Calabasas' Almost Fairytale — Interativa escrita por Mxtheusx


Capítulo 17
16 — Hit Me With Your Best Shot


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que prometi que atualizaria mais a história durante minhas férias, mas acabou que minhas férias me deixaram MUITO ocupado e não tive tempo. Mas eis me aqui na quarentena. Fiquem seguros, lavem as mãos, se possível fiquem em casa. Beijos e boa leitura ♥



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— Vocês vão ter que chamar a polícia — Angelina disse toda suja de tinta neon e com lágrimas nos olhos. Ela brilhava sobre a luz negra. 

— E uma ambulância — Acrescentou Alissa, com a respiração ofegante e chorando sem parar.

— Alguém se jogou do terraço — Informou Thomas. 

 

No início daquela semana, todos estavam ansiosos para o final de semana, havia sido informado que Scarlett Topaz iria ser anfitriã em uma festa beneficente. Todos sabiam que era para se redimir pelo artigo “A última debutante”, que havia ido parar da coluna social do L.A. Times direto para a Vanity Fair. Então, a família Topaz havia sugerido realizar uma festa beneficente para arrecadar fundos para ajudar as vítimas dos incêndios na Austrália. 

Scarlett certamente estava arrependida, pois odiava ouvir as risadinhas quando passava pelo corredor da escola. Quando passou pelo grupo das garotas populares abaixou a cabeça e seguiu reto, nem fez questão de cumprimentar aquelas que ela conhecia.

— Pobre, Sky — Comentou Alissa cheia de compaixão — Dá para ver que ela está cheia de vergonha.

— Que vexame — Comentou Katheryn tampando o rosto, como se também estivesse com vergonha. — Nem acredito que aquela garota namora com o meu irmão. 

— Eles estão namorando?! — Perguntou Angel, mais do que interessada. 

— Ela em si passou um vexame — Disse Alexis ajeitando a sua tiara monogramada Fendi na cabeça — Quando eu debutei também fui entrevistada pela L.A. Times: “A debutante mais badalada” — Alexis disse cheia de orgulho de si. 

Quando se fazia parte da nata da sociedade era preciso ter a consciência de que toda atitude tem um grande efeito, atitudes vistas de forma negativa possuíam um efeito muito pior e muito mais intenso. Então, para limpar a imagem de problemática e “favelada” de Scarlett, era necessário que provassem que ela sim mais uma garota da sociedade, que se vestia bem e conseguia dar uma grande festa para arrecadação de fundos para uma causa importante. 

De longe as garotas viram Elizabeth passando pelo pátio, ela estava de cabeça baixa, mas no instante em que avistou as meninas ergueu a cabeça, ajeitou a postura e empinou o nariz, ela não queria demonstrar fraqueza perante aquela situação tão ameaçadora. Ainda mais depois de tudo o que ela havia passado.

Lizzie havia perdido a oportunidade de participar do baile de debutantes e quando tudo pareceu não tão perdido, acabou que mais uma vez ela havia depositado expectativas demais em Jack. Ela não podia evitar, ele era o melhor amigo dela, além do mais, eles tinham uma química, é certo que ela sentia algo por ele, ela só não sabia o que. Eles definitivamente eram amigos, a incerteza de Lizzie era só a respeito de se havia algo a mais entre eles.

A resposta talvez estivesse clara, bem na frente de Elizabeth, mas talvez ela fosse cega demais para enxergar, ou talvez só não quisesse. Ela estava fragilizada e emocionalmente instável, talvez ela só estivesse se apegando pela necessidade de ter um âncora em um momento qual o mar estivesse turbulento. 

Lizzie havia acabado de sair do chuveiro, estava com os cabelos molhados, a pele um pouco úmida e tinha somente uma toalha enrolada em volta do corpo. Caminhou pelo vestiário feminino se dirigindo ao armário no qual guardava suas coisas, se assustou quando se deparou com uma Melinda totalmente perturbada sentada em no banco de madeira que ia de ponta à ponta na área dos armários. Elizabeth respirou fundo e tentou agir com normalidade, o que era impossível. Melinda estava quase irreconhecível, com um cabelo bagunçado e cheio de nós, preso em um coque que mais parecia um ninho de ratos, tinha olheiras que mostravam que ela não dormia por algum tempo e ainda tinha as cicatrizes do acidente. 

— Todo mundo devia saber o que você fez — Melinda sussurrou.

Lizzie ficou calada, ela havia levado a culpa no lugar do Jack, mas ninguém comentava sobre isso, na cabeça de todos estudantes aquilo era só mais um boato. Para todos era Noah quem estava dirigindo o carro. Tranquilamente, Lizzie abriu o seu armário.

— Você é uma covarde! — Melinda exclamou se levantando e fechando os dedos de Lizzie no armário. — E eu vou fazer questão de contar para todo mundo o que você fez, como matou Noah e que destruiu o carro da Alissa — Sussurrou no ouvido da antiga colega de time enquanto a mesma gritava de dor.

Lizzie sentiu o coração parar, os dedos doíam, ela sentia uma mistura de raiva, medo e tristeza. 

— N-Não fui eu, Melinda, você sabe disso — Elizabeth respondeu passando a mão pelos dedos machucados. 

— Tudo que eu me lembro é de entrarmos todos bêbados naquele maldito carro e então você tombá-lo e matar Noah! — Melinda fincou suas unhas em ambos os ombros de Lizzie.

Lizzie afastou Melinda com um empurrão.

— Não fui eu, foi Jack — Elizabeth ajeitou a toalha com cuidado ao redor de seu corpo, tomando cuidado para que a mesma não caísse. — Ele fugiu e deixou a gente lá, não fui eu quem estava dirigindo o carro, foi o Jack. 

Melinda parecia confusa.

— Você está dizendo isso só para se safar… — Ainda estava em estado de negação.

— É exatamente isso que eles querem que você pense, foi tudo tramado para livrar a cara do Jack e culparem a gente — Lizzie respirou fundo.

Era como se ela tivesse tirado um peso gigantesco das costas só por dizer aquilo em voz alta. 

— E-Eu preciso de ir — Melinda disse, parecendo um pouco confusa com a situação e se retirando do vestiário. 

 

Melinda matou todas as aulas naquele dia, pegou suas coisas e foi direto para casa. Antes de entrar no Uber que havia pedido, olhou mais uma vez para o memorial de Noah e percebeu que não podia ficar naquela escola nem mais um dia, a não ser que os culpados pela morte do rapaz pagassem pelo o que haviam feito. E durante o caminho inteiro ficou se perguntando como iria encurralar Jack Snyde para fazê-lo confessar, isso é, considerando que tudo o que Elizabeth havia dito era verdade. Como confiar naquela piranhazinha?

A verdade era que Melinda não podia confiar em ninguém além de si mesma. Chegando em casa, a morena se enfiou debaixo do chuveiro. Seus pensamentos eram muito altos, a ducha quente fez com que eles fossem abafados, mas jamais esquecidos.

Quando  saiu do banho, se enxugou e deitou nua na cama. Ao mexer no celular o primeiro aplicativo aberto foi o Instagram e ao atualizar a página inicial, a foto de perfil de Jack estava no topo da página, havia acabado de atualizar seus stories. Estava fazendo uma caminhada perto das colinas de Hollywood… Sozinho. Era perfeito. Melinda vestiu uma regata  branca, colocou uma calça jeans da Calvin Klein e calçou botas de couro marrom vintage que ela havia comprado no Ebay. Pegou as chaves do seu carro e sabia para onde deveria ir. 

Não foi muito difícil achar Jack, ele já havia terminado a caminhada e estava caminhando até o carro quando Melinda o encurralou com o automóvel dela. Jack deu um pulo para trás, claramente ela não se importava em machucá-lo. A garota saiu do carro furiosa, nem fechou a porta ou desligou o carro, o coração estava acelerado e ela tinha que enfrentá-lo naquele exato momento. Era agora ou nunca.

— Melinda? — Jack parecia um pouco confuso com o que estava acontecendo. — Você está maluca? Podia ter me machucado.

— Da mesma forma que você me machucou, Jack? — Ela retrucou se aproximando do garoto. — Eu sei o que você fez, e em breve todo mundo vai saber.

Jack ficou pálido, as palavras sumiram de sua cabeça, ele não soube se defender.

— É isso mesmo, eu sei o que você fez. Não vai confessar? — Era notável a raiva em seu tom de voz. — Você me deixou em coma, machucou a Lizzie e matou o Noah. Por que não confessa? Por que não conta verdade?

Melinda empurrou o rapaz com uma força que ele não esperava, então Jack acabou tropeçando e caindo.

— Me surpreende que um retardado igual você tenha conseguido se safar de um crime — Melinda cruzou os braços e analisou bem a situação. — A não ser que… Óbvio, alguém te ajudou! Você jamais conseguiria, você é idiota demais pra isso.

— Você não entende! — Os olhos de Jack se enchiam de lágrimas ao ser lembrado daquela noite. — Eu queria… Eu tentei voltar para ajudar vocês, eu nunca deixaria vocês naquele estado, mas não deixaram eu voltar.

— Quem? Quem não deixou, Jack? — Melinda voltou em um tom de voz alto. — Você só tinha que ter pedido ajuda, porra!

— Eu pedi ajuda… — Jack se apoiou no chão e se levantou. — Naquela noite, depois do acidente eu percebi que era o único em condições de pedir ajuda, então liguei para Alissa, mas quem atendeu foi o Pedro. 

— Então sua namoradinha e o mauricinho macabro se uniram para livrar sua cara e jogar toda a culpa na Elizabeth? — Melinda perguntou mais uma vez se aproximando do loiro. 

— N-Não, Alissa não tem nada haver com isso! — Jack defendeu a namorada. — Foram Alexis e Pedro, eles se negaram a ajudarem vocês… Naquele momento, depois chamaram a ambulância. Não queriam se arriscar.

— Mas arriscaram… A vida do Noah — Melinda disse aparentemente calma.

Por fora parecia tranquila, mas por dentro estava um turbilhão de emoções. Não conseguia organizar os seus pensamentos, precisava sair dali e ir para um lugar calmo respirar. Então entrou dentro do carro e acelerou para longe, deixando Jack comendo poeira. 

Parou em uma lanchonete, onde pediu um cheeseburguer duplo com um combo de batatas fritas e milkshake de chocolate. Precisava da oportunidade perfeita para conseguir a confissão de Pedro e Alexis, Jack era um tolo arrependido, dele ela não queria nada. Pedro e Alexis que eram impiedosos e irresponsáveis, se não fosse a negligência deles talvez Noah ainda estivesse vivo, ela e Lizzie teriam sido levadas para o hospital rapidamente. Eles precisavam ser expostos, Melinda sentia a necessidade de mostrar a crueldade daqueles dois para o mundo. Mas quando? Onde? Como? Ela não sabia, mas olhando para o convite da festa de Scarlett Topaz ela meio que teve uma ideia.



A festa ia ser em um antigo sobrado onde antigamente funcionava uma fábrica de pães caseiros, mas a família Topaz havia comprado o local e iriam transformar em um luxuoso escritório. Do lado de fora, todos viam um prédio todo pixado, aparentemente abandonado, mas dentro da construção era onde a festa realmente acontecia. Todas as máquinas haviam sido descartadas, o local se transformou em uma gigantesca pista de dança, haviam mesas espalhadas no ambiente, onde os convidados podiam se servir de comida japonesa. Havia sido montado um bar transparente gigantesco, onde operava doze barmans, servindo os convidados. Potes de tintas neon haviam sido espalhadas pelo local para que os convidados pudessem se pintar. No andar de cima, havia sido espalhadas alguns puffs e almofadas gigantes, onde os jovens iam brevemente para se drogarem. O terraço estava aberto naquela noite, mas era completamente sinistro. Ainda não haviam reformado, então estava cheio de plantas mortas, vidros quebrados, cadeiras enferrujadas e bitucas de cigarros, além de tudo, a iluminação era quase que inexistente.

Diferente do terraço, no térreo o que não faltava era iluminação, afinal, era uma festa neon. Logo o local estava cheio de rapazes vestidos com suas camisas brancas Armani e garotas com seus vestidos brancos da Gucci e da Off-White, pintando suas peles com as cores marcantes que se destacavam na luz negra. 

Scarlett, a anfitriã, andava pelo local vestindo um vestido branco longo em renda, com decote em formato de V transpassado, alças finas, cintura marcada, com efeito franzido, o vestido tinha um toque texturizado e um shape fluído, o vestido havia sido especialmente para ela, não usava quase nenhuma maquiagem no rosto e o cabelo estava preso em uma pequena trança que lhe caía pelo ombro. O que mais chamava atenção eram os sapatos laranjas Jimmy Choo dela. Ela andava escoltada por Rico e Sebastian, cumprimentando e elogiando cada convidado no local. 

 

O carro de Alissa parou na porta da festa, o motorista abriu a porta e a garota saiu de dentro do veículo vestindo um vestido envelope laranja Martin acler, com decote em V, transpasse na frente, mangas longas e bainha assimétrica, nos pés trazia uma bota longa e laranja da grife de Victoria Beckham com abertura nos dedos e salto agulha. Estava na porta da festa pegando um maço de cigarros em sua bolsa tiracolo mini também laranja, da Stella McCartney, quando alguém se aproximou dela rapidamente. Era Jack, a respiração do rapaz era ofegante, ele estava com a camisa entreaberta.

Ali selou os seus lábios aos lábios do namorado como forma de cumprimento, e foi só depois que reparou a expressão preocupada que ele tinha no rosto. 

— O que houve, Jackie? — Ela perguntou acariciando a face do garoto. — Aconteceu alguma coisa?

— Tem uma coisa, uma coisa que eu precisava ter te contado… — Jack percebeu que estava sendo muito vago e misterioso, talvez pudesse assustar a namorada. — Melinda me confrontou sobre o acidente. E algo me diz que ela não vai parar por aí.

— O que acha que ela vai fazer? — Indagou Alissa. 

— Acho que ela pode ir atrás de Pedro ou de Alexis — Jack disse pegando na mão da namorada. — Precisamos encontrar Alexis. 

 

Alexis estava no bar, vestindo um vestido tubinho curto da Calvin Klein, havia amarrado seu cabelo em um rabo de cavalo alto e trocava olhares com um barman enquanto bebia uma cerveja. Quando ela se virou para olhar a pista de dança, avistou Alissa caminhando apressadamente em sua direção. 

— Precisamos conversar — Informou Jack.

— Melinda foi questionar Jack sobre o acidente, é bem possível que ela vá atrás de você e de Pedro também — Alissa já foi logo esclarecendo o que estava acontecendo, sem muita enrolação. 

 — Porra, Jack! Por que não ficou de boca fechada? — Alexis questionou dando um gole em sua cerveja. 

— Você fala isso porque não viu do jeito que a Melinda está, eu pensei que ela fosse me matar — O garoto disse com a cabeça baixa, se lembrando do que havia ocorrido naquela tarde estranha. 

— Não seja bobo, Jack. Melinda seria incapaz de matar alguém — Alissa disse fazendo carinho no braço do namorado. 

— Vou para o terraço queimar um, quer vir Alissa? — Alexis disse.

Ali balançou a cabeça negativamente e entrelaçou o seu braço ao braço do namorado.

— Vou ficar com Jack, mais tarde eu te encontro. Pode ser? 

— Tudo bem, amiga. Se você ver o Pedro por aí, pede pra ele subir que eu preciso conversar com ele — Alexis disse se despedindo do casal e subindo a escada que levava para o andar de cima. 

 

A festa seguia um ótimo fluxo, Jack havia terminado o seu segundo drink quando sentiu vontade de ir ao banheiro, no caminho acabou esbarrando em Pedro. 

— Pedro, Alexis disse que quer conversar contigo — Jack disse em um tom de voz alto, bem próximo ao ouvido de Pedro para que sua voz pudesse ser ouvida apesar da música alta — Ela pediu pra você encontrar ela no terraço.

Pedro assentiu e seguiu procurando pela escada. Ao subi-la, parou em uma sala bem escura, ele viu uma fumaça no canto da sala, mas saía da boca de um homem e não de Alexis. Então ele viu a outra escada, quase que escondida, estreita e aparentemente frágil. Subiu-a e foi parar em um cubículo escuro de concreto. Não conseguia enxergar nada, até que suas mãos alcançaram uma maçaneta e a porta foi aberta. O cheiro forte da fumaça de maconha era inconfundível.

— O que houve, Alexis? — Pedro perguntou se aproximando da garota. 

Alexis aproximou a brasa do cigarro de maconha de um tijolo, congelando-o.

— Melinda — Ela respondeu com a fumaça saindo por sua boca. Ela soprou para longe. — Ela foi confrontar o Jack sobre o acidente e ele acabou entregando a gente.

Droga, pensou Pedro um pouco nervoso. 

— E-E agora? — Ele perguntou, tentando se manter calmo, mas estava visivelmente nervoso. 

Aquilo não podia estar acontecendo com ele, se Melinda decidisse abrir a boca, a vida e a reputação dele estariam arruinadas. 

— Dá pra você se acalmar?! — Alexis disse guardando o resto do baseado dentro de um maço de cigarros. — A gente vai arranjar um jeito de calar a boca daquela garota.

— O que você tem em mente? — Perguntou Pedro, sentindo a boca seca. 

— Eu não sei… — A loira olhou para o céu estrelado, pensando em alguma solução para o seu problema — Jack mencionou que ela estava diferente, “pensei que ela fosse me matar” foi o que ele disse. 

 

Melinda chegou na festa de uma maneira que nunca haviam visto ela em uma festa. O cabelo estava solto e desgrenhado, não havia nada de maquiagem em seu rosto, ela vestia um moletom branco grande e uma calça jeans surrada. Ela estava ocupada demais com o seu plano para se importar com a sua aparência em uma festa idiota como aquela. 

— Melinda! — Scarlett disse, tentando disfarçar a surpresa em ver a garota naquele estado — Fico feliz que tenha vindo… É bom ver que está bem e está se recuperando. 

Melinda não manteve nenhum contato visual com Scarlett, paranóica, começou a olhar para os lados a procura de Pedro ou Alexis.

— Você viu Pedro por aí? — Ela iria começar pelo mais fraco, ela podia lidar com Alexis depois.

— Acho que eu vi ele subindo as escadas e… — Rico nem teve tempo de terminar a informação. 

Melinda sorrateiramente passou despercebida, mesmo Jack e Alissa que estavam atentos caso avistassem a garota nem chegaram a vê-la chegando. Não havia ninguém no andar de cima. Estava escuro, mas ela conseguiu enxergar uma escada estreita e enferrujada. Quando começou a subir as escadas, achou que o coração fosse pular para fora do peito, as batidas eram rápidas e fortes. Só piorou quando ela escutou a voz de Pedro e Alexis.

Havia uma porta aberta e antes de passar por ela Melinda se questionou: É isso mesmo o que eu quero fazer? Ficou pensando nisso por alguns segundos. Eu preciso fazer o que é certo

Melinda respirou fundo. A mão entrou no bolso do moletom, achando a pistola que ela havia pegado do pai. Ao passar pela porta, fechou a mesma atrás de si e ergueu a arma que estava em suas mãos. Pedro se assustou, Alexis se limitou a arregalar os olhos.

— Ora, ora. Aí estão vocês — Melinda disse apontando a arma para Pedro e em seguida para Alexis. — Dois assassinos.

— A única assassina aqui vai ser você se não abaixar essa arma, Melinda — Pedro disse levantando as mãos acima da cabeça e recuando. — Calma.

— Não! Vocês são assassinos! Salvaram o Jack e nos deixaram para morrer — Os olhos de Mel começavam a se encher de lágrimas. — Pois o Noah morreu! 

— Eu não sei o que o Jack contou para você, mas eu tenho certeza que tudo não passou de um grande mal entendido — Alexis argumentou, tentando manter a calma.

— Mentirosa! — Exclamou Melinda avançando.

O plano dela era deixá-los encurralados e fazerem confessar, mas eles estavam deixando-a cada vez mais nervosa. Só estavam negando os fatos.

— Nós não fizemos nada — Pedro disse tentando apaziguar tudo. — Abaixa essa arma e a gente pode conversar tranquilamente. 

— Por que vocês não ajudaram a gente? — Melinda perguntou se aproximando mais de Pedro e Alexis. 

— N-Não queríamos que ninguém tivesse morrido — Pedro tentou se explicar. Ele não conseguia pensar em boas palavras, ele poderia agir, mas não queria que mais alguém se ferisse. 

— Larga de ser mentiroso! — Melinda não deu conta de se segurar. Bruscamente se aproximou de Pedro e colocou a arma contra o peito de Pedro. — Essa arma tem silenciador, eu posso acabar com sua raça aqui e agora. 

Alexis ficou em choque, sem saber o que fazer. 

— Melinda, porra! Não brinca com isso! É a vida do Pedro — Alexis disse tentando se aproximar. 

Mas então Melinda segurou a arma com uma mão só e apontou para ela. 

— Quer levar o tiro no lugar dele? — Ela perguntou.

E então tudo foi muito rápido.

Pedro não deu conta de ficar parado vendo a vida de Alexis em risco. Então ele agarrou o pulso da mão que segurava a arma e a levantou. Melinda estava nervosa, tremendo e com as mãos suadas, tentou agarrar a arma, mas não conseguiu evitar que ela caísse. Assim que a arma caiu, Pedro empurrou Melinda, que acabou indo no rumo de Alexis, que por reflexo a empurrou também. Melinda bateu contra o muro e caiu do terraço.

Isso também foi rápido. 

Ela estava caindo, rápido demais, nem conseguiu gritar, e então de repente não estava caindo mais. Poderia ter sobrevivido, se não tivesse batido a cabeça. 

Pedro saiu correndo dali, Alexis pegou a pistola e guardou na bolsa, só então saiu dali apressadamente também.

Lá embaixo, Angelina fazia companhia para Alissa que fumava do lado externo, enquanto Thomas o recém solteiro havia acabado de chegar à festa e foi conversar com as garotas. 

Assustados, os jovens entraram na festa completamente apavorados com o que havia acabado de acontecer. Scarlett foi ao encontro deles imediatamente. 

— Vocês vão ter que chamar a polícia — Os olhos de Angelina brilhavam, cheios de lágrimas, e ela também brilhava em tons de roxo, verde e laranja.

— E uma ambulância — Acrescentou Alissa, tinha lágrimas nos olhos e estava ofegante, afinal, havia acabo de fumar. 

— Alguém se jogou do terraço.

 


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Notas finais do capítulo

É, a primeira morte entre os personagens principais. Descanse em paz.



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