Depois daquela dança escrita por ChattBug


Capítulo 8
As dúvidas


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o capítulo oito. Espero que gostem!



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Adrien encarava a azulada com um olhar surpreso, ainda não sabia se realmente tinha escutado aquilo. Com o coração acelerado e o semblante atônito, o loiro não conseguiu proferir uma palavra. Não sabia o que dizer, sua paixão secreta fora descoberta por sua amiga e ele não fazia ideia de como encobriria isso de forma que ela acreditasse. Seus lábios se mexeram, mas deles não saíram som algum, sua mente estava ocupada demais tentando fazer com que ele não se mostrasse nervoso. Mas o modelo notou que o esforço era em vão quando Marinette olhou para suas mãos trêmulas. Tentava se controlar, dizer para si mesmo que estava tudo bem, afinal, ela só descobrira sua paixão, e não sua identidade secreta. Além disso, como a própria amiga disse, todos em Paris gostavam de Ladybug, não era algo que ele deveria ter tanto medo de ser descoberto. Mas, por alguma razão inexplicável, o loiro achava que Marinette não sabia apenas de quem ele gostava. Ao dizer que amava a heroína, a azulada fez o modelo sentir que ela sabia quem ele era de verdade: um garoto que usava uma máscara para se mostrar extrovertido e fazer piadas de gato. Em meio a tantas vozes que rondavam a sua mente, uma pergunta se destacou: "como ela descobriu?"

Enquanto Adrien tentava, em vão, não parecer nervoso, a azulada também lutava com suas próprias dúvidas. "E agora, o que eu faço? Acabei de dizer que sei o segredo dele e ainda nem entreguei os poemas. Que desastre! Como eu conserto isso? Vamos, Marinette, pense em alguma coisa!" Encarou seu amado, que parecia bem desconfortável com a situação e notou que o modelo, assim como ela, só queria uma coisa: sair correndo dali e fingir que nada tinha acontecido. Depois de alguns minutos envolvidos por um silêncio constrangedor, a menina finalmente criou coragem para tentar reparar seu erro.

— Q-quer dizer… foi o que você falou lá na biblioteca não é? Que é fã da Ladybug e tal… — O loiro voltou seu olhar para a amiga, ainda nervoso — Que… gosta dela e… depois eu falei que todos gostam bastante da Ladybug e do Chat Noir aqui em Paris. A Alya até falou que nós poderíamos ir fantasiados na festa das irmãs dela. — Ela sorriu e Adrien, apesar de ainda estar preocupado, fez o mesmo. — E… foi por isso que eu disse que as joaninhas me lembram você. Agora que eu sei que você também é fã da Ladybug, assim como a Alya e eu.

Quando terminou de falar, ela percebeu que não tinha sido muito convincente com tantas pausas e palavras gaguejadas, mas, depois de tanto tempo falando assim perto dele, isso era até uma coisa normal. Marinette ficou mais calma quando viu o sorriso sincero de seu amor secreto, ele parecia aliviado depois de escutar aquilo. A menina também suspirou aliviadamente depois de perceber que conseguiu consertar o seu pequeno erro.

— Fico feliz em saber que as joaninhas fazem você se lembrar de mim, além de todas as fotos que tem no seu quarto. — Ele disse sem pensar e, dessa vez, foi a azulada quem ficou nervosa. Ainda não tinha superado totalmente o fato de seu quarto cheio de fotografias de Adrien ter sido transmitido para toda a cidade. Embora tenha se justificado dizendo que gosta de moda e o loiro tenha dito que estava feliz por saber que a amiga era sua admiradora, Marinette ainda sentia-se um pouco desconfortável com aquele assunto das fotos. Quando o modelo percebeu que tinha acabado de fazer o mesmo que ela tinha feito com ele minutos antes, falando de algo que a deixava nervosa, pensou em tentar resolver a situação, mas Alya e Nino chegaram ao local no momento em que ele iria falar.

— Nós tiramos umas fotos incríveis ali. — A morena apontou para onde estavam. — Vamos? Quero uma foto de todos nós juntos lá. — Os amigos caminharam até o local indicado por Alya e tiraram diversas fotos. Depois de passarem em uma lanchonete, o motorista de Adrien foi buscá-lo e ele se despediu.

***

A azulada foi almoçar em casa na hora do intervalo da escola e, depois de falar com seus pais, percebeu que ainda tinha alguns minutos antes de precisar voltar ao colégio. Então, foi até seu quarto e deitou-se na cama para descansar um pouco. Foi inevitável não pensar em Adrien, principalmente com todas aquelas fotografias nas paredes do local. Aqueles olhos verdes pareciam observá-la e a menina não conseguiu evitar que as memórias da noite anterior no parque e a manhã de aulas tomassem a sua mente. Começou a recordar aquela conversa um pouco desconfortável no Place des Vosges e o que tinha acontecido na escola há pouco tempo.

Enquanto a professora não chegava, os alunos começaram a conversar sobre os heróis de Paris e Chloè falou que tinha sido ótimo para a cidade o fato de ela ter sido escolhida para ser Queen Bee. A loira disse que não existia pessoa melhor para ser a portadora do miraculous da abelha e que ninguém ali daquela sala tinha a capacidade de ser uma heroína ou herói como ela. Marinette revirou os olhos, Chloè ainda continuava a mesma de sempre, mas a azulada sabia que a menina tinha mudado um pouco depois de ter se tornado Queen Bee e lembrou-se do dia em que entregou-lhe o miraculous. Viu que Alya ficou furiosa com a filha do prefeito e pediu para a amiga se acalmar.

— Essa menina não aprende! — Falou a morena.

— Relaxa, um dia ela muda. — Sorriu.

— Assim espero.

Alguns alunos começaram a discutir com Chloè e, de repente, alguém disse que talvez a própria Ladybug estivesse ali, naquela sala.

— Será? — O loiro disse, baixo, mas Marinette conseguiu escutar e, com o coração acelerado por imaginar que seu segredo tinha sido descoberto, percebeu uma pequena esperança na pergunta do modelo.

A discussão continuou e ela foi surpreendida com a resposta de Adrien para uma pergunta de um de seus colegas sobre Ladybug. Seu amado tinha dado a resposta certa, como se realmente conhecesse a heroína de perto.

— Parece que alguém acompanha meu blog. — Falou Alya e a azulada notou que ele tinha corado.

Com a imagem do loiro envergonhado em sua mente, ela pegou o poema que ele tinha escrito no dia dos namorados, que agora sabia que era para a heroína de Paris. Releu os versos que já sabia de cor, mas uma coisa chamou sua atenção e ela se perguntou como nunca tinha notado isso antes.

— O que foi? — Perguntou Tikki

— Todos os dias nos vemos. — Leu em voz alta, mas a kwami não entendeu o que isso queria dizer. — O poema. O Adrien fala isso para a Ladybug, mas não faz sentido. Quer dizer, ele me vê na escola todos os dias, mas não sabe que eu sou ela, então não faz o menor sentido.

— Você disse que ele acompanha o Ladyblog sempre, não é? Ele vê suas fotos todos os dias. — Tikki tentou encontrar algo que fizesse a menina não desconfiar.

— Mas aqui ele diz "nos vemos", e não "te vejo". Eu já apareci mascarada para ele algumas vezes, mas não todos os dias.

— Isso era só um rascunho, não é? Deve ter sido um erro. — Antes que a azulada dissesse qualquer coisa, percebeu que deveria voltar para a escola.

***

Mais uma vez, o grupo de amigos tinha se encontrado na biblioteca para conversar e estava tudo bem até que Alya e Nino disseram que iam escolher um livro. Marinette logo desconfiou que aquilo era um plano da amiga para deixá-la sozinha com Adrien e teve certeza disso quando viu a morena dar uma piscadinha antes de sair. A azulada reconhecia que a amiga só queria ajudar, mas achava que isso não era necessário. Se Alya ficasse os deixando sozinhos diversas vezes, o modelo acabaria desconfiando e não era assim que Marinette gostaria que seu amor por ele fosse revelado. Novamente, sentiu um frio percorrer seu corpo ao notar que estava sozinha com o loiro e não fazia ideia do que dizer para ele.

Depois de alguns minutos com aquele silêncio constrangedor, o modelo finalmente disse algumas palavras.

— Terminei de ler o livro que você falou.

— Já? Você é rápido. — Ele riu de leve.

— Aproveitei o tempo livre que tive esses dias.

— E aí, gostou da história?

— Gostei muito! Confesso que, quando comecei a ler, achei que seria aqueles livros bem clichês de adolescentes — A azulada riu — Mas o final me surpreendeu, você me enganou dizendo que era uma história melosa.

— Não imaginei que você ia gostar tanto.

— Nem eu. — Novamente, o silêncio tomou conta do lugar. — Cadê a Alya e o Nino? Não disseram que só iam pegar um livro? — Marinette tentou parecer natural, não queria mostrar que sabia que tudo tinha sido uma pequena armação da amiga.

— Não sei… mas, me conta, como você conseguiu ler tão rápido? O livro é um pouco grande.

— Quando eu estudava em casa, eu lia todos os dias, acabei me acostumando com livros grandes. — "Todos os dias", aquelas palavras ecoaram na mente de Marinette, lembrando-a do verso que a deixou confusa: "todos os dias nos vemos". Aquele mistério por trás do poema a estava enlouquecendo, queria saber mais sobre os sentimentos de Adrien por seu alter-ego. Tikki tinha dito que aquele verso poderia ser um erro de escrita, mas aquilo não convencera a azulada. "Será que ele descobriu que eu sou a Ladybug? Isso explicaria o "todos os dias nos vemos", já que estudamos na mesma sala. Mas… se ele soubesse, já teria demonstrado isso de alguma forma e ainda teve aquela dúvida dele na sala de manhã", pensou, "A não ser que ele me siga durante as lutas, como a Alya faz algumas vezes para filmar e colocar no blog".

— Sabe, hoje de manhã você falou muitas coisas sobre a Ladybug. — O modelo a encarou surpreso, a amiga tinha mudado de assunto tão de repente e tinha que ser justo esse assunto?

— Ah, e-eu falei o que li no blog da Alya. — Coçou a nuca.

— Ah sim… — Aquela resposta não tinha convencido a azulada. — Você parece conhecê-la tão bem, como se a visse com bastante frequência, tipo… todos os dias.

— N-não, quer dizer, já nos encontramos algumas vezes, ela já me salvou de alguns vilões, tipo quando a minha amiga da aula de esgrima foi akumatizada ou quando meu motorista virou um gorila gigante. O que eu sei sobre ela é só o que leio no Ladyblog. — Mentiu — A Alya é muito talentosa, escreve muito bem.

— Verdade. — "Espera, ele está mudando de assunto?", pensou e iria formular outra pergunta, mas o sinal tocou.

— Tenho que ir, aula de esgrima.

— Claro. — Marinette observou seu amado sair dali, junto com as respostas para suas inúmeras perguntas.

***

Depois que voltou da escola e se preparou para dormir, a menina estava, mais uma vez, deitada em sua cama com o poema de seu amado nas mãos. Tinha tantas dúvidas e queria as respostas para todas elas, mas sabia que Adrien não faria isso. Lembrou de como ele estava fugindo das perguntas dela sobre Ladybug e sabia que o modelo não revelaria que era apaixonado pela heroína. Suspirou, por que tudo tinha que ser tão complicado?

— Seria tão mais simples se ele soubesse que eu sou a Ladybug. — Pensou alto antes de adormecer e não percebeu que Tikki tinha escutado.

A kwami encarou a menina que já estava dormindo e sentiu-se triste por ela, mas, ao mesmo tempo, estava preocupada. Marinette não revelaria sua identidade só para ficar com seu amado, não é? Ou revelaria? Quando se tratava de Adrien, a azulada costumava perder um pouco a razão. Tikki começou a lembrar todas as vezes em que a menina tinha feito coisas absurdas por causa dele, como quando roubou o celular do modelo ou quando se vestiu de Ladybug na gravação do clipe de Clara Nathingale e quase descobriram sua identidade. E agora que Marinette sabia do amor de Adrien pela heroína e estava insistindo bastante nisso, a kwami se preocupou, sabia que era um passo a menos para a revelação das identidades.

— De jeito nenhum isso pode acontecer. Não agora, eles não estão prontos. Tenho que impedir isso, talvez o Plagg possa me ajudar.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? O próximo capítulo será postado na sexta-feira. Obrigada por ler!



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