Pov Edward     

Estava caçando com Emmett. Apesar de já ter me alimentado, sentia um vazio no estômago.

-Ninguém nunca te ensinou a não brincar com a comida? -eu falei pro Emmett.

-Oh, hei Edward! –ele gritou de volta, sorrindo e acenando. O urso aproveitou para atacá-lo no peito, resgando sua camisa. Ele xingou. “Droga, Rose me deu essa blusa! Junto com meu ursinho Xandy, e agora!!! Oque eu vou dizer pra ela?E pro Xandy??”

Emmett voltou a atacar a urso, urrando. Suspirei e me sentei em uma pedra, esperando. Emmett ficou irritando o urso, desviando seus ataques, até que finalmente se agarrou a ele levando um pinheiro adulto com eles. Ouvi a pele do urso ser rasgada por dentes, e depois Emmett apareceu, todo sujo e rasgado, cheio de musgos e pêlos. Estava com um sorriso enorme no rosto.

-Esse era forte. Eu quase pude sentir quando ele me arranhou.

-Você é uma criança Emmett.

Ele olhou pra minha camisa intacta. “Então quer dizer que você não conseguiu pegar um leão da montanha?”

-Claro que consegui. Eu só não como como um selvagem. –respondi ao seu pensamento. Ele riu estrondosamente. “Queria que eles fossem mais forte. Seria mais divertido.”

-Ninguém disse que você tinha que lutar por sua comida.

“Tá, mas com quem mais eu vou lutar? Você e Alice trapaceiam, Rose nunca quer bagunçar o cabelo, e Esme fica louca se eu e Jasper realmente lutarmos pra valer.” Ele mudou sua posição, preparando um ataque. “Vamos lá, Edward. Desliga isso um minuto e luta justo.”

-Não desliga. –eu falei enfadado.

“Que será que aquela garota humana faz pra te manter fora? Talvez ela pudesse me dar umas dicas...”

-Fique longe dela. –rosnei, meu humor sumindo.

“Nervosinho, nervosinho. Descupe, eu sei que você está passando por uma barra. Eu tô tentando não ser um idiota sem coração, mas como essa é minha condição natural...” Ele riu de sua própria piada. “Tão sério o tempo todo. O quê está pensando agora?“

-Eu estou pensando nela. Bom, me preocupando na verdade. “Mas há motivos pra se preocupar? Você está aqui.” Mais umavez riu da sua própria piada. Eu não achei engraçado.

-Você já parou pra pensar em como são frágeis? Quantas coisas ruins podem ocorrer a um mortal. Ela poderia cair da escada, ficar doente, ser atiingida por um carro, ou por um trovão. Incêndios e terremotos e tornados. Você já parou pra assistir noticiais? Quantos assaltos e homicídios ocorrem diariamente. –tremi com o pensamento de alguem machucá-la.

“Ela não parece ter medo de nada. Ela sabe o que você é, o que nós somos e não saiu correndo feito louca. Na verdade, ela parece mais a vontade com você do que com os amigos humanos dela.” Era verdade, Bella não se comporta racionalmente.

-Mais um motivo de preocupação. Ela parece atrair problemas. De tantos lugares pra ir, ela veio pra Forks, uma cidade cheia de vampiros.

“Ela, de qualquer modo, convive com o tal Damon. Ele é pior que nós. Os olhos dele tem bordas avermelhadas de um bebedor de sangue humano.” Ugh! Damon.

-Se eu pudesse, o matava, só por ousar tocá-la. Como ela pode não temé-lo?

“Mais um ponto pra valentia dela. O que será que ela esconde?"

Já tinhamos discutido sobre isso várias vezes. Eu estava curioso. A saudade dela fez meu peito doer. “Você a ama muito, não é?”

-Eu não tenho nem palavras, Emmett. Ela é o mundo inteiro pra mim. Eu não vejo mais o mundo sem ela. “E você alguma vez poderá tocá-la? Quer dizer...se você a ama...bem você iria querer, bem, tocá-la?”

-Eu nem posso pensar nisso Emmett. “Uau. Então quais suas opções?”

Eu não tive tempo de responder. Alice estava ligando, fiquei tenso, esperando que não fosse nada com ela.

-Edward, ela sumiu de novo. Mas é diferente. Eu a vejo em uma casa antiga, depois em um cemitério e tem vampiros lá, e depois ela chora. Eu só vi isso, o que se tratando dela, já é muito.

Desliguei e fui logo correndo. Emmett estava ao meu lado, ele tinha ouvido tudo.

-Estava errado. Ela não só atrai problemas. Ela os persegue.

Cheguei a casa dela quando já estava anoitecendo. Alice estava lá. “Eu a vejo voltando.” Eu vi imagens dela entrando em casa. “Vou deixar vocês conversarem. Eu e Emmett estaremos próximos.” Eu não entendi esse pensamento, então eu vi que Bella não chegava só. Rosnei, e Alice me viu lutar com ele, viu Bella chorar. “Você não quer isso, quer? Estaremos perto.” Ela disse e saiu com Emmett. Ele estava pensando em lutar com Damon também. Mas eu não quero fazê-la chorar. Respirei fundo me controlando.

Algum tempo depois, o que pareceu a eternidade, eu os faregei. Foi como se tivessem surgido, do nada. Será que Damon possui o poder de se teletransportar? Ele me sentiu também, Abraçou-a pela cintura e murmurou em seu ouvido:

-Seu bichinho de estimação está aqui.

Rosnei e ele riu. Pude vê-la pela mente dele. Ela estava bem, só empalideceu um pouco ao ouvir essas palavras. Então ela se separou dele e correu pra mim, deixando-o atonito. Eu ri e esperei que ela chegasse. Era um bom pedaço até aqui. Não esperei e corri até ela. Quando me viu ela parou. Como estava linda! Uma trança negra lhe caia na pela alva. Seu rosto rosado da corrida, seu peito arfante, seu vestido até o joelho mostrando lindas pernas. Me segurei. Ela me olhou como se estivesse aliviada, e veio mais perto. Damon chegou e pôs o braço ao redor dela. Rosnei. “Calma aí, não machuque-a ou eu mato você.” Ele ameaçou. Eu assenti, estava louco pra tocá-la, mas tinha que me acalmar. Ela o olhou fuzilando-o com os olhos. Ele a soltou. “Que se dane, se quer morrer, morra.” Ele pensou, mas continuou alerta.

-O que faz aqui? -ela me perguntou com seus olhos cálidos.

-Você sumiu. –ela riu.

-Se você se assustar toda vez que eu sumir...

Tentei achar na mente do Damon o significado daquelas palavras já, que ele parecia entendê-la. Nada. Ele estava pensando em como iria esquecer a tal Katherine. Seu rosto parecia morto e ele estava triste. Tinha sido traido pela mulher que amava. Senti pena. Bella também percebeu e ficou triste.

-Aonde você vai essa noite Dam?

-Não sei Izy. Eu quero ficar só. –doeu ver a intimidade deles. Senti ciúmes e inveja. “pode cuidar dela hoje? Por favor, se você a ama mesmo, cuide dela essa noite.” Me sobressaltei e ele percebeu sorrindo torto. “Ela me conta tudo, mesmo se não contar eu acabo descobrindo. Então pode protegê-la?” Fiz que sim com a cabeça. Ele a virou pra encará-lo.

-Izy, eu vou passar um tempo fora. Pode tentar não se meter em encrenca?

Pela mente dele vi ela revirando os olhos.

-Se você demorar demais, vou atrás de você, onde estiver e você sabe disso. –ela disse séria. Ele confirmou com a cabeça, pensando em besteiras, pra que eu não visse aonde iria. Ele a beijou na testa, e correu. Ela ficou encarando a floresta por algum tempo, até que se virou pra mim.

-O que ele estava pensando?

-Em nada de especial. Só em uma garota da qual agora ele quer distância.

Ela suspirou aliviada e se aproximou mais de mim. Senti vontade de envouvê-la com meus braços e protegê-la do mundo. Ela me olhou timidamente e sorriu sem graça.

-Charlie deve estar maluco.

-Quer uma carona? -ela se assustou.

-Não, eu não gosto da velocidade de vocês. –ela disse e se pos a andar.

Ele já tinha levado ela no colo. Isso me deixou raivoso. Era insano sentir ciumes de algo que passou.

-Então, Seattle está de pé? -ela perguntou ansiosa.

-Estou contando os sentésimos. Onde estave hoje? -não resisti.

-Você deve ter visto pela mente do Dam a Katherine. Eu tentei  ajudá-lo a trazê-la de volta. Só que ela está viva e bem. Está por aí se divertindo a custa da preocupação dele com ela. –ela cerrou os punhos e tinha ódio em seus olhos. Sera que ela tinha ciumes dele?

-Ele pensou que ela estava enterrada em um cemitério? -perguntei e ela parou.

-Como sabes do cemitério? -droga! Eu podia mentir, mas não queria.

-Minha irmã, Alice, vê o futuro das pessoas. É subjetivo, o futuro muda de acordo com as decisões das pessoas. Só que ela não pode ver seu futuro. Não quando quer. Só imagens borradas, as vezes, indecifráveis. Quando você está em casa então, Alice não vê nada. Hoje ela viu você claramente a primeira vez.

Ela estava tensa. Ouviu tudo com atenção, até que foi relachando.

-O que ela viu hoje? -recomeçamos a andar.

-Ela viu você em uma casa antiga, depois em um cemitério.

-Hum. – ela se perdeu em pensamentos e andamos algum tempo em silêncio.

-Só o Dam e o Stefy que não tem poderes legais. –eu ri, ela acha legal.

-Pensei que o Damon podia se teletransportar. Vocês surgiram do nada hoje.

-Ah é sim, ele pode fazer isso. – a senti um pouco nervosa.

Chegamos à sua casa. Ela se virou pra me encarar. Eu me aproximei dela e seu coração disparou. Isso não acontece com o Damon. Fiquei satisfeito.

-Posso? -ela assentiu depressa e eu ri de novo. Toquei meu nariz em seus cabelos, atrás da sua orelha. Que perfume divino. Não quis forçar demais meu auto-controle e me afastei. Ela ergueu suas mãos e agarrou meus cabelos. Ficamos sentindo nossas repirações s misturarem. Seu hálito incrivel. Sua boca rosada esperando um beijo meu. Me aproximei mais e meus lábios tocaram os seus, de leve. Nessa hora, eu ouvi os passos de Charlie em direção a porta e me afastei dela. Vi a dor da regeição em seus olhos e por muito pouco não volto pros seus braços. Charlie abriu a porta e eu olhei pra ela sugestivamente. Ela entendeu e abriu um sorriso.

-Boa noite garotos. –disse Charlie, um pouco desconfiado.

-Boa noite, eh...tenho que ir. Tchal Edward, uh...a gente se ver. –ela murmurou e entrou depressa.

-Tchal Bella. Eu tenho que ir Charlie, boa noite.

Ele resmungou um boa noite e eu me virei pra sair. Ele fechou a porta. Eu fiquei parado ouvindo os passos dela até seu quarto. Eu montaria guarda a noite toda por ela. Seu cheiro tão forte em mim, me embriagando. Ela me deseja também. Meu Deus, eu não mereço tanto. A sensação das suas mãos em meu cabelo, seu  hálito, a maciez de seus lábios... Fiquei pensando nisso até que ela dormiu. Entrei pela sua janela a tempo de ouvi-la sussurar meu nome.

-Edward. Edward, eu te amo. Não me deixe.

Nunca, eu pensei. Nunca.