My Huckleberry Friend escrita por SnowShy


Capítulo 7
O Parque


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Como vai a quarentena de vcs??? Como escritora de fanfic, n posso deixar vcs sem entretenimento, então aqui está um novo capítulo dessa fanfic que tava parada há tanto tempo! Espero que gostem!



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POV. Linda

 

A Sarah e o Henry estão próximos agora. Ela começou a frequentar o abrigo e ele aparece de vez em quando na cafeteria. Mas é só nesses lugares que eles conversam, mesmo (nem imagino o porquê...).

— Ele perguntou de você — lembro-me do que ela me disse no final de semana passado.

— O quê? Por quê?

— Nada de mais, só queria saber como você tava. Acho que foi porque vocês tão mais próximos agora, com as aulas particulares.

Foi bem estranho isso. A Sarah deve ter pensado que eu tô super amiga dele, mas não é verdade. E não tinha nada a ver ele perguntar de mim, a gente não ia se ver na escola? Por que, se queria saber como eu tava, ele não perguntava diretamente pra mim? Esse menino é muito estranho... e sabe o que é mais estranho? Segunda-feira, na escola, ele nem olhou pra minha cara, eu hein...

Bom, talvez as conversas da Sarah e do Henry não sejam tão interessantes assim e ele só tenha falado isso pra puxar assunto... nem sei por que, quase uma semana depois, eu ainda tô pensando nisso. É estranho como eu tô dando importância pra coisas tão insignificantes ultimamente...

 

— AAAAAAHHHH!!!! — Scouty começa a correr rápido demais, interrompendo meus pensamentos. — Vai com calma, menino!

É sexta à noite, eu tô indo com ele pro parque e tô de PATINS! É nisso que dá se distrair enquanto passeia com um cachorro na coleira... O Scouty adora o parque e, pelo jeito, não vê a hora de chegar lá. Eu o compreendo, afinal o parque é o meu lugar favorito na cidade: é o mais verde (tem árvores por todo lado), tem muito espaço pros cachorrinhos brincarem e ainda é cortado por um lindo rio. Sempre quando tô sem inspiração, fico sentada na ponte que o atravessa, e é lá que escrevo as minhas melhores historinhas.

Scouty corre tão rápido que chegamos no parque em um segundo, eu perco o equilíbrio e quase caio. Aliás, teria caído se alguém não tivesse me segurado.

— Você tá bem? — Pergunta a pessoa que me segurou.

Acho que eu conheço essa voz... Olho para o dono da voz para agradecê-lo e descubro o porquê de eu ter reconhecido a voz: é o Henry Finn. Não sei se por achar sinistro eu ter acabado de pensar nele e ele aparecer ou por vergonha por quase ter caído, mas eu fico estranhamente nervosa ao vê-lo. E começo a rir. Às vezes eu rio quando tô nervosa... Ele dá um sorriso.

— Eu não esperava te encontrar aqui — o Henry diz.

— Bom, eu quase sempre venho aqui — respondo quando consigo parar de rir —, mas nunca encontrei você. 

— Ah, é que eu costumo passear com o Tom de dia. Mas, como não tenho tido muito tempo essa semana, resolvi vir com ele de noite, mesmo.

— Tom?

— É, o meu cachorro vulgo melhor amigo.

Eu nem tinha percebido que tinha um cachorrinho com ele! Na verdade, tinha até me esquecido que tinha um comigo. O Scouty se soltou da coleira e tá brincando com o tal do Tom. Agora eu lembrei, a Sarah contou quando conheceu o Tom, ela disse que ele estava com o Henry no abrigo de animais. Eu até tinha pensado numa coisa engraçada: o nome do cachorro do Henry Finn é Tom, tipo Huckleberry Finn e Tom Sawyer, dos livros infantis. Quando me lembro disso, pergunto ao Henry, brincando:

— O nome dele é Tom de Tom Sawyer?

— Eu queria ser o Huckleberry quando era criança. 

Eu devo ter aberto um sorriso enorme porque realmente não esperava por aquela resposta.

— Não sabia que você gostava de ler!

— Nem todo mundo sabe... Eu não sabia que você andava de patins!

— Geralmente eu patino melhor, mas hoje o Scouty tava meio doido, aí aconteceu aquilo... Ele não é muito fã de coleira.

— Acho que ele gostou do Tom — o Henry diz, dando carinho no Scouty.

Ele tá tão... fofo. Não parece o Henry metido da escola.

Antes que eu me dê conta, já estamos os quatro passeando juntos pelo parque. A gente conversou de tanta coisa! Animais, escola, trabalhos voluntários, família, coisas da vida em geral... Eu até falei pra ele que aquele lugar era o meu preferido na cidade e da minha ponte da inspiração. 

— Ponte da inspiração? Que romântico!

O que ele quis dizer com romântico??? Será que romântico do gênero literário ou ele tá falando de amor? Aliás, por que eu tô conversando com ele, eu nem gosto dele, ele é um metido na escola e... tá, aqui ele tá diferente, mas isso não muda quem ele é sempre... Aquele nervosismo de quando quase caí quando cheguei voltou.

Aí eu me lembro da Sarah. O que é que eu tô fazendo? Que tipo de amiga eu sou??? Ela me pediu o favor de falar dela pro Henry e eu só não aceitei porque as nossas conversas eram apenas professora-aluno, mas agora eu tô aqui, jogando conversa fora com ele no parque e nem passa pela minha cabeça falar da amiga... 

 

— Tá tudo bem? — Ele pergunta.

— O quê?

— Você parou de repente... aconteceu alguma coisa?

— Não, é que eu me lembrei... da Sarah — tá, esse não foi o melhor jeito de começar a falar dela...

— Por quê?

— Porque ela... também gosta do parque e... vocês tão bem próximos  ultimamente, né?

— Não sei...

— Como assim não sabe? Ela sempre vai lá no abrigo de cães te ver. Quer dizer, ela também vai ver os cachorros, mas...

— Você tá bem, Linda? Parece nervosa, tá falando tão rápido!

Ah, que ótimo, ele percebeu. Quer saber, já tá tarde, eu e o Scouty já nos exercitamos e agora eu vou me mandar daqui.

Acho que essa foi a primeira vez que eu não me senti tranquila no parque. Quer dizer, enquanto eu conversava com o Henry, sim, mas logo quando eu cheguei e um pouco antes de ir embora, estava mais inquieta do que nunca! Eu só não entendi exatamente o porquê...

 

~~

POV. Henry

 

Eu não tava mais aguentando aquele namoro falso. Chegou um momento que eu dei um prazo pra Claire arranjar logo um namorado novo ou então a gente ia terminar de vez. Parece que o aviso funcionou, porque dois dias depois ela veio com a notícia de que tinha encontrado o provável amor da vida dela na turma de teatro. Ela o tinha conhecido há um tempo, mas ainda não tinha certeza se ele gostava dela, por isso não criou muita expectativa, mas agora era diferente. Eu fiquei muito feliz por ela, já que, pelo jeito, ela vai namorar alguém de quem realmente gosta agora. Mas, é claro, isso não pode ser do nada, então, da mesma forma que a gente começou, a gente vai terminar numa festa, por algum motivo que ela passou a semana pensando e não quis me dizer qual é. 

Eu até ficaria curioso, mas tenho outras coisas na cabeça. Apesar de ser meio doida, a Claire pode ser bem pé no chão às vezes, como nos estudos... ou quando insinuou que eu tava a fim da Linda. Parece que a cada aula que ela me dá ela tá mais inteligente, mais atenciosa e mais bonita. E eu não sei, essa coisa dela em um momento ser a pessoa mais legal do mundo e no outro fingir que eu nem existo mexe muito comigo! Eu fico o tempo todo pensando nesse mistério, tentando decifrá-la... Até pensei em perguntar sobre isso pra Sarah, já que eu me encontro com ela de vez em quando no abrigo de cães, mas mudei de ideia, acho que seria estranho... 

Parece que a Linda quer me deixar louco, e ela tá conseguindo! Por exemplo, agora eu estou no parque, em meio à natureza, sem ninguém da escola por perto, sem livros, sem nada que possa me lembrar a Linda, passeando com o meu melhor amigo, que é mestre em me fazer esquecer qualquer tipo de problema... mas tô pensando nela.

De repente, ouço um grito. Parece que tem um cachorro tentando se soltar da coleira e levando uma menina  de patins com ele... Ela vai cair! Num reflexo, eu me aproximo, seguro a menina, pergunto se ela tá bem, ela olha pra mim e... não acredito que é ela! No mesmo instante o meu coração começa a disparar e uma eletricidade toma conta do meu corpo. Ela começa a rir. Por que ela tá rindo? Será que tá com vergonha pela situação? Não sei, mas fico feliz em vê-la rindo... fico feliz em vê-la, principalmente se não estiver me ignorando.

Ao que parece, ela e o Scouty sempre vêm  aqui, mas não nos mesmos horários que eu e o Tom, por isso não nos encontramos. A Linda gosta muito deste parque, que, por alguma razão, parece muito mais bonito hoje. Na verdade, a noite está deixando ele mais bonito, com a lua brilhando no céu e refletindo no rio... E tem alguma coisa diferente na Linda também. Ela parece mais espontânea, mais relaxada, não sei... um pouco parecida com quando ela me dá aula, mas diferente, já aqui ela só tá se divertindo, rindo... e olhos azuis dela brilham mais que a lua!

Foi só eu pensar nisso que ela muda de expressão. Do nada, ela para de patinar e parece alarmada ou preocupada com alguma coisa. Quando eu pergunto se tá tudo bem, ela começa a falar da Sarah e fica toda nervosa... eu não entendo nada, ela diz tchau e vai embora. E essa é a Linda, imprevisível como sempre e querendo me deixar louco como sempre! Certeza que eu não vou conseguir parar de pensar nessa noite por um bom tempo...


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Notas finais do capítulo

O que acharam??? O Henry já tá todo apaixonadinho kkk



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