Anistia de Natal escrita por Machene


Capítulo 1
Cap. 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas que acompanham minhas fics! Embora com algum atraso, estou trazendo finalmente a fanfic de Natal que preparei neste ano! Só demorei tanto porque tinha planejado uma oneshot, e aí acabei fazendo dois capítulos, e quando vi aumentou para três. Enfim, espero que os fãs de Nanbaka curtam esta fic. Se você não é fã ainda, recomendo muito o anime! Ah, FELIZ ANO NOVO, MEU POVO!
OBS: Esta fanfic foi produzida com base nas seguintes histórias: "Os Fantasmas de Scrooge", "O Grinch", "O Quebra-Nozes" e "O Lago dos Cisnes".



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Cap. 1

 

Em uma manhã de sol, quatro belos homens, usando roupas de presidiário, deitam sobre a grama de uma floresta desconhecida. Ao acordarem ao mesmo tempo, lentamente abrindo os olhos, eles notam as presenças uns dos outros e começam a observar o entorno.

— Caramba, onde estamos? – o rapaz de cabelo verde pergunta logo – O que houve?

— Isto aqui é uma floresta? Como viemos parar aqui? – desta vez quem indaga é o jovem de madeixas roxas e vermelhas, levantando-se como os demais.

— Deve ser algum lugar dentro do presídio. – responde o loiro local, tirando poeira de seu chapéu para recolocar na cabeça – Mas espere! Jyugo, você nos tirou da cela?

— Eu? Claro que não! – afirma rapidamente o indivíduo com olhos bicolores, dando uma pausa em que sua careta se transforma em dúvida – Quero dizer... Não desta vez. Eu acho. Pelo menos, não me lembro de ter armado outro plano de fuga da prisão.

— Eu também só me lembro de termos ido dormir na nossa cela, e quando acordei, estávamos aqui. – informa o americano caçula do grupo, que logo une as mãos em alegria – Será que fomos transportados para um universo paralelo?

— Não viaja, Nico. – o estadunidense maior bate de leve na cabeça do amigo com o punho esquerdo, pondo as mãos na cintura em seguida – Ainda estamos com roupas de presos, então talvez isto seja um teste surpresa, para ver como nos saímos do lado de fora.

— Sério Rock? – Jyugo arqueia uma sobrancelha – Então estamos sendo vigiados?

— Isso faz mais sentido do que termos conseguido uma anistia.

— Rock tem razão. – o inglês do quarteto dá de ombros – Vamos explorar por aí e descobrir onde estamos. Ei, estão ouvindo barulho de água?

— Sim, e estou sentindo o cheiro também. – o japonês ao seu lado confirma – Vamos.

Os quatro homens caminham por entre as grandes árvores do local na direção do som, que se intensifica com o surgimento de uma leve neblina. Quando o ar e a terra ficam mais úmidos, o grupo se depara com uma cachoeira dupla; vindo da mesma nascente, mas caindo em direções opostas de um penhasco. No meio das duas quedas d’água, um monte de rochas forma um arco do outro lado de uma ponte, feita com um tronco de madeira.

— Que bonito! Está formando um arco-íris! – Nico sorri ao se aproximar da beira do precipício – Uou! Isto aqui é muito alto! E a correnteza do rio parece forte!

— Será que nos largaram em uma ilha deserta como punição? – o prisioneiro 15 cruza os braços – Ou estão tentando se livrar da gente de uma vez por todas?

— Será que foi isso? Demos muito trabalho para o Hajime? Mas como ele pôde fazer uma coisa dessas? Não pensei que aquele sem coração fosse tão longe!

— NÃO ENTRE EM PÂNICO, UNO! EU SÓ ESTAVA PENSANDO ALTO!

— TUDO BEM JYUGO, MAS POR QUE VOCÊ ESTÁ GRITANDO?

— O BARULHO DA CACHOEIRA ESTÁ ALTO! VAMOS SAIR DAQUI!

— ESPEREM! – Rock aponta para a outra extremidade da ponte – VAMOS NESSA DIREÇÃO! TEM UMA CAVERNA ALI! PODE SER UMA SAÍDA!

Seguindo a opção do preso 69, o quarteto anda devagar pelo tronco, se equilibrando para ninguém cair. Após chegarem sãos e salvos do outro lado, todos usam sua força para tirar do caminho uma grande pedra que tapa a entrada da escura caverna, até conseguirem passar por uma brecha. Caminhando pela trilha escorregadia de pedregulhos molhados, eles enfim se deparam com uma luz no fim do percurso, correndo até ela.

Para a surpresa geral, uma nova floresta surge diante dos seus olhos, mas desta vez coberta de neve. O grupo deixa marcas profundas de pegadas enquanto se aproxima dos pinheiros, olhando ao redor com admiração e óbvia confusão.

— Tudo bem, eu não sou o único vendo isto, certo?! – Uno procura confirmar.

— Como pode ser inverno aqui e primavera do outro lado? – Nico questiona.

— Não faço ideia... – diz o americano parrudo, e quando os outros se viram para fita-lo, tomam um susto que também o surpreende – Credo! Qual o problema? Por que estão me olhando desse jeito? Tem algo na minha cara?

— Sim, no corpo todo...! – Jyugo relata – Madeira. – confuso, Rock toca sua face e entra em pânico ao perceber que sua pele ficou marrom e dura.

— Que diabo é isso? – o prisioneiro 11 mantém distância – Você virou um boneco de madeira? E ainda está fantasiado igual a um soldado?! Como?

— E como eu vou saber? Só pode ser um sonho! Eu tenho que acordar!

— Rock, sua boca está enorme! – o preso de número 25 gargalha – Parece um...

— QUEBRA-NOZES! – três dos amigos falam ao mesmo tempo.

— “Quebra” o quê? – o quarto do grupo, de olhos heterocromáticos, franze o cenho.

— Jyugo, você não lembra? Vimos um brinquedo desses na prisão da Rússia.

— Ah... Certo, mas... Uno, desde quando você tem chifres?

— Heim? – o loiro põe as mãos na cabeça e toma um susto – EU TENHO CHIFRES!

— Que legal! – Nico se apressa em apertar o par de galhos – Oh, são de verdade!

— SAI DE CIMA DE MIM, NICO! NÃO PUXA DESTE JEITO, ESTÁ DOENDO!

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO? – o presidiário 69 se joga de cara na neve – É SÓ UM SONHO, SÓ UM SONHO! EU TENHO QUE ACORDAR!

— Rock, se levanta! Você vai congelar! – Jyugo corre para o quebra-nozes, tentando vira-lo ao contrário – Vamos só voltar por onde viemos e... Ei, a caverna sumiu!

— Jyugo, olha! O Uno ganhou uma roupa de animal para combinar com os chifres!

— Não é roupa, Nico! Estou peludo, e minhas mãos e meus pés viraram cascos!

— Oh, e seu nariz também ficou maior. – o jovem de cabelo verde nota – Mas ainda está andando com duas pernas. Como consegue?

— A SUA PREOCUPAÇÃO É ESSA? ESTOU VIRANDO UM ALCE LOIRO!

— Na verdade, você é uma rena. – uma voz feminina se pronuncia, atraindo a atenção masculina para uma bela recém-chegada – Mas de fato, também parece diferente hoje.

Enquanto é observada com curiosidade, a moça com olhos achocolatados deixa no chão o filhote da raça corgi que carregava nos braços, tirando uma caixa de palitos doces do interior da bolsa na forma do cachorro, pendurada no ombro direito. Embora sua pele branca esteja exposta em algumas regiões, seu conjunto de roupas em vermelho e amarelo parece ter algodão suficiente para conforta-la no frio.

E o fato curioso é que do macacão curto à capa de mangas pequenas, combinando com as luvas de braço, as meias 3/8 e as botas cano médio, todo o figurino parece ter sido feito pensando no animal. Inclusive a boina, com um botton da face do cão e enfeites na forma de orelhas caninas. Contudo, excluindo os brincos da aparência de viscos, o que a donzela tem de mais chamativo à vista é, sem dúvida, seu longo cabelo castanho claro, amarrado em duas tranças com fivelas no formato de flocos de neve.

Analisando a visão completa da pessoa em frente, rodeada de bottons e decorações de patinhas por sua roupa, Uno se empolga depressa. Contudo, antes de poder investir em uma cantada, a desconhecida enfia um doce na sua boca.

— Por que está aqui enrolando, Uno? Sabe que hoje é o dia mais movimentado do ano para nós, então não pode ficar vadiando no único momento em que precisa trabalhar!

— Ah... – o inglês pisca rapidamente em confusão – Desculpe?

— Quem é você? – o japonês questiona, depois de colocar Rock de pé.

— Ah, desculpem altezas, eu não percebi que estavam aí!

— “Altezas”... Heim? – Jyugo olha para Nico, notando que agora ambos estão usando roupas caras e elegantes, e aponta também para si – Nós?

— Nossas algemas sumiram! Demais! – o preso 25 exclama – Que roupas são estas?

— E eu sei lá! Não sei nem onde estamos! Ei, que lugar é este?

— Oh sim, onde estão meus modos? – a estranha dá uma risada, abrindo os braços na sequência – Bem-vindos à Terra dos Contos! Sou Victória, a secretária do Papai Noel.

— Está de brincadeira?! – o americano amadeirado move os braços com dificuldade.

— Por todas as estrelas do céu, o que faz aqui fora Rock? Devia estar ajudando os outros quebra-nozes a monitorar as crianças no palácio.

— Olha moça, deve ter nos confundido com outras pessoas. Ou criaturas...

— Não venha com essa, Uno! – Victória contrai o semblante e o agarra por um chifre – Você adora brincar, mas se trabalhar direito hoje, vou te recompensar com coisas doces.

— Sério? – ele a fita de cima a baixo e sorri com malícia, logo recobrando a postura – Tudo bem! Até mais pessoal! Boa sorte no caminho de volta!

— Ei, volte aqui seu traíra! – Rock de repente joga seu chapéu entre as patas do amigo e o derruba no chão – Escuta aqui, secretária do Papai Noel, precisamos achar o caminho de volta! Temos que sair deste lugar agora!

— “Caminho de volta”...? – a mulher reflete um pouco – Oh, querem dizer para o reino dos príncipes? Bem, se estavam ajudando os dois a acharem o caminho de casa, as coisas são diferentes! Desculpem por repreendê-los. Levante, Uno. – ela estende a mão para a rena, que aceita e fica de pé – Acho que temos um tempinho até Papai Noel sair para entregar os presentes, então vou ajuda-los. O meio mais rápido para viajar entre os mundos é usando os portais da Terra dos Contos, que ficam no jardim do palácio da gentil princesa Usagi. Eu sei que ela permitirá que usem um.

— Maravilha, então vamos! – Uno entrelaça o braço de Victória no seu, andando na frente dos demais – E quem sabe depois podemos conversar sobre aqueles “doces”.

— Puxa, você é uma rena gulosa. – a jovem suspira e enfia outro palito de chocolate na boca dele, guardando a caixa de volta na bolsa – Petit, volte para casa sem mim, sim?! E avise que atrasaremos. – ela pede ao cachorrinho, que late em resposta e sai correndo.

Assim, o grupo se encaminha para o leste, e de repente a neve da floresta começa a derreter. Os tipos de árvores mudam de novo, conforme uma grama fresca surge para se adequar à trilha de terra que passa a ficar visível. Por fim, após meia hora de caminhada, um magnifico palácio surge no horizonte. Os guardas no portão, quebra-nozes parecidos com a nova versão de Rock, deixam os convidados passarem sem titubear.

Atravessando a ponte de madeira, por cima do lago repleto de cisnes, os rapazes se deparam com um belíssimo jardim. No pátio de entrada, casinhas formadas por livros se espalham ao redor de esculturas de animais sobre toras, e no centro de tudo, uma escadaria coberta por um tapete leva à porta do paço. Jyugo explora o local com curiosidade, até se inclinar para observar uma estátua de gato e dar de cara com um par de pêssegos luzentes.

— Oh, príncipe Jyugo! – a dona desses olhos irradia um sorriso ofuscante – Mas que surpresa agradável! É um prazer recebe-lo na Terra dos Contos.

— Ah... Obrigado. – é o que o jovem consegue pronunciar com dificuldade.

— Ah, Kazumi, aí está você! – a secretária do Papai Noel se aproxima da moça de pele branca e segura sua mão – Altezas, esta é Kazumi, a prima da princesa Usagi.

Com uma leve reverência, a recém-apresentada Kazumi deixa duas mechas de seus cabelos negros caírem sobre os ombros, bagunçando o coque baixo. A evidente bailarina, suspensa em suas sapatilhas vermelhas, desce da pequena caixinha de música prateada onde dançava, para ficar mais próxima dos outros. Assim, é mais fácil perceber que não são falsos os estranhos espinhos envolvendo seu corpo, apesar de servirem como base dos diminutos rubis enfeitando o colar em seu pescoço, a fita no cabelo e o vestido com tutu.

Quando um vento leve bate nas curtas mangas em seus braços, fazendo suas mechas esconderem os brincos carmesim, a cor de todo o traje e das pétalas das flores que voam em sua direção, a impressão passada é a de uma rosa recém-desabrochada.

— Desde que chegou de visita ao palácio, você não para de dançar aqui fora.

— Não me culpe Victória, por favor. Sabe que me sinto confinada se não estiver ao ar livre, especialmente depois de Serafina me proibir de redecorar o salão de entrada.

— Bem, então acho que posso dar um jeito no seu tédio. – Victória se volta para os homens – Suas Altezas querem retornar para casa, mas precisam de ajuda.

— Na verdade, nós também vamos com eles. – Rock informa depressa.

— Mas Rock, não vai monitorar as crianças dos reinos com os outros quebra-nozes? – questiona a prima da princesa – Sabe que Papai Noel precisa ter um controle de quais delas estão merecendo ganhar seu pedido de Natal, e os portais não podem se vigiarem.

— Ah, isso... Olha, acho que um boneco a menos não vai fazer diferença desta vez.

— Ou uma rena! – é a vez de Uno erguer a mão; ou melhor, pata – Eu também vou.

— Nada disso, Uno! Papai Noel precisa de todas as renas para entregar os presentes!

— Olha só... Victória, não é?! Bela senhorita Victória... – ele chega perto dela – Acho você adorável, mas por nenhum doce eu puxarei o trenó de um velhinho como um animal.

— Do que está falando? Resolveu se rebelar justo agora?

— Ele deve ter comigo algo estragado! – Nico de repente puxa o inglês para longe – Por favor, nos deem um minutinho para conversarmos! – dito isto, ele distancia os amigos das mulheres e reúne todos em uma roda.

— O que está fazendo, Nico? Eu não vou puxar nenhum trenó!

— E eu não quero passar o resto dos meus dias sendo um boneco de madeira!

— Calma pessoal! Ouçam: eu acho que estamos sonhando. É a única explicação para tudo isto. Se quisermos acordar, temos que dar um jeito de sair daqui.

— Era o que estávamos tentando fazer até você nos interromper!

— Mas Rock, não conseguiremos sem seguir a história, sem fazer o que for preciso.

— O que o Nico disse tem lógica. – Jyugo concorda – Não deve ser tão difícil assim.

— Para vocês é fácil falar! São dois príncipes nesta história, enquanto eu sou uma rena que fala e anda como gente, e Rock virou um brinquedo gigante com queixo enorme!

— Obrigado por me lembrar. Aliás, se estamos sonhando a mesma coisa, a gente não devia poder controlar as coisas? Tipo agora... Uno, vamos experimentar voltar ao normal! – o loiro concorda com a cabeça e ambos fecham os olhos, fazendo caretas concentradas, porém nada ocorre – Droga! Por que isto está acontecendo?

— Sei lá, mas talvez devêssemos seguir o fluxo mesmo. Agora, se eu tiver que andar de quatro e aguentar um chicote, Vossas Baixezas vão apanhar quando acordarmos! – aos risos, os presos 15 e 25 concordam, e então o quarteto retorna para junto das moças.

— Então... Nós pedimos que Uno e Rock nos acompanhassem até em casa. – o rapaz de orbes heterocromáticos explica – Seria possível?

— Bem... Se é um pedido dos príncipes, acho que pode ser viável. Certo Vic?

— Oh bem, está certo. Posso me entender com Papai Noel depois. Bom, se eu estiver certa, Vossas Altezas nunca visitaram nosso reino antes. Certo?

— Sim! Por isso não sabemos como voltar para casa! – o americano mais novo afirma com carisma – Mas podemos usar um portal desses que falaram, não é?!

— Oh claro! Estou certa de que minha prima não irá se opor. Vamos consulta-la.

Com a iniciativa de Kazumi, o grupo adentra o salão do palácio e passa por muitos cômodos diferentes. Rock se encanta com comes e bebes sendo servidos na mesa da sala de jantar, enquanto Uno e Nico precisam se controlar para não invadirem a área de jogos. Por fim, chegando ao aposento do trono real, os homens estranham a ausência de qualquer coisa parecida com uma cadeira no local. Ao invés disto, um grande e belo tipo de ovo branco, adornado com ouro e diamantes, está depositado em frente a uma escadaria.

Subitamente, o objeto começa a se abrir, e de dentro dele, surgem dois cisnes alvos, usando pequenas coroas douradas. Além do mais, sobre almofadas e caixas de presentes, uma linda dama de longas madeixas rosadas, tal qual os brilhantes olhos, senta curvada em direção aos joelhos dobrados. Nesta pose, mais do que seu vestido, sua meia-calça e os sapatos elegantes, tendo o traje as mesmas cores do seu cabelo e do ovo, é o largo par de asas brancas em suas costas o atrativo de todos os olhares.

Devagar, a sorridente princesa, titulada com uma coroa menor do que as flores em seu pequeno rabo-de-cavalo, coloca os pés no chão e cumprimenta os convidados.

— Vic, que prazer revê-la! – Usagi abraça Victória sem cerimônia – E as duas vieram em tão boa companhia... Olá Uno, altezas. – os mencionados retribuem o cumprimento, passada a súbita surpresa do encontro – A que devo a visita tão em cima da hora?

— Desculpe a intromissão, princesa, mas nós queremos ir para casa. – Nico informa.

— E querem usar um dos portais do palácio, certo?! É claro, eu permito. E meus pais também não devem ser contra. Ok? – ela se vira para os dois cisnes, que arensam.

— Seus pais... Os cisnes? – Uno arqueia uma sobrancelha, vendo a jovem acenar em confirmação – Ok... Acho que não é a coisa mais estranha que já vimos até agora. – ele sussurra para Jyugo, que concorda levemente com a cabeça.

— Ah, por isso você tem asas! – Nico fala admirado – Faz sentido!

— Faz? – seus confusos amigos indagam, contudo são ignorados.

— Bem, eu adoraria ajuda-los, mas não posso abrir os portais. – a princesa confessa com pesar, logo tornando a se alegrar – Mas sei quem pode fazê-lo: a fada caramelo!

— “Fada caramelo”? – Rock movimenta sua grande boca – Ela é feita de doce?

— Não! – Kazumi dá uma risada – Porém, ela é tão doce quanto. E agora me lembro que Rock nunca teve a chance de vê-la pessoalmente, não é?! É que está sempre ocupada.

— Vou leva-los até ela. – Usagi se prontifica – Mama, papa, eu já volto!

Ouvindo os cisnes arensarem em resposta, o grupo sai do local e caminha por mais uns corredores, até finalmente parar em uma estufa no centro do paço. A fada em questão se encontra no pátio interno, contando flores distraidamente. Ao sentir novas presenças, a alva mulher de medianos cabelos roxos espia os visitantes com seus orbes do tom de vinho, virando-se dentro do extenso e largo vestido branco e preto.

Ela abaixa o capuz sobre a cabeça e expõe suas iluminadas asas estilo libélula, de um claro tom azul-esverdeado. Ao fitar Rock, um sorriso malicioso brota em seus lábios.

— Dois príncipes, uma rena e... Um quebra-nozes. Que visitas surpreendentes.

— O motivo da visita é tão surpreendente quanto. – Victória revira os olhos e abraça a amiga – Por que seu vestido está rasgado, Serafina?

— Oh, eu estava colhendo algumas rosas para fazer novas receitas. Está tudo bem... Bem, em que posso ser útil? Embora, antes de tudo, é um prazer conhece-los, senhores.

— Ah, igualmente. – é o prisioneiro 69 quem lhe responde – É... “Fada caramelo”?

— É apenas um apelido gentil. – ela responde sua pergunta muda – Meu nome real é Serafina. Sou conhecida como “fada caramelo” devido meu hábito culinário, de cozinhar principalmente doces. Mas suponho que não vieram aqui por causa disto.

— Está certa. – Usagi responde – Eles precisam usar um portal para ir ao reino dos príncipes, mas enquanto os quebra-nozes só podem monitorar os portais, você sabe que é a única capaz de abri-los. Então, pode dizer qual portal eles devem usar?

— Mas é claro! Esse seria... – antes que Serafina termine, algo quebra o telhado de vidro da estufa, agitando as flores e causando pânico.

— Tentando me passar a perna? – diz uma voz masculina – Eu acho que não!

— MUSASHI? – os rapazes falam ao mesmo tempo, vendo o moreno voar sobre suas cabeças com asas e garras de um falcão gigante.

Sem demora, o jovem cego balança seus membros superiores, soltando penas como uma harpia, e diante dos olhos de todos, as mulheres no recinto se transformam em belos cisnes. Paralisados, os presidiários da cela 13, do prédio 13 de Nanba, veem seu sonho se tornar um estranho pesadelo, enquanto o colega Musashi some tão rápido quanto surgiu.

— QUE DIABO ACONTECEU AQUI? – berra o estadunidense mais parrudo.

— Ai meu Deus, olha o que ele fez com as garotas! – Uno fica de quatro pela primeira vez, tentando se comunicar com as aves que o encaram – Senhorita secretária, princesa, alguém...! Falem comigo! Conseguem me entender? – os animais arensam em resposta.

— Elas não parecem estar entendendo as coisas como os pais da princesa. – Nico se abaixa e fita o cisne com uma coroa sobre a cabeça – Princesa, você está bem?

— Claro que elas não estão bem, Nico! Isto é um desastre! – é a vez de Jyugo entrar em pânico, vendo as roupas femininas jogadas no chão – Como vamos sair daqui agora?

— ACORDA! – Rock grita várias vezes, batendo a cabeça contra uma coluna.

— ROCK, VOCÊ VAI QUEBRAR A CABEÇA! LITERALMENTE! – o prisioneiro inglês segura o quebra-nozes pela direita, recebendo o apoio do japonês pela esquerda.

— Oh gente! – na agitação, escuta-se a voz baixinha do americano de cabelo verde.

— Então você tira a gente daqui, Uno! – o preso 69 exige – Fale com o Papai Noel!

— Rock, você rachou a cabeça? Uno não conhece o Papai Noel. Ele nem...

— Pessoal! – o trio se cala de repente ao ouvir a segunda chamada, e então notam a presença dos supostos rei e rainha da Terra dos Contos na frente de Nico – Eles me deram um mapa. Acho que precisamos encontrar algo, ou alguém.

— Quem? – o loiro do time corre para olhar o papel, bem como os demais – Tem um “X” marcado aqui. É para procurarmos alguém nesse lugar? – o par de cisnes inteligentes acena positivamente – Bom, se tem alguém que pode nos ajudar, vamos lá!

— Mas acho que estão nos dizendo para levar aquelas garotas. – o jovem com olhos bicolores observa os pássaros apontarem para as aves enfeitiçadas – Isto vai dar trabalho.

Continua...


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