Ilounastia-Lapso Mental escrita por Lunéler


Capítulo 3
Renascer




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A escuridão fazia do momento uma explosão de tontura. Doto nem mesmo pôde pensar, apenas notou-se caindo para trás. A mão que o segurava puxou-o bruscamente, fazendo com que ele tombasse de costas no solo. Na sequência, ele começou a ser arrastado rapidamente na direção para a qual seus pés apontavam. Por causa do susto, debateu-se e atingiu a cabeça de alguém com um chute quase involuntário.

Em poucos segundos, alguns sons surgiram a uma distância relativamente próxima. Eram ruídos de um correr veloz entre as árvores, pelo lado esquerdo. Alguém flanqueava o inimigo e se apre-sentava produzindo o som abafado do impacto entre punhos e abdômen; a sombra em deslocamento havia se chocado com a pessoa que arrastava Doto e o movimento foi freado. Dois personagens tinham entrado em combate próximo a seus pés.

A cena acontecia a dois metros de Doto, que, apesar de cego, podia sentir a movimentação e reproduzi-la na mente. Iniciou-se uma luta braçal em que os dois indivíduos seguravam-se pelos punhos para se imobilizarem. Um deles conseguiu desprender-se e executou dois socos no rosto de seu inimigo, atingindo-o, em se-guida, com um forte chute no peito que o fez cair. Ainda antes de tocar o chão, o homem atingido puxou uma lâmina que estalou o som de um corte. Doto sentiu respingar algumas gotas de sangue em sua face.

O ato foi tão rápido que o camponês não foi capaz de distinguir quem havia sido cortado. Assustado, ele se pôs de bruços e tomou impulso, iniciando uma corrida desnorteada. Nos primeiros metros, surpreendeu-se com um terceiro corpo, seguindo em sentido contrário ao seu; alguém o esbarrou ligeiramente, indo para direção do combate. Antes de se afastar, ainda escutou cascas de árvores serem despedaçadas por uma espada.

Ele correu da forma mais ágil que podia, mas se enroscou nas raízes e troncos pelo chão até cair e ferir os joelhos. Nesse instante se propagou um grito de dor e suspiros de estagnação e de perda de fôlego, vindos do local do conflito.

Ele não sabia o que fazer; se levantasse e corresse, não chega-ria a lugar algum por conta de sua visão, por outro lado, se ficasse, tornava-se um alvo fácil. Aguardou algum tempo e resolveu andar, mas quando se ergueu, alguém veio rapidamente em sua direção e o apanhou pela cintura, levando-o debaixo do braço esquerdo como se fosse um saco.

— Não reaja! Sou eu.

Era a inconfundível voz de Deplório. Ele cortava o ar como um raio em seus passos e Doto, apesar do receio, sentiu-se seguro e nada pronunciou. Percorreram por muito tempo um terreno gramado e arbóreo, que se inclinava em uma extensa descida. Mais à frente, o impacto das passadas aumentou, acusando a presença de um piso rochoso que despencava adiante, em uma fissura de seis metros de largura. O jovem camponês sentiu que Deplório havia saltado de um lado ao outro da rachadura, algo nunca visto por ele. Avançaram na escuridão.

Deplório estava muito cansado, ofegante e suado, mas resistia bravamente ao desgaste, vez ou outra ajustando Doto em seu braço. Eles foram para a encosta de um pequeno morro, onde a vegetação era densa e repleta de cipós e de troncos largos. Subiram em uma mangueira inclinada que permitia a escalada. Ali, desfrutaram de confortável repouso nas ramificações.

Depois de Deplório recuperar sua respiração e se estabilizar, disse:

— Você está bem?

— Sim, estou - respondeu, ainda um pouco atônito.

— Não cometa esse erro novamente. Eu e Tuí partimos para te encontrar quando percebemos que você havia fugido, expondo--nos ao risco. Na situação em que você está, fugir não é uma opção! Aguardaremos Tuí para viajarmos. Durma!

— Mas o que...

— Durma! - Ordenou Deplório, grosseiramente.

Doto estava pasmo por Deplório e Tuí, os Guardiões da Luz, terem-no salvado e sentiu-se envergonhado ao constatar que real-mente de nada adiantaria ele fugir estando cego. O perigo era real, alguém estava atrás dele e não havia mais sentido em tentar uma nova fuga, uma vez que estaria mais seguro perto deles do que per-to dos cavaleiros que os perseguiam. Refletiu um pouco sobre isso, arrependido, mas logo adormeceu, sentindo a constante presença de Deplório em estado de vigília.

No decorrer da noite, lembrou-se de um de seus encontros com Eliff, à porta da casa dele, em que ela lhe disse “acho que não sei mais viver sem você”. Era impossível não sonhar com ela. A menina o abraçava acariciando sua nuca e o beijava com uma sutileza perfeita. Era tão intenso que parecia real... ele sentia o calor do corpo dela. O sentimento que Doto alimentava por aquela moça era algo sobrecomum, um amor intenso e verdadeiro. A força dessa paixão nutria sonhos como esse, que lhe traziam paz em meio a dias tão transtornados.

Uma sequência desnorteada de traços escuros e fortes ocupou o lugar do lindo rosto de Eliff. Em poucos segundos, ele se sentiu amarrado na maca de ferro, ouvindo a canção perturbadora que ficou registrada em sua memória. O gosto de sangue invadiu sua garganta, enquanto sua visão se tornava turva. As lembranças surgiam na sua mente e traziam à tona os estranhos acontecimentos que vivera recentemente.

Como da última vez, acordou suado e com espasmos musculares. Já estava de dia e seus olhos estavam doloridos por estarem sem a venda, sendo iluminados pela luz da manhã. Não havia sinal de ninguém por perto, nenhuma voz, nenhum ruído. Usando a mão para tapar o rosto, desceu da árvore escorregando com seus sapatos velhos de pano. O dia estava ensolarado e o clima, quente.

— Doto! - Chamou Deplório a uma considerável distância. - Não saia de perto! Precisamos esperar Tuí, ele chegou quando ainda era noite, mas está ferido e saiu em busca de uma planta que aliviará a dor.

— O que aconteceu? Quem o feriu?

— Os mesmos que vêm nos seguindo. Quando você se afastou, eles aproveitaram para capturá-lo. Tuí os enfrentou bravamente, mas foi ferido na coxa por uma faca.

O jovem borveniano logo associou as palavras à noite anterior, quando ouvira a luta. O sangue que espirrou em seu rosto estava carregado de culpa, mas Doto não se alterou, pois não tinha afinidade suficiente com Tuí a ponto de preocupar-se. Indiferente, ele caminhou, ouvindo o som de água corrente.

— O que você está fazendo? - Perguntou Doto, aproximando-se curiosamente, seguindo os ruídos.

Deplório mexia em seu equipamento, que era montado com objetos metálicos, facas, punhais e uma espada. Doto não sabia de detalhes, mas pôde deduzir que ele carregava um arsenal de armas de corte e potes de madeira. Levava algum recipiente com água, o qual usava, no momento, para lavar os objetos.

— Manutenindo meu meio de sobrevivência - respondeu.

Doto deduziu que ele pudesse ser um guerreiro que estava viajando ou um mercenário. Pelo manejo com armas, supôs que era normal o envolvimento de Deplório em combates ou brigas. Talvez fosse um assassino.

— Por que carrega essas armas e potes?

— Não pode ver e já conhece sumariamente meu equipamento? É bom que aperfeiçoe sua audição, vai precisar dela. Bem, uso ele para defesa, tenho o aplicado contra os cavaleiros do Norte. Es-tas armas provêm nossa segurança e causam certo medo a eles. Não ousarão te encostar enquanto estivermos por perto, já perceberam que não cederemos. Faremos qualquer coisa para te proteger.

Doto sentiu-se lisonjeado e importante, mas estranhou aquelas palavras, que o colocaram em um patamar mais alto.

— Não pense, porém, que estamos aqui para servi-lo! Na realidade, você terá um árduo trabalho daqui para frente e sofrerá sensações tão ruins quanto se pode sofrer. Queremos apenas mantê-lo vivo para evitar uma grande tragédia.

— Que tragédia? - Perguntou, confuso.

— Ainda hoje explicaremos mais a fundo sobre isso. Agora, se prepare para partirmos, Tuí está vindo.

E pela maciez do vento, viajaram a pé durante a manhã toda como anteriormente, mas em ritmo lento por causa do ferimento de Tuí. No longo caminho, eles conversavam sobre a trajetória a percorrer e manuseavam um mapa de papel. Doto os seguiu com o fio amarrado a seu corpo e já com os olhos tapados novamente.

— Para onde estamos indo? - Questionou Doto.

Eles não responderam, continuaram andando e conversando entre si, como se o rapaz não estivesse ali.

— Alguém pode me responder?

Com frieza, ignoraram novamente o camponês. Doto sentia certo aborrecimento com tal situação, mas preferia não reclamar. Ao invés disso, prestou atenção no que eles conversavam, na tentativa de obter informações relevantes.

— Existe uma trilha próximo deste riacho, mas não é muito segura - dizia Tuí, apontando no mapa.

— Não vamos arriscar. Continuaremos até encontrarmos um esteio energético - disse Deplório.

— E quanto aos cavaleiros do Norte? Qual o limite para o conflito?

— As regras se mantêm as mesmas, romper o contato sempre que possível.

Doto percebeu a relação hierárquica que havia entre eles. Tuí parecia ser o executor dos planos e Deplório, o mentor. As conversas giravam em torno de orientação, mapas, caminhos, trilhas, planejamentos e esconderijos. Quando não havia mais o que ser dito, eles simplesmente se calavam. Assim, a viagem transcorria.

O cenário era basicamente florestal, ora de mata fechada, ora de vegetação dispersa. A fuga da noite anterior os desviou do itinerário, obrigando-lhes a fazer um contorno maior pelo relevo que, por fim, orientou-os novamente.

Certo momento, os dois cavaleiros descreveram o confronto com os caçadores na caverna e, mais recentemente, na floresta. Em ambos, Tuí havia tomado partido, vindo a ferir-se na coxa no último incidente. Na caverna, foi esclarecido que Tuí manuseara uma espada, produzindo o som metálico que Doto percebera. Ele também havia provocado o desmoronamento de algumas pedras frouxas, no intuito de bloquear a passagem dos cavaleiros do Norte. Deplório atuou carregando o borveniano e buscando refúgio. Assim, ficava mais evidente que era Tuí quem duelava com o inimigo.

Após detalhados os fatos, no início da tarde, eles estacionaram próximo a um lago grande, sentaram-se no chão e saborearam algumas mangas que haviam colhido. Comeram também as últimas fatias do pão duro que trouxeram. Depois, Deplório mandou que Doto fosse banhar-se no lago e entregasse suas roupas sujas. O jovem, enfim, parecia ter se conformado com sua situação ordinária e passou a acatar os conselhos que recebia.

Doto aliviou-se ao entrar na água fria; o cheiro de vômito e suor se dissiparam e ele sentiu-se restaurado e limpo. Saiu do lago pisando delicadamente nas pedras no fundo da água. Deplório se adiantou, entregou-lhe roupas limpas e o conduziu até a sombra de uma árvore.

Eram trajes largos de formato um pouco diferente que fizeram ele se vestir desajeitadamente. Seu companheiro o auxiliou, o pôs sentado no chão e cuidou de seus machucados dos joelhos. Aquilo soara um pouco estranho, principalmente vindo de um guerreiro portando diversas armas. A forma como Deplório prestava sua assistência a Doto assemelhava-se aos cuidados vindos de um pai para um filho. Para o camponês, o ato configurou-se tanto em desconfiança como em simpatia. Ele não sabia o que pensar a respeito... os dois mantiveram-se calados.

Depois de recomposto, o trio seguiu um caminho que levava a uma estrada de terra, uma rota de carroças comerciais. Beiraram o canto da estrada até o sol começar a se pôr, quando, então, encontraram uma construção abandonada à direita da estrada.

Era uma pequena arena semicircular, sem teto, com boa parte das paredes derrubadas e piso de lajotas, onde entraram e se acomodaram. Tuí olhava insistentemente para o céu, observando o movimento de nuvens cinzentas, enquanto Deplório retirava seus equipamentos do corpo.

— Doto, preste atenção. Chegou a hora de mostrar quem somos. Peço que reflita profundamente sobre o que vou falar e pergunte com inteligência.

O jovem pareceu intrigado, ficou um tempo em silencio, mas concordou. Inicialmente, ele buscou acomodar-se, sentado no chão, com as costas voltadas à parede, as pernas cruzadas e a cabeça baixa, depois tentou concentrar-se no que seria dito, embora estivesse cansado. Um aspecto sério e místico pairava sobre a situação. O ritmo pausado e grave da voz de Deplório se iniciou, provocando arrepios em Doto.

— Vou te contar uma lenda! Porém, preciso que você compreenda alguns detalhes. Acho que é conveniente eu te perguntar o que você pensa sobre a morte?

— O quê?! Por que está perguntando isso?

— O ser humano tem uma forma típica de lidar com a morte. As tradições e crenças levam a temê-la e rejeitá-la, pelo medo do desconhecido. O que ainda é um segredo é que o fim não é o fim. Existe um lugar para onde se caminha!

— Do que está falando?

— A origem desse lugar ainda é desconhecida, mas a Lenda de Exílio pode explicar. Esta lenda foi difundida há muitos anos entre os povos, mas se perdeu no tempo e nas diferentes culturas, modificou-se e foi esquecida. Ela explica em linhas gerais e metafóricas a criação do Vale, um projeto inacabado de um alguém exilado pela solidão, pela dor da perda de sua esposa. Hoje ainda se podem encontrar suas raízes disseminadas nas diversas seitas, principalmente no leste de Ceada e nas ilhas do Estamento.

Apesar do nível intelectual limitado de Doto, ele entendeu. Jamais ouvira falar na Lendo do Exílio; o vilarejo de Borvênia e toda a região da planície da Laguna eram desprovidos de uma crença unificada, embora uma minoria frequentasse o pequeno templo do pátio central. Alguns povos cultuavam deuses relacionados à terra, outros praticavam ritos de dança e oferendas, e alguns poucos simplesmente não se questionavam sobre isso, como era o caso daquele local. Talvez essa tenha sido a causa do desinteresse por parte de Doto.

— Certo, entendi. Mas o que isso tudo tem a ver comigo?

— Tenha paciência e entenderá. É importante aceitar que a morte é apenas uma mudança de estado. O Vale tem sido o grande refúgio a todos que encontram a morte, pois ele é como uma cópia, uma casca deste mundo, um grande eflúvio espiritual capaz de trazer à tona os sentimentos humanos, embora nem sempre em sua plenitude. Quando morremos, é para lá que vamos. Durante muito tempo, este local esteve se erguendo e se expandindo, para atender a todos que chegavam. Entretanto, alguns anos atrás, houve um horrível conflito entre o Vale e um indivíduo chamado Ectus. Diz-se que ele não é humano, que descende diretamente do Criador e que veio para destruir o Vale. Hoje, ele está aqui, no plano real, construindo seu exército para obter domínio e poder.

— Está dizendo que ele é um deus ou algo parecido?

— Não sabemos o que ele é exatamente, mas seu exército está se expandindo para exterminar os seres humanos. Assim, o sistema do Vale vai sobrecarregar-se e ruir. Sabemos que o principal objetivo de Ectus é destruir o Vale.

— Mas... como ele pretende fazer isso?

— Através de um único fator: o desequilíbrio! Bom, isto é um pouco complexo - respirou. - Procure entender do que somos feitos. Tudo o que você vê a sua volta é um grande aglomerado de energia, um fluido abstrato e metamórfico. As folhas, as árvores, as nuvens, o céu, a terra, a rocha, a luz, as pessoas e qualquer outra coisa que por nós possa ser vista, sentida, compreendida ou não, possui duas formas distintas e concomitantes. São modalidades de energia que se completam e interagem constantemente, dando corpo a tudo o que vemos e sentimos. A primeira delas nós chamamos de Biostere, uma força que dá consistência à matéria, uma energia bruta, densa, estática. A outra, talvez a mais importante para nós, é a Eustase, a energia que compõe os sentimentos, uma grandeza leve, lapidada e dinâmica. Ectus pretende causar o desequilíbrio dessas duas grandes massas energéticas e, assim, destruir o Vale, já que este lugar é composto basicamente de Eustase. O problema é que este desequilíbrio não destruirá apenas o Vale, pois tudo parece estar interligado em uma grande rede abstrata. Quando a Biostere e a Eustase entrarem em desequilíbrio, ocorrerá um efeito devastador e o caos dará conta de destruir tudo o que existe.

— Está dizendo que isso é o fim do mundo?

— Em linhas gerais, sim! Chamamos este efeito de Fator Ilounastia. Ele não é essencialmente o fim dos tempos ou alguma pre-determinação vaga sobre a existência. Dizem que os céus são tomados por nuvens carregadas, tingidas de vermelho, e causam uma incessante tempestade. Tudo se destrói com terremotos, furacões e erupções vulcânicas. As antigas lendas contam que o Fator Ilounastia já ocorreu inúmeras vezes, arrasando a humanidade e a natureza em um piscar de olhos, mas a vida sempre se reerguia. Há quem acredite que este evento tem uma forte relação com o humor do Criador. Porém, isso é...

— Espere! - interrompeu Doto. - Já entendi isso tudo, essa conversa fiada de Vale, Ectus, energia... Mas ainda não entendi o que isso tem a ver comigo. Eu nem conheço vocês, nem sequer posso vê-los! Como querem que eu acredite no que estão dizendo? Quem me garante que vocês não são loucos ou criminosos?

— É aí que você entra, meu caro! O confronto entre o sistema do Vale e Ectus nunca cessou. Enquanto os exércitos aumentam e conquistam cada vez mais territórios, o Vale busca uma maneira de destruí-los. Talvez a forma mais bem-sucedida tenha sido a sua criação. Você faz parte de um projeto de destruição de Ectus, nasceu para matá-lo! Por isso você possui este dom mental. Eu e Tuí fomos enviados para cá com o único objetivo de ajudá-lo a se desenvolver para que consiga enfrentar este indivíduo.

— O quê? Nunca soube de nada disso. Vocês foram enviados? Quem os enviou? - Questionou Doto, com certa indignação.

— O Vale nos enviou!

Por um momento, Doto sentiu-se enganado, entendeu aquilo tudo como uma mentira estapafúrdia e lunática. Não achava possível que houvesse algum tipo de conflito, muito menos acreditava que ele tinha algum poder especial e que fora fruto de um sistema espiritual. Ele estava estressado, impaciente e confuso. Debochava da ideia esdrúxula de que eles vinham de outro mundo. Não acreditou naquilo e, quando pretendia negar todas aquelas informações, surpreendeu-se com sua visão. Por detrás do pano, via pequenos pontos de luminosidade, aflorando gradativamente.

— Estou enxergando! - Exclamou.

Era como renascer, como sair de um pesadelo profundo, como se libertar das correntes da escuridão. Com certo cuidado, retirou a venda de seus olhos, ainda protegendo a face com as mãos e sentiu a luz penetrar sua retina, apresentando uma imagem ainda muito embaçada, que pouco a pouco se tornou nítida e trouxe alívio e pavor.


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