Get Mad, Ear. escrita por TMfa


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Cara, Kirishima é um dos personagens mais fofinhos da série, e depois de toda a história triste que ele teve, vihbbv Ele merece o melhor dos amorzinhos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772937/chapter/20

Kirishima estava um pouco nervoso. Ele passou e tirou gel do cabelo duas vezes pensando ter exagerado no creme ou ter deixando muito liso. Ele convidou Saito-san para avaliar sua coleção de CDs, o que foi uma desculpa horrível, já que ele tem menos de duas dúzias, ele não era como Jirou que tinha duas caixas no guarda-roupa e mais duas gavetas de música. Mas o que ele poderia fazer? Seu quarto parece uma academia, a menos que ele queira chama-lo para malhar, não havia muito que oferecer.

O ruivo corou ao pensar no mais novo amigo malhando. Ok, Kirishima estava uma bagunça. Quando eles se conheceram, Eijiro achou incrível ter encontrado com Saito-san, ele era tão viril! Com toda aquela coisa de engenharia hidráulica e nomes técnicos complicados. E Kirishima sempre gostou de fazer novos amigos.

Aí ele ouviu Jirou e Bakugou conversando no quarto ao lado – sim, ele conseguia ouvi-los, e geralmente colocava os fones ou algo assim, porém desta vez ele acabou se atendo à conversa ao ouvir o próprio nome. Quando Kyouka disse que Saito é gay, e obviamente interessado em Kirishima, o ruivo sentiu-se ligeiramente elogiado, contudo, sentiu-se na obrigação de esclarecer ao novo amigo que ele não caminhava pelo vale.

Então ele ouviu Jirou dizendo que achava que ele e Bakugou eram um casal. Isso fez Kirishima pensar. As garotas também acreditavam que ele era gay. Bem, se elas acreditavam que ele era gay, mas ele não era, então Saito-san também não deveria ser.

Por isso Eijiro ignorou essa possibilidade e continuou sua amizade com o moreno. Foi então que, depois de reparar demais em Saito, Kirishima repensou sua linha de raciocínio. Depois de duas semanas pensando e repensando, ele decidiu conversar com Ashido. Ela era uma das pessoas mais próximas dele, e também a mais indicada para esse tipo de conversa (a garota tinha uma coisa pelo romance que acabou tornando-a expert nisso).

Com uma longa conversa dividida em três atos da semana, Kirishima se descobriu completamente gay, e mais, com uma queda irremediável por Saito-san. Ashido foi quem o incentivou a convidá-lo para o seu quarto, agora Eijiro estava convencido de que foi uma péssima ideia. Era estúpido e infantil, não havia motivos para isso. Claro que Saito-san não está interessado, eles mal se conhecem, eles são amigos há pouco tempo, além do mais, não é como se qualquer um dos dois tivesse tempo para namorar, Kirishima tinha muito que melhorar no curso de heróis, e agora que eles estavam para começar o segundo ano!

Uma mensagem em seu celular o assustou e Kirishima percebeu que suas mãos estavam suadas e geladas.

— Cara, eu sou gay a menos de duas semanas e já estou entrando em pânico – ele suspirou fechando os olhos para se recompor.

 Abrindo seu celular, ele viu que era uma mensagem de Saito dizendo que estava no salão comum do dormitório Heights Aliance. Com um súbito calafrio na espinha, Eijiro enviou uma mensagem perguntando se Ashido estava lá. Ele estava receoso que a garota tomasse alguma iniciativa nada bem-vinda em seu lugar.

Depois de alguns segundos que pareceram séculos, ele recebeu um “Não” como resposta. Com um suspiro de alívio, Kirishima pediu que o moreno subisse.

Nos exatos três minutos e 18 segundos que Saito demorou para subir, Kirishima pensou se não deveria ter decido, repensou tudo o que poderia dizer que o assustasse, e literalmente entrou em pânico arrumando seu quarto freneticamente pela terceira vez quando ouviu uma batida na porta e pulou com um gritinho engasgado.

— Estou entrando, tudo bem? – A voz calma e morna de Saito entrou antes de seu rosto quando ele abriu a porta.

—C-claro, claro – Kirishima permitiu, indo até a porta e a abrindo totalmente.

— Então, eu trouxe alguns dos meus CDs também, só dois, porque, bem, não temos uma semana inteira para ouvir música, certo? – Ele brincou com um sorriso estendendo a mão para Kirishima.

— Sim, é, com certeza – Concordou Eijiro apertando a mão do garoto – Fica à vontade, eu deixei os CDs aqui na cama, pode ver se quiser – Ele ofereceu ficando mais relaxado – Oh, cara, que falta de educação a minha, você quer alguma coisa? Sei lá, para beber ou comer? Pode dizer que eu pego na cozinha.

— Só sua companhia – Saito sorriu apoiando a mão no ombro de Kirishima.

O ruivo corou um pouco e sorriu de volta. Os dois sentaram-se na cama e Kirishima colocou um dos CDS de Saito primeiro. Eles conversaram um pouco sobre música e Eijiro agradeceu aos céus por ser amigo de Bakugou e Jirou, metade do tempo que os dois passavam juntos era falando de música, então ele aprendeu um bocado com eles.

Saito parecia saber bastante também, os dois discos que ele trouxera eram de Blues e Jazz, como ele disse, músicas mais fluidas, e Kirishima se viu gostando do som. Ainda que ele tendesse para o rock e o funk (não o julgue, ele pode gostar dos dois sem nenhum problema). Ultimamente ele tem curtindo muito hip hop por causa de Ashido, ela lhe apresentou alguns álbuns muito legais que chamaram sua atenção.

Quando Kirishima ouviu Bakugou batendo sua porta ao lado, ele decidiu baixar um pouco o som, tudo o que ele não precisava era de alguém vindo reclamar do barulho agora. Ele e Saito encontraram um caminho divertido para conversar e o moreno estava sendo bem direto, fazendo Kirishima corar tão forte que não havia como saber onde terminava seu rosto e começavam seus cabelos.

— O que é isso? – Saito perguntou segurando a mão direita que Kirishima havia esticado para pegar um de seus CDs.

— Ah, ainda não sarou, foi de um treino anteontem – Ele explicou abrindo a palma da mão para mostrar um corte da base do polegar até o meio da mão – Eu e Tokoyami estávamos treinando juntos, Dark Shadow consegue encontrar os pontos frágeis nas fissuras da minha individualidade, então ele me ajuda a fortalecer minha armadura unbrakeble. Ele acabou perfurando minha individualidade e alcançou minha mão com as garras.

— Vocês não vão para a Recovery Girl quando isso acontece – Saito pegou a mão de Kirishima e delicadamente contornou o machucado, sua voz parecia preocupada e ele tinha o cenho franzido.

— Eu fui – Kirishima sorriu radiante – Cara, você devia ver como ficou antes!

— Não, obrigado. Não gosto de ver você machucado – Saito fez uma careta de angústia, porém se acalmou e sorriu – Pensando pelo lado bom, pelo menos eu posso cuidar de você.

Kirishima gaguejou algo incompreensível enquanto corava novamente, ele recolheu a mão rapidamente, com medo de Saito perceber o quão suada ela ficou de repente. Por sorte, a música acabou e Eijiro pulou para sua cômoda onde o aparelho de som estava com a desculpa de trocar o CD.

Suas mãos estavam tremendo de nervoso e ele acabou derrubando o disco que Saito havia trazido. O moreno levantou-se e pôs-se ao lado dele, segurando suas mãos.

— Com medo de mim, Kirishima-kun? – Saito perguntou fazendo Eijiro prender a respiração e o encará-lo com um nó na garganta – Não precisa.

Kirishima esperou enquanto Saito se inclinava lentamente, como se o mundo estivesse parado, em sua direção. Eijirou sentiu o rosto arder em chamas quando os lábios de Saito encontraram os seus. Ele não tinha ideia do que fazer, então só esperou pela orientação do moreno.

— Me desculpe se eu fiz algo que você não queria – Saito pediu afastando-se corado e com a cabeça baixa.

 – N-não! – Kirishima exclamou com a voz aguda, então limpou a garganta e desviou o olhar – Não fez.

— Então me desculpe se eu fui rápido demais – Saito suspirou aliviado e sorriu radiante. – É que Ashido-san disse que você estava um pouco tímido e pediu para eu ser mais direto.

—A-Ashido?! – Kirishima perguntou surpreso. Ele sabia que essa alien rosa ia se meter onde não devia!

— Sim, eu devia agradecê-la – Saito soltou uma leve risada antes de se aproximar de Kirishima novamente, desta vez o encurralando contra a cômoda – Eu comecei a achar que você não estava interessado. Mas quando ela me disse que você ainda estava... se descobrindo – Ele aproximou o rosto do de Kirishima, encarando os lábios do ruivo e fazendo-o recuar com os braços, sem querer batendo no aparelho de som e iniciando a música – Eu resolvi esperar o seu tempo.

Desta vez Saito deixou um minúsculo espaço entre seus lábios e os de Kirishima para que o ruivo escolhesse o que queria. Eijirou molhou os lábios antes de beijá-lo, os ombros tensos e a respiração presa de excitação. Quando Saito aprofundou o beijo, Kirishima apertou as mãos na borda da cômoda e abriu a boca para receber a língua do moreno.

— Oi, Cabelo de Merda—MAS QUE PORRA É ESSA? – Bakugou entrou sem pedir permissão e encontrou Kirishima preso contra a cômoda.

Seu primeiro pensamento foi que aquele Boneco de Porcelana estava forçando o Cabelo de Merda. Por isso o loiro explosivo voou em cima de Saito, criando uma explosão direta em seu rosto. Se o garoto não houvesse ativado sua individualidade e liquefeito sua cabeça, deixando o braço de Bakugou transpassa-lo, não haveria mais Saito para contar a história.

— Bakugou, mas o quê?! Para com isso! – Kirishima empurrou o amigo, ativando sua individualidade e colocando Saito atrás de si.

— Que porra você está fazendo, Cabelo de Merda?! – Bakugou gritou levantando-se – Esse filho da puta tá se aproveitando de você?! Eu vou matar ele!

— Não! Não – Kirishima acalmou o amigo com pressa – Está tudo bem Bakugou. Ninguém se aproveitou de ninguém aqui. Sério.

Katsuki estreitou os olhos e encarou Kirishima e Saito um par de vezes antes de baixar a guarda e estalar os dedos.

— então você está Ok com isso? – ele perguntou novamente ao Kirishima.

— Totalmente Ok, Bro – Ele respondeu com um sorriso.

— Eu não quero ser indelicado, mas você poderia nos dar licença – Saito pediu apoiando a mãos no ombro de Kirishima.

— Um caralho que eu posso! – Bakugou berrou com o punho erguido – isso é a porra de uma escola, vocês não podem se pegar aqui!

— Qual é Bakugou, eu sei sobre as visitas da Jirou – Kirishima cruzou os braços e encarou seu amigo com um olhar morto – E ela tem razão eu posso ouvir tudo.

Oh, porra. Com tudo, ele quis dizer tudo? Desde as conversas sobre música, treinos, até aquelas sobre pesadelos e sobre o próprio Kirishima? Bem, o tudo claramente incluía os momentos em que estavam usando a língua para outra coisa além de conversar. Porque isso explica os estranhos objetos que caíram duas ou três vezes em momentos muito inoportunos. Isso quer dizer que Bakugou nunca mais abriria a boca em seu próprio quarto.

Katsuki empalideceu e deixou o punho cair com a boca aberta. Ele gaguejou alguma coisa, sem sucesso em articular alguma palavra. O que realmente fez Bakugou corar foi perceber que ele estava errado e Jirou certa.

— Não conte isso para ela – Bakugou ameaçou com um rosnado. – E você, porcelana, nós vamos conversar lá fora – Ele chamou Saito com uma mão enquanto caminhava para a porta.

— O quê? Por quê? – Kirishima perguntou preocupado.

— Não se mete, Cabelo de Merda – Bakugou bufou – Tá esperando convite por escrito, porra? – Ele apressou o moreno.

Saito suspirou e caminhou para fora da porta. Querendo ou não, Katsuki era ameaçadoramente forte. Talvez se ele conseguisse argumentar com o loiro, ele conseguisse sair ileso dali.

— Quais suas intenções com o Cabelo de Merda? – Bakugou perguntou com os braços cruzados e o olhar altivo.

— Quê?

— Só me diz essa merda – Katsuki rosnou.

— Ahn... As melhores possíveis, senhor – Saito fingiu uma reverência e sorriu debochado.

— Não venha com sarcasmo para o meu lado – Bakugou o ergueu pela camisa – Vamos deixar as coisas claras por aqui. Se você foder a coisa toda com o Cabelo de Merda, não tem lugar no mundo que você consiga se esconder de mim, entendeu? – Ele ameaçou com a voz baixa e assustadora.

Saito engoliu em seco e concordou com a maior dignidade que conseguiu reunir. Bem, ele podia lidar com um assassino explosivo o ameaçando se fosse por Kirishima. O ruivo valia a pena.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Huehueh Eu tenho pena de quem ferir o Baby Shark, porque toda a turma A é o Kirisquad e não há ninguém que ouse machucar nosso pequeno bebê.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Get Mad, Ear." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.