Get Mad, Ear. escrita por TMfa


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Se você achou que a história dos pesadelos era só para deixá-los na mesma cama, você está muito enganado. Há drama por trás de tudo isso, eu só me distrai um pouco com o romance, já expliquei o porquê



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As aulas mal começaram e Jirou estava no chão pela sexta vez seguida. Ela e Bakugou estavam no terreno atrás dos dormitórios, uma área semiaberta, onde eles escolheram treinar as explosões de Jirou. Como a academia era um espaço mais limitado e eles estavam tentando refinar o controle da garota, a melhor opção era a área externa.

Katsuki a estava ensinando a utilizar as explosões no ar, como um meio de deslocamento, para que ela pudesse lutar no céu como no chão. Era algo muito complicado, Kyouka precisava saber a posição exata de suas mãos e pés para se impulsionar em uma direção, qualquer diferença mínima na angulação poderia enviá-la para um local completamente diferente.

Depois de alguns dias de treino, Bakugou a estava ensinando o melhor momento de atacar no ar. A trajetória do salto era dividida em três parte, a subida, o ápice e a decida. A melhor opção para o ataque é o ápice, quando havia um curto instante onde a gravidade era zero e Jirou ficava parada no ar. Era aí que ela deveria preparar seu truque e acertar o adversário em cheio.

— Mais rápido, você está muito lenta hoje – Bakugou bufou impaciente.

Kyouka estava frustrada. Ela tinha as aulas, os treinos regulares, os treinos de captura com Aizawa-sensei e Shinsou, os treinos de individualidade e o treinamento de Bakugou. Ainda assim, aqui estava ela, limpando o rosto de terra e levando outra surra do seu namorado. Ela não consegue se lembrar de uma única vez que tenha ganhado e isso a fazia questionar o quão longe era a distância entre eles.

Tudo bem, agora ela ao menos conseguia durar alguns minutos e dar algum trabalho para ele. Ainda assim, porra, era preciso muita força de vontade para não desanimar. Ela levantou-se e ativou sua explosão novamente, Bakugou contou até três e ambos voaram para o céu, Jirou tentando acertar uma sequência de golpes no ar que Bakugou defendeu sem nenhum esforço. A única desvantagem que o loiro tinha era que Kyouka tinha uma armadura de 20 cm de espessura feita de som, ele precisava criar uma força contrária forte o suficiente para deslocar a barreira e realmente poder tocar na garota.

Como era muito dispendioso, ele apenas a explodia em direção ao chão, a derrubando na cratera que os dois já haviam aberto no chão.

— Eu estava esperando você dizer essa merda por vontade própria, mas já que você não vai fazer isso, eu vou ter que perguntar – Bakugou aproximou-se de Jirou e a ajudou a se erguer – Quer me dizer que porra tirou seu sono essa noite?

— Do que você está falando? – Kyouka ergueu uma sobrancelha.

— Não banque a sonsa, Orelha. Você tomou três xícaras de café de manhã e você parece uma lesma raquítica de tão lenta.

Jirou bufou, às vezes era uma droga viver tanto tempo com as mesmas pessoas. Momo veio fazer a mesma pergunta durante o almoço. Ela não pode só ter um ia ruim em paz?

— Não foi nada, ok?

— Tch. Chamas azuis? – Bakugou murmurou

— Chamas azuis – Ela suspirou estalando o pescoço.

— Eu já não disse para me acordar, cacete? – Ele reclamou puxando-a pela cintura.

— Hmmff. Já basta um de nós ficando sem dormir – Ela revirou os olhos e tentando não sujá-lo com a terra em seu corpo.

— Tem aparecido mais vezes ultimamente – Bakugou apontou limpando rudemente a sujeira do rosto de Kyouka.

— Sim, mas tudo bem. O primeiro ataque da liga dos vilões faz um ano em algumas semanas. Shinsou disse que é normal essas coisas acontecerem perto do aniversário de um evento traumático.

— Você contou para o olhos de guaxinim e não para mim? – Bakugou resmungou com um beicinho.

— Ah, não seja estúpido, ele sabe mais dessas coisas que nós dois – Ela o repreendeu soltando-se dos braços dele – Vamos de novo.

Kyouka estava prestes a ativar sua explosão novamente quando Bakugou segurou seu braço.

— Tch. Você não vai conseguir melhorar em porra nenhuma lenta desse jeito – Ele começou a puxá-la para o dormitório – Você vai tomar banho, depois nós vamos tocar até o jantar. Aí você vai dormir, nada de me esperar, eu vou aparecer lá depois.

— Ah é, sobre isso – Jirou soltou seu braço e segurou-o pela mão – As garotas querem fazer uma festa do pijama hoje, vamos todas para o quarto da Momo.

— Quê? Por quê? Elas não tem mais o que fazer não? A gente tá no começo do semestre, porra – Bakugou protestou com uma pitada de desespero.

Algumas vezes no mês, as garotas se reuniam no quarto de alguma delas, dependia muito do estado de espírito das seis. Katsuki não gostava nem um pouco disso, nessas noites ele não podia simplesmente aparecer no quarto de alguma das garotas e deslizar para o colchão de Jirou.

Já era irritante o suficiente quando ele recebia uma mensagem de Kyouka dizendo que a Rabo de Cavalo havia aparecido lá e iria passar a noite. Depois de quase três meses dividindo a cama, era um pouco solitário ir dormir sem discutir sobre alguma coisa idiota ou não ter Jirou encolhida ao seu lado quando acordasse.

Kyouka também se acostumou mais do que deveria com o namorado em sua cama. Mesmo que a maioria das vezes em que eles não dormissem juntos fosse porque ela estava dividindo a cama com as garotas, todas elas eram silenciosas demais se comparadas ao incessante ciciar de Bakugou. Fora que, mesmo na primavera, nenhuma delas é aconchegante e quentinha com ele.

— Por isso mesmo, depois que nós estivermos com um monte de assunto para estudar, ninguém vai conseguir ter tempo para festa do pijama – Jirou explicou cutucando as bochechas de Bakugou com seus fones.

— Tch. Então seja rápida no banho – Ele resmungou abrindo a porta e a deixando passar.

E ela foi. Como o sol havia acabado de se pôr, eles ainda tinham cerca de 1h30min até o jantar. Eles tocaram juntos por um bom tempo, até no baixo Jirou estava mais lenta. Ela não havia percebido o quão sonolenta ela estava. Não eram todas as noites que ela acordava no meio da noite por causa do pesadelo. E também não acordava assustada como antes, ela apenas despertava ofegante, sem agitação ou coisa parecida. Apenas abria os olhos, percebia que era um pesadelo e se aninhava na cama por alguns minutos antes de dormir.

Ela quase deixou transparecer o desapontamento quando Hakagure veio avisá-los que o jantar havia chegado. Ela sabia que não veria Bakugou depois disso. Ainda assim, os dois foram jantar rapidamente e depois todas as garotas correram para o quarto de Yaomomo.

Kyouka teve que admitir que foi divertido. As meninas brincaram e fizeram o cabelo uma da outra, o melhor foi não ser a fofoca da vez. Como Kirishima e Saito estavam oficialmente juntos desde a semana passada, essa festa do pijama foi basicamente uma convocação de Ashido para falar sobre eles.

Como Jirou e Bakugou não eram os mais afetuosos em público, Ashido sempre tentava arrancar uma fofoca ou duas sobre os dois. Provocando Jirou ao dizer que eles eram um casal de velhos que precisavam de um pouco de emoção. Hoje o casal “KiriSaito” tinha total atenção da garota rosa, e todas as garotas se divertiram bastante.

Mesmo que fosse no início do semestre, as férias de inverno não foram um mar de rosas, então as garotas dormiram antes do toque de recolher. Yaomomo fez todas escovarem os dentes duas vezes, já que elas haviam comido doces junto com o chá. Depois disso, elas se dividiram para limpar o tapete que elas estenderam no chão do quarto e juntaram todas as embalagens. Uraraka, Asui e Jirou desceram para lavar a louça enquanto Momo, Hakagure e Ashido arrumavam as camas para todas dormirem.

Estendendo três colchões no chão, Uraraka, Asui e Hakagure dormiram ali, Ochako se mexia muito, Asui não conseguia dormir com muita gente por perto, seu corpo aquecia e ela perdia o sono, e Hakagure, bem, Hakagure dormia pelada. Então Momo, Jirou e Ashido eram as únicas que dividiam a cama de Yaoyorozu.

As três garotas decidiram dormir de bruços, todas as três. Momo no meio, Ashido e Jirou em cada uma das laterais. A cama de Yaomomo era suficientemente grande para que elas não precisassem se apertar na cama. Ainda assim, Jirou aninhou suas costas contra sua melhor amiga antes de dormir. Mina era com certeza a mais tátil de todas as seis, ela grudou nas costas de Yaoyorozu tão apertado que Jirou conseguiu sentir seus braços até mesmo ao seu redor.

Mesmo no escuro, Jirou tinha certeza que quem entrasse no quarto veria Ashido estendida sobre as duas agora. Essa posição, apesar de comum para as garotas da turma A, estava estranhamente desconfortável hoje. Jirou tentou se mexer sem acordar suas amigas e apenas sentiu Yaoyorozu contorcer-se atrás de si, fazendo Mina gemer incomodada. Mesmo em seu sono a garota rosa conseguia ser expressiva. Pensar isso fez Kyouka rir.

Mesmo assim, Jirou não estava conseguindo dormir. E ela estava tão cansada... Com um suspiro, Kyouka tentou algumas das técnicas para dormir que Kirishima ensinou para todos durante o festival cultural, há mais de 8 meses atrás. Nem isso funcionou. Talvez fosse a estúpida luz vermelha que vinha do relógio de Momo. Já era quase meia noite?! Argh, por que Jirou não conseguia dormir? Talvez fosse esse silêncio. Oh, sim, o silêncio, não o som de Bakugou. Durante o inverno, como ele suava menos, Jirou ouvia como a chuva batendo no telhado, como ele a mantinha aquecida, parecia o fim do verão, quando o outono começa a esfriar e tudo é confortável e gostoso.

Talvez o inverno fosse a estação preferida de Kyouka se o frio não perfurassem seus ossos. O outono era perfeito, tinha a elegância e a calma do inverno ao mesmo tempo em que mantinha um pouco da alegria do verão. Sem contar que tinha a temperatura ideal, sem o calor insuportável do verão nem o frio congelante do inverno.

Senhor, ela estava comparando estações faltando dez minutos para a meia-noite. Com isso, Jirou decidiu que não iria dormir nada essa noite se não saísse dali. Lentamente ela se deslocou para fora da cama, tomando todo o cuidado para não acordar nenhuma das garotas. Ela não levou absolutamente nada, seu edredom, travesseiro, casaco, tudo ficou ali. Ela não ia precisar de nada disso no quarto de Bakugou.

Kyouka usou as escadas.  O elevador fazia barulho e ela não ia arriscar. Quando chegou ofegante ao quarto de Bakugou ela xingou internamente seja lá quem escolheu colocá-lo no quarto andar. Jirou só esperava que hoje não fosse um dos raríssimos dias em que Katsuki tranca a porta ou ela teria que bater.

Com um suspiro de alívio ao girar a maçaneta, Jirou entrou com calma e cutucou o namorado com os fones. Bakugou demorou a responder com um gemido e a esticar os braços.

— Sou eu, vou entrar na cama, não me mate – Jirou avisou levantando os cobertores com cuidado.

Não era uma boa ideia fazer qualquer coisa com Bakugou dormindo. Ele poderia agredir alguém se o acordassem de surpresa. Quando ele sorriu sonolento e afastou para o lado, Kyouka sabia que estava tudo bem. Então ela deslizou para a cama e se aconchegou no garoto. Antes que Bakugou pudesse enroscar os braços na garota, Jirou dormiu.


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