Depois daquela dança escrita por ChattBug


Capítulo 4
A carta


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o quarto capítulo, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/773178/chapter/4

A azulada acordou com a claridade dos raios de sol que atravessavam a janela do quarto e iluminavam o local, deixando frestas de luz em sua face. Ainda sonolenta, a menina pegou o celular para conferir as horas, notando que deveria estar na padaria. Arrumou a cama e, depois das higienes matinais, desceu as escadas.

— Bom dia! — Disse ela, cumprimentando os pais — Desculpe o atraso, devia ter acordado mais cedo.

— Ah, que isso, Marinette? Você está cansada por conta da festa de ontem, devia estar dormindo. — Falou Sabine.

— E deixar vocês dois aqui com todo esse trabalho? De jeito nenhum!

— Obrigado, filha, mas nem temos tanto trabalho assim. Só os cinquenta croissants, cem macarrons e os dois bolos gigantes que encomendaram para esta tarde. — Os três riram, mas logo começaram o longo trabalho que teriam pela frente.

***

Quando finalmente terminaram tudo o que deveria ser feito na padaria e todas as encomendas foram entregues, Tom disse que a filha poderia descansar, afinal, agora só teriam que fazer algumas coisas que os clientes pedissem no fim da tarde. Marinette agradeceu e foi para o quarto, jogando-se na cama.

— Nossa! Nunca imaginei que ficaria tão exausta em um domingo.

— O trabalho na padaria é tão cansativo quanto salvar a cidade de um akuma? — Disse a kwami.

— Nem fala! Ainda bem que o Hawk Moth resolveu tirar uma folga hoje, não sei se eu teria disposição para lutar contra vilões. — Tikki sorriu e comeu um dos macarrons que a azulada trouxe da padaria.

Ainda deitada na cama, Marinette voltou o olhar para as fotos de seu amado que ficavam ali perto. Com todo aquele cansaço, tinha até esquecido de seu plano para se declarar. Mas ela estava tão exausta que percebeu que precisava de mais alguns minutos deitada para conseguir descansar o suficiente. Então, fez uma viagem até a noite anterior e reviveu suas emoções. Lembrou-se do momento em que o loiro a chamou para dançar e tudo o que veio depois: o arrepio que sentiu quando ele a tocou, o cheiro do perfume de seu amado, a troca de olhares depois da dança… Tudo parecia tão distante, como se tivesse passado semanas que não o via. Já estava sentindo falta de todas aquelas emoções que a invadiram naquela noite de sábado.

Quando sentiu que já tinha descansado o suficiente, ela levantou e começou a colocar seu plano em ação. Pegou um papel de rascunho e procurou um cartão na caixa em que guardava embalagens para presentes. Com a caneta em suas mãos e a folha de caderno em cima da mesa, ela tentou escrever algo, mas as palavras pareceram fugir de sua mente. Foi então que lembrou-se do dia dos namorados, quando tentou fazer a mesma coisa: escrever uma carta se declarando para Adrien, mas daquela vez não deu muito certo, já que ela não assinou. Por isso que, dessa vez, a primeira coisa que escreveu no cartão que enviaria a seu amado foi o próprio nome, não poderia arriscar que sua declaração se tornasse anônima, pois agora estava decidida a acabar com aquele segredo. Sem ideias, começou a desenhar corações no papel, e lembrou novamente do dia dos namorados, recordando que, naquela data, também estava decidida a se declarar e não tinha dado certo. O que garantia que agora o loiro realmente ia saber que ela queria ser mais que uma amiga?

Quando a menina já estava quase desistindo de escrever a declaração de amor, seus olhos se voltaram para o quadro ao lado da mesa do computador, no qual ainda estava presa a carta que o modelo escrevera no dia dos namorados. Marinette sorriu, pegou o papel e começou a ler o poema que já sabia de cor, mas ainda insistia em olhar a letra de seu amado. Ela quase conseguia escutar a voz dele enquanto lia a carta, sempre desejou ouvir aquelas palavras diretamente de Adrien. Amava o som das rimas que o loiro tinha escolhido para o poema e, depois de reler aquilo mais duas vezes, resolveu repassar em sua mente a resposta que tinha escrito naquela data. Assim que terminou, ela percebeu que já sabia o que deveria fazer para resolver seu problema da carta. "É isso! Vou escrever um poema! Assim, ele pode até perceber que fui eu que escrevi aquela declaração no dia dos namorados", ela pensou.

A azulada finalmente conseguiu transferir tudo o que queria para o papel e sentiu-se muito feliz pelo resultado.

— Ficou muito bom, Marinette. Se não conseguir virar designer de moda, você pode escrever poemas. — Disse a kwami, fazendo a menina rir.

— Ah, Tikki, não é pra tanto. E, além disso, eu não vou desistir de virar designer. — Ela respondeu e a pequena sorriu. O celular da azulada notificou uma mensagem de Alya. Assim que Marinette viu, quase deixou o aparelho cair. Era uma foto de sua dança com Adrien na noite anterior.

 

Como você foi capaz de tirar essa foto e não me contar nada?

 

Enviou a pergunta e aguardou a amiga responder, o que não demorou muito.

 

Eu esqueci de te falar. Ah, e essa não é a única.

 

A azulada não conseguiu resistir ao sorriso que formou-se em seus lábios.

 

Como assim? Mande todas agora!

 

Ela abriu a foto novamente e sorriu, lembrando de seus sentimentos enquanto abraçava seu amado.

 

Vou te deixar esperando, quero ver sua reação pessoalmente. E você acha que essa foto está boa? Tem umas aqui que você nem vai acreditar…

 

Marinette notou que não aguentaria aguardar até o dia seguinte e teve uma ideia.

 

Alya, o que acha de uma festa do pijama aqui em casa? Faz um tempinho que não fazemos isso. E eu também tenho uma novidade para te contar.

 

Sabia que, com a última frase, com certeza convenceria a amiga a visitá-la e também teria a opinião dela sobre o poema.

 

Verdade, faz um tempo. Vou ver aqui com meus pais e já te falo.

 

A azulada aguardou a resposta de Alya durante alguns minutos e aproveitou esse tempo para organizar o quarto e dizer para Tom e Sabine que a amiga iria para sua casa.

 

Eles deixaram, já estou indo.

 

Marinette respondeu um "ok" e já começou a preparar as coisas para a festa do pijama, separando alguns jogos de tabuleiro e macarrons para deixar em seu quarto.

Assim que as duas chegaram ao local, a morena mostrou as fotos para a amiga e se divertiu com a reação dela a cada vez que via uma das imagens. Quando terminaram, foi a vez da azulada contar sua novidade, entregando o poema para Alya.

— Está muito lindo, Marinette. Ele vai amar.

— Você acha? Não está… melado demais?

— O do dia dos namorados estava muito mais açucarado que este.

— Ei! — Ela deu um tapa no braço da amiga e as duas riram.

— Mas, é sério, está muito bom. Vê se, dessa vez, entrega o cartão assinado.

— Acha que eu devo entregar?

— Ué, você fez isso para ficar guardado na gaveta? Eu acho melhor entregar esse poema nas mãos dele amanhã.

— Você tem razão, chega de guardar isso pra mim! Está na hora do Adrien saber o que eu sinto.

Depois de conversarem bastante, as duas não conseguiram resistir ao cansaço e acabaram adormecendo.

***

A azulada não aguentava mais aquele sentimento que a invadia quando encarava seu amado e lembrava que tinha que entregar o poema. A menina sentia um frio na barriga só de imaginar o momento em que sua declaração de amor seria entregue nas mãos do modelo. "O que eu vou falar pra ele? Caramba, para que eu fui inventar de escrever isso e mostrar para a Alya? Agora que ela sabe, não vai sossegar enquanto não ver o Adrien com a carta", Marinette pensou, lembrando as inúmeras vezes em que a amiga perguntou quando o poema seria entregue. E o pior de tudo era que a azulada queria entregar a declaração de amor e acabar com aquele segredo de uma vez, mas a falta de coragem para falar com seu amado a impedia.

Quando o sinal do intervalo finalmente tocou, a menina resolveu que estava na hora, mas antes queria falar com Alya. Porém, desde o momento em que todos saíram da sala, ela não tinha visto a amiga. A azulada sentiu seu coração acelerar ao perceber que ainda não sabia o que falar para Adrien. Ela não podia simplesmente entregar o poema para o loiro e sair correndo. Ou será que podia? De repente, uma ideia iluminou a mente da menina, fazendo-a perceber que tinha a solução para o problema da sua falta de coragem para falar com o modelo. Rapidamente, Marinette começou a caminhar até o local em que ficava os armários dos alunos e logo encontrou o de seu amado. "Não é uma ideia muito boa, mas…", ela pensava e estava quase passando o cartão pela fresta do armário, mas foi interrompida por três vozes que conhecia muito bem: Nino, Alya e Adrien. A menina pensou em ignorá-las e continuar seu plano, mas foi inevitável não prestar atenção naquele assunto. E logo ela se aproximou dos amigos que estavam indo até a biblioteca. Com a carta na mão, Marinette planejava aparecer de surpresa e também conversar com eles, talvez até criaria coragem para entregar o poema pessoalmente, mas não foi exatamente isso o que aconteceu e a azulada ficou atrás de uma prateleira, fingindo estar escolhendo um livro e tentando escutar a conversa que estava em um tom baixo, pois algumas pessoas estudavam ali.

— Você não para de olhar esse celular, Alya. — Falou o moreno.

— Claro, esse é um dos poucos momentos que consigo dedicar ao Ladyblog na parte da manhã.

— Mas também é um dos poucos momentos que conseguimos ficar juntos sem ninguém nos interromper ou atrapalhar. — O moreno comentou e abraçou a namorada, pedindo um pouco de atenção.

— Ei, eu estou aqui e acho que estou interrompendo e atrapalhando. — Disse o loiro, fazendo os amigos rirem.

— Ah, não liga pra ele, Adrien. Hoje ele está mais carente do que um gatinho. — Falou Alya, ainda olhando para o celular.

— Assistindo vídeos de novo? — O moreno perguntou para a namorada.

— Que foi? Está com ciúmes do meu celular agora? — Ela disse, rindo, mas Nino apenas revirou os olhos — Não consigo parar de assistir, foi uma luta e tanto, a Ladybug e o Chat Noir arrasaram.

— Ah, essa é aquela batalha de quinta-feira? — O moreno perguntou e Alya assentiu — É, tenho que admitir, está tudo bem você ter me trocado por esse vídeo, realmente está muito bom. — Ela o encarou com uma expressão que parecia dizer "finalmente se rendeu!" — Mas ainda acho que eu merecia mais atenção do que uma tela. — Disse Nino, baixinho, mas a namorada conseguiu ouvir e riu da atitude dele.

— O vilão era bem forte e a Ladybug e o Chat Noir conseguiram derrotá-lo sem a ajuda de ninguém, nem da Rena Rouge, Carapace ou Queen Bee. — Comentou a morena e os três continuaram assistindo, impressionando-se com a sincronia dos heróis, até que o vídeo terminou e Alya desligou a tela. — Essa luta foi realmente incrível.

— A Ladybug é incrível. — O loiro disse para si, sem pensar, e não imaginava que seus amigos tinham escutado, mas percebeu que isso tinha acontecido quando notou que seus colegas o encaravam com olhares surpresos. O que ele não sabia é que sua amada também tinha ouvido e, escondida atrás de uma prateleira cheia de livros, ela estava tão atônita quanto o casal de namorados.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? O próximo capítulo será postado na quarta-feira. Obrigada por ler!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Depois daquela dança" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.