia que você era íntimo da minha noiva, irmãozinho. – disse irônico.

— Estudamos juntos em Hogwarts, frequentamos as mesmas classes por anos. – respondeu Helius calmo.

— Não me referi a isso. – impacientou-se o mais velho.

— Então, seja mais específico.

— Há algo de estranho na forma como Irena olhou e sorriu para você, não? – perguntou o irmão.

— Talvez essa pergunta fosse melhor dirigida para sua noiva, pois não tenho como saber as intenções de Ire... – Hyperion pareceu se alarmar. – da Srt. Fawley.

Helius parecia engolir secamente aquelas palavras. O olhar do irmão lhe penetrava a alma e sabia que o irmão havia detectado um sentimento no olhar dos dois.

— Você e Irena tiveram alguma coisa no passado? – pergunto direto, sussurrando para que os outros bruxos não ouvissem.

— Se tivéssemos tido algo no passado, talvez eu estivesse noivando na semana seguinte, não você. – Helius caminhou para o outro lado da biblioteca e sentiu o olhar do irmão acompanha-lo.

Ainda naquela noite, viu mais uma vez o olhar do irmão cair sobre ele quando foram se juntar as senhoras na sala de estar depois que a noiva tivera feito o mesmo. No entanto, a moça disfarçara muito bem, indo cumprimentá-lo com um beijo em sua bochecha e se dispuseram a conversar separadamente. 

— Algo lhe preocupa, querido? – veio saber a Sra. Malfoy ao ver o filho aparentemente pálido.

— Nada, mamãe. – disse com um sorriso amarelo no rosto.

— Irena, querida, você poderia cantar aquela música que você cantou outro dia? -  quis saber a Sra. Fawley.

— Mamãe, acho que não seria...

— Não mesmo, minha cara. Sem acanhamento. Cante para nós. – exigiu o Sr. Malfoy sendo falsamente cortês.

—  Tudo bem, Sr. Malfoy.

Ela retirara a varinha da longa luva que trazia calçada nas mãos e acenou para que o piano no fundo da sala tocasse a melodia para acompanha-la. Sua voz era suave e preencheu o ar da sala, deixando seus espectadores em um silencioso absoluto. No fim, a Sra. Fawley aplaudira mais que todos e iniciou a história de quando ela mesmo cantou para o Ministro da Magia Espanhol em um evento de gala no MM.

A noite não durou muito tempo depois que a execução da peça da Srt. Fawley. Os bruxos convidados foram conduzidos à saída pela Sra. Malfoy e o filho mais velho, onde viram os Fawleys desaparatarem no jardim.

Quando retornaram para a sala, encontraram Helius em pé em frente a lareira a contemplar as chamas, mas nenhum sinal do Sr. Malfoy. Nem tão pouco ficaram sabendo se ele fora para seu quarto. Hyperion tomou mais algumas doses de whisky e após contar a mãe alguma história genérica, a acompanhou até seu quarto. Mas Helius permaneceu na sala, cochilando no sofá até que Smut, o elfo responsável por ascender e apagar as lareiras o despertou.

— Mestre perdoa Smut por acordar Mestre. Smut acha que o Mestre dormiria melhor em sua cama lá em cima.

Helius olhou a criatura indiferente. Ergueu-se sonolento em direção as escadarias. Tomou o caminho errado para o seu quarto e foi para no corredor do quarto dos seus pais, que apesar de dormirem separado, dividiam o mesmo corredor. Ao se dar conta do erro, parou de repente com a mão estendida sobre a maçaneta do quarto de seu pai, puxando de volta para si antes que fizesse qualquer besteira.

No entanto, um lampejo de luz verde fugiu por debaixo da porta. Em seguida o cheiro típico de queima entrou em suas narinas. Como era possível que seu pai estivesse usando a rede de flu naquela hora? Para onde ia? Escutou paços que se arrastaram pelo quarto e tomou conhecimento que seu pai retornara de algum lugar. Inquietado com aquilo, retirou-se dali o mais silencioso possível e deitou-se em sua cama, onde não sabe se dormiu horas ou minutos, pois o sol dava seus primeiros sinais por de trás do bosque.


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Notas finais do capítulo

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