—Isso.

—Por quê hm?

—Quero dormir no meu domingo.—Informo.

—Pode dormir aqui hm.—Ele fez um gesto para um lado da cama, maliciosamente.

Eu o encaro, vermelha.

—Não obrigada!

—Por quê está vermelha hm?

—Não estou!

—Fiz algo hm?

—Fez sim!

Ele piscou várias vezes.

—Você me agarrou.—Informo.

Aquilo o pegou de surpresa.

—Quê hm?—Ele parecia confuso.

—Quando nós estávamos vendo filme.—Eu aponto para a Tv.—Eu peguei no sono e você me fez se deitar do seu lado...

Ele parecia que se lembrava aos poucos.

—Ah... isso explica muita coisa hm.

—Ahn?—Eu pergunto.

—Minha barraca armada hm.—Ele diz sorrindo maliciosamente.—Então... eu realmente estava...

Tapo meus ouvidos, como ele era safado!

—Eu tenho que ir.

—Ah não, espera hm.

Eu o encaro.

—Me desculpa hm.—Ele diz, de uma forma sincera.—Eu não queria ter feito aquilo hm..

Eu relaxo um pouco, ao menos ele se arrepende. Que consideração....

—Na verdade eu queria sim hm.—Ele disse , depois de refletir um pouco.—E queria ter prosseguido para o próximo passo...—Ele fecha os olhos.—Mas você é de outro hm.—Ele conclui com desdém.

Fico besta com a sinceridade que ele tinha.

—Pois trate de me respeitar!—Digo.

—Me desculpe hm. Não farei de novo...

Eu não conseguia acreditar nas palavras dele.  

—Ele não sabe que está aqui hm?—Ele perguntou.

—Não.—Me senti culpada. –Por isso eu preciso ir.

—Não posso te segurar hm.—Ele disse suspirando.

Eu poderia ir embora agora. Mas não fui ... eu me sentei perto dele e fiquei o fitando.

—O quê hm?

—Você é tão...—Eu não termino minha frase.

Eu não precisava... ele havia entendido o recado.

...

Coloquei outro filme para assistirmos , era tarde da noite e eu estava energética, na minha cabeça... a qualquer momento, ele iria me pedir ajuda para algo, como pegar um copo d’água por exemplo.

 -Hey hm.—Ele me chamou.—Se estiver com sono, durma hm.

Eu nego com a cabeça.

—Tá... mas deita aqui.—Ele fez um gesto para a cama.—Não parece confortável nessa cadeira hm.

Eu havia pego uma cadeira, para me certificar de estar afastada dele.

—Não obrigada.—Digo, segurando um bocejo.

Ele revira os olhos.

—Quer ir pra casa hm?

—Quero ver o filme.—Digo olhando fixo pra TV.

Silêncio.

—Poderia pegar água pra mim hm?

Eu o encaro. Ele me manda um sorriso.

—Tá..—Eu me levanto e vou a cozinha.

Quando volto, me surpreendo em ver que ele não estava na cama.

—Deidara...?—Eu o chamo.

—Sim hm?—Ouço vindo do banheiro.

Não sabia o que fazer.

—Você está....?

—Tomando banho hm.—Ele informa. De repente, ouço o som do chuveiro.

Fico espantada com ás coisas que ele faz, enquanto está recém operado.

—Você acabou de fazer uma cirurgia..—Eu o lembro, indo até a porta.—Deveria estar repousando. E tomando banho em leito...

—Nem pensar hm.—Ele rebate.

—Mas...

—Eu tô legal loira hm.

—Mas...

—Quer me dar um banho em leito então hm?

Não digo mais nada, volto a minha cadeira e assisto ao filme. Ele, que se vire.

—Ouch hm.—Ouço ele gemer de dor.

Por impulso me levanto e vou até a porta do banheiro.

—Tá tudo bem?—Pergunto.

—Ahn... eu cai hm.—Ele diz.

Abro a porta, mas a fecho na hora.

—Você está vestido?—Pergunto.

—Hm...

—Então não posso ajudar.—Digo sem graça, me recostando na porta.

—Eu não me importo com o que vai ver hm.

Eu reviro os olhos.

—Mas eu sim... eu nunca vi um homem...

—Pelado hm?—Ele completou, parecia tranquilo.

—É...

Ouço ele rir por uns segundo.

—Você é incrível hm.—Ele diz por fim , gemendo de dor.

—Por quê?

—Porque você e seu namorado esquisito...

—Nós nunca fizemos..—Eu digo, eu não tinha a obrigação de falar isso, mas eu queria.—Eu quero me casar virgem!

Ouço outra maré de risada.

—Tsch, seu imoral.—Digo cruzando os braços.

—Puritana hm.

Novamente , ele geme de dor. Eu deveria fazer alguma coisa.

—Olha...—Eu coloco minha mão na maçaneta.—Vou entrar de olhos fechados...

—Como queira hm.—Ouço.

Abro a porta , e sinto o vapor quente bater no meu rosto.

—Onde está?—Pergunto tateando o ar.

—Aqui hm.—Ele diz.

Sigo sua voz e finalmente sinto seu braço, molhado.

—Okay...—Eu digo.—Como faremos..?

—Preciso me apoiar no seu braço hm.—Ele diz, segurando meu braço forte.—E no três eu faço força para levantar.

—Hai.

Eu ainda não havia aberto os olhos, então...

—Um, dois... e três..hm.

Com muito esforço nos levantamos.

—Obrigado hm.—Ele diz, no meu ouvido.

Eu apenas concordo com a cabeça. Fomos até a cama dele.

—Puff ...—Eu suspiro já cansada.—Vou te deixar aqui, para se trocar.

Eu o sento na cama, e fico de costas pra ele. Finalmente eu podia enxergar. Estava totalmente encharcada.

—Com licença.—Eu vou até a porta do quarto e o deixo sozinho.

Eu poderia ir agora. Mas estava tão exausta, que vou até a cozinha e bebo água.

—Loira hm.—Ouço.

—Sim?

Ele demora uns minutos para responder.

—Pensei que tinha ido hm.

—Já se trocou?—Pergunto.

—Já sim hm.

Abro a porta e o vejo só de calça.

—Bom.—Informo , bocejando novamente.

—Valeu mesmo hm.—Ele diz.

—Hm.—Foi a minha vez de dizer seu som repetitivo.

—Está toda molhada hm.—Ele me observava.—No closet, tem roupas secas lá hm.—Ele aponta para seu closet.

Eu deveria ?

—Pode ir... ele não morde hm.—Ele me garantiu , percebendo que eu estava nervosa.

—Hai.

...

Eu coloco um moletom quentinho e volto para minha cadeira. O filme já havia terminado e eu estava pingando de sono. Sabe se lá que horas eram, eu só queria fechar meus olhinhos e dormir.

—Você pode se deitar aqui hm.—Deidara novamente me convencia a ficar ao seu lado.

Eu o olho.

—Eu...—Eu me levanto e me sento em sua cama, me inclino em seu peito.

Estava próxima o suficiente para lhe beijar. Mas... ele se afasta.

—Eu não fico com a mulher dos outros hm.—Ele diz sério.

Fecho meus olhos e me afasto. Ainda bem que ele foi sensato.

—Você tem um quarto de hóspedes ?—Pergunto.

—Segunda porta a direita hm.

...