O amor e a coroa escrita por Tamariskqueen


Capítulo 2
Peter


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos ao segundo capítulo!! (eu não sei bem o que falar aqui nessa parte rs)
Aproveitem!



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Desde muito pequeno, eu fui ensinado que o destino é algo imutável. Logo ao nascer, fui contemplado com a honra e o fardo de ser o príncipe do reino de Armantes. Honra, porque eu queria muito mudar o mundo e fazer a diferença entre os príncipes e Reis que já destruíam toda a beleza da monarquia. Minha mãe sempre me disse que é o nosso dever, como família real, proteger o reino, mas em primeiro lugar, ser humildes e, principalmente, ser boas pessoas. Eu sempre tive a vontade de cumprir esse dever; não sei se consegui, mas acho que posso dizer que tentei ao máximo.
Quando criança, eu amava brincar com os meus amigos da corte, mas às vezes eles me mostravam o quanto era difícil encontrar pessoas nobres com humildade; provavelmente os pais deles não tiveram o cuidado de ensiná-los sobre o verdadeiro sentido de ser nobre, a culpa acabava não sendo deles, mas eu precisava de um amigo que me entendesse, e que fosse genuinamente nobre. 

Meu irmão Archie, embora um ano mais novo, sempre foi meu melhor amigo. Não havia segredos entre nós. Eu sempre falava com ele sobre a pressão que estava sobre mim, pois, já que eu era o irmão mais velho, seria o próximo rei. Mas de alguma forma, ele ainda levava as coisas muito mais a sério que eu, embora fosse muito mais livre...

Um dia, quando eu tinha uns 12 anos, eu estava andando pelo jardim, onde eu sempre gostei de caminhar, eu sentia uma grande paz quando passava por entre os arbustos e flores sem ninguém me chamando para fazer alguma "coisa real urgente", nesse dia em especial eu andei até um lugar que eu nunca tinha explorado. Era um espaço circular vazio que ficava escondido entre os arbustos. Não dava para vê-lo por fora, então decidi que ali seria o meu lugar dedicado a ficar sozinho e pensar. Naquele mesmo dia, enquanto eu apreciava aquele esconderijo, ouvi um barulho de passos ali por perto. Decidi sair do círculo e tentar ver de quem se tratava, mas não encontrei ninguém. Então, ao voltar espreitando pelos arbustos, acabei esbarrando em algo. Ou melhor dizendo, em alguém. Após um pequeno susto, logo me virei para descobrir quem era. Torcia para que não fosse um guarda ou algum criado à minha procura, mas, na verdade, dei de cara com uma garota. Ela não parecia nem um pouco com as crianças da corte. Usava um vestido marrom um pouco desgastado nas pontas, seus cabelos castanhos estavam presos em duas tranças com pequenos laços azuis nas pontas. Seus olhos castanhos me encaravam com um medo evidente. Eu não demorei para perguntar:

— Quem é você?

A garota logo se afobou e me respondeu depressa, atropelando as palavras.

— Me desculpe! Olha, eu não deveria estar aqui, mas, por favor, não conte a ninguém, ou minha mãe pode perder o emprego. Eu lhe imploro que não conte aos guardas que estive aqui. — já ofegante, a garota completou — eu prometo jamais vir para cá de novo, e... — Logo eu a interrompi e disse:

— Ei, calma. Eu não vou falar nada para ninguém. Só quero saber seu nome. - a garota pareceu incrivelmente aliviada quando eu disse aquilo — pode confiar em mim. — Já mais tranquila a garota me respondeu:

— Está bem. — Ainda ofegante, declarou — Anna. Meu nome é Anna. E me perdoe pelo mal jeito, é que eu me mudei para cá agora e ainda estou me acostumando com as regras e tudo mais... 

— Ah, entendi. Bom, meu nome é Peter, é um prazer te conhecer, Anna. - estendi a mão para cumprimentá-la

— O prazer é todo meu, Peter. — disse ela me dando sua mão, e tirando logo em seguida 

— Agora, acho melhor eu ir. Não quero que os guardas me peguem aqui.

— Mas, por que eles não podem ver? Você fez algo errado?

— Não, mas eu sou filha de uma criada, e me disseram que só os nobres podem frequentar o jardim.

— Bom, se quiser se esconder, eu tenho um lugar bem legal pra isso. - por algum motivo, eu me senti a vontade para mostrar a ela o meu novo lugar secreto. Achei que seria bom ter alguém com quem compartilhá-lo. Então, eu peguei sua mão e a levei até dentro do círculo de arbustos, que, mal eu sabia, seria o cenário de muitas coisas boas. - Bom, eu achei esse lugar hoje, na verdade. Dá pra ver muitas partes do jardim daqui, e já que você não pode ir até lá, talvez esse possa ser nosso esconderijo.

— Uau! Esse lugar é bem legal mesmo. Mas, já que ele vai ser nosso esconderijo, deveríamos dar a ele um nome, não acha?

— Boa ideia. Que tal "Esconderijo Secreto"? É simples e fácil

— Eu gostei desse nome. Mas isso quer dizer que somos amigos?

— Eu acho que sim. O que você acha?

— Eu gosto disso. Acho que somos amigos, então.

E foi assim, do nada, que a nossa amizade surgiu. O inicio de uma historia que eu nem mesmo podia imaginar. O tempo foi passando e eu e Anna ficavamos cada vez mais próximos. Brincávamos todos os dias, as vezes no esconderijo secreto, as as vezes em outros lugares que explorávamos, mas sempre juntos. Os únicos que sabiam da nossa amizade eram meu irmão mais novo Archie, minha mãe, a mãe de Anna e sua amiga Rinna. Os outros jamais poderiam saber, pois era perigoso para ela. Há muitos anos atrás, um rei se tornou amigo de uma criada e acabou se apaixonando por ela. O amor deles era proibido, então o rei teve que se casar com outra mulher. A criada não aceitou isso e o matou, colocando veneno em seu vinho. Depois disso, criaram uma lei que dizia que se algum criado se aproximasse demais de um nobre, seria punido severamente. Eu nunca colocaria a segurança de minha, até então, melhor amiga em risco. Mas mesmo assim, nós crescemos e continuamos nos vendo, talvez até mais do que quando éramos crianças. Ela se tornou a ajudante de minha mãe, e eu a visitava todos os dias de manhã, depois que a mãe dela saia para trabalhar na cozinha. E todos os meus dias começavam assim: eu tomava café e logo corria até seu quarto para vê-la. Mas minha rotina estava prestes a mudar muito...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham aproveitado!
Beijinhos! ♥ Até o próximo.



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