Para Sempre escrita por Moon


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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No dia seguinte acordei mais conformada com meu castigo. Não era a primeira vez que minha tia fazia uma coisa daquela comigo.

 Acordei no mesmo horário como de costume, arrumei-me e fiquei perambulando no quarto, entediada. Uma hora depois minha tia bateu na porta e trouxe meu café da manha, ela me entregou e sem dizer uma só palavra saiu de meu quarto.

 Eu comi desanimada já imaginando como seriam meus próximos dias sem nada fazer neste quarto.

 Depois de comer eu tentei ler um livro, mas minha mente estava longe, não estava conseguindo concentrar-me em nada. Quase na hora do almoço ouvi batidas na porta de meu quarto e em seguida ele fora aberto por minha tia Miriam.

—Rosalie – ela chamou e eu me levantei da poltrona onde estava sentada – Seu tio esqueceu-se do almoço em casa e não quero que Carmen fique perambulando por ai sozinha na cidade. Va com ela levar para ele agora. – ela pediu e saiu-se do quarto.

 Eu bufei irritada. Quando era da necessidade dela, eu podia sair do quarto, não é?

 Não troquei de roupa nem nada, so coloquei minhas luvas brancas que iam até o cotovelo e puis um chapéu para me proteger do sol. Quando sai do quarto, Carmen estava me esperando na porta de casa com uma sacola com o almoço de meu tio.

—Só entreguem o almoço e voltem. Sem demoras. – ela disse – Rosalie tu ainda estas de castigo, portanto se demorar mais de meia hora para voltar eu aumentarei uma semana.

 Eu sai com vontade de não voltar nunca mais. Eu ainda esperava ansiosa esse dia chegar.

 Onde meu tio trabalhava não era longe, uma caminhada pela cidade de 10 minutos.

 Carmen não parou de falar durante todo o caminho. Ela queria ver o presente que tio Sebastian me deu ontem de aniversario.

 Não vou negar que o presente de meus pais me fez dormir melhor esta noite. Eu dormi agarrada aquela caixa como se estivesse dormindo agarrada com eles. Foi uma sensação que eu não tinha há anos.

—Devias dizer-me como fazes isso? – Carmen disse de repente e eu a encarei confusa. – Ser tão cobiçada assim. Quando saio na rua com Cintia os rapazes não viram os olhos para nos olhar, como quando estou com você.

—Bobeira Carmen – eu disse sorrindo e quando atravessamos a rua passamos por um grupo de rapazes mais velhos que nos encararam dando sorrisinhos e levantando seus chapéus para nos cumprimentar. Carmen ficou vermelha na mesma hora.

—Viu? É disso que estou a falar – ela disse eufórica como se aquilo fosse a coisa mais legal do mundo – Os rapazes quase quebram o pescoço para olhar-te Rose.

 Eu revirei os olhos. Não gostava desse assunto, odiava ser o centro das atenções.

—Impressão sua – eu disse a ela.       

—Tu és tão modesta – ela disse revirando os olhos.

 Carmen continuou tagarelando sobre isso até chegarmos ao trabalho de meu tio.

 Quando chegamos lá eu fiquei perdida. Era um prédio enorme onde não parava de entrar e sair gente. Eu não sabia como encontra-lo, e não podia entrar sem permissão.

—Deixe comigo Rose. – Carmen disse toda segura andando até a recepção e se anunciando como filha do diretor geral, o senhor Miller. A moça pediu para que esperássemos que ela iria chama-lo.

 Eu e Carmen ficamos quase 10 minutos na recepção do prédio esperando, até que a moça voltou com meu tio atrás dela.

—Meninas, o que fazem aqui? – perguntou se aproximando.

—Esqueceu-se de teu almoço, tia Miriam nos fez trazer para você. – eu disse entregando a sacola com seu almoço em suas mãos.

 Ele sorriu pegando a sacola.

—Ah obrigada – respondeu e em seguida deu um beijo em minha cabeça e um beijo em Carmen. – Mas não deviam ter vindo sozinhas até aqui. Sua tia perdeu o juízo?

 A cidade estava com uma fama terrível de violência. As mulheres raramente saiam sozinhas, sem a companhia de um homem.

—Papai, a mamãe só ficou preocupada que tu ficasses o dia todo sem comer. – Carmen disse.

—Eu voltaria para buscar meu almoço, não havia a necessidade de vocês virem trazê-lo até mim – ele disse irritado. Estava visivelmente bravo. –Agora tenho uma reunião, não posso leva-las em casa.

—Tio não se preocupes, nesse horário não há problema algum, esta de dia ainda. – eu disse tentando tranquiliza-lo.

—Não importa Rose, não vou deixa-las voltar para casa desacompanhadas. – ele disse respirando fundo e eu desisti de discutir. Meu tio começou a olhar pela recepção, como que procurando algo e de repente o vi dar um sorriso aliviado. Eu segui seu olhar e congelei na mesma hora que vi o que ele estava vendo. Theodor Fennder estava descendo as escadas e indo em direção à saída, totalmente distraído quando meu tio o chamou. – Theodor!

 O garoto se viu na mesma hora e eu me desesperei quando o primeiro foco de seu olhar fora eu e não meu tio. Theo me encarou totalmente surpreso por longos segundos, depois desviou seu olhar ainda confuso para meu tio e veio em nossa direção.

 Desesperei-me por dentro quando percebi o que meu tio iria fazer.

—Senhor Miller – ele disse o cumprimentando com um aperto de mão e depois olhou para mim e Carmen. – Senhoritas.

—Olá Theo – Carmen disse toda sorridente enquanto eu só acenei com a cabeça.

—Theodor, não querendo incomoda-lo, mas percebi que estas de saída, queria saber se pode acompanhar minhas filhas até em casa? – ele perguntou e eu bufei por dentro. – Tenho uma reunião agora, não às quero zanzando por ai sozinhas.

—Com todo prazer senhor Miller, não há de ser incomodo algum – ele respondeu com um sorriso simpático.

 Meu tio respirou aliviado e sorriu de volta pra ele.

—Obrigado Theo. E meninas, nos veremos em casa. – ele se despediu e saiu levando seu almoço de volta ao trabalho.

—Vamos senhoritas – Theo disse dando passagem para nos, eu engoli em seco quando Carmen me encarou reprimindo um sorriso sapeca.

 Oh Deus, por quê?

 Sem dizer nada eu e Carmen saímos à frente. Theo era um completo cavalheiro, não posso negar. Abriu a porta para que pudéssemos passar primeiro e andou o tempo todo ao nosso lado como um guarda costas.

—Não querendo ser intrometido, mas porque estão a andar sozinhas pela cidade? – ele puxou assunto enquanto caminhávamos de volta pra nossa casa e Carmen o respondeu.

—Papai esqueceu-se de seu almoço, e mamãe não queria que ele ficasse o dia todo com fome.

—Mas sua mãe não sabes que é perigoso zanzar por ai sozinha?

 Ela sabe, mas não se importa.

—Não há perigo algum – Carmen disse sorrindo – Só Rosalie quebrando o pescoço dos rapazes que viram para olha-la quando ela passa. Fora isso, nada demais.

 Theo encarou-me  na mesma hora e eu fiquei vermelha como um tomate. Como queria jogar Carmen no meio da rua agora e uma carruagem atropela-la.

Ela só me fazia passar por vergonha.

—Imagino – ele murmurou com os olhos ainda presos em mim.

 Eu encarei o chão desejando como nunca voltar ao meu castigo isolada em meu quarto.

—Não achas Rose bonita Theo? – Carmen perguntou inocente.

—Carmen! – eu a repreendi. – Pare com isso.

 Ela riu. Porque tudo era divertido para ela. Eu sentia meu rosto pegar fogo e sabia que o garoto estavas a me encarar apesar de eu tentar ignora-lo sem sucesso enquanto andava encarando o chão abaixo de meus pés.

—Sim – ele disse baixo. – Rosalie com certeza é a mulher mais bela que já vi em minha vida.

 Eu engoli em seco e inevitavelmente o olhei. Ele estava me olhando com aqueles olhos castanhos claros intensos e eu me senti esquisita.

 Meu deus, isso parecia muito inapropriado.

 Não sabia se o agradecia, ou se dizia para ele se conter, pois ele estava prometido a casar-se com minha prima. Não deveria ficar dizendo sobre a beleza de outras mulheres assim.

—Vamos apertar o passo? Não quero ficar mais uma semana de castigo – eu disse baixinho a Carmen, mas ele ouviu.

—Castigo? – questionou ele.

—Sim – novamente Carmen respondeu por mim. – Mamãe colocou Rose de castigo por ontem...

—Por ontem? O que fez ontem? – ele perguntou inocentemente.

Nada. Não fiz absolutamente nada.

—Não se preocupes com isso senhor Fennder. Não foi nada de mais, porem agradeceria se andássemos mais depressa.

 Não esperei que ele respondesse nada e apertei meu passo e os dois me seguiram. Carmen e ele continuaram a conversar sobre outras coisas durante o percurso e eu não via a hora de chegar a casa e me isolar.

 Minutos depois chegamos a rua de nossa casa e eu pude respirar aliviada. Parei em nossa calçada e encarei o garoto belo a minha frente.

—Obrigada pela gentileza Theodor, você foi um cavalheiro cedendo um pouco de seu tempo para nos acompanhar até em casa. – eu disse agradecendo.

 Parado a um passo de distancia de mim ele sorriu com aqueles dentes perfeitos.

—Não iria deixar que voltassem por essas ruas desacompanhadas. – disse – E foi um prazer estar na companhia das senhoritas novamente.

 Eu respirei fundo e peguei na mão de Carmen.

—Certo, precisamos ir agora. – eu disse puxando Carmen. – Obrigada novamente.

—Tchau Theo, espero esbarrar com você mais vezes – Carmen disse rindo, como se os dois fossem íntimos.

—É o que também desejo – ele sorriu para ela sem se importar. Depois olhou pra mim intensamente. –Espero vê-la em breve senhorita. – com isso ele deu uma piscadela pra mim e saiu andando pelas ruas, me deixando embasbacada na calçada de casa.

 O que ele disse?

 


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Notas finais do capítulo

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