A Ascensão do Império Vampiro escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 10
Uma noite de tormenta


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/6_XAgrVemQQ-Melissa.
https://youtu.be/MdMR4SHFA5c-A Princesa e o Rebelde.



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P.O.V. Melissa.

É estranho, mas sinto falta de estar com eles. Eles não me trataram mal, ficariam surpresos em quão ordinários a maioria deles era.

—O que se posso perguntar, está passando nesta cabecinha?

—Acho que desenvolvi Síndrome de Estocolmo, mãe.

—Ah, por Deus não diga isso.

—Eu não sinto falta de ficar trancada na cela, mas eles nem eram tão ruins assim.

P.O.V. Jered.

Eu me lembro de pensar que o cabelo dela era castanho, mas não era. Era castanho avermelhado, puxado para o ruivo. E os olhos bem, bem de pertinho tinham um brilho ao redor da íris.

P.O.V. Renesmee.

Eu conheço a minha filha. Ela não é assim, não é fria assim, ela é amorosa, calorosa, caridosa. Mas, agora está desenfreada, fria como uma pedra e acho que sei porque.

P.O.V. Melissa.

Sai na rua. Matei um monte de humanos, uma família inteira e depois botei fogo na casa. 

Estava andando na estrada, no asfalto quando percebi o quanto eu estava vazia por dentro, então deitei no meio da estrada e contemplei o céu e ainda não conseguia sentir nada. Me lembro de gostar de olhar o céu, mas agora? Nada.

Então fechei os olhos e armei uma armadilha.

Ouvi os pneus do carro parando.

—Ai Meu Deus! Moça, você está bem? Está ferida? Pode se mover?

Abri meus olhos.

—Eu não sinto nada.

A mulher foi até o porta-malas do carro pegar um cobertor porque ela achou que eu tinha ficado paralítica.

—Ai Meu Deus! O que está fazendo?

Eu a ataquei.

—Melissa pare!

—Porque? Eu estou com fome.

—Querida, se continuar seguindo este caminho será pior. Porque uma hora vai religar o botãozinho e tudo o que fez vai voltar com tudo.

—Eu não ligo. 

—Eu sei. Mas, sei que se importa com uma pessoa.

P.O.V. Renesmee.

As coisas que fazemos pelos nossos filhos. No segundo em que cheguei eles me deram uma recepção "calorosa".

—Você é doida de vir aqui.

—As coisas que fazemos pelos nossos filhos. Você é o Jared?

—Sou.

—Ótimo. Coloque isso no dedo e venha comigo.

—Porque?

—Olha só, eu quero salvar a minha filha! Ela desligou o seu botão da humanidade e agora... está fora de controle. Está devastando a cidade sem remorso.

—Pensei que ela nunca tivesse matado alguém.

—Agora é diferente. Algo aconteceu aqui, não me pergunte o que foi porque eu não sei. Melissa desligou sua humanidade ou seja ela não sente nada, nem dor, nem mágoa, nem amor, nem nada. E algo me diz que você é o gatilho. 

—O gatilho?

—Menino, você não sabe nada sobre a minha gente. Ponha o anel no dedo e Por Deus não tire.

P.O.V. Jered.

Coloquei o enorme anel brega no dedo.

—Pra que isso?

—Proteção.

—Contra o que?

—Eu.

Ela me contou o seu plano louco.

—Você tem certeza de que isso vai funcionar? Porque eu não quero morrer.

—Você é humano?

—Sim.

—Sabe se tem algum gene sobrenatural na família?

—Não. Que eu saiba sou completamente e totalmente humano.

—Ótimo. Então vai sim.

Nós a encontramos e ela estava... chafurdada em sangue. Cercada de cadáveres drenados.

—Já chega!

—Oi mamãe. Oi Jered. Isso é o que você queria ver? A besta chupadora de sangue.

Senti a Rainha agarrar o meu pescoço.

—Já chega! Você está agindo como uma garotinha mimada! E quanto a tudo o que eu lhe ensinei? Sobre ser boa, ser forte?! E a ter controle sob si mesma? Você acha que eu não posso puni-la, talvez não, mas posso puni-lo.

—Melissa...

—Sério? Você acha que...

—Cale a boca! Estou cansada de ser boazinha e tentar te trazer de volta com gentileza. Aparentemente, é só na marra que vai funcionar então, religue as suas emoções Melissa ou que Deus me ajude porque eu vou te dar algo para chorar por toda a eternidade. Vou matar esse menino bem na sua frente.

—Está blefando.

—Estou?

Senti ela dar um chute nos meus joelhos, me fazendo cair de joelhos.

—Você não ama ninguém? Prove. E se eu estiver errada? E daí? É só mais um cadáver para adicionar á pilha.

—Você está blefando.

Então... nada.

P.O.V. Melissa.

Ouvi o osso quebrando. Ouvi o pescoço dele sendo quebrado.

—Não! Não! Jered! Jered!

—E quanto a agora? Sente alguma coisa agora?

Eu estava abraçando seu corpo inerte, sem vida.

—Eu vou matar você! Eu vou matar você! Eu te odeio!

—Está com raiva porque eu matei o seu namorado? Ou está triste porque o homem que você amava é só um saco de ossos? Lembra como ele era? Um garoto assustado porém feliz, um líder nato com uma vida toda pela frente. Então, ainda bem que ele tava usando isso.

Disse minha mãe me mostrando o anel no dedo de Jered. E eu senti este...

—Alívio.

E então, percebi todas as coisas horríveis que eu tinha feito.

P.O.V. Renesmee.

Foi um surto. Como eu sabia que seria. A culpa, a dor tudo explodindo dentro dela. Duma vez.

—Querida, querida eu conheço este estágio está bem? Suas emoções estão te comendo viva agora, mas as coisas vão ficar melhores. Só, encontre aquela coisa dentro de você que te dá forças, que te faz querer viver. Se agarre a ela.

Estava tão focada em ajudar a minha filha que não vi ou ouvi quando o humano voltou a viver.

P.O.V. Jered.

Aquilo era... desespero.

—Querida, querida... eu conheço este estágio está bem? Suas emoções estão te comendo viva agora, mas as coisas vão ficar melhores. Só encontre aquela coisa dentro de você que te faz querer viver. Se agarre á ela.

—Eu... eu matei. Matei todas aquelas pessoas. Sou uma assassina, sou um monstro. Você estava certa. Você estava certa, sobre tudo. E sinto muito.

—Porque você desligou?

—Porque... porque eu sentia falta dele.

—Dentre todos os humanos neste mundo por quem poderia se apaixonar, foi se apaixonar pelo Líder da resistência, o humano que quer nos exterminar.

—Eu sei. Clássico eu.

 

Apaixonar? Bem, pelo menos agora eu sei como ela se sente.

Ela olhou para mim.

—Jered!

Num borrão ela estava do meu lado.

—Á quanto tempo você está acordado?

—Algum tempo.

—Eu sinto muito que arrastei você para o meu disso.

—Você me arrastou para isso? Esse apocalipse já tinha começado antes de você nascer sabia? Meus pais foram mortos na primeira onda de ataques.

—Sinto muito.

Ela me abraçou tentando me consolar.

—Obrigado. Então, sou seu gatilho?

—Não se ache muito por causa disso.

—Aqui o seu anel.

—Não. Fique com ele. Vai precisar, mas apenas para deixar claro... o anel só o protegerá de mortes sobrenaturais. Não poderá ser morto por vampiros, bruxas, lobisomens ou qualquer outro tipo de ser sobrenatural. Mas, acidentes de carro entre outras coisas... você já era.

—É justo.

—Que tal irmos para casa agora?

—Mas, já?

—Façamos assim, vou te dar o dia de folga. Mas, está de castigo. É o mínimo que devo fazer pela... bagunça. 

A Rainha Vampira olhou bem no fundo dos meus olhos e disse:

—Se ela não voltar antes do meio dia, eu mesma venho atrás de você.

—Tudo bem. To de acordo.

—Ótimo.

Ela simplesmente foi embora.

—Porque não saímos daqui. Esses corpos...

—Vão ser velados pelas famílias e depois dissolvidos.

Olhei para aquela criatura de olhos azuis brilhantes, cheios de tristeza e culpa. As roupas cobertas de sangue.

—Era isso que minha mãe estava tentando evitar. A culpa é sufocante, é como se afogar, mas é impossível lutar contra o imperativo biológico. Isso não me traz alegria, mas...

—Eu sei. Agora eu sei.

—Vem comigo.

Caminhamos pela mata adentro e...

—Meu Deus! É lindo!

Era uma cidade. Uma cidade que parecia ser muito, muito, muito antiga. Haviam piramides quadradas de pedra com escadas e janelinhas de onde saia água. Colunas gregas,abóbodas, arcos, aquedutos. E logo abaixo da enorme cidade havia uma cachoeira com um lago enorme.

—Que lugar é este?

—O local que os cientistas mundanos estão procurando á séculos. Este lugar existe á milênios, foi construído a milênios. E ainda está de pé. Apesar de tudo.

—Isso não responde a pergunta.

Melissa se ajoelhou no chão onde havia um mosaico de um homem com um tridente e logo abaixo havia uma inscrição.

—O que está escrito?

—É aramaico. Para Atlântida.

—Atlântida? Estou parado na cidade perdida de Atlântida?

—Ela não estava perdida, estava escondida. A cidade tem centenas de milhares de feitiços de ocultação ao seu redor. É um santuário para gente como eu que está fugindo de gente como você. 

Melissa começou a tirar as roupas, até ficar de roupas íntimas.

—Isso é incrível.

—E isso porque você ainda não está vendo tudo. Ocultatum Libera.

E então eu vi. Haviam candelabros por todos os lados com velas e flores, plantas que eu nunca vi em toda a minha vida.

—A cidade é um ecossistema inteiro vivo, auto-suficiente. Há espécies aqui que supostamente estão extintas á milhares de anos.

—Dinossauros?

—Nem tanto assim.

Treliças com flores, trepadeiras que subiam por cada aqueduto, cada coluna. Objetos das mais variadas épocas, escovas de cabelo, togas, vestidos, espelhos, biombos.

Enquanto eu ficava absolutamente fascinado com tudo aquilo, a Princesa simplesmente pulou dentro da cachoeira.

—Isso é incrível!

—A cidade é mágica, ela sempre foi mágica. Ela tem vontade própria acredite ou não. Atlântida jamais será encontrada, não por aqueles que buscam explorá-la, por aqueles que buscam nela uma fonte de riqueza. Atlântida é esperança, beleza, magia.

Depois de não considerar muito tirei minhas roupas e pulei na cachoeira com ela. Nós nadamos e eu a beijei.

—Melhor primeiro beijo de todos.

—Foi seu primeiro beijo?

—Sim.

Ela olhou para as flores nas treliças cheias de pétalas coloridas e acenou a mão pronunciando:

Suma alento mama samoa.

E as pétalas voaram em direção ao céu, flutuando como uma onda. Foram levadas embora. Então, ela me beijou.

Havia sangue na água, mas não liguei.

De repente, começou a vir uma névoa sob o vasto lago vítreo.

—O que é isso?

—Eu não sei. Mas, é melhor sairmos da água.

Saímos da água e todas as velas se acenderam duma vez.

—Você está fazendo isso?

—Não. É a cidade.

Melissa fechou os olhos e colocou o cabelo atrás da orelha.

—Estamos quase lá. As lendas dizem que o santuário fica para aquele lado.

—Tem gente vindo. A cidade não quer ser encontrada por eles.

De repente, o terreno começou a chacoalhar.

—O que é isso? O que tá acontecendo?!

—Ela está se locomovendo. A cidade está se transportando!

De repente, a floresta ao redor da cidade mudou. Não eram mais pinheiros, eram coqueiros e árvores, vegetação tropical. Estava um calor do inferno.

—O que aconteceu?

—A cidade se transportou para outro lugar.

—Se transportou? Como teletransporte?

—Exatamente.

—Se você não voltar antes da hora do almoço, sua mãe me esfola. 

—Então, temos que partir. Segure minhas mãos.

Ela lançou um feitiço e bang! Estávamos de volta ao lugar onde a cidade estava antes. 

—Bem, por hoje é só. Tchau Jered.

—Espera, vou ver você de novo não vou?

—Não sei. Aqui. É o meu celular.

Então, ela sumiu num voosh.


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