Tentações, Segredos e outros Contos escrita por Ganp3 Di3x


Capítulo 1
Tentação


Notas iniciais do capítulo

Baseado no conto "Confissão" de Luiz Vilela, o conto "Tentação" traz fortemente a oralidade como característica principal. O narrador é observador, perceba que ele está descrevendo duas pessoas conversando e não tem visão do todo, apenas daquele angulo específico, é como se alguém estivesse escutando a conversa e não tivesse opinião sobre.
Enfim, esta é uma pequena autoanalise para colocá-lo em introspecção.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772408/chapter/1

 

— Continue, por favor.
— Ah, perdão, senhor. Perdi-me em pensamentos. Onde mesmo eu estava?
— Estava a ponto de me descrever como foi que se deparou com ela.
— Certo, estava eu sem nada para fazer, o senhor sabe como é, não é? Eu havia terminado meu turno há pouco tempo e estava cansado também. 
— Entendo perfeitamente, mas lembre-se: a mente se alimenta dos teus piores desejos quando cai em inutilização. Isto é, ela passa a alimentar-se das piores coisas quando não oferecemos a ela algo substancial para comer. Você entende?
— Sim, senhor. Desculpe-me senhor.
— E o que você fazia neste momento? Quando se deparou com ela, digo.
— Eu estava deitado, senhor. Deitado em minha cama, que é ao lado da janela, senhor.
— E foi lá que a viu?
— Sim, foi lá, senhor, no lado de fora da minha janela. Ela estava no quarto dela, senhor.
— Diga-me... ela já é moça?
— Tem a minha idade, senhor. 
— Bom, bom... E como ela estava vestida?
— Ela estava vestida de uma forma, senhor... Estava usando um vestido muito curto, era vermelho. Acho que o vermelho ficou muito bom nela... Era um pouco transparente, também, senhor.
— Sim... e ela estava como?
— Como...?
— Digo, estava dormindo? Estava em pé, se trocando?
— Não, senhor... Ela estava na frente do espelho, eu a vi pelo espelho. Acho que estava se admirando. Eu no lugar dela faria o mesmo, senhor.
— Se admiraria no espelho?
— Não, senhor. Admiraria ela no espelho, senhor.
— Mas não foi exatamente isso que tu fizeste?
— Desculpa, senhor. Foi sim.
— E ela te viu?
— Acho que sim...
— Você acha?
— Ela me viu olhando para ela, senhor. Nossos olhos se encontraram... duas vezes.
— E o que ela fez depois disso?
— Nada, senhor. Digo, ela continuou se olhando no espelho... alisando o cabelo, passando a mão no corpo... nos peitos...senhor.
—Você disse que o vestido era transparente, tu viste o corpo dela por debaixo de seu vestido?
— ...
— Diga-me, não tenha medo.
— Sim, senhor.
— Sim...
— Ela é bem-feita, senhor.
— Diga-me.
— Ela tem os seios fartos, senhor. A pele parece cetim, senhor.
— E desde quando tu sabes o que é cetim?
— Eu não sei, senhor... Mas ouvi falar. A pele dela parecia macia, bonita de se ver, dava vontade de tocar... alisar...
— E o cabelo dela como é?
— Muito lindo, senhor. Castanho claro... vivo... forte... Parecia pó de guaraná, senhor. Tinha umas ondas... Acho que ela tinha acabado de acordar, senhor.
— E ele estava solto... preso?
— Estava todo solto, caia em seus ombros, senhor.
— Depois que vocês se viram, que ela continuou a se tocar, algo mais aconteceu?
— Ela olhou de novo pelo espelho para minha janela, senhor. E depois abaixou a alça do vestido.
— Abaixou...?
— Sim, senhor. Mas não tudo... só a metade, senhor.
— E depois?
— Depois ela tocou nos peitos, senhor. Brincou com eles.
— De que cor eram?
— De que cor eram o quê, senhor?
— Os mamilos dela... os mamilos dela...
— Eram mais escuros que a pele dela, senhor. Quase marrom, só que mais claro. 
— Ela tocou neles?
— Sim, senhor. Ela estava beliscando eles. Ela os beliscava e os girava entre os dedos.
— Ela desceu mais suas mãos? Ou ficou apenas nos peitos?
— Ela desceu até o umbigo, senhor. 
— E como era a barriga dela? Seu abdômen?
— Ela tem as mais lindas curvas, senhor. Eu não conseguia parar de olhar. 
— Ela brincou mais com o corpo dela? Além dos peitos?
— Ela quase chegou na calcinha, senhor. Ela se esfregava como se tivesse no banho, se lavando com meu olhar. 
— Diga-me, ela já fez isso antes?
— Isso o quê, senhor?
— Brincou consigo mesma sob seu olhar?
— Não, senhor. Foi a primeira vez que ela fez assim desse jeito. Mas eu já a vi quase sem roupa antes, senhor.
— Quando isso?
— Há uns dias, senhor. Quando os pais dela viajaram.
— Então os pais dela não estavam em casa?
— Na verdade eles não estão, senhor... ainda não estão.
— Quem está lá com ela?
— A empregada, senhor. E, às vezes, o irmão mais velho dela. Embora ele esteja sempre saindo.
— Entendo. Os pais dela saem muito?
— Sim, senhor. Estão sempre viajando.
— Sim... Você fez bem em me contar, agradeço por isso.
— Certo, senhor.
— Agora prometa-me que isso ficará apenas entre nós.
— Sim, senhor. Prometo.
— Agora vá, pois eu irei, pessoalmente, resolver este... problema.
— Certo, senhor. 
— Obrigado é eu quem digo, rapaz.... eu quem digo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam do "senhor" e do "rapaz"? E o que acharam da moça? Digam-me :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tentações, Segredos e outros Contos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.