Os dias se seguiram e, assim como Vincent previu, os humanos já estavam falando sobre assuntos bestas, ao invés de falarem sobre o fato de terem descoberto que não estão sozinhos no universo. Mas ao invés de meses, foram necessários somente uns cinco dias.

Jessica ficou surpresa ao saber que Vincent e Mary estavam muito mais próximos. Chegou a se perguntar o que eles fizeram durante a festa de Halloween, que aproximou tanto os dois.

Nas duas semanas que se seguiram, os dois passaram quase todas as noites olhando para as estrelas. Na primeira noite, Vincent apontou para Nor(ou Kepler-452), uma estrela na constelação de Cisne, e começou a explicar sobre ela. Ainda era difícil, para Mary,  imaginar que já esteve lá. Quando pensava nas aventuras que teve com Vincent, sua cabeça explodia e ela só sentia vontade de ver mais. Ela queria ver mais! Mas o medo de sair da Terra, de deixar sua responsabilidades, estava impedindo-a de sonhar em conhecer mais da galáxia. O que ela havia conhecido era muito pouco,  comparado a tamanha quantidade de estrelas e planetas que existem apenas na Via Láctea.

Os dias se passaram rápido, muito rápido. Quando a nave de Vincent chegou na órbita Terrestre, Mary nem acreditou que duas semanas poderiam se passar tão rápido.

Era a última noite que passavam juntos,  olhando as estrelas. Vincent já havia guardado seus objetos mais importantes em uma mala, mas deixou Mary ficar com o colar e o brinco.  

Após algumas horas sentados na grama, olhando as estrelas, os dois decidiram se levantar. Foram para o mais longe que puderam e Vincent chamou sua nave. Quando a mesma pouso perto deles, o garoto fez um carinho em sua superfície metálica. Ele colocou a mala e a mochila no chão e olhou para Mary,  que não conseguia conter as lágrimas. Ele caminhou até ela é a abraçou,  dando um beijo em sua amada logo em seguida.

—Por que você não vem? Podemos conhecer tantos lugares bonitos. - disse ele, ainda abraçando-a.

—Mas... Eu tenho tantas coisas pra fazer. Tenho que me formar, tenho que... - Mary parou de falar, pois estava chorando. -Eu amo você,  Vincent.

Vincent escutou as palavras e respondeu elas apenas com um beijo na testa da garota.

—Você pode vir, se quiser. O universo é grande demais para ficarmos presos em apenas um lugar. - propôs Vincent, mais uma vez. Mary queria muito ir. Só o fato de conhecer lugares novos, planetas novos, só isso já fazia a garota desejar ir. Mas fazer tudo isso, com aquele garoto estranho e magro de cabelos bagunçados, tornava sua vontade ainda maior.

Ela olhou para o céu,  para as estrelas, para a Lua e, em seguida, para os olhos de Vincent.

—Podemos voltar pra Terra sempre que quiser.- sugeriu. -  O que você me diz? - perguntou.

Mary, mais uma vez olhou para o céu, olhou para as estrelas e imaginou quantos mundos existem. Quanto a mundos ela ainda não tinha visto. O universo é realmente grande.