Amaya apenas sai em direção oposta à do rapaz sem nem saber direito para onde iria. Se sentia mal por isso, afinal ele estava tentando ajudá-la, não sabia se havia outro caminho que levasse para uma possível saída, mas continuou fugindo dele como se tivesse visto um fantasma.

" Uma mecha vermelha, talvez... Não! Impossível. "

— Mas que garota teimosa - ele observa Amaya fugir - Será que foi por causa que eu a toquei? Ah, que seja.

Ele sobe pela fissura que dava ao próximo andar resmungando alguma coisa e se depara com dois cristais do tamanho da palma da sua mão, uma expressão de alegria se forma no seu rosto e vai estendendo o braço para pegá-los, mas cogita que pode ser algum tipo de armadilha e desfaz sua expressão alegre erguendo uma sobrancelha em sinônimo de desconfiança, era bom demais achar cristais bem na sua frente em uma espécie de labirinto como aquele.

Desprende o cinto que estava na sua calça com a intenção de testar se havia algum perigo com ele, e o joga aonde estavam os cristais, nenhuma armadilha foi ativada, ainda desconfiado ele pega com cuidado o primeiro. o cristal vermelho, pega seu cinto e o passa por volta da sua calça como estava antes, prendendo o cristal nele, se agacha para pegar o segundo, o cristal azul e sua mão atravessa-o como se fosse apenas uma miragem.

— Ué? - ele coça a nuca - não consigo pegar - para de insistir em pegar o cristal azul observando o lugar a sua volta e vê que dessa vez há apenas um caminho.

Atrás dele havia a fissura por onde tinha entrado, dos lados apenas paredes e à sua frente um lago de fogo, mais a frente do lago uma rampa que levava a duas portas de pedra. As portas lhe pareceram bem pequenas, mas não, possivelmente pareciam pequenas por estarem muito longe, a rampa era muito alta e dava essa impressão.

Se aproxima do lago de fogo e mergulha a sua mão nele

— Que morno. Esse fogo aqui tá muito fraco, deve ter sido feito para parar aventureiros normais.

Segue em direção à rampa e dá um salto, para na metade da rampa, outro salto e para em frente à porta com um símbolo de masculino, detalhado na cor vermelho fogo. Empurra a porta que não se abre e uma nota aparece escrita entre as duas portas:

" Insiram as chaves, resolvam seus problemas.

Ao chegarem em um consenso, as portas se abrirão "

Ele observa uma fechadura com o formato do cristal que estava em seu cinto, insere-o ali e espera a porta se abrir. Ela não se abre. Ele volta a ler a nota tentando entender o que exatamente poderia significar. Lembra o que a velha senhora tinha lhe dito:

" - Aí está! Em dois é mais fácil sobreviver! " .

Lhe cai a ficha e tudo começa a fazer sentido na sua cabeça, como não tinha percebido algo tão óbvio antes. Não poderia ser aquilo, algumas coisas ainda não encaixavam.

— Aquela garota.. Não é possível. Devo ir atrás dela! - ele volta em disparada pelo caminho que tinha chegado ali.

Amaya estava agora mais calma, mergulhando em um pequeno lago de água para pegar algumas plantas medicinais que ela havia avistado no fundo do mesmo e julgou ser útil recolhê-las por se ela se machucasse. Ela não tinha problemas em estar debaixo d'água e já estava ali a um bom tempo tirando apenas seu braço para deixar os punhados das plantas a margem do lago.

— Resista! - alguém a puxou pela cintura para fora da água, pelo susto fechou os olhos - Essa não é hora de morrer!

Em segundos ela estava na borda do lago, em terra seca e ao abrir os olhos ela percebe que o rapaz estava a ponto de lhe fazer respiração boca a boca. Ela o afasta com uma joelhada no estômago.

— S-Seu... - grita ela com uma mão em frente aos lábios e a outra com o dedo indicador em direção à ele

— Eu.. - fala custosamente por causa da dor - Estava tentando te salvar!

— Eu estava bem! Apenas recolhia essas plantas medicinais. - suspira, ele ter se jogado na água para salvá-la indicava que não era quem ela pensava - Seria impossível eu me afogar na água.

— Como pensei - ele se aproxima observando que seu próprio cabelo estava ficando com mechas vermelhas e o dela com mechas azuis - Você é a Watergirl. Prazer, Fireboy.

Amaya volta a se agitar, ele veio ali para levá-la para a vila de novo?

— Mentira! É uma piada - sussurra - você entrou na água!

— Olha, não se assusta, não vim te obrigar a nada. - ele ergue os braços em sinal de rendição - Também saí de casa para não ser obrigado a fazer o que aqueles velhotes querem. Eu não sou feito todo de fogo, sou uma pessoa e costumo tomar banho também!

— Puff.. haha - Ela acha graça - Eu não pretendo voltar para casar com você. - esclarece

— Tudo bem - ele vai abaixando os braços devagar - Eu só vim te avisar que achei a saída, são duas portas e é necessário consenso entre duas pessoas para abrí-las. Será que posso contar com você por essa única vez?

— Duas portas? Devem levar a lugares diferentes.. - ela analisa Fireboy, não parecia mentir - Vou ajudar.

Após pegar seu cristal azul e saltar o lago de fogo estavam eles em frente às portas, com seus cristais posicionados para por nas fechaduras ao mesmo tempo.

— No três - informou Fireboy

— Entendido! - Watergirl concorda

— UM ! - Em uníssono

— Ei Fireboy, qual seu verdadeiro nome? - Watergirl parecia realmente curiosa

— DOIS - Em uníssono novamente

— Kenneth - ele sorri - e o seu Watergirl?

— TRÊS - por última vez em uníssono, encaixam seus cristais nas fechaduras

— Me chamo Amaya - as portas de pedra se erguem, abrindo passagem para um tipo de escadarias

Eles sorriem um para o outro e se despedem

— Adeus Amaya.

— Tchau Kenneth.

" Será que te verei novamente? "