When You're Ready escrita por PANINI NO NO


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Sem mais delongas, aqui está o capítulo.
PS: Coloque essa música no momento que você vai saber qual!!
https://m.letras.mus.br/kelly-clarkson/68718/traducao.html
Bjcas...
Lele/Mel



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2002

Dezesseis anos 

 

Por que ele sorria tanto? Ou melhor, por que ele sorria tanto pra ela? E por que ela estava sorrindo pra ele? Ele não podia ser tão legal assim pra arrancar seu sorriso mais sincero, aquele sorriso que ela dava pra mim. 

Eu me sentia mal por parecer com um daqueles psicopatas de filmes de terror enquanto espionava a garota bonita de longe. Não me culpe, mas é impossível não olhar pra ela. E isso é só mais um motivo pra eu observar sua conversa com o seu mais novo colega de classe que vinha de um intercâmbio. 

Ronnie Raymond, aluno do Cambridge que veio ficar por seis meses na nossa escola. Nada contra, ele era um ótimo aluno e colega dela. Mas tinha que ser justo dela? Tommy se fazia a mesma pergunta, já que o Ronnie havia ficado na mesma turma de Caitlin, deixando-o azul de ciúmes pelo novato estar perto da sua namorada. 

Namorada. 

Tommy e Caitlin haviam começado a namorar à quase oito meses atrás, quando ele finalmente conseguiu entrar para um dos times de esportes da escola. E ter meninas de toda a escola correndo atrás dele foi o suficiente pra fazer Cait aceitar que também gostava dele e ser sua namorada. Tommy não se aguentava de felicidade por ter conseguido as duas coisas que mais queria, que acabou me arrastando pra ser seu parceiro no time. Mas devo admitir que foi um pouco imprevisível eu passar logo no primeiro teste e entrar já como titular do time de futebol. 

Assim como foi com Tommy, a partir do momento em que eu ganhei a jaqueta do time, várias garotas começaram a vir pra cima de mim querendo algo. Várias, menos a que eu queria. 

Desde a noite de ano novo, minha amizade com Felicity tinha mudado. Na manhã seguinte, nós nos encontrarmos na minha casa pra conversarmos. Ela me explicou que gostava de mim assim como eu gostava dela e que já sabia disso à algum tempo, mas que queria esperar estar pronta para dar um passo tão grande que poderia mudar tudo a nossa volta e que queria focar nos estudos. Um relacionamento além do que já tínhamos naquele momento seria no mínimo confuso pra nós dois e eu a entendia. Eu também estava com medo de dar esse passo maior, mas principalmente, eu tinha medo de perde-la. E nós prometemos naquele dia que enquanto eu esperasse por ela, ela iria esperar por mim. 

Continuamos amigos como sempre, mas algumas coisas haviam tomado novos rumos. Como o fato de que não era porquê ela não queria um relacionamento agora que eu não aproveitava certas datas pra lembra-la que eu continuaria a esperando pra quando ela estivesse pronta. Não que eu quisesse pressiona-la de alguma forma, mas quando nós estávamos sozinhos eu simplesmente queria a puxar para os meus braços e beija-la até eu perder todo a ar em meus pulmões. E foi o que aconteceu na noite do seu aniversário de quinze anos, o que aconteceu na noite de natal em baixo do visco da porta da cabana dos Smoak’s que eu posicionei estrategicamente antes dela vir me encontrar na porta da sua casa e no dia em que eu entrei pro time de futebol.  

Nós não havíamos contado a ninguém o que estava acontecendo, não por vergonha, mas porque não havia nada a contar. Era algo nosso, eu gostava dela, ela era a minha melhor amiga mais legal do mundo e nada, nem ninguém mudaria isso. E era por essa razão que eu ficava ao longe a observando conversar com outros garotos enquanto me corroía de ciúmes dela. Eu não podia fazer nada, ela não era uma garota indefesa e odiava quando eu agia assim com ela. Eu não podia mais me envolver sem deixar o lado que a quer só pra mim interferir. Então eu ficava observando, esperando até ela dizer que estava pronta, esperando ela querer dar esse passo, e de preferência que fosse comigo. 

Mas ficar vendo-a conversando com Ronnie abertamente no meio do campus, me fazia contar até oitenta mil antes de fazer algo drástico. Vi ela guardar seu livro de química na mochila e depois do que pareceram horas, ele se levanta do banco e vai embora sorrindo. Eu estava indo até ela, mas o sinal tocou dizendo que era hora de voltarmos pra sala de aula. Suspiro pesado ao vê-la ir ao lado oposto do que eu iria sem ao menos ter a oportunidade de tentar roubar alguns segundos em uma conversa nos corredores tendo que esperar até de noite para conversarmos ao telefone.  

Eu estava a esperando, afinal. 

O quê seriam mais algumas horas para uma simples conversa? 

 

E se eu precisar, vou esperar pra sempre 
Apenas diga e eu mudo meus planos 
Sim, você sabe que nos encaixamos 
Eu conheço seu coração como a palma da minha mão 

 

~♡~ 

 

— Sabe como é, ele não conseguiu sequer da um passe certo no meio do treino. Em menos de duas semanas o treinador vai tira-lo da equipe titular se ele continuar desse jeito – John fala assim que entramos no vestiário depois do treino cansativo. 

— O Treinador já não está de bom humor com a final chegando, e ainda tem que aturar o Cooper fazendo isso. Como foi mesmo que ele conseguiu entrar no time? – Pergunto irônico pra Tommy que ri sarcástico.  

— A mamãezinha dele pagou – Fala e nós rimos – Então, como vão os preparativos pro baile? 

— Não somos do comitê do baile, Tommy. Mas se quiser eu peço pra Sarah colocar você e o John. 

— Claro, mas só se você for a nossa dançarina – Fala jogando sua chuteira em mim – Mas eu estava falando sobre acompanhantes. Quem vocês vão levar? – Pergunta e eu fico estatístico. 

— Você está com sorte, vai levar a Cait e eu duvido que ela tenha negado o convite depois dela te fazer subir na mesa do refeitório pra convida-la. Eu ainda estou tentando achar uma maneira de fazer a Lyla aceitar – John fala coçando a cabeça parecendo preocupado. 

— A da aula de física da Felicity? – Tommy pergunta e ele assente – Ousado – Diz rindo – E você, Ollie? Alguma pretendente? – Pergunta pra mim e eu travo. 

Eu tinha só uma escolha pra essa noite em mente, mas eu não sabia se era o certo a se fazer. Eu queria ir com ela, eu realmente queria. Se havia alguém nesse mundo inteiro que eu queria ir ao baile, esse alguém era ela. Mas e se eu estivesse pressionando-a, se eu estivesse pulando uma fase, e se... 

— Terra chamando Oliver – John estala os dedos na minha frente chamando minha atenção. 

— Qual foi a pergunta? 

— Ok marmanjos – O técnico fala entrando no vestiário – Não esqueçam de se hidratar e descansar bastante esse final de semana. Só faltam três semanas pra nossa final, e eu não quero ninguém de moleza, entendido? 

— Sim treinador – Todos falam e ele sorri e vai embora.  

— Depois dessa, não quero nem saber porquê do Ollie não ter um par pro baile. 

— Cala a boca, idiota. 

 

~♡~ 

 

Eu era um idiota completo.  

Era oficial.  

De todas as coisas que eu poderia estar pensando no momento, essa ganhava o prêmio de mais idiota. Jogo a bola mais uma vez pro alto pegando-a de volta antes que ela caia na minha cara. Se bem que eu poderia deixar isso acontecer, vai que assim essa ideia saía da minha cabeça e eu parasse de pensar tal absurdo. 

Era ridículo, na verdade, era pior que ridículo. E eu sequer tinha um adjetivo pra isso. 

Respiro fundo jogando a bola no ar mais uma vez tentando fazer a frustração deixar o meu corpo. Era idiota pensar nisso, mais idiota ainda estar cogitando isso. 

Eu precisava de ajuda, ou só de alguém pra me dar um soco e me dizer que é burrice. 

Ou os dois. 

— Já está em casa? Achei que hoje você tinha aula de apoio com a Felicity? – Mamãe fala entrando no meu quarto. 

— Ela está um pouco ocupada com o seu novo projeto de química com o garoto do intercâmbio – Digo me sentando na cama vendo-a se aproximar. 

— E o Garoto do intercâmbio tem um nome? 

— Ronnie Raymond – Falo quase como se fosse um palavrão e ela me olha divertida.  

— E essa sua cara de quem comeu e não gostou é porquê ele está passando tempo demais com a sua melhor amiga? — Diz sugestiva se sentando a minha frente. 

— E também porque o treinador está pensando em passar a faixa de capitão pro maior perna de pau do time – Bufo me jogando na cama de novo – E o Tommy está me enchendo com uma nova. 

— É claro que teria dedo do Tommy no meio – Fala rindo verdadeiramente feliz. 

Depois da morte do meu pai, minha mãe havia se fechado pro mundo exterior e vivido apenas pra empresa da família e pros filhos. Era incrível como ela dividia perfeitamente o tempo de empresária com o de mãe, sempre deixando uma de lado, pra ser a outra. Mas dentro de casa, ela era só a mãe amorosa. E também porque ela havia encontrado alguém pra lhe fazer feliz, Sr. Walter. Eles estavam noivos e iriam se casar daqui a alguns meses. Ela quis conversar comigo antes de aceitar o pedido e me garantir que acima de tudo, ela sempre amaria o meu pai, mas que ela precisava seguir em frente. Eu a apoiei nessa, ela precisava de alguém que a fizesse feliz, e por mais que eu desse o meu melhor, eu era apenas o filho e irmão. Minha mãe precisava de um marido e minha irmã de uma figura paterna.  

Eu estava feliz por ela. 

— Que tal você me contar a ultima que Thomas Merlyn aprontou enquanto nós jantamos? Raisa aprontou um delicioso strogonoff pro jantar. 

— Eu adoraria. 

— Então vamos – Fala se levantando, mas eu me lembro de algo. 

— Mãe, posso lhe perguntar algo antes? – Falo temeroso e ela assente voltando a minha frente e se sentando na cama. 

— Claro, o que seria?  

— Você e o papai namoravam desde a escola, não é? – Pergunto e ela sorri nostalgia.  

— Como em um sonho adolescente. Nós dois passamos por todas as fazes da escola juntos. 

— Todas? 

— Cada uma delas – Fala ainda sorrindo – Por que a pergunta? 

— Como foi que ele lhe chamou pro baile?  - Pergunto e seu sorriso aumenta ainda mais.  

— Na verdade, fui eu quem o chamei pra ir comigo – Fala e eu lhe olho espantado – Seu pai havia preparado uma enorme surpresa pra me convidar, mas eu estava muito ansiosa pelo convite. Eu sabia que ele queria me convidar, mas eu estava muito ansiosa pra ele fazer isso. Mas você conhecia o seu pai, ele era muito metódico, tudo tinha um cronograma para acontecer. Mas eu estava realmente ansiosa pra ele me convidar, então pra surpresa e frustração dele, na noite anterior a que ele havia planejado me convidar, eu fui a casa dele com uma caixa de bombons e três balões azuis escrito “Você iria no baile comigo” – Fala e da uma gargalhada – Acho que nunca vi o seu pai tão triste e ao mesmo tempo aliviado. No final de tudo, ele disse que sim, me deixou ficar com os bombons e agradeceu por não ter que me convidar porque estava quase subindo nas paredes de tão nervoso — Diz dando de ombros.  

— E qual foi a surpresa que ele iria fazer? 

— Só conto depois que você me disser o por que de tanto interesse no assunto? – Fala e eu suspiro derrotado. 

— O baile é daqui à duas semanas, e eu quero levar alguém mas não sei como chama-la – Digo nervoso e um sorriso enorme aparece no rosto dela. 

— E esse alguém por um acaso é uma certa garotinha loira que você conheceu à dez anos? – Pergunta animada e eu assinto. 

— Ela mesma – Suspiro derrotado – Eu não faço a menor ideia de como fazer isso. 

— Bom, pra sua sorte a sua mãe sabe muito bem o que fazer. Mas você tem que prometer que vai fazer tudo do jeito que eu mandar, ok? 

— Cla-claro. Como seria? 

 

~♡~ 

 

— Vocês sabem onde a Felicity está? – Pergunto para o grupo de alunos de química avançada que estudavam no refeitório fingindo que não vi suas caras de surpresa por um atleta estar falando com eles. 

— Ela foi corrigir os exercícios do Ronnie, é tudo o que sabemos – Alena, se não me falha a memória, diz sem mesmo me olhar. 

— Obrigado – Digo me afastando já sabendo aonde ela estava. 

E eu não parei nem por um segundo ao correr pela escola até fora do campus e a ver sentada debaixo de uma arvore lendo alguns papéis. O outono havia chegado e dado a aquela cena um pouco mais de ternura por ter pétalas rosas ao seu redor no chão. 

Era uma bela visão. 

Me aproximo o mais lentamente possível tentando apreciar pelo maior tempo possível aquela imagem e guardar cada pequeno detalhe dela em minha mente. 

— Não estamos nem na faculdade ainda e você já está dando uma de tutora de alunos de intercâmbio? – Falo divertido chamando sua atenção.  

— É bom já ir treinando desde agora – Diz guardando os papéis dentro da sua mochila – Que bons ventos te trazem ate aqui? – Pergunta e eu a olho confuso.  

— Bons ventos? Está corrigindo exercícios de literatura também? – Pergunta confuso jogando minha mochila ao lado da sua. 

— Não me julgue, isso conta pro histórico pra faculdade — Fala jogando o corpo pra trás se apoiando em seus braços enquanto estica as pernas. Aproveito dessa oportunidade e com um pé, afasto suas pernas e me sento no meio delas a sua frente ganhando um tapa no ombro por isso – Não falei que podia fazer isso. 

— Como se isso fosse me impedir – Digo deitando minha cabeça em seu ombro e apoiando meus cotovelos em seus joelhos – E sobre a faculdade, você sabe que não precisa se preocupar. Seu pai é dono da terceira maior empresa da cidade e os donos das outras duas são capazes de dar cartas recomendação pra você e esquecer que os filhos também precisam. E nem vamos falar das suas notas. 

— E nem tudo isso pode ser o suficiente pra me fazer entrar no MIT — Suspira pesado abraçando minhas costas e apoia seu queixo em meu ombro — A taxa de aprovação deles caiu pra 6,7%. 

— Mas você vai entrar porquê você é um pequeno gênio — Digo enlaçando suas mãos nas minhas — E vai ser a Smoak que vai revolucionar o mundo com sua inteligência e perspicácia – Falo a olhando. 

— Obrigada – Fala com um sorriso mínimo.  

— Não tem que me agradecer – Dou de ombros – Sabe que eu sempre estarei aqui pra você, não é? 

— Eu sei – Diz virando o rosto pra mim estando a centímetros do meu me fazendo me perder naquela imensidão azul que eram seus olhos – Oliver..  

Ela me quebrava quando ficava tão perto assim, mas era praticamente tortura ter ela sussurrando o meu nome quando eu sinto seu nariz roçar no meu! Solto uma de suas mãos levando a minha ao seu rosto colocando alguns fios de seu cabelo macio atrás de sua orelha sentindo sua pele arrepiar com o processo. Sem pensar mais, cubro a mínima distância que nos separava tomando seus lábios nos meus sem pressa alguma. Me afasto um pouco trazendo seu lábio inferior entre meus dentes só para beija-la novamente, sentindo sua língua deslizar na minha me deliciando com seu gosto de cereja. Sua mão aperta a minha e escuto seu suspiro de insatisfação quando acabo o beijo e me afasto um pouco somente para ver seu rosto. 

— Oliver.. — Diz baixo em repreensão ainda de olhos fechados e vira seu rosto pro outro lado – Você tinha dito que iria esperar. Ficar me beijando assim não parece estar cumprindo o que disse. 

— Eu disse que eu iria esperar até que você esteja pronta e é o que eu estou fazendo. Mas em momento algum eu disse que não iria mais te beijar – Digo voltando a deitar minha cabeça em seu ombro vendo suas bochechas corarem — E eu adoro beijar você.  

— Oliver! – Fala envergonhada. 

— Não me culpe se você tem gosto de cereja.  

— Então compre um pote de cereja e coma. 

— Eu prefiro provar o dos seus beijos — Digo com uma piscadela vendo suas bochechas ficarem ainda mais vermelhas. 

— Você é um caso perdido – Maneia a Cabeça em negativo rindo. 

— E você ainda não disse o seu apelido favorito pra mim – Falo enlaçando suas mãos as minhas trazendo-as pro meu peito – Diga. 

— Você é um idiota completo! — Diz e eu suspiro me deleitando do seu abraço. 

— Eu sei, Sorriso. 

— Como vão as coisas no time de futebol? – Pergunta fazendo carinho no dorso da minha mão com seu dedão. 

— O treinador está nos deixando maluco por causa da final que está chegando. E o Cooper está querendo virar o capitão – Suspiro pesado. 

— Achei que ele não soubesse jogar nem bolinha de papel no lixo – Fala e nós rimos. 

— E eu fico me perguntando como é que ele conseguiu passar na peneira. 

— Eu já falei milhões de vezes que é porque a mãe dele pagou pra ele entrar – Tommy fala se fazendo presente ao lado de John na nossa frente. 

— E ele acredita mesmo nessa teoria – John fala sorrindo — Oi Felicity. 

— Oi John. E Tommy, se ele realmente tivesse feito isso, eu acho que o Oliver fez o mesmo – Fala e os três riem. 

— Não tinha pensado nisso, Liz – Fala gargalhando. 

— É uma boa teoria, já que ele era um sedentário antes de entrar no time de futebol — Felicity fala rindo e eu a olho incrédulo.  

— É sério que vocês estão falando isso de mim? Eu preciso mesmo lembrar que por mais que o Cooper tente roubar o meu lugar, eu ainda sou o capitão do time? – Pergunto indignado escutando ainda mais suas rizadas.  

— Ok, Ollie. Use essa desculpa com uma garota e quem sabe assim você arranja um par pro baile – Tommy fala ainda rindo um pouco. 

— Hilário Tommy – Bufo revirando os olhos.  

— O que posso fazer, eu sou um piadista — Diz dando de ombros – E você Liz, tem par pro baile? Eu soube que as meninas planejam isso desde o início da vida escolar. 

— E por falar no assunto, eu preciso de um concelho feminino – John fala visivelmente nervoso e Felicity assente fazendo sua bochecha roçar em meu rosto roubando todo o ar de meus pulmões. 

— Pode perguntar. 

 - Como se faz pra não levar um “não” quando se chama pro baile? 

— Bom, eu não sei se tem um jeito certo, mas se for de coração e ela gostar mesmo de você, ela sequer vai pensar duas vezes – Fala dando de ombros apertando inconscientemente sua mão nas minhas. 

— Então se eu aparecer com uma caixa de chocolates pra Lyla e perguntar se ela quer ir comigo, ela vai aceitar? 

— Provavelmente, ela gosta de você. Eu nunca disse isso! – Fala ameaçadora e ele assente – E respondendo a sua pergunta Tommy, não, eu não tenho um acompanhante e nem sei se eu quero ir ao baile. 

— Já que você está dizendo... Nós temos que ir, o treinador quer falar algo sobre as jogadas ensaiadas e a aula vai ser na sala escura. Ótimo lugar pra juntar um monte de adolescentes com os nervos a flor da pele pra falar de futebol – Tommy fala sarcástico – Então da pra você capitão, largar a minha melhor amiga pra nós irmos? 

— Viemos aqui só pra te chamar. 

— Achei que era pro John perguntar como ele faz pra Lyla gostar dele — Falo segurando o riso – Eu já vou indo, eu só preciso falar uma coisa com a Sorriso antes – Digo e Tommy me olha sorrindo amplamente. Esperei uma gracinha vir dele, mas ele apenas assentiu e virou de costas levando John com ele. 

— Só eu que achei ou isso foi estranho? – Felicity questiona olhando pra eles já longe. 

— Concordo, foi muito — Falo puxando seus braços pra frente fazendo seu tronco colar-se as minhas costas – E já que eles tocaram no assunto, você gosta de azul não é? — Pergunto olhando para nossas mãos juntas e gostando muito da imagem a minha frente.  

— Gosto, por que da pergunta? 

— Nada demais — Digo virando meu rosto em direção ao seu roubando um beijo rápido — Tem um presente na sua casa esperando por você. Eu juro que não vi, foi a própria Moira Queen quem escolheu – Falo calmamente vendo sua expressão confusa – Espero que goste – Digo levando minha mão de volta ao seu rosto e volto a tomar seu lábios nos meus calmamente. Eu nunca me cansaria de prova-los – Te vejo no baile, Sorriso – Finalizo dando um beijo na ponta do seu nariz e me levanto. 

— Ei, espera ai. Baile? Como assim?  Do que você está falando? — Fala confusa enquanto eu pego minha mochila ao seu lado. 

— Você vai no baile comigo – Digo dando de ombros vendo um pequeno sorriso surgir em seus lábios — Nos vemos depois 

— Claro... 

Começo a me distanciar não contendo o enorme sorriso tatuado em meu rosto. Estava tudo dando certo

 

~♡~ 

 

— Oliver! – Mamãe me chama e pelo seu tom, não parece ter sido a primeira vez. 

— Oi, desculpe. Eu estava meio... Distraído — Falo soltando o garfo no prato. 

— Eu percebi — Fala sorrindo complacente.  

— Ollie, a mamãe disse que você vai sair com a Felicity. Você vai me levar? — Thea pergunta animada pulando em sua cadeira. 

— Thea – Minha mãe a chama — Eu já disse que o seu irmão vai levar a Felicity pra uma festa na escola — Fala e Thea faz bico. 

— E se eles forem fugir pra tomar sorvete? Eu também quero ir! 

— Eles não irão tomar sorvete, Thea. Primeiro porque não se usa aquele vestido pra ir tomar sorvete, segundo e que eu já lhe expliquei, é que eles iram a uma festa na escola deles. 

— Mas então porquê eu não posso usar um vestido bonito igual o da Felicity nas festas da minha escola? – Pergunta claramente irritada e minha mãe ri baixinho.  

— Eu lhe prometo que logo, logo você também vai poder usar vestidos tão bonitos quanto o que compramos pra Felicity nas festas da sua escola – Fala e Thea esbanja um enorme sorriso vitorioso.  

— Eu vou querer o meu vermelho!  

— Tudo o que quiser, querida. Mas agora, que tal o seu irmão voltar pra conversa e nos dizer se já foi escolher a roupa dele pro baile?  

Droga! Sabia que eu tinha esquecido de alguma coisa. Pelo o que parece, ficar beijando a garota que você gosta faz sua mente deletar qualquer outra coisa da sua mente. E ter um treinador exigente, também não. 

— Desculpe mãe, é que hoje teve treino tático e eu fiquei preso na escola — Falo desistindo da comida em meu prato.  

— Tudo bem, podemos falar pra nossa costureira remarcar o seu horário pra amanhã de tarde, que tal? Assim eu também posso te ajudar a escolher. 

— Claro... 

— O que está acontecendo, Oliver? Parece estar distraído ou preocupado – Mamãe fala olhando para mim, mas antes que eu possa responder, Raisa aparece na sala de jantar. 

— Desculpe interromper, mas Sr. Queen, a Srta. Smoak está ao telefone – Informa e eu sinto meu sangue congelar. 

— Tudo bem – Me levanto e olho pra minha mãe em um pedido mudo pra que ela me liberasse e ela assente. 

— Diga a Liz que eu quero sorvete de creme — Thea fala animada enquanto começo a caminhar em direção a sala. 

Se ela ligou é porque ela já viu o vestido, certo? E se o que ela viu não lhe agradou? E se ela não quisesse ir no baile comigo? E se ela já tivesse um par e não quis dizer pro Tommy e essa ligação seria pra dizer que ela estava mandando o vestido de volta? 

Ainda com esses pensamentos, pego o telefone que Raisa segurava e começo a caminhar em direção ao meu quarto  

— Sorriso? 

— Oliver! – Fala animada e eu juro que posso escutar seu rádio tocando Britney Spears — Como foi o treino hoje? O treinador já decidiu quem vai ser o capitão pra você parar com esse seu mau humor? – Pergunta divertida e eu suspiro aliviado por ela não estar com aquele tom hesitante de quando quer me dizer algo que eu não vou gostar. 

— Digamos que o Tommy deu um jeito nisso – Digo fechando a porta do meu quarto e me jogo na cama — Foi uma aula pra entender o time adversário, saber como eles jogam pra criarmos um ataque e defesa. E o Cooper deu um “piti” quando soube que não era treino e acabou torcendo o pé. 

— E o quê que o terrível Thomas tem haver com tudo isso? 

— Digamos que ele disse pro Cooper que hoje teríamos um treino decisivo e quem jogasse melhor iria ganhar a faixa. 

— Errado ele não estava – Fala rindo e eu a acompanho.  

— Nem um pouco – Digo mais leve – E você? Como foi a aula de reforço com o garoto do intercâmbio? – Pergunto mais ríspido do que deveria escutando sua rizada leve. 

— Tão controlador... – Cantarola divertida – Eu já falei que você tem que parar de ficar com ciúmes de todos os garotos que ficam ao meu lado. Afinal, eu vou no baile com você e não com eles – Diz e eu quase grito de felicidade ao escuta-la. 

— Então quer dizer que você vai no baile com o capitão do time de futebol? – Pergunto com o maior sorriso que já tive em toda a minha vida. 

— Como se ele tivesse me dado alguma opção de não ser essa. E agradeça a sua mãe por mim, o vestido é lindo – Fala suspirando — E a mamãe disse que não é pra você ir com uma roupa da mesma cor que a minha! 

— A minha disse o mesmo. Eu ia escolher ela hoje, mas acabei ficando preso no treino – Falo e tenho uma ideia — Na verdade, a minha mãe falou que vai marcar um horário pra mim amanhã de tarde pra eu escolher a minha roupa, talvez você possa ir e me ajudar a escolher. Quem sabe fazer alguma coisa dessas que meninas fazem no vestido... 

— Oh não, não precisa de nem um ajuste. O vestido caiu tão perfeitamente bem em mim que parece que foi feito pro meu corpo — Fala exasperada e eu sorri mais ainda – Mas talvez eu não dispense esse seu convite. Eu tenho que saber como o meu par vai estar. 

— Eu tenho a certeza de que ele não ficará mais lindo que você — Falo e posso não estar a olhando, mas tenho a certeza que suas bochechas ficaram coradas – Então eu te pego depois da sua aula do grupo de física e nós vamos juntos. 

— Claro – Fala limpando a garganta. 

— Ah, Thea falou que quer sorvete de creme – Falo e ela ri – Ainda não aceito você ter levado a minha irmã pro lado negro da força. 

— Olha só pra ele, usando referências de Star Wars pra demonstrar sentimentos. Estou tão orgulhosa. 

— Como se você não me fizesse ver esses filmes todo final de semana. 

— A culpa não é minha se os filmes são muito bons. 

— E só por isso, você me faz assistir eles todo final de semana? – Pergunto prendendo o riso e escuto-a bufar. 

— Assuma de uma vez que você não gosta de assistir. 

— Nunca! 

 

~♡~ 

 

DOIS DIAS PARA O BAILE  

 

Acho que eu nunca fiquei tão nervoso na minha vida inteira. Nem quando eu planejei beijar a Felicity pela primeira vez eu estava com tanto nervosismo que eu sequer conseguia me concentrar em qualquer outra coisa. 

O bom de tudo isso é que eu conseguia descontar todo esse nervosismo no treino. E por falar em futebol, acho que eu nunca me sai tão bem quanto estou agora. Cooper foi suspenso por ter fingindo torcer o pé pra não jogar, meu tempo de corrida estava consideravelmente ótimos e o treinador me deixou oficialmente como capitão do time até o final do campeonato. 

Por outro lado, Felicity vinha todas as tardes ver o final do meu treino antes de ir pra casa. Nós conversávamos um pouco, mas nada em relação ao baile. Depois dela e minha mãe escolherem um Smoking preto pra mim, o assunto baile nunca mais foi pronunciado. Eu já havia comprado nossos ingressos e deixado o dela em seu armário com um bilhete dizendo que eu estava contando os minutos pra aquele dia. 

Tudo estava indo bem, e era assim que eu esperava que ficasse. 

Termino de me arrumar no vestiário o mais rápido possível pra encontrar com Felicity que estava me esperando na arquibancada fazendo algum de seus exercícios de biologia. 

— Então Ollie, faltam dois dias pro baile. Já achou um par? – Tommy pergunta se jogando ao meu lado já pronto enquanto eu amarro o cadarço do meu tênis.  

— Ainda com esse assunto? Achei que já tinha passado dessa fase – Falo me levantando até meu armário.  

— Eu preciso saber se você vai, afinal as líderes de torcida querem saber se o capitão já está acompanhado. Ou amarrado.  

— Sutileza nunca foi o seu forte, Tommy – John fala vestindo sua camisa – Mas não posso discordar que todo mundo quer saber quem você vai levar. 

— E por que eu tenho que levar alguém? 

— Porque você foi visto comprando dois convites em seu nome e ninguém sabe pra quem você deu o outro? – Tommy fala fechando o meu armário com força quase prendendo minha mão lá dentro. 

— Se, e eu disse se eu tiver um par, qual o problema em esperar mais dois dias pra descobrirem quem é a ela. Ou quem sabe é ele... – Provoco vendo ele arregalar os olhos e eu não seguro a minha gargalhada.  

— E—e-ele? — Pergunta gaguejando e eu olho pra John que parece estar segurando o riso. 

— O que? Temos que estar aberto a todas as opções, não é mesmo? – Digo com uma piscadela e pego a minha mochila — Nos vemos depois. 

Saio do vestiário já indo em direção a arquibancada que ficava a poucos metros já conseguindo ver Felicity compenetrada em seus livro. Como ela conseguia estudar ali, era a questão?  

Me aproximo lentamente vendo-a batucar com o lápis no livro enquanto escutava música no seu MP3 e me sento ao seu lado retirando um dos fones de seu ouvido. 

— Ei, não tinha visto você se aproximar — Fala fechando seu livro já o guardando na mochila – Você foi muito bem hoje, correu bastante. 

— É, é bom redirecionar a energia pra outras coisas que não me distraiam. E ter você aqui me vendo treinar é um ótimo incentivo pra eu ser o melhor. 

— É? Por que? – Pergunta já com as bochechas levemente coradas. 

— Porque cada gol que eu fizer vai ser pra você – Digo com uma piscadela e ela desvia o olhar do meu. 

— Você adora me deixar com vergonha. 

— Nop. Eu adoro deixar suas bochechas coradas, a vergonha é apenas a consequência disso – Digo dando de ombros. 

— Idiota. 

— Sou mesmo, e você é linda – Rebato e vejo um pequeno sorriso surgir em seu rosto antes dela limpar a garganta.  

— Como o Tommy está? Vi ele cair algumas vezes – Fala preocupada. 

— Ele está bem, tá meio distraído com algumas coisas com a Cait. 

— É, ela me disse – Suspira pesado. 

— Aconteceu alguma coisa com eles? 

— Nada demais, ele só está nervoso com o Baile e deixando a Caitlin de cabelo em pé – Fala rindo. 

— É, e com isso ele fica me enchendo pra saber com quem eu vou. Foi até dar uma de fofoqueiro e olhar na lista da Sarah pra saber se quantos convites eu comprei — Digo maneando a cabeça – Ei, falando sobre, você achou o seu convite no seu armário? 

— Sim. E eu queria te perguntar uma coisa antes... 

— Pode perguntar. 

— É que vo- 

— Oi Oliver — Suspiro pesado ao escutar a voz irritante de Susan interromper Felicity.  

— Olá Susan, aconteceu algo? – Pergunto a líder de torcida parada a minha frente. 

— Você foi muito bem no treino de hoje, capitão. Não duvido nada que logo um olheiro vai surgir pra lhe ver – Fala animada e eu suspiro pesado tentando não expulsa-la da minha frente. Ela era a capitã das líderes de torcida, mas também era a garota mais chata da escola. Eu realmente não sei quantos foras eu já tinha dado nela, mas ela não desistia! Acho que nunca vi uma garota tão insistente pra ficar com um cara quanto ela. 

— Obrigado, Susan. Mas como você pode ver eu estou meio ocupado conversando com a Felicity agora. Será que você pode nos dar licença? – Pergunto o mais calmo que consigo vendo-a engolir em seco. 

— Cla-claro, vou dar espaço pra vocês. Nos vemos no treino amanhã. 

— Com certeza – Falo vendo-a se distanciar e Felicity bate no meu ombro – Ai! – Reclamo mesmo que não tenha doído – Por que esse tapa? 

— Eu tô ficando maluca ou você acabou de dar um fora e depois flertar com ela bem na minha frente? – Pergunta com os olhos semicerrados me fazendo rir. 

— Eu dei um fora nela sim, mas eu com certeza não flertei com ela – Digo me defendendo do seu olhar acusatório.  

— Não? E o “nos vemos amanhã no treino” foi o quê? – Fala e eu começo a rir do seu possível pequeno ataque de ciúmes – Tá rindo de que? 

— Desse seu ataque infundado de ciúmes – Falo rindo e ela bate no meu braço de novo, mas antes que ela se afaste, eu pego sua mão que não parava de me bater e enlaço na minha sentindo a maciez de seu toque eletrizar meu corpo por inteiro — Eu não estava flertando com ela, simplesmente porque eu só faço isso com você, Sorriso – Digo com uma piscadela – E o “nos vemos amanhã” eu confirmei porque era só pra testar se ela estava prestando atenção em algo que eu falava, já que a escola vai ficar fechada pra prepararem o baile e não vai ter nem uma atividade por aqui – Falo e a vejo soltar o ar. 

— Desculpe. 

— Por seu ataque de ciúmes? Nunca. Mas eu posso te afirmar que eu só tenho olhos pra você, Sorriso — Digo fazendo carinho na sua mão – Mas agora você sabe o que eu sinto quando outro cara chega perto de você.  

— Eu não flerto com nem um deles! 

— Mas fica sorrindo pra eles quando deveria estar sorrindo pra mim – Falo olhando em seus olhos pra sustentar essa verdade – O que você queria me perguntar antes da Susan interromper? – Pergunto curioso vendo-a me olhar confusa por um instante.  

— Eu o quê? Ah, sim. Lembrei. Não fique chateado com o que eu vou perguntar, mas é só que isso vem rondando a minha cabeça a um tempo e eu queria muito saber. Não que você tenha me escondido algo, porque nos somos sinceros um com o outro, mas é que isso está na minha cabeça e eu- 

— Felicity! – Interrompo calmamente seu enrolar nas palavras – O que você quer me perguntar? – Digo e a vejo respirar fundo.  

— Você falou que o Tommy quer saber com quem você que ir no baile, certo?  

— Antes mesmo de eu te convidar, porquê?  

— Você não disse a ele que vai comigo por que quer que nós sejamos um segredo? – Pergunta em um fio de voz e por um momento eu fico sem palavras para aquela pergunta sem cabimento. 

— Eu vou te levar ao baile e todos vão nos ver dançando juntos no nosso primeiro encontro. Então é claro que eu não quero que sejamos um segredo, muito pelo contrário, eu quero que todos saibam que eu vou estar acompanhado da garota mais linda e inteligente que eu conheço – Digo colocando uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha — E que é a mesma garota que eu estou me segurando pra não beija-la nesse instante. 

— Oliver... – Me repreende com as bochechos vermelhas. Eu já disse que adoro vê-la corada? 

— Eu sei. Ir devagar – Suspiro pesado me deliciando com a sensação de ter a ponta de meus dedos passeando por suas bochechas – Seu pai vai demorar pra te buscar? — Pergunto colocando uma distância segura entre nós.  

— Na verdade, o carro dele quebrou e ele vai demorar pra chegar – Diz dando de ombros. 

— Eu posso te levar na minha moto – Digo e vejo a cor sumir de seu rosto.  

— Não acho uma boa ideia. 

— Por que não? Sabe que eu nunca faria algo que possa te machucar, e se quiser, eu prometo ir devagar – Falo e ela maneia a cabeça em negativo ainda relutante com a ideia.  

— Acho melhor eu esperar por ele. 

— Qual é, Sorriso! Não vai me dizer você tem medo de andar de moto? 

— Não é medo, é receio. Moto é algo muito perigoso – Diz um pouco aflita – E eu não gosto muito de te ver andando nelas, vai que você sofre um acidente. 

— Eu não vou sofrer nem um acidente e muito menos fazer você sofrer. E enquanto você enrola pra ir tirar a sua carteira, eu acho melhor nós dois irmos logo pra sua casa já que o seu pai vai demorar — Digo me levantando e estendendo a mão pra ela – Vamos, sabe que eu vou ter cuidado com você – Peço apelando pro seu emocional querendo que ela entendesse que não era só sobre a moto que eu estava falando.  

— Ok, vamos – Diz pegando suas coisas e segura a minha se levantando. Aproveito que sua mão ainda está na minha para enlaçar seus dedos aos meus enquanto caminhamos para fora do campus fingindo não notar os olhares que pairavam sobre nós. 

Não era nem uma novidade os múrmuros ao nosso redor sobre Felicity estar comigo ou com Tommy. Por vezes até mesmo com John, as pessoas falavam. Elas só queriam um abraço amigável pra falarem algo, e com certeza ter Felicity andando de mãos dadas comigo era o suficiente pra eles terem o que falar pelo resto do ano. 

— Você não tem juízo algum! Estou ouvindo os zum-zun-zum nos corredores antes mesmo deles começarem – Fala escondendo seu rosto em meu braço esquerdo. 

— Como se não ouvisse isso a anos. 

— E como se você não gostasse de ser o alvo de fofocas comigo. 

— Tudo que envolve estar com você eu gosto, sorriso – Digo parando ao seu lado na frente da minha moto – Tem o capacete azul escuro e o preto. Qual o que você quer? — Pergunto levantando o banco da moto pegando o capacete extra e colocando minha mochila lá. 

— O que mais proteja a minha cabeça e que menos bagunce o meu cabelo – Fala dando de ombros ainda um pouco nervosa. 

— O perto. Protege essa cabeça que guarda esse cérebro que vai achar a cura pro câncer e vai deixar o seu cabelo arrumado — Digo já colocando ele na sua cabeça para em seguida colocar o meu e me sentar na moto – Vamos, pode subir – Falo estendendo a mão pra ela que aceita ainda um pouco hesitante. 

— Lembre-se que você prometeu ir devagar – Diz pegando minha mão e subindo na moto. 

— Me abrace forte, ok? – Falo pegando sua mão que ainda estava na minha e a coloco em meu peito. Eu amava aquela sensação!  

— Tudo bem – Diz colocando a sua mão junto da outra me apertando contra si – Vamos? 

— Pra qualquer lugar que quiser, Sorriso. 

 

~♡~ 

 

Dia do baile 

 

Eu retiro totalmente o que eu disse antes. 

Hoje é o dia mais nervoso da minha vida inteira! 

Olho mais uma vez por smoking em cima da minha cama tentando manter minha respiração calma quando eu só queria gritar pelo tamanho desespero que eu estava. 

Era o dia do baile, afinal? Eu só tinha três coisas pra fazer hoje: 

1° Buscar Felicity na casa dela. 

2° Fazer ela se divertir a noite inteira. 

3° Fazer essa noite ser inesquecível pelo resto da vida dela. 

Não era muito complicado ir busca-la em casa, eu só tinha que seguir os concelhos da mamãe que o resto da noite seria mais fácil. A quem eu estou tentando enganar? Eu estou em pânico aqui! 

Mamãe tinha dito que ligou pra casa de Felicity mais cedo e que ela já havia ido a um salão para arrumar o cabelo. Eu não via um porquê dela sair pra fazer isso quando ela já era linda do jeito que fosse. Desde seus cabelos desgrenhados de quem havia acabado de acordar até quando ela havia pintado seus cabelos de três cores diferentes. 

Ela era linda! Não havia nada que a deixasse feia, ou que me fizesse a achar feia. E eu faria essa noite dar certo. 

Suspiro pesado olhando para o pequeno buque de rosas amarelas em cima da minha cama e me levanto pra ir tomar um pouco de água. Pelo visto, garganta seca era o meu maior sintoma de nervosismo. Mas assim que eu abro a porta, sou praticamente atropelado por um Thomas Merlyn que parece estar a ponto de ter um ataque de fúria. 

— Parece que ele vai mesmo ao baile – Fala entredentes encarando as flores. 

— Posso saber o porquê de ter entrado no meu quarto desse jeito? Ou melhor, me explicar esse seu olhar assassino? – Falo e ele se vira pra mim. 

— A sua mãe eu até entendo, mas a Thea Ollie? É sério isso? – Pergunta parecendo magoado e eu o olho ainda sem entender o que estava acontecendo. 

— Okay, vamos voltar só um pouco no assunto e você vai me explicar do que diabos você está falando. 

— Eu estou falando de você e a Liz estarem namorando e não me contarem. Aliás, quando foi que você começou a gostar dela? – Fala e eu sinto meu sangue congelar. 

— Nós não estamos namorando – Falo eu um suspiro e se ele pudesse, havia me matado com o olhar naquele segundo.  

— Nem vem, Ollie. Eu vi vocês dois se beijando na escola. Ou vai dizer que é mentira? – Fala irritado. 

— Quando você viu isso? 

— E isso lá tem importância? Vocês dois estão juntos e não me contaram nada! 

— Nós não contamos porque não está acontecendo nada. 

— Oliver... 

— Não está, Tommy – Falo um pouco frustrado.  

— Então vocês se beijarem no meio do campus e você a levar pro baile não é nada? Que bom saber Ollie, que ótimo melhor amigo você é. 

— Tommy e- 

— Tommy nada! Vocês dois estão juntos e SEQUER ME FALARAM – Grita com raiva. 

— Da pra você parar de gritar e me escutar – Peço tentando acalma-lo, mas parece ser em vão. 

— Engraçado que eu tô a duas semanas querendo que me fale sobre isso e você não falou nada, NADA OLIVER! Então agora você quer que eu te escute? Escutar o quê? Que eu estou sendo feito de idiota por vocês dois ou quem está é ela? 

— Eu nunca faria isso com ela, e você sabe disso – Digo entredentes já perdendo a paciência – E com você também não. Agora da pra você se acalmar por cinco segundos E ME ESCUTAR SÓ UM POUCO – Falo e ele me encara por um tempo e se joga na minha cama. 

— Ok, me explique — Diz firme e eu surtei pesado me sentando na poltrona ao lado da cama. 

— Lembra quando nós tínhamos dez anos e nós fomos assistir Rei Leão no cinema. Eu tive que ir ao banheiro assim que a Felicity chegou e logo depois eu fiquei estranho. 

— Isso faz mais de seis anos, Oliver. O que uma ida ao banheiro tem haver com você e a Liz estarem namorando? – Tommy pergunta com raiva. 

— Nesse dia eu tive o meu primeiro sinal da puberdade. E isso aconteceu porque eu vi a Felicity usando uma calça colada e bota – Falo em um suspiro pesado escondendo meu rosto em minhas mãos – Foi a primeira vez que tinha acontecido, eu fiquei apavorado. Principalmente por que tinha sido com a Felicity, ela era a minha melhor amiga. Eu fiquei assustado e frustrado. 

— Você está dizendo que a sua primeira ereção foi por ver a Felicity com uma roupa que nem é lá excitante? – Pergunta incrédulo e eu assinto. 

— O meu pai me explicou o que era. Eu nunca, em toda a minha vida havia ficado com tanta vergonha de mim. Quando meu pai descobriu que isso aconteceu comigo do jeito que aconteceu, eu realmente achei que ele iria brigar comigo dizendo que era errado, mas ele simplesmente disse que já previa que isso iria acontecer — Suspiro me ajeitando na cadeira — Há algum tempo eu conversei com a minha mãe sobre a Felicity estar querendo fazer novos amigos e ela me chamou pra uma conversa séria. Ela disse que eu ainda não tinha percebido, mas o que eu sentia, ou melhor dizendo, o que eu sinto por Felicity não é só amizade. Ela disse que o papai já sabia. Na verdade, todos já sabiam disso desde que nós nos conhecemos. Eu fiquei em choque, mas quando eu parei pra pensar no assunto, eu percebi que eu sempre gostei da Felicity. Que eu nunca gostei que ela ficasse perto de algum garoto, nem mesmo você, que eu queria passar o máximo de tempo que pudesse com ela, que era o sorriso dela que eu queria ver todos os dias, que era ela pra quem eu corria quando estava com algum problema ou quando queria contar algo de bom que acontecesse comigo, que... Que eu não queria mais ser só amigo dela. Então naquela noite de ano novo em que nós fugimos pra praia, nós nos beijamos pela primeira vez. Acho que foi um dos melhores momentos de toda a minha vida. 

— E desde lá vocês estão namorando? E em segredo? Sem contar pro melhor amigo de vocês. 

— Não, Tommy. Nós não estamos namorando – Falo e ele me olha em desafio – Não estamos. Eu queria isso, mas ela queria focar nos estudos, nas notas pra faculdades e quando isso estivesse mais estável na vida dela, nós tentaríamos algo. E eu a esperaria até ela estar pronta. 

— E ela já está? 

— Ela ainda tá ainda preocupada com a faculdade, afinal ela quer entrar no MIT, não é tão fácil assim. Mas eu prometi pra ela que eu não iria a pressionar, que eu iria no tempo dela. Mas eu vejo que ela já está pronta, ela só está com medo de dar o próximo passo. 

— Se vocês não estão namorando e ela ainda não está pronta, porque eu vi vocês dois se beijando no meio do campus? Uma imagem que eu quero apagar da minha cabeça, só pra constar — Fala e eu maneio a cabeça rindo. 

— Como eu disse pra ela, não é porquê eu disse que iria ficar esperando que eu não iria beija-la. Você namora com a Caitlin, sabe como é estar perto da garota que você gosta e querer beija-la até não ter mais ar em seus pulmões. A nossa diferença é que entre nós dois é que você pode fazê–lo quando quiser, eu só posso quando eu não consigo aguentar mais. Tommy eu... Eu queria te dizer, eu realmente queria te dizer que eu estou namorando com a Felicity, mas eu não estou – Falo derrotado – Não porque eu não quero, mas porque ela não quer ainda, porque por mim... Por mim todo mundo já sabia que eu sou louco por ela, mas ela não quer ainda, ela não está pronta. Ou pelo menos não estava. E foi por isso que nem um de nós dois te contamos o que estava acontecendo, porque depois da noite de ano novo, não aconteceu nada demais. E tudo que me resta são as cinco vezes que eu roubei um beijo dela – Suspiro pesado – E agora no baile é a primeira oportunidade que eu tenho de nós dois começarmos algo. 

— Tá dizendo que hoje vai ser o primeiro encontro de vocês? Logo no baile onde tudo acontece? 

— Foi o único jeito que eu achei dela não escapar. 

— Você é um idiota! – Bufa se levantando e começa a andar de um lado pro outro.  

— E você acha que eu não sei disso? Mas eu não tenho dúvida alguma que é com ela que eu quero ficar, nem que pra isso eu tenha que correr o risco de levar um fora na frente de toda a escola. 

— Esse não é o pior de tudo, Ollie! – Fala irritado esfregando os olhos — Você foi indicado como rei do baile. Como você acha que ela vai reagir se você ganhar e tiver que dançar com outra garota justo no primeiro encontro de vocês.  

— Eu não- 

— É claro que não! Quando se trata da Felicity, você fica tão burro e cego que... – Grunhi irritado – Só pra deixar claro, eu entendi que vocês não estão juntos e que por isso não me contaram o seja lá o que for que está rolando com vocês. Mas eu não posso deixar de me sentir traído por ter dois melhores amigos que se gostam e que sequer me falaram. Quando eu descobri que estava gostando da Caitlin, eu juntei vocês dois e contei o que estava acontecendo. Agora eu sequer posso encarar a minha namorada porquê eu sei de algo que ela não sabe e eu não vou conseguir esconder isso dela por mais tempo. 

— O baile é hoje. Você não precisa esconder. E eu nunca quis que fosse um segredo, muito menos não te contar. 

— Eu espero que eu quem ganhe, porquê eu já ouvi boatos que quem ganhou foi a Williams e ela vai adorar dar em cima de você na “dança da vitória”. 

— Se vocês não se odiassem, daria um belo casal – Digo já mais leve e ele me olha com nojo. 

— Eu e a Susan? Nem nos seus piores pesadelos — Diz com uma voz engraçada e nós rimos. 

— Quando você me viu beijando a Felicity? 

— A duas semanas, vocês estavam debaixo da árvore conversando. Não havia nada demais na cena, até que de uma hora pra outra a sua língua estava enfiada na garganta dela. Nojento por sinal.  

— Você faz o mesmo com a Caitlin e por muito mais vezes. Tommy, vocês quase dormiram juntos e você quer falar de dois ou três beijos que eu troquei com a Felicity? De verdade? – Pergunto exasperado. 

— Nós somos mais discretos — Da de ombros – Diferente de você e a Liz que estavam no maior clima no meio da arquibancada, a futura Dra. Snow não gosta de muita atenção alheia, mas gosta bastante da minha. 

— Idiota – Falo rindo e ele me acompanha. 

— Você não está levando rosas amarelas pra Felicity no dia do baile, não é? – Pergunta aponta para o buque em cima da cama e eu maneio a cabeça em negativo vendo-o suspirar aliviado. 

— Elas são pra tia Donna, assim como a garrafa de whisky é pro tio Noah. Mamãe disse que desse jeito talvez ele não me mate por eu estar levando a única filha dele ao baile – Falo sentido o nervosismo voltar a me assombrar. 

— Espera, o tio Noah sabe? 

— Provavelmente... 

— Estou me sentindo que nem homem traído! Até a Thea que tem seis anos sabe e eu não. 

— A Thea só sabe porquê foi comprar o vestido da Felicity com a mamãe. O que me lembra, a que horas você vai pegar a Caitlin? 

— As 19:00h porque? 

— O sr. Diggle vai me levar na casa da Felicity as 19:30. Vamos nós dois com o John e a Lyla. Moira Queen está tão animada que disponibilizou até a limusine pra nós usarmos hoje, aceita a carona? 

— Eu deveria, mas eu vou querer levar a Cait em casa depois. Sabe como é, finalizar a noite na porta da casa dela. Contra ela e a parede... 

— Como a Cait te aguenta? 

— Ela me ama! Assim como você.  

— Se iluda que faz bem. 

— Você não vive sem mim na sua vida, Ollie. Assuma de uma vez. 

 

~♡~ 

 

— Está nervoso Sr. Oliver? – Sr. Diggle pergunta enquanto estaciona na frente da casa de Felicity.  

— Um pouco... 

— Que nada, pai. Ele tá só deixando o smoking dele suado – John fala dando de ombros e Lyla ri. 

— Da pra pararem com a graça? – Pergunto emburrado e eles riem mais ainda. 

— Deixa disso, Oliver. Você conhece a Felicity desde que usava fraudas, não tem porquê ficar nervoso agora – Lyla fala abraçando John. 

— Vai logo lá buscar ela antes que você tenha um infarto fulminante. 

— Da pra parar! – Digo irritado. 

— Se você não sair desse carro agora a Felicity vai achar que você deu um bolo nela. Já demos cinco voltas no quarteirão porquê você está nervoso, então saia desse carro e vá pegar a sua garota — Lyla fala firme. 

— Certo, eu vou... – Falo encarando a casa dela e escuto a rizada de John. 

— Agora, Oliver! – Diz rindo. 

— Ah, claro – Maneio a cabeça e abro a porta da limusine. 

— Boa sorte – Lyla fala enquanto eu saio do carro. 

Eu me sentia um garoto de cinco anos tentando segurar as coisas em minhas duas mãos. Se eu amassasse o corsage da Felicity eu seria considerado o pior par de todo o universo, o mesmo se eu amassasse as flores da tia Donna. Isso sem dizer que em hipótese alguma eu deveria deixar a caixa de whisky do tio Noah cair. E segurar isso em dois braços enquanto está tremendo de nervosismo é a fórmula pro desastre. 

Respiro fundo antes de apertar a campainha equilibrando as coisas para não cair e logo tia Donna aparece sorridente na porta. 

— Oliver! Já chegou. Que bom, pode entrar – Fala abrindo mais a porta pra eu passar. 

— Obrigado. 

— A Felicity está terminando de se arrumar. Daqui a pouco ela desce. 

— Tudo bem. Han... Essas são para a senhora — Digo tentando entregar o buque pra ela, que ao ver minha falta de habilidade, pega ele de meus braços.  

— Ah, que amor, Oliver. Elas são lindas. 

— De nada – Falo já um pouco mais a vontade — O tio Noah está? Mamãe mandou isso aqui pra ele – Digo mostrando a caixa de Whisky. 

— Ele está ali na sala. Vamos, pode entrar – Fala sorrindo caminhando pra sala onde vejo o pai da garota que eu quero levar ao baile me olhando com sua melhor cara de poucos amigos — Eu vou ali colocar as minhas flores em um vaso com água. Fique a vontade Oliver, sabe que a casa é sua. 

— Obrigado – Falo nervoso olhando pra ela e depois pro tio Noah que ainda me encarava — A minha mãe disse que iria gostar desse, então... – Entrego a caixa pra ele que a analisa por um momento.  

— Jhonnie Walker Blue Label. Boa escolha – Fala com um pequeno sorriso e eu me permito relaxar um pouco – Vamos, sente-se um pouco. Felicity já vai descer. 

— Obrigado – Será que eu estava tão nervoso que a única coisa que eu consiga falar era “Obrigado”? Quis me estapear mentalmente por perceber isso. 

— Sabe Oliver, eu me lembro do meu primeiro baile de escola. Foi à quase vinte anos – Fala servindo um pouco de Whisky pra si — Eu levei a Donna como minha acompanhante. Nós nos divertimos bastante, um tipo saudável de diversão, me entende? 

— Cla-claro tio Noah. Pode ter a certeza que a minha única intenção essa noite é fazer a Felicity se divertir – Falo vendo as entrelinhas de sua frase. Essa noite tem limites. 

— Estou contando com isso. Lembre-se que eu conheço seus pais desde antes de você nascer. 

— Pare de assustar o garoto, Noah. Não é como se o Oliver fosse fazer algo que fosse desrespeitar a Felicity, por favor! Eles se conhecem desde criança, não é como se o fato de ele levar a sua única filha pra noite mais profana do ensino médio fosse mudar alguma coisa – Fala dando de ombros e eu juro que senti uma nota de provocação nela – Bom, com esse whisky que o Oliver trouxe gentilmente pra você, nós dois vamos nos sentar a beira da piscina e lembrar dos nossos momentos de quando a nossas filha era só uma garotinha enquanto ela se diverte na escola com o Oliver. 

— Claro, e aproveitar pra relembrar nossa noite de baile do ensino médio. 

— Boas lembranças daquele dia. 

— Oh, se foram... 

— Estou pronta – Escuto a voz de Felicity vindo das escadas e me viro para vê-la. E Deus, ela estava linda!

 https://mobile.twitter.com/lele_olicity/status/1101257329524334597

Me posiciono no final da escada ainda extasiados com a vista sequer sabendo como fui parar ali. Felicity me olha com um sorriso pequeno enquanto desce as escadas com cuidado até chegar ao meu lado e aceitar minha mão como seu apoio. 

— Você está... Perfeita – Digo no resto de fôlego que me restou vendo seu sorriso aumentar.  

— Agradeça a sua mãe. O vestido e todo o resto foi ela quem escolheu – Diz alisando o rendado da saia do vestido parecendo fascinada com aquilo. Eu não a culpo por isso, eu também estava — Você também está muito bonito – Fala com um pequeno sorriso — Isso é pra mim? – Pergunta apontando para o corsage em minhas mãos. 

— Ah, sim. Claro — Falo ainda alheio a qualquer outra coisa ao meu redor que não fosse ela — E já como Moira Queen quem levou o crédito pela roupa, acho bom ela levar por ter escolhido isso aqui também – Digo tirando-o da caixa transparente e o colocando em seu pulso. 

— Ele é lindo. 

— Que bom que gostou. E que gostou da roupa também, sabia que azul fica ótimo em você – Digo com uma piscadela. 

— Obrigada — Fala e escutamos um arranhar de garganta atrás de nós e nos viramos para ver tia Donna com os olhos marejados e tio Noah boquiaberto. 

— Você está linda, filha. Parece uma princesa — Tia Donna fala enquanto nós nos aproximamos. 

— Não consigo aceitar que a minha garotinha cresceu. Você está tão linda – Tio Noah fala emocionados – Ontem mesmo você estava correndo pela casa me pedindo pra te ajudar a consertar o seu primeiro computador e agora... Agora você... Minha garotinha cresceu. 

— Papai – Felicity fala docemente e se afasta de mim indo Abraça-lo – Eu ainda sou a sua garotinha. 

— É, você é sim – Diz a apertando contra si. 

— Ok, Noah. Já chega desse sentimentalismo, você vai acabar fazendo ela borrar a maquiagem antes mesmo dela sair pela porta – Fala afastando os dois – Eu sei que já está na hora de vocês irem, mas antes eu vou bater uma foto de vocês pra registrar esse momento inesquecível. 

— Mãe... 

— Nada disso, Felicity. Agora volte para o lado do seu par e façam uma pose bem bonita pra eu colocar essa foto no meio da minha sala de estar – Diz empurrando ela até o meu lado e pegando a câmera. 

— A minha mãe disse que ano que vem ela vai fazer o mesmo – Digo baixinho no ouvido de Felicity que me olha espantada. 

— Você tem a noite toda pra olhar pro Oliver, Felicity. Agora você tem que olhar pra câmera – Alfineta e eu maneio a cabeça rindo enquanto ajeito Felicity ao meu lado e abraço sua cintura sentindo-a fazer o mesmo em mim. 

— Moira Queen com toda a certeza vai querer uma cópia dessa foto — Digo dando meu melhor sorriso e vejo o flash sair da câmera nas mãos de tia Donna quase me cegando. 

— Eu mando uma pra ela depois – Diz e suspira colocando a câmera no sofá – Faça a minha filha se divertir bastante essa noite, entendido Oliver? 

— É o meu maior objetivo essa noite — Digo firme e ela esbanja um sorriso largo. 

— Se divirtam bastante e tenham juízo. Oliver, cuide da minha filha entendido? 

— Sim senhor. 

— Tudo bem, agora vão embora daqui e não me voltem até seus pés estarem doendo de tanto dançar – Tia Donna fala abraçando Felicity mais uma vez e depois a mim. 

— Você está tão linda – Tio Noah fala abraçando a filha mais uma vez — Lembre-se que eu sei onde você mora – Diz pra mim em tom ameaçador. 

— Não se preocupe, eu em hipótese alguma desrespeitaria ela em qualquer situação – Garanto e um sorriso satisfeito aparece em seu rosto. 

— Muito bem – Fala estendendo a mão pra mim que aceito apertando-a de volta – Vão logo antes que eu desista. 

— E não me apareçam aqui antes das duas! 

— Uma. 

— Duas. 

— Uma e quinze. 

— Duas e não se fala mais nisso, Noah – Fala firme e começa a me empurrar pra fora com Felicity. 

— Tudo bem então, vamos? 

— Vamos – Digo colocando minha mão em sua costa a guiando para fora – Tenham uma boa noite. 

— Vocês também – Tia Donna fala depois que passamos pela porta a fechando. 

Caminhamos em silêncio pelo pátio de sua casa indo em direção a limusine que nos esperava a poucos metros. 

— Você está muito linda. 

— Obrigada, o vestido ajuda bastante. 

— Não que você precise dele pra ser linda, mas eu sabia que um vestido azul seria a melhor escolha pra essa noite — Digo dando de ombros enlaçando sua cintura a puxando mais pra mim. 

— Pensei que você tinha jurado que não tinha visto o vestido — Fala divertida. 

— E eu não havia o visto até você descer pelas escadas, mas não quer dizer que eu não tenha dito pra minha mãe que eu adoro quando você usa azul – Digo com uma piscadela parando em frente a limusine — Você consegue passar por todos os níveis que eu acho que eu já havia atingido pra me fazer gostar ainda mais de você. 

— E isso é bom? — Pergunta curiosa e eu abro a porta pra ela. 

— Você vai me fazer dançar na frente de toda a escola sendo que eu não sei dançar – Falo exasperado e ela ri. 

— É, é bom sim – Diz divertida entrando na limusine e eu faço o mesmo em seguida encontrando um John sorridente e Lyla com um olhar misterioso. 

— Você está linda, Liz – Lyla fala sorrindo 

— Obrigada – Diz com as bochechas levemente coradas e eu me ajeito do seu lado já enlaçando sua cintura. 

— Então, todos prontos? – Sr. Diggle fala pela janela de dentro e nós assentimos. 

— Vamos começar essa noite. 

 

~♡~ 

  

— Temos ponche. 

— Como se ele já não estivesse batizado — Felicity fala rindo dando de ombros 

— A festa ainda está no início, duvido que eles tenham conseguido fazer isso agora. A diretora Waller tá muito em cima pra terem colocado vodca – Falo pegando um pouco da bebida pra mim. 

— De um a dez, quanto ele tá batizado? – Pergunta assim que eu tomo um gole e não consigo não torcer a cara por o quão forte está o ponche. 

— 17 – Falo tossindo colocando o copo de volta na mesa enquanto escuto sua rizada. 

— Eu te disse – Diz com um amplo sorriso na sua maior pode de eu estava certa. 

— Ok Srta. Eu sempre estou certa — Limpo a garganta – Que tal irmos falar com os nossos amigos que estão nos olhando a quase uma hora e você não quis ir falar com eles ainda por uma razão que eu não sei? – Pergunto pra ela que desvia seu olhar do meu por instante. 

Desde que nós havíamos chegado ela havia ignorado a presença de nossos amigos e me arrastado pra qualquer lugar que fosse o oposto de que eles estavam. Eu tentei entender o que estava acontecendo pra ela ter essa atitude, mas ela sempre conseguia me distrair de alguma forma, e ter ela vestida daquele jeito não era uma missão difícil. Ela estava tão linda que era muito fácil eu me distrair se ela me mandasse olha pro céu com aquele seu enorme sorriso. 

— Eu não estou fugindo deles – Fala na defensiva e eu me aproximo invadindo seu espaço pessoal enlaçando nossas mãos. 

— Eu não falei que você estava fugindo, Sorriso. Eu só disse que você não quer ir falar com eles, mas que não me disse o porquê disso. 

— É só que... – Suspira pesado — Você disse que estamos em um encontro, certo? 

— O primeiros de muitos que eu pretendo te levar – Digo com uma piscadela apertando levemente suas mãos nas minhas. 

— Se nós estamos em um encontro, é uma certeza que eles vão querer arrancar os nossos pescoços. A Caitlin com certeza vai... 

— Ei... Eu estou aqui com você, lembra? — Digo colocando uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha — E te garanto que o único que vai tocar no seu pescoço essa noite vou ser eu quando nós tivermos nossa primeira dança – Falo convicto vendo um pequeno sorriso surgir em seus lábios. 

— Você não sabe dançar — Fala apertando minha mão. 

— Tendo Moira Queen arquitetando esse encontro, é quase impossível ela não ter feito eu ter aulas particulares de dança quatro vezes por semana — Digo dando de ombros e ela ri. 

— Espero que elas deem resultado hoje, ou então meus pés vão estar esmagados antes mesmo de anunciarem que você ganhou como o rei do baile. 

— Oh não, eu e Tommy já cuidamos disso. Nós subornamos a Sarah pra que a única garota que eu dançasse essa noite fosse você – Digo com uma piscadela. 

— Por favor, não diga que você me fez ganhar esse concurso idiota — Pede fechando os olhos com força. 

— É claro que não. Por mais que eu tenha fingindo ignorar que quando nós entramos todos os garotos pararam pra ver o quanto você está linda, eu sou o único que quer olhar pra você essa noite 

— Oliver... Já te falei que não gosto quando você fica agindo assim. 

— E é por isso que nós vamos ali perto do Dj ver nossos amigos que estão nos olhando a algum tempo querendo saber porquê você ainda não foi vê-los. 

— Estará comigo, não é? – Pergunta com um sorriso mínimo e eu me aproximo mais dela deixando um beijo na sua bochecha direita. 

— Eu sempre vou estar com você. 

 

~♡~ 

 

Eu achava que era um idiota, mas Thomas Merlyn me ganhava de longe. Ele sequer conseguia passar cinco míseros segundos sem fazer alguma gracinha com Felicity só pelo prazer de vê-la corar. Por mais que eu amasse ver suas bochechas corarem ou de em cada gracinha dele, ela esconder seu rosto em meu braço, já estava ficando ridículo aquela situação. 

Caitlin como a pessoa inteligente que era, chamou Felicity e Lyla pra um canto pra elas conversarem. Eu queria ir com elas e não deixar Felicity no meio de um interrogatório que as duas provavelmente iriam fazer com ela, o que não era nada estranho, já que Lyla ficou estranhamente quieta no caminho pra cá, assim como John. 

Mas esse sabia ser discreto, ao contrário de Tommy que só foi Felicity se afastar pra começar a me fazer todos os tipos mais descabidos de perguntas. E eu juro que se ele não fosse o meu melhor amigo, eu já teria torcido seu pescoço nos primeiros dois minutos. 

— Qual é, Ollie? Vai me dizer que vocês estão a noite inteira juntos escondidos pelos cantos e você não tirou nem uma casquinha? – Tommy pergunta parecendo indignado. 

— Eu tenho mesmo que te lembrar que ela é a sua melhor amiga e esses tipos de informação não é a que você deveria querer saber? E ah, claro! Que vocês estão de olho na gente a noite toda? – Pergunto levemente irritado. 

— Eu não estava vigiando vocês no caminho pra cá. 

— Mas nós viemos com o John. Se quer perguntar algo que aconteceu no caminho, pergunte a ele – Digo dando um gole em meu refrigerante ainda olhando para Felicity que estava de costas pra mim. 

— John não é fácil de se irritar, já você... Se te colocar do lado da pólvora você manda esse lugar pelos ares! – Fala rindo e eu reviro os olhos. 

— Como foi com a Sarah? 

— Ela aceitou de bom grado as vinte pratas, mas é claro que ela fez questão de dizer que era desnecessário já que eu quem tinha ganhado. O que me lembra que você vai ter que me devolver esse dinheiro — Tommy fala despojado. 

— John, da uma ajuda aqui – Peço e ele me encara divertido. 

— Não me culpe, homem. Você e a Felicity estão no meio de um fogo cruzado de perguntas, agora é enfrentar de uma vez ou fugir e ter mais perguntas depois. 

— Eu não queria ter perguntas nenhuma – Bufo irritado. 

— Mas ainda nem chegamos nas perguntas sórdidas. Mas por favor, sem detalhamento, minha mente é muito pura pra respostas que eu não quero exatamente ouvir. 

— Tommy... 

— Se está reclamando dele, porquê não viu o que a Cait está fazendo com a Felicity — Lyla me interrompe se colocando ao lado de John. 

— Minha garota – Tommy fala orgulhoso. 

— Acho melhor você ir salva-la. 

— Então é melhor eu ir lá – Digo aliviado por ter que me livrar de Tommy e vou em direção as duas que parecem estar em uma conversa tensa. 

Me aproximo lentamente das duas tentando não chamar muita atenção e abraço a cintura de Felicity a juntando a mim vendo-a suspirar aliviada ao mesmo tempo em que aparece uma enorme carranca na cara de Cait. 

— E você, Oliver. Porque não me contou que está apaixonado pela minha amiga a quase três anos? Eu poderia ter ajudado com alguma coisa! – Cait fala visivelmente magoada. 

— Se você conhece tão bem a Sorriso quanto eu, sabe que isso não adiantaria em nada. E eu não escondi nada de você, não havia nada pra contar – Falo apertando mais Felicity contra mim e dou um breve beijo em sua têmpora. 

— Não adianta, eu queria ter sabido disso antes – Diz fazendo bico — Mas se você magoar a minha amiga, eu juro que faço picadinho de Oliver Queen, entendeu? – Ameaça me fazendo sorrir amplamente. 

— Pode ter certeza que tudo o que eu quero é fazer ela a garota mais feliz do mundo. 

— Own, Felicity! Ele é do tipo romântico – Suspira — Deixa eu voltar pro meu namorado que está louco pra arrancar a cabeça do Oliver com perguntas idiotas. É o que dá esconder do melhor amigo de vocês que está acontecendo algo que não está acontecendo – Fala me deixando confuso. 

— Se eu tivesse entendido isso, eu te daria uma resposta a altura — Digo dando de ombros e ela revira os olhos se afastando em direção aos nossos outros amigos. 

— Eles até que estão encarando bem – Felicity fala sorrindo abraçando-se ainda mais em mim. 

— O Tommy não fez isso quando foi me colocar contra a parede hoje de manhã depois de me ver te beijando no meio do campus. 

— Hoje de- Espero, como assim? Ele sabia da gente a quase três semanas e não falou nada? – Pergunta em choque e eu assinto confirmando. 

— Além de indiretas, não falou nada. O que é um pouco estranho de se esperar do Tommy, mas... 

— Ele parece estar bem com isso. 

— Digamos que ele sabe que eu nunca iria machucar a garota mais linda que eu conheço – Falo e suas bochechas coram. 

— Oliver eu- 

— E agora, vamos anunciar quem são o rei e rainha do baile de 2002 – A voz de Sarah invade o salão interrompendo Felicity que suspira abraçando minha cintura com um dos braços. 

— Está preparada pra saber quem vai ganhar? – Sussurro em seu ouvido vendo sua pele se arrepiar. 

— Contanto que você não tenha que sair do meu lado, pode ser qualquer um. 

A coisa toda não demorou muito tempo, Sarah anunciou que Cooper havia ganhado como rei e que Susan havia ganhado como rainha. Aquele era um casal que eu queria a milhões de metros a minha distância. Fingi não ver a cara de decepção de Tommy ao perceber que além de ter perdido a coroa, havia sido engando por Sarah. Ela chamou ao vencedores ao palco e entregado suas coroas para logo depois anunciar que eles tinham que fazer a dança do casal que representaria a escola pelo próximo ano. 

— Eu realmente acho que isso é uma grande besteira – Felicity fala indignada ao meu lado. 

— A cerimônia de coroação ou eles terem que fazer a dança da vitória?  

— Eles terem que nos representar pelo próximo ano. 

— É, isso também — Digo rindo baixo e ela me acompanha. 

— Agora os casais podem aproveitar a pista com os seus respectivos pares – Sarah fala e eu sinto meu estomago gelar. 

— E-e-eu, eu é, nós dois, quer dizer eu... 

— Oliver! 

— Eu? 

— Não precisa ficar nervoso, ok? Prometo não pisar no seu pé – Diz estendendo a mão pra mim que respiro fundo antes de aceitar e começo a leva-la pra pista de dança que já começava a se encher com casais – Sabe como fazer isso? – Fala parando a minha frente e eu assinto nervoso.  

— Espero que sim – Digo puxando-a pra perto e colocando ainda um pouco hesitante minhas mãos em sua cintura quando começa a tocar Kelly Clarkson. 

— Parece que você sabe – Diz enlaçando seus braços em meu pescoço dando início aquela dança lenta. Passamos alguns segundos nos olhando ainda nervoso até ela tomar iniciativa e me puxar mais pra perto me abraçando forte – Essa noite está sendo perfeita graças a você, sabia? – Fala deitando a cabeça em meu ombro e eu suspiro aliviado por tudo o que eu fiz até agora estar dando certo. 

— É muito bom saber disso – Digo apertando sua cintura contra mim enquanto enfio meu rosto em seu pescoço sentindo seu perfume floral tão forte naquele local, se apossar de todos os meus sentidos — Era tudo o que eu mais queria pra essa noite. 

— Isso e tocar meu pescoço – Fala divertida acariciando minha nuca. 

— Adoro o seu perfume, sabia? – Digo arrastando a ponta do meu nariz pela pele sensível de seu pescoço – Ele é tão você. Eu adoro ele, principalmente aqui que ele está tão forte e puro – Finalizo dando um beijo ali me afastando um pouco somente para ver seus olhos – Mas eles não chegam perto do azul dos seus olhos. Parecem um céu... 

— Achei que sua parte favorita em mim era o meu gosto de cereja? – Fala sorrindo acariciando seu nariz no meu. 

— Eu estava chegando lá – Pontuo colando nossas testas. 

— Na verdade, eu retiro o que eu disse. Essa noite não está perfeita, pelo menos ainda não. Falta uma coisa pra ela ser a noite perfeita – Diz roçando seus dedos no meu rosto. 

— É? E o que se– – Sou interrompido quando a sua boca cobre a minha em um beijo que começa tímido, mas que logo se torna um dos mais intensos que já trocamos. Minha língua toma passagem por entre seus lábios para encontrar a sua ávida que entram naquela dança perfeita com a minha. Sua mão em meus cabelos os puxam ao mesmo tempo em que me empurram pra si. 

Minhas mãos ficam passeando por sua cintura e quadril tentando a manter o mais próximo de mim a medida em que o beijo se aproximava do fim. Nos afastamos quando o ar é necessário e eu permaneço ainda por um tempo de olhos fechados tentando descobrir se aquilo foi realmente real. 

Ela havia realmente me beijado na frente de todo mundo da escola? 

Das únicas seis vezes em que nos beijamos, contando com a de quase três semanas atrás, sempre havia sido eu quem tomava alguma iniciativa, mas sempre tomando cuidado pra que ninguém nos visse. E agora ela simplesmente me beija na frente de todos é um choque, no mínimo, pra mim. 

Abro meus olhos com calma vendo os seus brilharem para mim e um grande sorriso em seu rosto. Lhe dou um beijo rápido e me afasto um pouco voltando a dançar com ela. 

— Eu não sei se é a resposta que eu quero, mas eu vou arriscar. Você sabe que acabou de me beijar na frente de toda a escola, certo? 

— Eu sei muito bem o que eu fiz, Oliver. E por mim, eu faria de novo. 

— Felicity- 

— Ollie – Fala em um tom irritante e eu maneio a cabeça rindo. 

— Sorriso! 

— Agora sim, o quê? – Pergunta fazendo carinho no meu maxilar me distraindo por um instante. 

— Porque me beijou, Sorriso? Não que eu esteja reclamando, é só que eu- 

— Você disse que iria esperar por mim, não foi? Até o momento certo, até eu estar pronta? — Me interrompe subindo suas carícias pra minha bochecha me deixando cada vez mais distraído. Eu amava o seu toque em mim. 

— E vou esperar o tempo que for necessário – Digo puxando-a mais pra perto, trazendo sua cabeça para deitar em meu peito – Mas ter você me beijando desse jeito não me ajuda nada a cumprir essa promessa – Relembro a conversa que tivemos a três semanas e ela ri abraçando minha cintura. 

— Usando minhas próprias palavras contra mim? Que feio, Oliver — Diz ainda rindo e eu beijo seus cabelos. 

— Meu ponto é que, eu te esperarei por toda a minha vida se for preciso. Mas você me beijou na frente de todos, e por mais que minha vontade agora é continuar te beijando, as pessoas vão falar. E eu simplesmente odeio que falem de você — Digo e suspiro pesado. 

— Bom... Talvez você goste de quando eles falarem que eu sou a namorada do capitão do time de futebol da escola — Diz levantando a cabeça pra me olhar. 

— Você tá dizendo que- 

— Eu estou pronta, Oliver. Eu quero ficar com você, não importa o que aconteça, eu quero ficar com você, quero namorar com você. E antes que pergunte, sim. Eu tenho certeza disso — Fala convicta e eu sei que estou com o maior sorriso que já estive em toda a minha vida.  

Retiro minha mão de sua cintura levando-a ao rosto de Felicity a trazendo mais pra perto vendo meu sorriso espelhar no seu antes de toma-lo para mim em um beijo cálido, mas que ao mesmo tempo transmitia todos os meus sentimentos naquele instante. 

— Eu prometo te fazer a garota mais feliz que existe — Digo ainda contra seus lábios. 

— Você já me faz, Oliver. 

Um momento como este 
Algumas pessoas esperam a vida toda por um momento como esse 
Algumas pessoas procuram para sempre por um beijo especial 
Oh, eu não consigo acreditar que está acontecendo comigo 
Algumas pessoas esperam a vida inteira por um momento como este 

 

~♡~ 

 

— Você não pode dormir ainda – Digo salpicando pequenos beijos em sua boca. 

— Mas está confortável ficar aqui, e gosto de ficar em seus braços — Diz se aconchegando mais em mim. 

— Eu também gosto que você fique assim, mas nós já estamos chegando na sua casa. 

— Eu não quero que essa noite acabe. 

— Nem eu, mas se eu não te levar pra sua casa antes das duas o seu pai vai querer o meu pescoço antes mesmo de nós contarmos que estamos namorando — Falo exasperado e ela ri. 

— Não vai, não. Ele gosta de você – Diz dando de ombros — E eu gosto do seu pescoço. 

— Bom saber. 

Nós passamos quase duas horas na pista de dança nos divertindo. Em algum momento, nós paramos pra descansar e Felicity foi praticamente sequestrada por Caitlin e Lyla pra conversarem em algum canto. Eu fiquei apenas observando a minha namorada conversar com as amigas e depois ser arrastada pra pista de dança, mas não antes de deixar seus sapatos e um pequeno beijo comigo. 

Eu fiquei olhando para ela se divertindo com as amigas com aquele enorme sorriso em seu rosto. Ela parecia estar feliz, eu estava feliz. 

Ela dançou até seus pés não aguentarem mais, mas não antes de me puxar pra dançar um pouco com ela. Não que eu soubesse dançar alguma coisa, mas eu tentava acompanhar seu ritmo e velocidade. Era encantador ver seu rosto feliz reluzir por todo o salão, e por mais que meu corpo estivesse esgotado, só de vê-la sorrir pra mim daquele jeito que eu conseguiria a paz mundial se ela me pedisse. 

Depois de sua maratona de dança acabar, ela se sentou ao meu lado e Começamos a conversar sobre coisas banais. Caitlin e Tommy estavam muito ocupados do lado oposto em que estávamos em uma dança estranha, já que Tommy conseguia ser mais desengonçado do que eu. John havia levado Lyla pra casa pois seu pai tinha colocado hora pra ela voltar pra casa, assim como o de Felicity. 

Mas o horário não precisou ser cumprido, já que meia noite e meia ela já estava começando a bocejar. Pelo visto a sua maratona de dança havia lhe esgotado. Nós nos despedirmos de nossos amigos, e pelo bem da carinha debochada de Tommy, eu fingi não escutar suas provocações sobre eu levar a minha namorada em casa. 

Assim que entramos no carro, Felicity se agarrou ao meu braço já um pouco sonolenta e nós viemos o caminho inteiro em silêncio, apenas o curtindo e nos beijando de vez em quando. 

— Pode pedir pro Sr. Diggle desligar o ar condicionado só um pouquinho? – Pede deitando sua cabeça em meu ombro. 

— Ele está desligado, Sorriso. Eu pedi isso faz cinco minutos — Digo beijando sua testa enlaçando sua mão na minha. 

— Eu devo ter dormido e nem percebi – Diz bocejando – Tô com frio – Fala e eu me afasto um pouco dela recebendo um olhar revoltado por meu ato. 

— Só vou tirar o smoking pra você usar já que está com frio – Digo já tirando a peça e o coloco em seu ombro vendo-a sorrir. 

— Obrigada. 

— Não foi nada – Falo a puxando de volta pra mim escutando seu suspiro de satisfação. 

— Ele tem o seu perfume — Diz respirando fundo – Adoro o seu perfume.  

— E eu o seu — Digo enterrando meu nariz em sua cabeça para sentir o perfume de seus cabelos. 

— Achei que você gostasse de cereja e não de lavanda – Fala confusa levantando o rosto para me olhar. 

— Eu falei que gosto do seu perfume, mas não disse que não gosto mais do seu gosto. Ou de prova-lo — Falo roçando nossos narizes e lhe dou um beijo rápido — Mas o conjunto de tudo é o melhor. É tudo... Você. 

— Acho que você já disse isso hoje? – Fala divertida. 

— É, acho que eu já te disse isso mesmo – Digo dando de ombros roçando minha boca na sua. Mas antes que eu possa toma-la pra mim, a limusine para roubando a minha atenção. 

— Já chegamos? – Pergunta e eu olho pela janela peliculada para saber. 

— Sim. E é melhor descermos antes que você durma de uma vez nesse banco – Digo beijando a ponta do seu nariz. 

— Claro – Fala se afastando de mim pegando seus sapatos no chão antes de sairmos. 

Caminhamos em silêncio pelo pátio de sua casa até a porta de mãos dadas aproveitando até o último segundo cada momento dessa noite. Paramos assim que chegamos a sua porta e ela se vira pra mim ainda segurando minha mão. 

— Então... O que nós fazemos agora? 

— Acho que esse é o momento em que eu te deixo em casa e cruzo os dedos pro seu pai não vir atrás de mim na manhã seguinte — Falo divertido. 

— Eu estava falando do agora que estamos namorando, mas eu também queria saber sobre isso. Não que meu pai vá atrás de você pela manhã, ele te adora. 

— Eu estou mais do que ansioso para o nosso segundo encontro – Falo um pouco nervoso e ela aperta minha mão na sua. 

— Eu também estou – Suspira parecendo aliviada por não ser a única naquela situação – Pra onde vamos? 

— Eu não sei – Digo envergonhado vendo-a sorrir – Mas que tal eu te ligar amanhã e nós marcamos alguma coisa? Menos algo que envolva dançar, eu não sou muito bom nisso. 

— Não foi o que eu vi hoje. Você é um belo pé se valsa — Diz rindo e abraça minha cintura — Menos com The Pussycat dogs, nesse momento você é um dançarino terrível! 

— Só porquê eu não sei a coreografia decorada como você e a Caitlin – Me defendo e coloco minhas mãos em sua cintura a puxando mais pra perto – Mas, eu acho que você pode me dar umas aulas pra eu aprender. O quê que você acha? 

— É uma ótima ideia — Fala antes de colar sua boca na minha. Seus lábios se movem sem pressa alguma sobre os meus, e sua língua invade minha boca sem resistência alguma provando de mim de todas as maneiras possíveis naquele beijo. Quando o ar se fez necessário, ela se afastou aos poucos quebrando aquele beijo que só não parecia me dizer algo mais do que seus olhos. 

Acaricio sua bochecha direita me deleitando com seu sorriso e lhe beijo novamente, mas dessa vez com mais intensidade prendendo-a a mim como se aquilo tudo fosse mais um dos meus sonhos e que eu pudesse acordar a qualquer momento. Mas a realidade era muito melhor. 

— Boa noite, sorriso – Digo contra sua boca sentindo-a sorrir antes de me beijar novamente. 

— Boa. Noite. Oliver. Queen – Fala pausadamente me dando beijos rápidos para me beijar longamente de novo. 

— Nem de longe eu estou reclamando, mas — A afasto um pouco vendo seus olhos fechados. Aquela visão acabava comigo! – Você tem que entrar. 

— Eu sei, mas eu queria ficar aqui com você mais um pouco – Fala fazendo bico. 

— Eu também queria. Mas se você não entrar agora, eu acho que o seu pai não vai nos deixar sair amanha – A alerto e ela suspira derrotada. 

— Você está certo. Então é melhor eu entrar de uma vez antes que eu estrague o nosso encontro de amanhã por não querer terminar o de hoje – Fala divertida me soltando – Acho melhor você levar o seu smoking, embora eu vá sentir falta do seu perfume. 

— Fique com ele por essa noite – Digo sem pensar e vejo um enorme sorriso nascer em seu rosto. 

— Acho que vou aceitar a oferta – Fala com uma piscadela voltando a se aproximar e beija minha bochecha — Até amanhã, Oliver. 

— Até amanhã, Sorriso. 


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