O amor e a coroa escrita por Tamariskqueen


Capítulo 5
Anna


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos!!
Gostaria de agradecer a vocês pelos comentários que recebi!
De verdade, eu fiquei muito feliz quando vi...
Não parem de comentar não kkkkk
Espero que gostem desse novo capítulo.
Boa leitura ♥



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Quando acordei naquela manhã tudo parecia igual. Peter viera na noite anterior, nós conversamos e, provavelmente, quando dormi, ele foi embora. Eu sempre amei conversar com ele. Mas percebi que algo estava errado. Já havia passado da hora em que, normalmente ele vinha me ver. Era estranho ele não estar lá ainda, mas tentei não levar isso tão a sério, afinal, ele mesmo me disse que estava muito cansado.
Depois de me arrumar, saí do meu quarto e fui em direção ao de minha mãe. Ao chegar, a vi arrumando a cama para ir até a cozinha começar a trabalhar.
— Bom dia, mãe!
— Bom dia, querida. - disse, olhando para mim e amarrando novamente a faixa de seu vestido marrom -Dormiu bem?
— Sim. Como uma pedra.
— Eu ouvi uns barulhos vindo do seu quarto. O que era?
Bom, eu não podia contar pra ela que era o Peter. Isso ia me trazer bastante perguntas.
— Nada, eu só estava cantarolando um pouco.
— Ah, entendi. Bom, querida, acho melhor eu ir para a cozinha logo. Tenho muito a fazer.
— Está bem. Vou organizar umas coisas no meu quarto e daqui a pouco passo lá para pegar o café da manhã da Rainha.
— Então, até depois, querida.
Ela saiu um pouco apressada até a cozinha e eu fui até meu quarto. Enquanto estava lá, comecei a pensar sobre os abusos no castelo, na história dos Oxers... Tinha muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Eu estava dobrando algumas roupas quando ouvi um barulho de passos vindo até mim. Quando me virei, percebi que era Rynna, minha amiga desde a infância. 
— Bom dia, flor do dia! - disse, animada 
— Bom dia, Rynna. - falei, rindo um pouco 
Ela parecia mais animada do que o normal. 
— Você não vai acreditar no que aconteceu... — tinha medo do que ia ouvir — Sabe aquele homem que eu encontrei na vila? 
Já imaginava o que havia acontecido. 
— Sei. 
— A gente teve uma tarde muito boa mesmo ontem. 
— Eu acho melhor não perguntar o que vocês fizeram... 
Ela corou por uns segundos
— Também acho melhor não perguntar. Mas você não sabe o que eu descobri. 
— Já até sei. Ele tem um irmão ou um amigo muito bonito e quer que você me apresente. Olha já vou avisando que eu não caio mais nessa. Da última vez foi horrível e... 
Ela não me deixou terminar. 
— Não. Eu já aprendi a lição. Mas agora, falando sério. Descobri que ele trabalha como guarda aqui no castelo e a gente nunca havia se visto. 
— Uau! Sério? 
— Sim. A gente vai poder se ver todos os dias agora... 
— Que bom pra você. 
— Mas e você? — ela me olhou como quem esperava uma grande revelação — Como está a sua vida amorosa? 
— Na mesma. Eu já te disse que não estou fazendo nada além de trabalhar, nesses últimos dias. 
Ela me olhou como quem tinha certeza que eu estava mentindo 
— Ah não! Isso não é verdade! Você vive cercada pelos dois homens mais bonitos e desejados do reino inteiro. 
— Rynna, eles são meus amigos. Eu já te expliquei essa história. 
— Vai dizer que quando o príncipe Arthur te abraça forte, você não se arrepia? Por favor! Ah, se fosse eu... 
— Ai meu Deus. Pare, Rynna. - falei tentando não rir 
— É sério. Só de imaginar aqueles braços cheios de músculos me segurando... Meu Deus, arrepiei aqui.
— Rynna! - falei, já rindo - É melhor irmos trabalhar, não acha? 
— Às vezes você é muito estraga-prazeres, sabia? 
Puxei-a até a porta. 
— Vamos logo! 
Andei com Rynna em direção à cozinha até que ela entrasse em outro corredor para limpar alguns quartos. 
Entrei na cozinha para pegar o café da rainha. Como sempre, a bandeja estava farta e tudo parecia delicioso. 
Quando cheguei à porta da sala da rainha, percebi que ela não estava sozinha lá dentro. Não consegui segurar minha curiosidade e olhei pela fresta da porta. Lá, avistei os dois homens responsáveis pela guarda real, alguns outros nobres, o conselheiro real e a rainha em meio à todos eles tentando manter a ordem. Não consegui ouvir bem tudo o que eles falavam, mas consegui pescar algumas palavras, como: Oxers, exército e armas. Logo pensei que isso seria o início de uma guerra, temia pelo que poderia acontecer com o reino. Após um tempo ao lado da porta, percebi que eles estavam saindo. Me afastei um pouco e esperei que todos saíssem para que eu pudesse entrar. Logo quando avistei a rainha percebi que estava perturbada. A preocupação era óbvia em seus olhos castanho escuros. Quando me viu, fez questão de disfarçar. Acho que não queria que eu contasse aos garotos. Ela sorriu para mim e fez sinal para que eu servisse o café. 
Minha manhã passou depressa. Fiz tudo o que a rainha me pedira e, como ela iria sair do castelo para resolver algumas coisas, eu não tinha mais nenhum dever a cumprir. Após comer um pouco, fui a caminho do meu quarto para descansar e tentar relaxar. Quando cheguei à ala dos empregados, vi a garota sobre quem eu havia falado para Peter. Seu nome era Helena. Usava um vestido preto meio bagunçado. Seus cabelos ruivos tampavam metade de seu rosto. Consegui ver seus olhos sombrios enquanto entrava em seus aposentos. Eu já havia conversado com ela algumas vezes e ela sempre fora uma garota muito animada e alegre. Para mim era estranho ver aquele mesmo rosto com uma expressão que eu mesma não saberia decifrar. Decidi ir até ela. Nós não éramos tão próximas, mas eu pensei que seria uma boa ideia falar com ela e entender seus sentimentos. Também pensei que, assim, poderia descobrir quem era o nobre que estava fazendo isso.

Enquanto caminhava, a percebi inquieta. Parecia que estava prestes a explodir. Eu estava a poucos metros dela quando, do nada, ela derrubou as toalhas que carregava no chão e correu em minha direção. Helena me abraçou muito forte. O corpo dela tremia. Parecia com medo, sozinha. Começou a chorar com o rosto apoiado em meu ombro. Seus soluços poderiam ser escutados de qualquer parte da ala dos empregados. Devagar, eu consegui levá-la até seu quarto. Isso sem que ela parasse de chorar nem por um segundo. Ao entrar lá, a soltei por um instante para que ela pudesse se sentar e que eu conseguisse lhe buscar um copo d'água. Após beber a água, ela parecia ter se acalmado. Ainda chorava, mas seus soluços diminuíram. Sentei ao seu lado e esperei que ela se sentisse confortável para me dizer o que havia acontecido. Após alguns segundos, eu finalmente a ouvi falar. 
— Charutos. — disse com sua voz ainda trêmula — ele cheirava a charutos. — ela olhava para a janela com um olhar desolado, como se estivesse imaginando a mesma cena pela qual havia passado. Logo continuou — Fui levar um café para ele. Enquanto eu servia, percebi que ele olhava para mim de uma forma estranha. — ela colocou o cabelo atrás as orelhas, inquieta - Depois que eu terminei de servir, peguei a bandeja e estava indo à porta, até que... — Suas lágrimas, que já haviam secado, voltaram a rolar. Ela segurou a minha mão com força. Eu sabia que nada que eu dissesse naquele momento iria melhorar a situação, então permaneci calada e esperei que ela voltasse a falar. — Ele me segurou pela cintura. Com o susto, deixei a bandeja cair. Eu tentei fugir, Anna. Mas ele me apertava... Ele... — ela já soluçava novamente — Ele apontou uma faca para mim e disse que se eu não ficasse quieta, me mataria... Anna, foi horrível. Eu jamais desejaria isso para o meu pior inimigo. Quando eu vou me trocar, ainda sinto as mãos dele me apertando e arrancando meu vestido. Não sei mais o que fazer. 
Eu conseguiria imaginar a cena em minha mente. Por dentro eu também chorava. Mas sabia que Helena precisava de alguém forte naquele momento. Achei melhor não perguntar o nome do nobre. Fiquei ali por mais uns minutos. Notei que ela estava exausta, pois dormiu ali mesmo, do meu lado. Peguei um cobertor e coloquei em cima dela. Com cuidado para não fazer barulho, fui até a porta e em direção ao meu quarto. 
Durante o resto da tarde, eu só conseguia pensar no que Helena falava. Imaginando a cena de novo e de novo e pensando no desespero que ela havia sentido. Fui até a janela para observar o jardim e percebi que nuvens grandes estavam se formando no céu. Era claro que logo chegaria um grande temporal.


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