Para Sempre escrita por Moon


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Pov. Theo

Eu com certeza estava a passar pelo pior momento de minha vida. Apaixonei-me pela mulher errada.

 Eu não devia ter prestado tanto atenção na senhorita Mitchell, mas foi algo incontrolável de minha parte. Até quando ela não queria chamar minha atenção, eu prestava atenção nela.

Tudo nela era convidativo para mim. Sua doce voz, sua aparência impecável, ela era tão linda, aposto que deveria ser muito cobiçada pelos rapazes. Seus olhos era algo que eu nunca tinha visto antes, me prenderam naquela noite de tal forma. Aqueles cabelos escuros constatando com sua pele. Ela não era apenas uma mulher linda, ela tinha seus prazeres, seus desejos e parecia boa em tudo que fazia. O que deixava ela mais bela ainda.

 Diferente de Cíntia a quem eu fui prometido. Que era um poço de futilidade. Mesmo arrumada dos pés a cabeça não conseguiu causar o efeito que aquela bela moça dos olhos caramelos fizeram comigo.

—Estas tão quieto meu filho. – disse meu pai quando chegamos a nossa casa – Estou a ficar preocupado contigo.

—Estou bem.                                   

 Disse me sentando no sofá e logo em seguida minha mãe chegou abrindo as enormes portas da sala toda eufórica, preenchendo o lugar com sua presença marcante.

—O concerto foi maravilhoso rapazes. Vocês perderam. – ela veio graciosamente em nossa direção com seu vestido esvoaçante. – Como foi hoje, já posso comemorar o futuro casório de nosso filho? – perguntou ela ao meu pai.

Meu pai me encarou desconfiado e deu de ombros.

—Não sei, Theodor não abriu a boca desde que chegamos em casa. – meu pai disse ascendendo seu charuto.

—Qual problema meu filho? – minha mãe perguntou pondo suas mãos em meus ombros.

 Eu respirei fundo indignado com meu destino.

—Papai me prometeu em casamento a garota errada! – disse explodindo.

Meu pai riu tirando o charuto da boca.

—Eu sabia que era isto que estava a te chatear – ele se sentou no enorme sofá ainda rindo.

 Minha mãe encarou nos dois, confusa.

—Não entendendo. Expliquem-me. – pediu sentando-se ao lado de meu pai.

—O jantar foi ótimo, querida. Os Miller foram excepcionalmente atenciosos. Mas não foi Cintia Miller que chamou a atenção de nosso filho esta noite, e sim a sobrinha de Sebastian Miller. Rosalie Mitchell. – ele me encarou sorrindo e eu senti raiva daquele sorriso. Eu estava frustrado, não estava para gracinhas. – Ela realmente é uma garota espetacular.

—Ah meu filho, não se deixe levar por um rosto bonito. – minha mãe disse como se não fosse nada.

—Ela não é só um rosto bonito. Você não a conheceu mãe – disse me inclinando para ela e falando de maneira ansiosa – Ela é uma mulher rara. Ela toca piano e violino, ela fala 4 línguas fluentes e é ela mesma quem faz suas roupas.

—Nossa – minha mãe trocou olhares de mim para meu pai. – Ela deve ser uma moça incrível mesmo, já que nunca o ouvi você falar de ninguém assim meu filho.

—Querida ela realmente é uma moça ideal para nosso filho. Queria ter sabido de sua existência um pouco antes de conversar com Sebastian. – ele suspirou.

 Eu me afundei no sofá irritado.

—Não quero casar-me com Cintia. – disse e meu pai encarou-me inexpressível.

—Mas ira, pois já o prometi em casamento a ela.

—Pai eu não quero Cintia, ela não tem nada haver comigo.

—Ah querido ela não pode ser tão ruim assim – minha mãe disse enquanto tirava suas luvas.

—Ela não pode ser tão ruim, porque ela é. – disse me levantando. – Os minutos que papai me deixou conversando com ela a sós, foram os mais torturantes de minha vida. Ela não sabe falar de outra coisa que não seja dinheiro e riquezas. E ela não gosta de musica. Quem não gosta de musica?

—Ah meu filho... – minha mãe se levantou e veio ate mim. – Eu sinto muito que ela não é o que você deseja.

—Eu não quero me casar com ela mãe, por favor... –supliquei com os olhos e ela afagou meu rosto.

—Não posso fazer nada sobre isso – ela sussurrou.

 Eu olhei para o meu pai e ele estava com o charuto de volta a boca.

—Pai...

—Não Theodor – ele disse balançando a cabeça – Não posso mudar minha palavra com Sebastian. Você já esta prometido a Cintia, esqueça essa ideia maluca.

—Não acha que eu poderia escolher minha própria esposa? Sou eu quem vai viver com ela para o resto da vida. – disse irritado.

—Theodor! – meu pai disse levantando-se e me encarando – Esse casamento vai ser para unir nossas famílias. Isso ira nos ajudar de uma maneira que você não compreende ainda. Eu pedi a Sebastian que oferece uma de suas filhas em matrimonio e ele ofereceu Cintia.

—E ele não pode trocar?

—A senhorita Mitchell não é filha dele, nem tem o mesmo sobrenome da família. – rebateu ele.

—Mas é criada por ele, ele deve ter a guarda dela o que a faz como uma filha sim. – disse estressado e percebi que já estava gritando. Parei e respirei fundo encarando meu pai. – Pai, por favor, o senhor não pode condenar meu futuro dessa maneira...

—Filho você mal conversou com aquela garota... – ele começou a dizer, mas minha mãe o interrompeu.

—Robert, acho que não custa nada conversarmos com Sebastian sobre essa questão. – minha mãe disse em meu favor. – Se Theodor esta insistindo tanto, creio que ele tem os motivos dele para não querer Cintia como esposa.

 Meu pai bufou insatisfeito e tirou o charuto do bolso o jogando no cinzeiro.

—Olha Theodor, estarei fazendo algo que vai contra a minha honra. – ele disse serio. – Mas se Sebastian não concordar com isso, você estará destinado a ficar com Cintia e não tocaremos mais neste assunto.

 Eu respirei aliviado, mas ainda estava apreensivo. Não sabia o quanto meu pai iria me ajudar e nem se ele se esforçaria para isso.

 A única coisa que eu sabia, era que eu estava mesmo encantado por aquela garota e eu não queria perder a oportunidade de tentar. E eu não iria.

[...]

Pov. Rosalie

 A bronca que eu levei pela noite de hoje com certeza foi além do esperado. Tia Miriam ficou descontrolada quando os Fennder partiram e ela não perdeu tempo em jogar suas frustrações em mim.

 Disse que eu fiz de proposito tentando chamar a atenção dos dois homens ricos da sala, que eu ofusquei Cintia o tempo todo, que era uma gananciosa, pretensiosa, cínica e por ai vai. Ficaria a noite toda aqui se fosse dizer todas as barbaridades que me foi dita hoje. Ela me pôs de castigo, claro.

 Só posso sair do quarto para fazer os serviços de casa, fora isso eu não posso por o rosto para fora do quarto sem sua permissão. Ate minhas refeições ela ira trazer para mim para que eu não saia.

 Eu estava furiosa com a injustiça que eu estava vivendo. Estava deitada em meu quarto chorando de raiva quando senti meu colchão mexer um pouco.

—Desculpe – ouvi uma doce voz sussurrar no meu ouvido. Quando me virei era Carmen. Ela estava deitada ao meu lado com a carinha murcha. – Foi tudo minha culpa, eu não devia ter ficado provocando Cintia falando de você, nem nada do tipo, agora você é que vai pagar por minha insolência. Perdoe-me.

—Esta tudo bem – eu disse fungando e me sentando. – Tu não tens culpa de sua mãe ser descontrolada.

—Eu sinto muito por mamãe ser esse monstro com você, é tão injusto Rose.

—Estou acostumada – eu sussurrei tentando sorrir.

—Mas olha – ela disse voltando a cara de sapeca dela e sorriu mexendo no cabelo loiro – Eu achei que o tal moço chamado Theodor, teve mais interesse em ti do que em Cintia.

—Que? – eu a olhei pasma e ri de nervosa – Estas louca.

—Estou falando serio Rose, ele olhou para você a noite toda. Porque achas que mamãe e Cintia estão furiosas contigo?

—Quando elas não estão furiosas comigo?

—Você és mesmo uma tola – ela sorriu – Não percebe mesmo o que aconteceu esta noite, não é?

 Eu respirei fundo passando a mão em meu rosto.

—Não, e nem quero perceber nada – disse a empurrando de minha cama. – Agora vais dormir que já esta tarde. Antes que sua mãe a coloque de castigo também.

 Ela gargalhou e saiu de meu quarto espalhando aquela energia feliz que só Carmen tinha.

 Eu não sabia o que tinha acontecido esta noite, mas também não queria me preocupar em saber. Tia Miriam achava que eu estava errada por algum motivo e eu tinha que fingir que ela estava certa.

 Enfiei meu braço em baixo da cama e puxei o presente que ganhei de meu tio Sebastian. Até porque, hoje ainda era meu aniversario.

 Quando abri a caixa, a primeira coisa que vi foi um envelope branco. Respirei fundo e o abri. Era uma pequena carta.

“Se estas lendo isso hoje minha pequena, é porque nos não estamos mais contigo em vida

 Saiba que todo o amor e felicidade lhe fora guardado nessa terra.

 Ainda tens muito o que conhecer, aprender e viver minha pequena Rosalie Cordelia.

 Não esqueças de quem é, nem tudo que lhe demos de ensinamento em vida, isso é o que fara você no futuro.

 Com todo o amor do mundo. Seja Feliz nossa Rose.

 Com amor, Papai e Mamãe!”

Era uma carta simples e pequena, mas que mexeu muito comigo. Eu podia ouvir meus pais falando comigo através daquela carta e aquilo não tinha preço.

 Dentro da caixa tinha varias coisinhas. Uma porta joias de porcelana, que você girava uma pequena manivela, saia uma bailarina dançando de dentro dela, uma musica clássica. Minha mãe dançava balé, e aquele porta joias era dela. Eu olhei a bailarina dançando e me lembrei de quando ela dançava pra mim em casa e chorei.

 Tinha um pequeno piano e violino de vidro que eram de meu pai e eu sorri olhando pra eles. Os dois cabiam perfeitamente na palma de minha mão de tão pequeninos. Papai que me ensinou a tocar os instrumentos quando ainda tinha 3 anos.

 E por ultimo um relógio de bolso antigo. Eu me lembrava daquele relógio. Meu pai deu de presente a minha mãe em seu aniversario. Eu o abri e no canto esquerdo tinha uma foto nossa, meu pai abraçando minha mãe e eu no colo dos dois.

 Esse foi melhor presente que eles poderiam ter me dado aos 18 anos. Fizeram-me lembrar que eu tinha família, e não era essa que estava comigo agora. Eu tinha raízes e valores que foram me dados na infância que eu não podia perder agora que era adulta.

 E eu não iria perder.

 


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Notas finais do capítulo

Beijos *-*



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