O amor e a coroa escrita por Tamariskqueen


Capítulo 8
Anna


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos!
Demorei bastante pra postar esse capítulo, mas é porque a minha vida está cheia de mudanças ultimamente e eu ainda estou me acostumando. (Além disso, travei no meio do capítulo kkk)
Enfim, eu espero que gostem ♥
Boa leitura!



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O caminho até a cozinha pareceu maior do que eu me lembrava. Meus pensamentos viajavam e eu fazia tudo o que podia para que não estacionassem nos acontecimentos da noite passada ou nas palavras dessa manhã. Não quis conversar com ninguém. Apenas fiz o máximo para ser educada cumprimentando a todos com pequenos acenos ou sorrisos. Ao chegar à cozinha, andei, com cuidado entre todas as cozinheiras e serventes que se moviam de um lado para o outro com suas panelas e bandejas, para chegar até minha mãe e ao café da manhã da rainha. Ela focava sua atenção em sua panela, que parecia ter algum tipo de geléia (provavelmente de morangos). Eu não queria atrapalhá-la e sabia que ela iria notar meus olhos inchados ou minhas olheiras e começaria a fazer perguntas, então tentei manter a menor quantidade de contato visual possível enquanto passava do seu lado.

— Bom dia! – disse tentando parecer o mais alegre possível e lhe dando um leve beijinho na bochecha.

— Bom dia querida! – me respondeu após levar um pequeno susto por não ter me visto chegar – Você está um pouco atrasada, senhorita. É melhor se apressar...

— Estou indo. – retruquei, enquanto pegava a bandeja.

Não olhei para trás depois disso. Apenas saí logo daquela cozinha que, por sinal, estava bem abafada. Fiz o meu caminho de sempre até a sala da rainha torcendo para que não me encontrasse com Peter e olhando fixamente para a bandeja que cheirava muito bem. Ao chegar, notei na rainha um olhar mais preocupado do que o normal. Ela conversava com o general do exército, Donavan Bardan, que lhe mostrava alguns mapas e comentava sobre uma viagem. Ele também tinha um olhar sério e seu corpo grande e musculoso era envolvido pelo uniforme azul escuro do exército. Dei leves batidas na porta e a rainha me fez sinal para entrar. Andei pela sala e coloquei a bandeja na mesa com delicadeza. Quando me virei novamente para a rainha, o general já estava se retirando do local.

— A senhora deseja mais alguma coisa? – disse, após servir seu chá.

— Não, obrigada. – respondeu, ainda olhando para a porta – Aliás... – acrescentou – Não estarei aqui pela tarde. Terei que ir a uma viagem logo após o almoço. Gostaria que me ajudasse com minhas malas.

— Sim senhora. Mais algum pedido, majestade?

— Sim. Gostaria que você fosse uma das serventes da reunião que acontecerá pela tarde. Haverá muitas pessoas importantes e não quero mandar as novas serventes sozinhas e sem supervisão.

— Sim senhora.

***

Depois de ajudar a rainha com suas malas, aproveitei o tempo que tinha até a reunião para ir ao meu quarto e descansar um pouco. Ao chegar ao cômodo, logo avistei a caixinha que havia derrubado mais cedo e me abaixei para recolher todos os pequenos colares de cordão e alguns anéis de metal que eu guardava dentro dela. No meio deles, estava uma das medalhas de guerra do meu pai. Me lembrei de todas as vezes em que olhava para ela e tentava imaginar como ele era, criando inusitadas histórias sobre como ele conseguira receber tal honra. Muitas vezes, também, pensei em procurar mais informações sobre ele pelo castelo, falando com outros guardas, ou até mesmo com algum dos soldados mais velhos, mas esse pensamento logo saia de minha mente. E se ele não fosse quem imaginei? E se ele fosse o exato contrário desse homem que inventei durante tantos anos? Era melhor que tudo permanecesse como sempre foi.

 Fui interrompida de meus devaneios, com pequenas batidas na porta.

— Por que está olhando para o nada dessa forma? – declarou Rinna, com um pequeno sorriso no canto da boca – Parece uma maluca.

— Não é nada. – disse, enquanto me levantava e colocava a caixinha de volta em seu lugar – só estava pensando...

— Aconteceu algo? – Ela me olhava como se já soubesse. Nós sempre tivemos essa estranha ligação. Era uma das poucas pessoas que sabiam exatamente como me decifrar. – Você está mais pensativa do que o normal... Eu passei do seu lado no corredor e você continuou andando e olhando para a bandeja como se estivesse hipnotizada.

— Não é nada, eu só... – Seus olhos não me deixavam mentir. Eles secretamente me diziam que eu precisava lhe contar a verdade – Algo aconteceu ontem a noite...

— Você sabe que pode confiar em mim, certo?

— Eu sei... – Engasguei por alguns segundos até conseguir que as palavras saíssem de minha boca – Peter me beijou...

— O que!? – Suas palavras soaram mais alto do que o esperado e seus olhos grandes, de alguma forma, ficaram maiores enquanto eu fazia um gesto com as mãos para que ela ficasse quieta – Ele te beijou? Tipo, um beijo de verdade?

— E o que é um beijo de mentira? – falei, quase sussurrando

— Meu Deus... Mas como? Quer dizer, quando? E o que você fez?

— Calma... Vou te contar tudo.

 Lhe contei tudo o que havia acontecido com uma quantidade de detalhes um pouco maior do que eu gostaria, mas levando em conta a pessoa para quem eu estava contando a historia, não poderia ser diferente.

 Enquanto eu pronunciava as palavras, cada pequeno momento voltava a minha memória e Rinna prestava atenção em cada uma delas como quem investigava um crime. Ao terminar, ela ainda me olhava, curiosa e confusa.

— Bom, você me contou tudo o que aconteceu, mas ainda não falou o mais importante.

— O que ?

— Por que o fato de o Peter ter de beijado parece o fim do mundo pra você? O que você realmente está sentindo?

— Eu não sei, Rinna... Esse é o problema. Ele diz que está apaixonado por mim e que ele não sabia o que estava fazendo, mas eu não consigo acreditar nisso. Nós estamos falando do Peter... E ao mesmo tempo eu não quero acreditar que ele tenha jogado fora toda a nossa relação de amizade durante anos por um mero capricho ou um mero desejo.

— Eu entendo isso. Mas você nem chegou a se perguntar se aí dentro desse seu coraçãozinho não existe um sentimento a mais por ele também? – Me viro para ela com um olhar que diz: “ficou maluca?” – Espere... Antes que você me retruque, pense no seguinte: vocês estão sempre juntos desde que eram crianças, se conhecem incrivelmente bem e confiam um no outro mais que em qualquer um. O fato de você ter ficado tão chateada com o beijo só prova que você não quer que isso mude, que tudo fique estranho e que vocês acabem se afastando, mas eu estou te pedindo pra tentar abrir a sua mente e pensar sobre isso de verdade. Vai me dizer que você nunca pensou no Peter com algum interesse a mais? Nem uma vez? A diferença entre vocês dois é que ele já parou de mentir pra si mesmo e admitiu o que ele sente. Agora é a sua vez.

...

Depois que Rinna foi embora, me peguei pensando no que ela havia dito e lutando para expulsar essas idéias malucas da minha mente. Já estava na hora de servir a reunião da qual a rainha havia me designado como responsável.

Fui até a cozinha e me certifiquei de que todas as serventes estavam cientes da maneira correta de servir um jantar como esse, tendo em vista que pessoas muito importantes estariam presentes e, após algumas instruções, fomos até o salão principal. Era uma grande sala de jantar. Lá estava a maior mesa do castelo, que só era utilizada em ocasiões especiais. Ao entrar lá, avistei uma grande quantidade de nobres conversando sentados ao redor da gigante mesa oval, que estava adornada com uma das mais finas pratarias do castelo.

Enquanto andava, avistei também, no canto da mesa, Peter. Cercado de homens que o olhavam, uns com atenção e outros como se procurassem algum problema para massacrá-lo mais tarde (como sempre faziam), Peter falava sobre uma missão diplomática que seria feita em algumas semanas. Ao seu lado, Archie o olhava e concordava com o que ele dizia. Ambos estavam muito bem arrumados, com roupas extremamente elegantes e do lado direito do peito de cada um reluziam várias medalhas. Eu sabia muito bem o que isso significava. A conversa dessa reunião seria muito séria e eles precisavam se impor como nobres e como governantes do reino, já que nenhum dos dois havia sido coroado como rei.

Não demoramos a começar o serviço. As outras serventes faziam exatamente como eu havia lhes ensinado. Agradeci a Deus por tudo estar dando certo, já que a responsabilidade havia sido confiada a mim. Vez ou outra meus olhos se cruzavam com os de Peter e eu me deparava com um olhar que eu realmente não conseguia distinguir. Tentava ao máximo realizar meu trabalho sem me distrair com isso. Porém, os olhos de Peter não eram os únicos que me rodeavam. Um dos lordes me olhava. Ele me olhava de uma forma ruim. Eu não saberia explicar o porquê, mas seu olhar me deixava desconfortável.

Então, num estalo, me lembro de checar se o serviço estava sendo feito da maneira correta. Foi quando vi que uma das serventes, Alina, estava a ponto de derrubar uma garrafa de vinho enquanto andava em direção à mesa. Num reflexo, dei largos passos e consegui recuperar a garrafa antes que caísse de seus braços. Sem hesitar, andei em direção à mesa para que nenhum desastre acontecesse. Enquanto me deslocava, percebi qual dos copos estava vazio e aquele desconforto que eu sentia voltara com força dupla. Era o copo daquele homem. Ele estava sentado ao lado de Archie e ria de algo que havia sido dito à mesa. Fui, primeiramente, servir o copo de Peter, que também se encontrava vazio. Ao chegar à mesa, evitei olhar em seus olhos e nos olhos de Archie, mas meus ouvidos captaram algo que eu não gostaria de ter ouvido.

   – Vocês têm ótimas serventes aqui nesse palácio.

Enunciou a voz rouca e, quando olhei rapidamente e percebi que era a voz daquele homem, meu corpo estremeceu enquanto andava em sua direção para servi-lo. Posicionei-me entre seu corpo e o de Archie, que mantinha uma feição séria e direcionava seus olhares para mim e para o homem. Ele deu uma pequena risada e continuou:

— Devemos aproveitar quando temos criadas com esse calibre.

Eu pude notar as risadas dos outros nobres e os olhares destinados a mim. Também avistei um riso tímido e desconfortável se formando no rosto de Peter, mas seus olhos não mentiam. Ele levantaria daquela cadeira e socaria aquele homem se pudesse, mas teve que permanecer na mesma posição que estava para não gerar desconfianças.

Num rápido momento, enquanto eu despejava o vinho em seu copo, pude observar uma mão indo em direção a minhas pernas. Todo o meu corpo ficou gelado e, então, ao sentir o toque em minha coxa, estremeci de medo novamente e engoli seco. Entretanto, esse momento não durou mais que um segundo, pois Archie, em um ágil e único movimento retirou aquela mão de meu corpo e prontamente retrucou aquela fala.

— Nós cuidamos muito bem das nossas serventes, Lorde Maxuel, não precisa se preocupar. – Ele soltou a mão do lorde e eu pude me desprender daquele lugar e ir em direção às outras serventes, que me olhavam com compaixão – E já que estamos falando sobre as propriedades do reino, se eu fosse você, teria cuidado com onde coloco as minhas mãos. O senhor pode acabar se machucando se não o fizer.

Enquanto eu esperava pelo final do jantar, Alina e Beatrice (outra das serventes) seguravam minhas mãos por trás de nossos corpos para demonstrar cumplicidade. Eu ainda sentia arrepios toda vez que olhava para Lorde Maxuel e não podia evitar olhar, também, para Archie, que me examinava discretamente e que permaneceu sério durante todo o resto da reunião. Eu não me atentei às conversas durante o jantar, mas ouvi que todos aqueles nobres passariam a semana no castelo, então provavelmente haveria outro serviço como esse. Meu coração palpitava e eu torcia com todas as minhas forças para que não precisasse ver aquele homem novamente.

Após o serviço, fiz meu caminho, quieta, até o meu quarto, mas não fiquei muito tempo por lá. Minha cabeça estava muito cheia naquele momento e eu, definitivamente, não queria conversar com ninguém. Pulei pela janela e fui em direção ao jardim secreto. Ao chegar lá, me sentei no banco e tratei de observar as rosas e tentar me esquecer de tudo o que acontecera nesse dia. Meu Deus, eu estava mentalmente exausta. Era tanto para pensar, tanto para entender...

Eu nunca fui do tipo de pessoa que resolve as coisas facilmente. Eu precisava organizar meus pensamentos e, principalmente, apagar alguns. Enquanto minha mente girava em círculos à procura de uma resolução, ouço um barulho por entre as folhas.

— Oi. – Archie declarou, se desvencilhando dos galhos.

— Oi. – respondi, fracamente.

— Pensei que você estaria aqui. – Ele sentou-se ao meu lado e direcionou seu olhar à mesma direção em que eu olhava. – Normalmente, você vem pra cá quando está confusa ou triste. Só me resta agora descobrir o porquê. ­– Seus olhos permaneciam fixos ao mesmo ponto – Sei que ficou triste pelo que aconteceu no jantar, mas tem algo a mais. Seus olhos já estavam estranhos antes que você começasse a servir.

— Obrigada. – resmunguei, finalmente

— Pelo que?

— Por ter me defendido no jantar. Você realmente não precisava fazer isso. Poderia ter arranjado problemas com aquele homem.

— É claro que eu precisava! Minha vontade era de fazer mais que dar um aviso, mas acho que eu poderia ser preso se fizesse o que quero. – Soltou um pequeno riso.

— Mesmo assim, obrigada. – Nesse momento, ele já olhava para mim.

— Por nada. – Deu uma pequena pausa antes de continuar – Agora me diga o que realmente está acontecendo.

— Não é nada – Menti.

— Sei que tem algo a mais e sei que está mentindo. Você cutuca suas unhas quando mente.

Dessa vez eu solto um pequeno riso, quando vejo que, sem perceber, estava mexendo em minhas unhas. Archie sempre foi muito tímido, então acabou se tornando extremamente observador. As vezes, preferia que ele não me conhecesse tão bem.

— Eu só estou confusa com algumas coisas. Não é nada demais. – Seu olhos me dizem, de novo, que estou mentindo – Eu só não acho que seja uma boa idéia falar com você sobre isso.

— Como assim? Nós sempre conversamos sobre tudo. A não ser... Já sei.

— O que você sabe? – Dei um leve sorriso.

— É sobre um homem? – Sim, ele é bom nisso – Acho que é o único assunto que nunca falamos a respeito.

— Pode se dizer que sim. – falei, tentando não transparecer nenhum outro detalhe.

— Sei que não quer falar sobre isso, mas eu tenho que perguntar. Ele fez algo com você? – Sua expressão se enrijeceu enquanto falava – Porque se ele tiver feito algo de errado você tem que me falar. E eu juro que vou procurá-lo e dar um jeito nisso e...

— Ei, calma! Você sabe que ele não faria nada comigo. – Soltei as palavras sem pensar e me arrependi no segundo seguinte.

— Como assim, eu sei? – Retrucou imediatamente – Eu o conheço?

Minha boca paralisou. Em minha mente não havia resposta para aquela pergunta. Eu não iria respondê-la.

— Anna, de quem você está falando?

— De ninguém!  – Disse rapidamente – Eu estou bem! Não importa mais.

— Anna, alguém fez algo a você e eu preciso saber quem foi. Essa não é quem você é. Você não anda com esse olhar triste pelos cantos. – Deu uma pequena pausa enquanto olhava nos meus olhos e eu tentava esconder o turbilhão de emoções que bagunçava minha cabeça – Se alguém estiver te fazendo mal, nós daremos um jeito. Eu posso falar com o Peter e...

Antes que ele pudesse falar mais alguma coisa, o interrompi. Esse era o último nome que eu queria ouvir. A essa altura as lembranças já me bombardeavam e a confusão só aumentava cada vez mais.

— Não! Por favor, o Peter não.

 Ao proferir o nome em voz alta –talvez alta demais–, senti um bolo na garganta, aquele que eu segurava desde aquela manhã. Não conseguia mais Pará-lo. E assim, a primeira lágrima rolou pelo meu rosto. Archie permanecia pensativo. Ele parecia tirar suas próprias conclusões e, pelas dicas que, sem querer, o entreguei, ele provavelmente estaria certo.

Antes de falar qualquer outra coisa, senti suas mãos quentes em meu rosto, limpando minhas lágrimas e colocando pequenas mechas soltas de meu cabelo atrás de minhas orelhas. Ele moveu seu corpo delicadamente para mais perto e me abraçou. Aconcheguei-me em seu peito e continuei chorando. Eu realmente precisava desabafar. Depois de alguns segundos, quando meus soluços haviam cessado, ouço a pergunta seca:

— O que ele fez?

— Ele me beijou... – Consegui, finalmente dizer

— Ele o que? – Nos afastamos e pude ver o rosto de Archie e ele parecia confuso, mas também parecia ter raiva – Quando foi isso? Ele te forçou a algo?

Logo o interrompi.

— Não! Espere. Vou te contar tudo.

Enquanto lhe contava o que aconteceu, sua expressão permanecia estática e séria. Tinha medo do que ele estava pensando. Eu seriamente não queria que isso se tornasse algo maior do que já era.

— Então foi isso? – Perguntou, por fim

— Sim. Mas, por favor, não fale sobre isso com o Peter. Não quero mais problemas.

Ainda com a mesma expressão, declarou:

— Sinto muito Anna, mas isso eu não posso prometer. – Ele se levantou e foi em direção à saída do jardim.

— Archie, por favor...– implorei antes que ele saísse de lá

— Tudo bem.

Depois dessa fala, se despediu e foi em direção ao palácio. Já sabia que ele, provavelmente, iria falar com o irmão. Eu tentava não pensar nessa conversa ou no que essa situação se tornaria.

***

 Já em meu quarto, eu me preparava para tomar um banho e dormir. Meu corpo e minha mente não tinham parado de trabalhar o dia inteiro e suplicavam por descanso. Porém, enquanto procurava por minha toalha em minha cômoda, ouço um barulho e, ao olhar para trás, avisto a única pessoa que queria evitar.

Nesse momento tudo congelou em minha mente. Lá estava ele, em cima de minha janela, pronto para descer. Ainda usava as mesmas roupas que usara na reunião. Seus cabelos, no mesmo topete mal arrumado de sempre. Em seus olhos eu podia ver a súplica antes mesmo que ele proferisse uma só palavra. Eu o conhecia muito bem, ou pelo ou menos achava que conhecia. Olhei para os seus lábios e toda a cena se repetia em minha mente. Tentei lembrar do que Rinna me dissera. O que eu senti naquele momento específico? Além da confusão, da raiva, do susto, eu havia sentido algo a mais? Por que eu pensava tanto a respeito daquele beijo? No fundo do meu peito, eu sentia que ele estava falando a verdade, mas como eu conseguiria acreditar? E se eu acreditasse, o que aconteceria? Eu não iria magicamente corresponder ao seu sentimento. Ou iria?

A cena se descongelou para mim e seus pés finalmente tocaram o chão de meu quarto. Antes que eu dissesse qualquer coisa, Peter se apressou a falar:

— Anna, por favor, não me expulse daqui. – falou de modo urgente e necessitado – Nós temos que conversar.

Eu poderia fugir, poderia ignorá-lo, expulsá-lo, como ele mesmo havia dito, mas de que adiantaria? Eu só adiaria o inevitável.

— Sim, temos.


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Notas finais do capítulo

Uau! Muitas coisas acontecendo...
Vou tentar postar o próximo capítulo mais rápido kkk
Beijinhos! ♥



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