Helius Malfoy escrita por Prince Salazar


Capítulo 1
Capítulo 1 - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Esta história será a história de que gostaria de ter lido um dia, uso do universo de J.K. Rowling para tornar isto um pouco mais interessante e específico. Espero que gostem do que leiam.
Desde já, declaro que a história é feita por um sonserino, de sonserinos, para sonserinos. O que não quer dizer que os demais possam gostar.
Agradeço a leitura daqueles, daquelas, que assim fizerem.



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As famílias mais antigas e tradicionais preferem a vida reclusa. Suas propriedades sempre são fortemente protegidas contra a presença de trouxas, visto que pela perseguição ao povo bruxo no passado, isto era uma questão de autodefesa. Ainda hoje esses lugares guardam esses costumes antigos. O lar aristocrático de um bruxo é sempre um refúgio para a liberdade mágica. Vastas propriedades inibidas da presença de trouxas são um lugar para se fazer de tudo, sem que se quebre o sigilo mágico.

As famílias, todas elas, não são o que aparentam ser. Sustentadas por um fantoche da projeção que os outros fazem delas, vivem sob a fama que lhes dão. Donde se ver uma família tradicionalmente mágica, marcada pela pureza de sangue, o ócio, ambição e desejo de poder, esconde personagens dramáticos assombrados por fantasmas do passado, de seus próprios entes.

Em algum lugar em Wiltshire uma névoa densa cobria a extensão dos terrenos, a sede das cerca-viva expeliam um gélido frescor de outono. A mansão projetada no centro da propriedade compunha um cenário aristocrático e distinto. Névoa e fumaça se confundiam na boca aquecida das chaminés. Negras e veladas janelas escondiam o interior da casa que acalentava os moradores que ainda despertavam.

O café da manhã era servido na sala de desjejum por três criaturas miúdas vestindo túnicas de pano de saco mal cortadas, com um brasão debotado no peito. O mais velho deles tinha os trajes mais velhos, com alguns remendos. Os seus pés desnudos lutavam com a ardência do chão frio enquanto deslizavam pela sala para aprontar tudo a tempo dos morados chegarem. Travessas com ovos cozidos, salsichas, torradas, tomates ao azeite, geleias e bolo inglês iam compondo a mesa de dejejum. A louça fora arrumada metricamente sobre a mesa de refeição conforme o número de integrantes da família que desceria para o café. Ascenderam os candelabros e lustres. E retornaram para a cozinha.

Quando o Sr. Malfoy descera naquela manhã para a sala de desjejum encontrara a sala como desejava, a lareira aquecia a sala e o chá ainda quente. Acenou brevemente com a mão e o bule atravessou a mesa servindo sua xícara de um Earl Gray forte, como era de seu agrado, dispensando leite e açúcar. O segundo Malfoy apareceu minutos depois, corpulento, vestia trajes elegantes e carregava na mão uma pasta de coro de Dragão, qual depositou indiferente ao lado de sua cadeira, repetiu os gestos de antes do pai e tomou para si uma generosa porção de salsichas e tomates ao azeite.

— Algo de importante no Ministério hoje? – perguntou o mais velho dos Malfoys.

— De certo, há todo um burburinho por causa de Grindelwald e seus seguidores, o Ministro teme que ele esteja perto demais da Inglaterra e tenha admiradores por aqui.

— Não estou certo quanto ao paradeiro do bruxo, mas que tem admiradores, isso tem. O mundo bruxo necessitava de um homem como ele. Mas veremos o quanto se expandirá.

— Então devo apoiar Grindelwald, papai? – perguntou o rapaz confuso.

— Por hora, mantenha uma posição neutra, porém, procure saber se dentro do Ministério ele possui admiradores. Se for seguro defender os ideais de Grindelwald, nossa família fará.

— Certo. – disse o rapaz, mas sem certeza nenhuma.

Hyperion Malfoy admirava demais o pai e sempre o tinha em alta conta. Não fazia nada sem antes discutir as circunstancias das coisas, foi assim em seu cargo no MM e na escolha de uma noiva. Ele despediu-se de seu pai com um beijo sobre sua testa e saiu pela porta da frente desaparatando.

O Sr. Malfoy ergueu-se de sua cadeira com indiferença ao terceiro prato que os elfos haviam arrumado na mesa, sabia de quem era e pouco lhe importava. Seguiu para o seu escritório e ficou lá toda a manhã.

A propriedade dos Malfoys era vasta, protegida magicamente contra trouxas e invasores. Possuía, sobretudo, seu próprio rebanho de cervos para caça esportiva dos senhores da propriedade. Helius Malfoy gostava de correr pela propriedade antes que nascesse, em meio aquele clima enevoado, sua pele alvo não se destoava, mas se confundia, seus cabelos quase albinos, pareciam as baforadas de névoa ao vento.

Correu entre o bosque e o lago, saltou o velho carvalho caído no meio da estrada desativada. Pulou a cerca da granja, passou por debaixo do túnel de olmos que se projetava na alameda em direção aos jardins, que naquela manhã, guardavam os resquícios de uma primavera exuberante.

Seu corpo magro, porém, marcado pelo acúmulo de exercícios, seus longos cabelos, sua pele clara, lábios rosados e olhos azuis cintilantes compunham um sujeito quase efeminado, mas tal impressão era dispersada pela postura ereta do rapaz, voz segura e um olhar fixo. Era mais baixo que seu irmão, contudo, mais belo. Helius, nome dado por referencia ao dia de seu nascimento quando a luz do sol tocou a barriga de sua mãe minutos antes dela sentir as contrações de parto.

O rapaz que não aparentava mais que 18 anos, atravessou o portal de madeira da porta dos fundos, subiu as escadarias e parou a porta da sala de dejejum a tempo de ouvir a conversa do pai com o irmão, não quis interromper. Não podia estar menos surpreso do que ouvia e menos grato, sabia que o pai tomaria tal atitude em situações como aquela. Esperou na sala ao lado até que os dois tivessem deixado a sala de desjejum para tomar seu café da manhã, quando o chá já não estava tão quente e a lareira não crepitava mais tanto. No fim, subiu para o quarto para o banho morno e não saiu do quarto antes do jantar.

Helius não mantinha uma relação tão amistosa com o pai, embora o respeitasse. Nunca foi tão obediente quanto seu irmão, nem tão pouco complacente com seu modo de ver a vida. Sua mãe lhe formara desde pequeno, talvez porque o pai se ocupara exclusivamente de educar seu irmão, cinco anos mais velho que ele. De certo, quando nascera, seu pai já amava o outro mais que a tudo e não houve lugar para divisões em seu coração. Mas exigia do garoto uma postura adequada ao nome que carregava.

Helius crescera em um lar sonserino e isso lhe levou para essa casa em Hogwarts, sua mãe lhe ensinou a ser astuto e engenhoso, a saber a lidar com as dificuldades sem usar de outrem, moldou sua fibra moral para além da fibra que o pai deu ao seu irmão. Seu pai deu-lhe algumas lições para fazer do jovem ambicioso, mas sem esperanças que o jovem progredisse. Ao passo que esperava que Hyperion fosse, Sepitmus Malfoy queria que seu filho mais novo fosse. O caráter do rapaz foi moldado por esse individualismo, agiu sem o auxílio direto do pai e limitado pela formação que a mãe podia lhe dar subjugada pela condição de seu sexo, recebeu os louros de seus próprios méritos. Ambos as crianças foram jovens excepcionais em seus tempos. Porém, só se fala dos ganhos de Hyperion, sua posição no MM e seu noivado recente.

“Helius nunca sofreu, seu sangue não permite que ele sofre para além da falta de vitórias. Sei que ele acredita que todo esse desafeto o fez ser um Malfoy melhor do que todos os outros Malfoys poderiam esperar de um filho. Seu pensar é característico dessa família, mas muito diferente do pai e do irmão, ele está disposto a mudar se for preciso.” – disse a Sra. Malfoy certa vez.


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Notas finais do capítulo

Qualquer comentário ou crítica será bem vinda.



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