Kepler-452 escrita por Doutor


Capítulo 12
Kepler 452b! Norzoon para os mais íntimos... - parte final




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772673/chapter/12

Mary acordou na grama fria. O planeta Norzoon era frio, tendo uma temperatura média de oito graus negativos.

Ela olhou para Vin, que dormia do seu lado. Foi a primeira vez que ela o viu dormindo. Ela olhou para o céu e ainda estava de noite. Isso explicava o porquê de Vincent ainda estar dormindo. Mary se levantou e ficou apenas sentada na grama,  limpando seu cabelo e suas roupas. E em seguida,  esperou.

Demorou mais de duas horas até começar a amanhecer, e Mary aproveitou para ver o céu extremamente avermelhado enquanto o Nor nascia.

Mary esperou mais uma hora se passar, então tentou acordar Vin da maneira mais carinhosa possível. Quando o garoto abriu os olhos, ele levantou rapidamente.

—O-Olá. - disse ele, assustado. - Vamos! Vamos pra máquina do tempo. 

—Ei! Calma, Vin! - disse ela, rindo. - Aqui tá tão bom. Vamos esperar um pouco. Também temos que nos despedir de seus pais. - Vin pareceu refletir sobre a sugestão e acabou cedendo. Os dois caminharam até a casa.

—Quantas horas tem um dia aqui? - perguntou Mary.

—Quarenta e nove. - disse Vin.

—Tá explicado o porquê de você sempre dormir de dois em dois dias. - disse Mary, como se fosse uma criança que acabou de descobrir que o Sol é uma estrela.

—É... - concordou Vin.

—Então... ontem, quando passamos a "tarde" conversando... - refletiu Mary. -... Já estava, praticamente,  no final do dia?

—Mais ou menos isso. - disse Vin, ainda olhando para frente.

— E quantas horas duram o turno da noite?

— Umas vinte e três... Vinte quatro horas. - respondeu. - Mas não dormimos todo esse tempo.  Dormimos apenas umas dez horas. Por isso não dormimos logo ao anoitecer, ontem. 

—Verdade. - disse Mary. 

Os dois chegaram na casa e viram que os pais de Vin já estavam arrumando a mesa para uma refeição matinal.

—Mãe,  a gente já tá indo.  - disse Vin.

—Ei, Vincent. Não!  Vamos ficar mais um pouco. - sussurrou Mary. 

—Mas já, Karvy? - perguntou Heyna. Vin olhou para Mary e, em seguida,  para Heyna. 

—Não... - disse ele.

Os dois ajudaram os senhores Demezar a arrumarem a mesa e tudo mais. E então,  começaram a comer. Nesse tempo,  conversaram sobre vários assuntos, desde o planeta Terra até o nome absurdamente grande de Karvatorofopianassamos.

A refeição estava realmente boa, mas parecia mais um almoço do que um café da manhã. Vincent explicou para Mary que a maior refeição do seu povo era a refeição matinal. Tudo estava indo normal,  até que Heyna olhou para seu relógio e levou um susto.

—Karvy! Que história é essa de que vocês invadiram o planeta Planeta? - perguntou ela, tentando ser grossa, mas ainda mantendo o tom amoroso de uma mãe. 

—Bom... Nós precisávamos. - respondeu ele.

—Invadir o computador do governo galático? - perguntou Larcius, que rambem se assustou. Mary ficou corada, afinal,  Vincent havia feito aquilo por ela.

—A polícia galática está vindo atrás de você,  meu filho! - disse Heyna, segurando o choro. Vin se assustou e levantou da mesa.

—Depois eu explico tudo, mamãe. - disse ele. Em seguida,  pegou a mão de Mary.  - Temos que ir.

—Você não vai sair sem se despedir! - exclamou Heyna. Vin correu e abraçou os pais,  em seguida,  segurou a mão de Mary e começaram a correr até a nave. Naves policiais já estavam por todo o céu,  então correram maia rápido ainda. 

Quando chegaram perto da nave, um policial havia os avistado e todas as naves voaram na direção dos dois.

Vin sentou em seu banco e começou a dominar a nave.

—Droga! - disse ele. -Não conseguiremos fugir! - exclamou o garoto. 

—O que faremos? - perguntou Mary. Vin pensou um pouco,  pegou o cubo virgem e olhou para a tela.

—Iremos invadir a maquina do tempo que tem aqui, em Norzoon!

 

—Aqui tem? - perguntou,  surpresa. Vin apontou para o holograma que saia do cubo. Era um holograma de Norzoon, com um ponto amarelo em determinado local.

—Vai demorar muito para chegarmos nesse ponto. - disse Mary.

—Vamos ter que dar um salto! 

—Um salto?  Tão perto do planeta?

—Que escolhas temos. Mas antes preciso fazer umas contas! Vem cá! - disse Vin,  indicando para ela se sentar no banco.

—O que? Eu não sei pilotar!

—Só se esquive dos tiros de plasma! Eu coloquei no modo manual - gritou Vin. Mary pegou uma alavanca que havia surgido e começou a voar.  Parecia um jogo de vídeo game, exceto pelo fato de que só tinha uma vida. As naves policiais voavam rápido e eram muitas,  deixando os dois mais assustados. 

—Por que fazer contas agora? - gritou Mary.

—Os saltos consideram o sistema de coordenadas galática.  Ou seja, elas usam, como referencial, o centro da galáxia. Mas meu planeta está girando em torno de seu eixo e girando ao redor de Nor! - disse ele. - Preciso prever aonde a maquina do tempo estará daqui a dois minutos nesse sistema de coordenadas.

—Faz sentido... Mas por que dois minutos?

—Foi o tempo que escolhi,  agora se concentra! - disse Vin, que estava pensando muito rápido enquanto escrevia. Demorou trinta e poucos segundos até os cálculos estarem prontos, e então,  ele correu pro computador e começou a escrever as coordenadas, tudo enquanto Mary tentava se esquivar dos tiros. 

Repentinamente, a garota inclinou a nave para cima, fazendo Vincent cair e bater na parede da nave.

—Ativa a grávida artificial! - gritou ele, tentando falar mais alto que a barulheira. 

—Como? - perguntou Mary. 

—Vai no computador e escreva três! - finalizou.

Mary girou a cadeira na direção do computador. Ela estava usando cinto, que a segurava na cadeira. A garota digitou o três no computador e então Vin caiu no chão da sala de comando. Ele olhou para o relógio em seu braço. 

—Droga! - Vin correu até o computador de coordenadas e começou a escrever. Quando terminou, ele olhou para o relógio. 

—O que?

—Vamos dar o salto... - disse ele, olhando para o relógio. - Agora! - Vin apertou o botão.

***

Os cálculos de Vin realmente funcionaram, pois eles pararam dentro de um estabelecimento feito de ouro. No centro haviam quatro pilares quadrados apontados para um altar.

—Lá! Vem! - disse ele,  correndo até os quatro pilares.

—Isso é a maquina do tempo? 

—Sim. Vá para o altar! - disse Vin. O garoto, então,  foi até um computador próximo e começou a escrever.

—Vin, como faremos? Se voltarmos no tempo, estaremos aqui, não na Terra.

—Não posso explicar agora. Apenas fique aí. - Vin terminou de escrever e acionou um botão.  Logo, ele correu até o altar. Os pilares começaram a brilhar e Mary sentiu um medo misturado com emoção.

Ela começou a sentir a mesma sensação de ser comprimido que sentia quando davam um salto, mas desta vez, uma nova sensação se sobressaiu. A sensação de ter cada átomo do seu corpo deixando de existir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Kepler-452" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.