Meu encontro com o Wolverine escrita por lslauri


Capítulo 12
Capítulo XI - Será que temos sentimentos mútuos?


Notas iniciais do capítulo

a vestimenta country deve ter ativado alguma lembrança em James, pois ele passou a ser mais receptivo e, com isso, eu fico num “mato sem cachorro”! Não quero saber de homem casado, eu hein!
A viagem até a cidadezinha ocorre do modo mais incrível possível: de moto! Iuhu!!
E excesso de zelo, junto com um beijo mais ousado me fazem pensar… Será que ele tá a fim de mim também? Que merd@!
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Não sou dona de nenhum dos personagens pertencentes à Marvel ou Disney, não possuo nenhum direito sobre eles e nem sobre o nome Marvel ou Disney e também não tenho nenhum lucro financeiro ao criar essas estórias!!

A Marvel é a detentora dos direitos dos X-Men, Wolverine e outros mutantes!



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Ele me perguntou se eu tinha roupas de cowgirl, tive que rir e só consegui parar quando ele foi até o baú no pé da cama e o abriu, mostrando algumas saias e blusinhas, bem como um chapéu e cintos variados. Eu questionei sobre o sapato, pois aqueles eram pequenos demais:

“Quanto tu calça?” - foi a pergunta, já comparando o pé dele com o meu.

“10, 10 e ½ dependendo da forma… Está brincando que o mesmo que o teu?” - pois a minha comparação mental tinha chegado à mesma inferência que a dele.

Como uma luva! Pedi licença para me trocar e perguntei se era necessário arrumar o cabelo de algum jeito, falar algo determinado, enfim, mudar muito meu comportamento para que as pessoas realmente achassem que eu frequentava bares de country por esse mundão.

“Não! Você é uma turista, isso ‘tá na cara! E eu conto que a criatura não vai se incomodar em como ‘tá preso seu cabelo. Ela vai te sentir, guria…” - enquanto saía do quarto.

Escolhi uma saia jeans que estava na altura do joelho, peguei uma blusinha de alças branca e sobre ela coloquei uma camisa com listras esverdeadas, no fundo do baú vi um colete de couro que adicionei sobre o conjunto, caso fizesse frio de noite; era melhor prevenir que não conseguir remediar. A bota de James era meio cano e ficou alguns dedos acima do tornozelo, da mesma cor do colete e do cinto que resolvi colocar. Ao olhar pro chapéu não pude deixar de rir, quem disse que nunca, né? Soltei os cabelos, fiquei segurando o chapéu na mão e olhei ao redor, atrás de um espelho que não encontrei.

“James, não tem espelhos nesta casa?” - soltei de dentro do quarto.

“Chega mais, a geladeira é bem polida e serve de espelho.” - foi a resposta que tive, saindo em seguida e rumando para a área da cozinha.

Ele estava no balcão que servia de mesa e anteparo, virado pro quarto, cortando algum vegetal e, ao que parece, comendo um pedaço de cenoura; um cheiro gostoso de ovos fritos e temperados estava em todo ambiente. Levantou o rosto e se engasgou com a cenoura e soltou um sorriso, eu não sabia se ria de mim ou pra mim e fechei a cara, indo mais célere para a frente da tal geladeira, que parecia conectada a alguma bateria para funcionar. Com a minha visão periférica eu o vi limpando as mãos num pano e terminando de adicionar o que havia cortado ao ovo que frigia.

Quando me olhei não achei que estava tão mal… Tive que virar pra ele e perguntar: “Estava rindo do quê? Até que não ficou tão ruim assim…”

“Eu achei o máximo… Não!... Não ‘tava rindo de você... me engasguei porque não esperava tanta… nunca tinha te visto de cabelos soltos, ‘cê devia experimentar mais… Quero ver com o chapéu, vai.” - enquanto vocalizava essas frases todas desconexas, ele abria os braços e fazia um movimento de “veja você mesma”, apontando para a geladeira, que devia ter um metro e cinquenta de altura, portanto, tive que ficar me abaixando pra ver o todo. Dessa vez, fui eu que fiquei ruborizada, mas logo pensei na Rosie e sacudi a cabeça, não tinha esse direito… “Desculpa”, mentalizei.

Ouvi o risinho rouco dela na minha mente, divertindo-se com tudo isso, sem expressar palavra.

“Enquanto tu come eu vou me trocar, já comi e fiz esses ovos mexidos pra você, espero que estejam do teu gosto.” - e saiu, sem me esperar agradecer ou responder.

Fui até o fogão e peguei os ovos direto da frigideira, coloquei duas fatias de pão para aproveitar o calor dela e esperei um pouco, até que eles ficassem mornos, enquanto isso mordiscava um pouco do ovo que estava divino! Ou era minha fome? Fato é que passei grande parte do dia sem comer! Não consegui mais esperar, fiz um sandubão, indo até a geladeira e vendo que tinha maionese e alface para completar.

Ouvi alguns barulhos de água e lembrei que num dos cantos do quarto havia aquele toucador sem espelho, apenas com uma tina com água e toalhinhas; sentei no mesmo lugar que James estava, assim poderia vê-lo quando saísse do quarto e eu estava estranhamente curiosa! A cada mordida que dava soltava um “hum” de prazer; ia ter saudades de um sanduíche desses no futuro da minha vida… Pior é que olhando ao redor, não eram ingredientes incomuns, mas acho que o segredo estava por serem sem agrotóxicos e feitos com a energia, ou “ki” daquele que não deixava de ser um guerreiro…

Mal a cortina fez barulho me voltei totalmente para lá, James estava também com o chapéu, que era preto, na mão; calças jeans escuras, uma camisa vermelha com os botões abertos deixando ver o início do peito, com muitos pelos ordenados. A bota parecia de cobra e cobria a calça jeans quase até o meio da panturrilha, o cinto tinha um fivelão de metal, com cavalos correndo e o cabelo estava todo molhado, não sendo nada parecido com as ilustrações das HQs. A abertura de boca foi inconsciente e durou pouco, o suficiente para ele ver e sorrir de lado (que sorriso!), mas mesmo assim meu autocontrole voltou logo e dei a última mordida no meu sanduíche.

“Eu não podia deixar barato, né? Se depois de tudo isso ‘cê conseguir me perdoar, fico devendo uma dança country” - colocando o chapéu e indo para a porta.

“Pelamor! Eu tenho que escovar os dentes! Me dá um tempo, James!” - gritei correndo para minha bagagem e pegando a escova e a pasta, correndo pro toucador.

“Sem pressa, garota, vou indo pra moto”

“Hein?! Ele disse moto?!” - e meus olhos brilharam pois eu sempre adorei as duas rodas. Será que Rosie pegou isso das minhas lembranças? “Ei -perguntei acessando aquele “canal” onde a ruiva ficava hospedada- você tem algo a ver com isso? Porque eu não quero parecer beligerante, mas sou mesmo contraditória. Não quero saber de caras casados, mesmo que esses “caras” sejam aquele que eu mais quis em toda minha vida. Não se esqueça que eu não conheço o James, apenas conheço o Logan…”

“Você precisa relaxar mais, Li… Como dissemos, nossa relação é complicada. Quem sabe um dia ele poderá explicar pra você, não é mesmo? Mas depende dele. Quanto à moto, juro que não tenho nada a ver com isso, ele costumava gostar mais no passado, pode ser que suas roupas trouxeram gratas lembranças a ele? Eu nem sempre sou a espiã mental que você pensa” - e deu uma risadinha rápida, voltando ao “limbo”.

Fácil falar pra gente relaxar mais, né? Na carona de uma moto, abraçando o ser que deu origem ao Wolverine e indo para um bar. Eu estou uma pilha de nervos! Acabei parando na frente do toucador e só voltei a mim quando o ronco de uma Harley Davidson ficou mais forte na frente da porta que já estava aberta, me chamando pra subir.

Andei depressa até ela, James estava com um capacete e segurando o chapéu sob a coxa: “Achei que tinha entendido errado, mas é mesmo uma moto! UAU!”, e ela era linda! Uma Chopper customizada, com muito alumínio e cores puxando para o vermelho, mesclado com muito preto fosco, provavelmente dos anos 70, com dois escapamentos e o assento em forma de gaivota.

“Sobe aí, gata (era a primeira vez que ele me chamava assim…) e se segura firme que essa gracinha adora correr” - dando um sorrisão de orelha a orelha e me dando um capacete com uma mão enquanto a outra pedia meu chapéu.

Subi sem muita prática, pois apesar de adorar motos tinha pouca vivência com elas… Outra coisa que eu precisava aproveitar mais e esse era um momento, não ia deixar escapar. Me agarrei na cintura dele e pude sentir o cheiro dos seus cabelos que ainda estavam úmidos, tinham um cheiro acre, indefinido, parecia um pouco com rosas selvagens misturadas com almíscar e outras ervas de caráter masculino, forte. Taí, gostei daquele odor… Seria chamado de “James” se o sentisse novamente na minha vida. A moto realmente corria e passamos em muito do ponto onde paramos no dia anterior para fazer a excursão, ao cruzar por aquele ponto apertei James mais forte e ele retribuiu mostrando o pescoço dele do lado direito, como um local onde eu podia apoiar minha cabeça. Agradeci, fazendo nossas laterais do rosto encostarem suavemente, falei sabendo que apesar do barulho ele me ouviria “muito obrigada, de novo”.

“Ele diz que você precisa parar de agradecer. O sucesso dessa operação só vai existir graças a você, ou seja, você também está salvando o dia, sem nem mesmo perceber…” - comentou Rosie, dessa vez, junto com uma sensação “quente” de “obrigado”, coisa muito estranha de se colocar no papel já que são experiências sinestésicas.

Sorri e disse que seria difícil, pois exagero de agradecimento era parte de mim. Mas me esforçaria para mudar isso.

Pelo percurso que a estrada fazia, com sinuosos “esses” eu já não imaginava onde estávamos, contudo, devia ser um percurso que não fosse, em linha reta, tão distante da pousada Crow, uma vez que a criatura aparece por lá, duas noites seguidas, não é mesmo?

A cidadezinha devia ter pouquíssimos habitantes, pois da estrada principal podia-se ver quase todo o centro e, nele, quatro bares com as luzes acesas e muita animação, ao menos é o que parecia naquele primeiro onde James estacionou a moto. Eu continuava a abraçá-lo pela cintura e só notei quando ele acariciou minhas mãos com as duas mãos dele: “Vamos?”, liberei-o do abraço e num salto ele desceu e me ajudou a descer também, dando meu chapéu e apoiando nossos capacetes no guidão da moto. Eu esperava que ele fizesse alguma última recomendação profissional, mas ao invés disso ele pegou nas minhas mãos, levantou a cabeça, novamente me fazendo perder naqueles olhos azuis e falou:

“Se der alguma merd@, pode confiar na Rosie, ela vai te dizer o que fazer, ok? Independente de mim, você é mais importante!” - e ficando na ponta dos pés ele me deu um beijo pegando o canto da boca e parte da bochecha.

Fiquei perplexa, por ele achar que podia dar alguma merd@ a essa hora do campeonato, por ele me pedir pra ignorar o que poderia acontecer a ele e, claro, eu confiava na Rosie, confiava nos dois, senão não estaria ali!

“Se der merd@ você me paga, baixinho… Cuide-se também!” - e soltei levemente minhas mãos das dele, não antes dele sorrir das minhas palavras e fui entrando no primeiro bar de onde vinha uma música country até que agradável.


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