Rombiz- Interativa escrita por Ma7y


Capítulo 2
Apresentando os sobreviventes


Notas iniciais do capítulo

Ola. Obrigada Familypet por favoritar ♥



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Christine caminhava de um lado para o outro com um lança chamas na mão, estava ansiosa. Paciência nunca fora seu forte, aquela arma retardava os rombiz, mas não os destruía.

 Ralf a observava com medo.  

Alias medo era a única coisa que sobrará na terra. E é claro os rombiz.

—Christine, você acha mesmo uma boa ideia chamar outras pessoas? A praga extinguiu a maior parte da população, mas duvido que tornou homens maus em bons.

—Que escolha temos Ralf? Do que adianta encontrar uma cura se não for para o bem de todos? Logo não existirá mais nenhum homem na terra-argumentou. O médico então se calou.

 Chris sempre foi boa com palavras. Desde criança se destacava por seus ótimos discursos. No orfanato que cresceu, convencia todos os funcionários a fazerem suas vontades. Não que tivesse muitas ambições naquela época, mas sempre ganhava sobremesa antes do almoço, mais tempo no parque e sempre que um casal aparecia querendo uma criança, era a primeira a ser apresentada. Só que ela nunca aceitava. Sempre achou que os pais iriam busca-la, então fazia birra ou assustava os casais que a queriam como filha.

Seus progenitores nunca vieram.

Com o passar dos anos perdeu toda a esperança que tinha e seu único objetivo passou a ser uma excelente advogada.

Conseguiu.

Mas isso lhe custará tanta coisa, Inclusive sua vida amorosa.

Todavia quanto mais pensava nisso, mais certeza tinha que se Etore não a tivesse deixado, nesse momento ela estaria procurando outros humanos para infecta-los e não o contrario.

Ralf suspirou e olhou no seu velho relógio de pulso. Sua companheira de sobrevivência era muito teimosa. Além de ser muito bonita. Não que ele tivesse alguma chance, já passava dos 60 e não sabia se daria conta. Mas apreciar não lhe faria mal.

Talvez só tivesse se aproximado de Christine e falado da cura, devido a sua aparência. Só por isso suportava sua grosseria e liderança brutal. Não importava os trinta e poucos anos que tinha a mais, não importava sua experiência com nanitas e o fato de provavelmente saber a cura. Christine liderava, ela mandava. Ralf nem discutia mais.

Ele a encontrou num casebre no meio de uma floresta á três semanas e a convenceu da possível cura. A moça, que estava se virando muito bem sozinha, aceitou suas ideias e começou a mandar mensagens nos rádios marcando um ponto de encontro com outras pessoas. O velho discordava totalmente, e se viessem pessoas apenas interessadas em seus recursos? O matariam e levariam Chris como escrava ou algo do tipo. Mesmo alegando tudo isso, a jovem falava com pessoas no radio e espalhava cartazes por onde passavam.

 Atualmente estava num hotel na beira da estrada que levaria á fabrica. Dormiam em quartos separados e por segurança somente uma pequena vela os acompanhava nos turnos em que ficavam de vigia.

Essa noite em especial nenhum dos dois estava  conseguindo dormir, amanhã partiriam rumo a fabrica.

Ambos estavam no saguão do hotel.

Mesmo com mil argumentos na ponta da língua para não “convidar” mais ninguém, Ralf permaneceu quieto. Se insistisse no assunto a resposta da morena seria: “Eu estava me virando muito bem sozinha. Não preciso disso para sobreviver, então se continuar com isso irei embora. Se for para não dividir a cura, prefiro voltar a viver sozinha”.

Ele não suportaria ficar sozinho novamente. Sua esposa Margareth, foi infectada do seu lado e ele teve que deixa-la.

Ambos tinham um casamento tão solido quanto suas carreiras, dedicaram a vida inteira aos nanitas. Nunca tiveram filhos e por sua ousadia, dizimaram as pessoas.

Sentia a culpa em seus ombros.

Encontrara Chris sem querer. Estava indo se suicidar e viu uma pequena fumaça saindo da floresta. Ela estava assando um coelho e ele decidiu ali que dedicaria todo o tempo que lhe restaria para extinguir os nanitas.

Estava tão perdido em seus pensamentos que não viu a morena indo até um quarto, pegando um cobertor e jogando em seu colo.

Apesar de seu jeito, Chris sentia afeto pelo médico.

Nunca demonstraria isso. Mas gostava dele como do pai que nunca teve.

Ambos acabaram cochilando sentados e não viram quando duas garotas chegaram ao hotel, nem quando elas entraram no quarto mais afastado do lugar e ali dormiram.

Longe dali, Trevor estava deitado no chão olhando para o céu.

Seu pequeno grupo estava dormindo na caçamba da caminhonete enquanto ele fazia sua ronda.

Seus pensamentos iam de Trish, sua bela ex-esposa até a filha Kayla.

Por mais egoísta que soasse, ele se sentia grato por Deus tê-la recolhido anos atrás.

Aos cinco anos, a pequena foi diagnosticada com um tipo raro e brutal de câncer, lutou bravamente, mas três meses depois sucumbiu.

A morte precoce da filha destruiu seu casamento com Trish. Ela alegava que o marido não tinha feito de tudo para salvar Kayla. O que era mentira. Trevor era um dos melhores médicos do exercito e quando soube da doença, largou tudo pela filha. Sabia que a esposa estava transtornada pelo luto, mas ele também estava sofrendo muito.

O divorcio ocorreu um mês depois do enterro.

Nunca mais conversou com a mulher. Nem sabia se ela estava viva e sinceramente não se importava. O luto destruiu todos os sentimentos bons que nutria por Trish.

Por mais contraditório que fosse, sentia-se em paz mesmo em meio ao caos.

Podia morrer, virar um rombiz, a “cura” podia não funcionar, Christine e Ralf podiam ser bandidos interessados em recursos... Nada o assustava.

O que o deixava em paz era que Kayla não precisaria passar por esse apocalipse.

Já se sentia grato por isso!


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado :)
caso nao abra:
Chris https://i.pinimg.com/originals/8e/9e/3f/8e9e3f4c3430d98bb7d4c46616055b17.png

Ralf https://i.pinimg.com/originals/ad/e7/23/ade7235f481d1e0fd570e2734b93e11d.jpg

Trevor https://gardenandgun.com/wp-content/uploads/2017/09/GG0517_Interview_01-e1505922013725-766x1100.png



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