O amor e a coroa escrita por Tamariskqueen


Capítulo 1
Anna


Notas iniciais do capítulo

Olááá meus queridos! Eu vim aqui com a cara e a coragem pra compartilhar com vocês essa estória que eu amo.
Eu sou um pouco nova nisso, então peguem leve (brincadeira rs), estou aberta a elogios e críticas, por isso podem falar o que não gostarem para que eu possa melhorar...
Bom, sem mais delongas...
Boa leitura!



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Minha história começa no Reino de Armantes, em uma pequena casa bege no final da Rua dos Lírios, perto de uma padaria e de um pequeno canteiro de flores. Essa casa foi onde eu nasci, e se tornou o meu lar durante os meus primeiros 9 anos. Era um lugar pequeno e simples, mas bastava para minha mãe e eu. Nunca precisei de muito, sempre fui ensinada a agradecer por todas as pequenas coisas.

Minha mãe, Clarissa, sempre foi o meu maior exemplo. Ela trabalhava durante a manhã e grande parte da tarde na padaria do bairro. Era uma mulher incrível. Sempre a considerei a mais bonita que já vira. Seus cabelos eram longos, castanhos e levemente ondulados. Seus olhos, também castanhos eram muito expressivos e profundos. Eu gostava de conversar com algumas pessoas que a conheciam desde criança. Quando me contavam sobre ela, eu sempre ficava encantada. Era como descobrir uma pessoa diferente da que eu já conhecia. Diziam que ela era muito comunicativa, enérgica e que ficara ainda mais alegre quando descobriu que estava grávida de mim. Mas já havia percebido que todos evitavam falar sobre o meu pai ou sobre a época em que ele se foi. Já era de se esperar que a minha mãe não continuasse a mesma após uma perda como essa.  

Não me recordo do meu pai. O pouco que sei é que ele era um soldado do reino, que gostava muito de musica. Ele morreu meses depois do meu nascimento, ao menos foi isso que minha mãe me contou. Ela detestava falar sobre ele e sempre se desviava do assunto quando eu começava a perguntar sobre o passado. Depois de tudo o que passou, ela se fechou muito. Mas uma noite, quando acordei para beber água, acabei a vendo na sala com uma medalha de guerra do meu pai, chorando escondido e murmurando algumas coisas que eu não entendi bem. Ela jamais deixaria que eu a visse sofrendo. Sempre me disse que eu teria que ser forte para o que a vida preparara para mim. Mas tenho certeza de que a ouvi perguntando a Deus porque ele havia feito isso conosco. Guardo essa cena em minha mente para que sempre possa me lembrar da mulher forte que eu tenho como mãe. 

Quanto a mim, sempre fui muito alegre e hiperativa, brincava na rua por horas, deixando minha mãe louca de preocupação. Às vezes sozinha, às vezes com as crianças da vizinhança, mas sempre com muita animação. Toda a manhã, após arrumar o meu quarto, já saía de casa buscando diversão. ; para mim só o que importava era aproveitar o dia ao máximo, antes que a noite chegasse e eu tivesse que voltar para casa.

Era uma vida feliz. Simples, mas feliz...

Eu só não contava com as mudanças que estavam prestes a acontecer. Lembro-me bem de estar brincando com algumas garotas em uma árvore, perto da padaria, no meio da tarde. Lembro que vi minha mãe saindo do trabalho mais cedo. Corri para perguntá-la porque saíra mais cedo e se eu poderia ficar para brincar mais um pouco, mas só quando cheguei mais perto percebi as lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Eu, instintivamente a abracei e esperei que chegássemos em casa para que ela me explicasse o motivo do choro. Me recordo de que ela se continha ao máximo para não desabar, enquanto me contava que havia perdido o emprego. Mesmo assim, me disse que conseguiria outro e que tudo iria ficar bem. Embora eu acreditasse nela, ainda me preocupava que nossa vida não fosse mais a mesma; e foi exatamente o que aconteceu.                    

Depois de um tempo desempregada e com pouquíssimo dinheiro, minha mãe conseguiu o cargo de cozinheira no Palácio. Eu não pude acreditar que iria morar lá, naquele castelo incrível e no mesmo lugar em que toda a família real morava; mas ainda me sentia triste por termos que abandonar tudo na Rua dos Lírios e ir para outro lugar completamente diferente.

Ao chegarmos na entrada do Palácio, logo pude sentir o cheiro das flores daquele imenso e lindo jardim; me senti como em um conto de fadas, pois nunca havia visto o castelo antes. Em qualquer lugar que eu olhasse, tudo o que eu via tinha uma beleza diferente da Rua dos Lírios; eu via rosas, que mesmo sendo da mesma espécie de outras que eu já havia visto em outros lugares, tinham uma cor mais vibrante, um brilho especial...

Tudo lá me encantava. Ao descermos da carroça que nos levara, um homem muito bem vestido conversou com minha mãe e disse que nos levaria até os aposentos dos criados. Enquanto nos levava, ele recitava incontáveis regras sobre como agir no Palácio da forma correta; minha mãe prestava atenção e não desviava o olhar, mas eu não conseguia ouvir nem sequer uma palavra que ele dizia. Eu apenas conseguia olhar para as paredes e os quadros dos corredores em que passávamos, imaginando como deveria ser maravilhoso ter vivido a minha vida inteira lá. Imaginava como a família real se sentia em um lugar tão bonito como aquele.

O homem nos mostrou a cozinha onde minha mãe trabalharia e logo depois nos mostrou onde iriamos dormir. O nosso quarto era, na verdade, bem longe daquela parte bonita do castelo; ficava bem atrás, perto do estábulo. Era um lugar pequeno e vazio, mas ainda me alegrava em ter meu próprio quarto no palácio. logo quando chegamos, guardei minhas coisas, abri as janelas e comecei a cantarolar, imaginando o quanto eu seria feliz naquele lugar.

Alguns dias se passaram, minha mãe sempre trabalhava bastante, no quarto não haviam muitas coisas pra fazer. Eu tinha algumas tintas, alguns papéis e bonecas que eu havia trago da minha antiga casa, mas já estava enjoada de ficar sozinha naquele lugar. Então, fui até a janela e comecei a olhar, de longe, os cavalos que estavam presos no estábulo. Então avistei, perto deles, uma borboleta amarela muito bonita. Eu adorava borboletas, logo, decidi ir até lá e tentar alcançá-la. Eu segurei o meu vestido, olhei para os lados para ver se tinha alguém por perto e pulei da janela para ir de encontro à borboleta. Corri até onde ela estava e tentei chegar perto o suficiente para agarrá-la, mas a pequena criatura percebeu a minha presença e escapou entre minhas mãos. Comecei a segui-la, mas quanto mais eu me aproximava, mais difícil ficava de conseguir capturá-la. Corri atrás dela até ficar sem ar; foi aí que eu percebi que não estava mais perto do estábulo, e que, na verdade, eu estava no meio do jardim que eu havia visto antes quando chegara no castelo. Ao meu redor eu só conseguia ver arbustos, flores e uma fonte a alguns metros de mim. Fui até lá para subir em cima de um banco e ver por onde deveria ir para voltar ao meu quarto.

Foi nesse momento que percebi que não estava sozinha. Ouvi barulhos de passos e de vozes, que pareciam ser de crianças. Resolvi me esconder, pois não sabia ao certo o que poderia acontecer comigo se me vissem alá. Fui até um arbusto mais alto, me abaixei e decidi esperar até que todos saíssem para que eu pudesse voltar. De onde eu estava ainda dava para ouvi-los e ver a maioria deles. Pareciam ser as crianças da corte, brincando perto da fonte. Todos estavam muito bem vestidos, nem parecia que tinham saído para brincar. Eram 5 meninos e 3 meninas, todos falando estranhamente alto sobre o jardim e sobre algum deles ter aparentemente trapaceando em um jogo. Eles ainda ficaram lá por um tempo conversando e brincando de outras coisas. Eu ainda os observava. As garotas quase não se moviam para não sujar seus trajes, o que me fez pensar: porque elas não vestiram roupas mais simples já que iam brincar? Eu nunca entenderia a realeza. Finalmente decidiram ir embora. Depois que saíram, eu ainda esperei um tempo até sair do meu esconderijo e voltar até o banco a fim de descobrir para onde ir. Desviei dos galhos das moitas e me levantei. Mas enquanto eu me dirigia até o banco, acabei ouvindo um barulho. Não dava tempo de voltar para o arbusto, então eu fui dando pequenos passos para trás, de forma que não desse para ninguém me escutar, até que, de costas, esbarrei com alguém. Torci com todas as minhas forças para que não fosse um guarda, pois sabia que eu não deveria estar ali. Me virei de uma vez por causa do susto, mas quando parei pra ver, descobri que era apenas um garoto, ele me olhava, confuso e dava pra saber que era nobre por causa das suas roupas. Fiquei com muito medo de que ele contasse a alguém que tinha me visto no jardim. Não fazia ideia do que fazer. Olhei no fundo dos olhos do garoto e me preparei para implorar clemência...


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Notas finais do capítulo

Então, espero que tenham gostado...



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