Kepler-452 escrita por Doutor


Capítulo 2
O halloween do doutor.




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Mary terminava de vestir uma roupa preta. Ela usava um batom preto e estava muito bela com aquela fantasia de vampira. Jessica também estava usando uma fantasia de vampira, mas a sua era diferente e muito mais vulgar. 

Cinco minutos após já terem terminado tudo, alguém bateu na porta. Jess abriu e viu que era Vincent. 

—Oi, Vin! Vamos lá no seu quarto. - disse ela. 

—Então por que disse pra eu vir aqui? - Vincent ficou confuso.

—Era só para podermos ir juntos para teu quarto para arrumar sua fantasia. - respondeu Jessica. 

—Mas... Isso não tem lógica alguma. 

—Só... Vamos! - terminou Jessica, percebendo que a lógica do garoto estava certa. 

Os três foram para o quarto de Vincent. As duas nunca haviam estado lá,  então se surpreenderam muito. O garoto tinha muitos fios de cobre, livros e anotações para todos os lados. Em cima do seu guarda-roupa haviam muitos objetos extremamente estranhos. 

—Meu Deus, Vin... Que zona! -afirmou Jess. -Anda, vamos ver se tem algo aqui que você pode vestir. - e a garota foi em direção ao guarda-roupa do garoto e o abriu. 

Enquanto Jessica estava focada nas roupas estranhas do jovem, Mary olhava para o local. Ela estava conhecendo muito mais sobre Vin, apenas observando aquele lugar. Naquele momento, ela chegou a pensar que o garoto fosse um alienígena. 

—O que são aquelas coisas? - questionou a garota,  apontando para os vários objetos em cima do guarda-roupa. Nesse momento,  Vincent, que estava apenas prestando atenção no que Jessica dizia,  olhou para os objetos e fez uma expressão de assustado.

—Esqueci de...- disse ele, atrapalhado. Vincent pegou uma mochila e começou a colocar todos aqueles objetos metálicos dentro dela. -... guardar essas coisas!

—Qual é o problema em mostrar? Você é tipo um daqueles... cientistas malucos? - disse a garota,  olhando para alguns livros e anotações de van Gogh. Ela pegou uma folha no chão e viu vários símbolos... Eram símbolos estranhos,  que ela nunca havia visto. Quando Vincent percebeu que a garota estava olhando o pedaço de papel, ele pegou o mesmo e começou a catar os outros que estavam no chão. 

—Ah, isso não é nada! São só... As anotações das calorias que eu costumo ingerir por dia. - Vincent estava mais atrapalhado que nunca e, enquanto pegava os papéis, Mary foi até a mochila, que estava aberta, e pegou um objeto metálico. Era como um bastão do tamanho de um charuto, de metal fosco, e havia um botão nele. 

Mary achou que se tratava de algum laser e apertou o botão.  Nesse momento, aquele bastão metálico brilhou completamente.  Um brilho azul, como se fosse emitido pelo próprio material. Vincent tomou um susto.

—Não! - gritou ele, ao ver que ela apertou o botão.  O garoto correu até o objeto, mas quando o tomou das mãos de Mary, ele já havia parado de brilhar. A expressão do garoto foi de extrema preocupação. 

—O que foi? - disse Mary, com um sorriso sem graça no rosto e sentindo uma certa pontada de arrependimento. 

—Vocês,  humanos... Gostam de mexer nas coisas dos outros sem pedir. E se isso fosse uma arma? - Vincent falou, com uma certa tonalidade de desespero. Ele não gritou e não demonstrava raiva. Sua expressão era de medo e preocupação. Aquilo assustou Mary, pois ela nunca havia visto o garoto ter emoções tão fortes.

—Calma, Vincent! - disse Jessica, que segurava um terno dobrado nas mãos e já nem prestava mais atenção nas roupas.  -Anda! Veste esse terno, esse seu sobretudo e seus all stars!

—Pra que? - disse o garoto,  amedrontado, enquanto olhava pro objeto, como se tentasse achar uma maneira de reverter qualquer coisa que Mary pudesse ter feito. 

—Você vai de doutor do doctor Who.  Combina perfeitamente com você,  que é nerd!

—E por que diabos eu tenho que vestir isso? - quando Vincent disse isso, Mary ficou mais preocupada.  Nunca havia visto o garoto com tamanho medo no rosto. 

—Por causa da festa, idiota! - disse Jessica.

—Você ainda tá preocupada com a festa? Não entende o que... - ele próprio se interrompeu. Parecia pensar se deveria ou não explicar alguma coisa para as duas. No final ele decidiu ficar calado e pegou as roupas. 

Após vestir a roupa, os tênis e o sobretudo, Jessica arrumou o cabelo do garoto. 

—Perfeito! Agora use seus óculos. - disse ela. Vincent colocou os seus óculos e, por mais que não tivesse dito mais qualquer palavra, a preocupação ainda continuava estampada no seu rosto. Ele ainda segurava o "charuto" metálico e Mary percebeu isso.

Após estar arrumado,  os três seguiram caminho para a casa da fraternidade. As duas caminhavam mais a frente, enquanto Vincent ficou uns três metros mais para trás, segurando o objeto e olhando para ele, pensativo e preocupado.

—Pode ir na frente... Vou lá falar com o Vincent! - disse Mary, que olhava para o garoto, preocupada.

—Por causa daquela história com aquela bugiganga? Não leva isso a sério,  Mary. - disse ela. -O máximo que pode ter acontecido é você ter quebrado a coisa. Ele está fazendo tempestade em copo d'água.

Mesmo depois das palavras de Jess, Mary continuou preocupada. Por mais que fosse algo besta, ela nunca havia visto Vin com aquelas emoções tão... intensas. De qualquer maneira, ela foi egoísta e sentiu que devia se desculpar. Quando chegaram na festa, ela disse para Jessica que iria pegar uma bebida, mas enquanto viu que a amiga se distraia com um garoto que estava a cantando,  Mary foi até o seu amigo,  que ainda estava com aquele objeto nas mãos, observando-o.  Ele estava sentado em um sofá,  isolado do mundo ao seu redor. 

—Oi. - disse Mary, sentando ao lado do garoto. Vincent não respondeu. -Olha! Desculpa por ter estragado seu...- ela não sabia o nome daquilo -... esse seu objeto. - Vin olhou para ela.

—Desculpe, não escutei.  Você disse algo?  A música tá muito alta. - quando Vincent disse isso, Mary percebeu que estava lutando para falar mais alto que aquela barulheira. Ela sinalizou para que os dois saíssem daquela casa. Vincent concordou.

Os dois foram para um jardim da universidade,  que estava razoavelmente distante da festa. Os dois se sentaram em um banco e, em todo instante, Vincent se manteve focado no objeto. 

—Olha... - disse ela, envergonhada. -...desculpa por ter estragado seu objeto. Foi egoísta da minha parte e...- Mary olhou para o garoto e percebeu que a atenção dele ainda se mantinha no objeto. -Você poderia olhar para mim?- quando a garota disse isso, o objeto começou a brilhar. Mas dessa vez, foi um brilho amarelo.

—Droga... - disse Vincent, guardando o objeto no bolso e olhando para Mary. - Mary, olha, tenho que te contar uma coisa e você tem que acreditar.  Depois responderei qualquer pergunta, mas agora não tenho tempo para explicações! 

—O... O que é isso? - o rosto de Mary tinha uma expressão de medo e perplexidada. Ela apontava para algo no céu. Quando o garoto olhou para cima, percebeu que o motivo da sua preocupação já estava acontecendo.

Esferas gigantes e metálicas voavam no céu estrelado. Eles irradiavam um brilho azul próprio e se mantinham no ar, em uma altura de uns dez quilômetros acima do solo, aparentemente quebrando as leis da gravidade. 


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro, peço que digam nos comentários.



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