Caoismo escrita por TioUra


Capítulo 9
Escrituras




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Takayama, Japão

Aos poucos Takeshi abri a porta frontal da sala, estranhamente Noah se sentia nervoso, aquele lugar lhe remetia algo, todavia não sabia o que era. Os olhos do garoto se impressionaram com quarto: era totalmente caracterizado com a cultura japonesa, repleto de estatuas da cultura xintoísta, havia um tapete que levava da entrada do quarto até um trono dourado, onde estava uma bela mulher trajando roupas tradicionais da Era Meiji:

— Princesa Kushinada-Hime... – Takeshi anunciava sua chegada formalmente, quando é interrompido pela mesma.

— Qual é Takeshi, apenas Kushinada, você poderia me chamar pelo primeiro nome, já te disse isso.

— Desculpe princesa, mas preso pelas tradições. – Responde seriamente,

— Que seja... – A princesa ao terminar sua fala, nota a presença do garoto com Takeshi. – Provavelmente você o garoto que nós salvamos.

— Sim, aproposito os resultados dele são incríveis, praticamente ele se curou sozinho, não foi necessário nenhum tipo de cirurgia, mesmo com aquelas queimaduras e ossos quebrados... a única coisa fizemos de fato, foi estabiliza-lo. – Os olhos de Takeshi brilhavam com a auto cura de Noah.

—  Realmente impressionante devo dizer. – Um sorriso emerge em seu rosto. – Obrigado Takeshi, agora pode sair, me deixe conversar com ele.

O médico apenas concorda com um gesto de reverencia, então sai do quarto. Noah estava sem entender absolutamente nada, após a saída de Takeshi, percebe que a princesa que estava sentada naquela espécie de trono, o encarava, isso cria uma situação onde o garoto não sabia como reagir:

— Qual é o seu nome? – A pergunta quebra o silencio que havia no quarto.

— Noah... – Antes que pudesse terminar, era interrompido.

— Noé na língua inglesa... interessante, seus país provavelmente era cristões.

— Isso é relevante?

Sem responder alguma coisa, a princesa caminha em direção a Noah, e para em sua frente, e volta a encara-lo, ambos possuíam uma altura semelhante, assim ela o encarava diretamente nos olhos. Novamente o garoto fica assustado com essa atitude, ela agia como se fosse uma inimiga, repentinamente o olhar de Kushinada muda de direção, para seu peitoral que estava parcialmente amostra por causa do kimono, Noah ao perceber acaba se constrangendo, em seguida ela agarra seu braço, e puxa a manga da roupa do garoto, revelando por parte seu braço até o cotovelo, havia algumas cicatrizes que indicavam cortes profundos passado, depois ela ergue mais um pouco a manga até o ombro do rapaz:

— Quantos anos você tem? – Perguntava ao tirar uma conclusão sobre a musculatura dele.

— Tenho 21 – Um pouco constrangido ainda.

Após a resposta, ela o solta:

— Ah desculpe, acabei de me tocar que nem ao menos falei meu nome, eu sou Emi Kushinada-Hime, mas por favor me chame apenas de Emi... Enfim antes que eu prossiga, você tem poderes correto? – Expressava curiosidade.

— Calma, antes que eu te responda... Emi... Você terá que me responder primeiro, o que é isso tudo? – Mostrava seriedade.

— Você é um garoto bem ousado... nós somos uma organização não governamental NOT Human, eu sei o que você deve estar pensando agora... “por que o nome tem que se em inglês, se estamos no Japão.” E eu te respondo, E-S-T-I-L-O afinal, glamour é tudo hoje em dia. – Soltava uma risada, como se estivesse se vangloriando.

— Essa não era minha dúvida, mas tudo bem. – Noah estava desapontado.

— Nosso objetivo é encontrar receptáculos.

— Receptáculos? – Expressava dúvida.

— Você acredita na existência de deuses? Eu sei que o predominante no ocidente são as religiões monoteístas, mas... Pega todo esses paradigmas, essas barreiras que separam grupos, e une em uma só crenças... Eu estudei muito, sobre quase todas religiões, mitologias e culturas que eu encontrei... mas nenhuma delas me intrigou mais do que isso. – Emi se locomovia até uma parte do quarto onde tinha uma cortina, que a mesma puxa revelando uma espécie de rocha com algumas escrituras dentro de uma caixa de vidro. – Essa língua, não existe, não se parece nem um pouco com heliógrafos egípcios ou coisa do gênero...

Noah não se impressionava, apenas despertava sua curiosidade, toda aquela informação era útil para ele, então prestava atenção em cada detalhe:

— Eu não conseguia traduzir isso, tentei por seis meses, até ter uma ideia, minha família é rica então por quê não usar o dinheiro de uma forma melhor, do que coisas fúteis? Fundei essa organização, inicialmente com o intuito de apenas traduzir... Depois de um longo ano inteiro, conseguimos achar um padrão, foi excitante e desanimador ao mesmo tempo, basicamente o que estava escrito era “Sobre um grande confronto estava por vir; Lúcifer e Érebos, eles vão punir nossas almas mortais, eles marcham com um exército de valquírias, elas não são mais criaturas celestiais bondosas, seu interior se tornou igual a de um gouki. Nós humanos, estamos rogando sua ajuda C... ”.

Ao escutar o nome de Érebos, Noah tem curtos flashbacks e lembra da batalha com o deus, sua expressão muda, e fica sério:

— A parte desanimadora dessa escritura, é que está quebrada... bem e o nome do “salvador” está apenas com a primeira letra. – Emi logo interrompe sua fala ao ver a expressão de Noah.

— Érebos... Eu lutei com ele...

— Ele ainda está vivo? De acordo com alguns estudos que fizemos essa rocha tem milhões de anos. – Estava surpresa, mas animada ao mesmo tempo.

— Aquele... Ele quase me matou, e a minha família... pensando melhor, eu não sei como estou vivo. – Sua voz passava de um tom irritado, para tristeza.

— Além dessas escrituras, achamos outra também com o mesmo idioma, neste exato local onde estamos, mas claro no sobsolo. Estranhamente seu conteúdo, parece mais uma espécie de registro histórico, era o que nós conhecemos como a lenda de Yamata no Orochi que foi morto por Susanoo, a história está quase da mesma forma, Susanoo embebeda e mata a grande serpente de oito cabeças, com isso obtém os três tesouros sagrados do Japão, e se casa com a princesa Kushinada-Hime...

Noah estranha ouvir o nome da princesa:

— Isso mesmo meu caro, eu sou descendente de um deus, por isso que eles ficam me chamando de “princesa”. – Dizia apontando para a porta, indicando os funcionários da organização. – Além disso nós descobrimos uma energia apelidada de Motus, vem do latim significa “emoção”, e por último nós descobrimos que os deuses não morrem, não igual nós humanos pelo menos, isso mesmo quer dizer que são imortais, mas não do jeito que vemos em mitologias, aparentemente nós humanos somos as prisões deles, esses humanos que “carregam” um deus, são chamados de receptáculos... Infelizmente o lugar de onde tiramos essas escrituras estava bem danificado e não conseguimos muita informação.

Para pessoas normais tudo isso seria informações demais para absorver, mas Noah desde a escola sempre foi um prodígio, para ele foi fácil ligar as peças:

— Mas você aderiu a tudo isso, como verdade absoluta? Sem nem ao menos questionar? – Noah a questionava.

— Essa linguagem antiga, é genuinamente verdadeira, é tão fascinante! Não percebe, apenas com três escrituras, esse universo complexo surgiu... mitologia nórdica, japonesa, grega e cristianismo... Não te excita imaginar um mundo onde tudo era conectado? Ou é isso, ou um maluco dedicou tempo na sua vida para conectar tudo isso em um universo único, e espalhou escrituras numa língua inventada por ele mesmo. – Dava uma risada sarcástica.

“Para alguém que pensa ter sangue divino, ela é meio louca?”— Pensava Noah.

A conversa entre os dois é atrapalhada, quando Takeshi entra de repente no quarto, com uma afeição de desespero:

— Princesa... O Izumo está descontrolado.


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