Sonic The Hedgehog: Outside N'Counter escrita por Hunterx


Capítulo 37
Tumba invadida - Parte 4: Downunda


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores. Como estão?
Enfim o hiato terminou. Peço desculpas pela demora, mas a história continua.

Boa leitura e divirtam-se!



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Os acontecimentos a seguir ocorrem ao mesmo tempo que os capítulos anteriores.

Como membros do Time Chaotix, teremos:

Vector Crocodilo: estiloso, estrategista e líder

Might Tatú: fortíssimo e fiel aliado casca grossa

Charmy Abelha: voador e jovial escudeiro

Ray Esquilo: sentimental e companheiro inseparável

E como membros dos Lutadores da Liberdade de Downunda, teremos:

Walt Canguru: audaz, destemido e líder

Barby Coala: capacitada, de atitude forte e gentil

Stu Vombate: atencioso e corajoso

Guru Ema: pacifista, empático e “relax”

Como membro destacado, teremos:

Luke Kaji: tenreque misterioso e sombrio que também é aventureiro e forte

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Contextualizando...

(Trecho do capítulo “Preparando Terreno”)

Base Itinerante dos Lutadores da Liberdade de Downunda | Madrugada

— O que houve?! – Perguntou Walt, surpreso.

— RÁPIDO! – Gritou Barbie – LÁ FORA!

Todos mesmo, sem exceção, correram as pressas para o exterior da tenda. Lá fora, puderam ver duas naves do domínio de Eggman seguindo para o sul. Vector, usando de suas habilidades investigativas, começou a analisar e avaliar bem o que de fato estava ocorrendo:

— Naves do Eggman não voam tão baixo assim... E mesmo se o fizessem, eles nos atacariam sem pensar duas vezes... Estão indo para o sul... e para o sul daqui fica a...

Might logo entendeu:

— ... ANGEL ISLAND!

— Mano do céu... Temo que vazá! – Exclamou Vector.

Walt, que havia ouvido tudo, deu sua opinião:

— Angel Island está a muitos metros do solo de Downunda. Na altura que eles estavam, não conseguiriam içar tanto o vôo... Acha mesmo que era pra lá mesmo que seguiram?

— Aposto meu Genesis que estão indo pra lá! – Disse Vector – Tô manjando essa galera desde Soumerca. O que impede de estarem com o Knux dentro de uma dessas naves? Ou talvez Eggman esteja envolvido? Tem muito lance sinistro, brow...

— Como pode ter tanta certeza? – Disse Barbie, olhando para o crocodilo.

— Maninha, escuta: é mó intuição minha, saca? Já tô pensando no pior a muito tempo... e eu ainda tô aceitando a coça que levamos do trevoso lá... Então melhor a gente vazar pra Angel Island agora! De manhã a gente já tá lá!

E em uma outra parte de Downunda...

Vilarejo Little Outback | Início da manhã

Dormindo em suas camas, lá estavam o tenreque Kaji e o tasmaniamo Blastion. Com o céu ficando ligeiramente mais claro evidenciando que os raios solares já dariam um bom dia ao continente, um estrondo ao longe foi o suficiente para despertar aos dois. Kaji, que ainda estava em sua forma dark, logo foi a janela e, no horizonte, pôde ver um intenso clarão.

— Hã?! Mas... O que foi isso?

— Eu não tenho a mínima ideia, jovem... – Disse o ancião, a seu lado na janela – Mas temo que algo de muito ruim está acontecendo.

— Porque o senhor está dizendo isso?

— Jovem, é naquela direção que fica a ilha flutuante Angel Island.

— Angel Island?! Esse lugar... Ele existe mesmo?!

— Sim, jovem tenreque...

— Ok, muito bem... Me responda uma coisa: esses clarões não são normais, não é?

— Não.

— Você disse que é naquela direção que fica a Angel Island... A esmeralda mestra existe também, não é?

— Exato. Mas o que você quer com isso?

— Algo de muito ruim está acontecendo então... e isso pode ser por causa do Eggman desse mundo.

— Eggman? Então ele também existe de onde você veio?!

— Sim... Ele existe... infelizmente. Senhor Blastion, eu tenho que ir até lá.

— Jovem, está louco? Isso pode ser muito perigoso!

— Com o devido respeito, eu realmente não me importo com os riscos.

— Kaji?! Porque está dizendo isso?

— De onde eu vim faço parte de um grupo de resistência contra Eggman. Não importa o lugar e muito menos o motivo: se ele está agindo contra os oprimidos, eu devo ajudar com tudo o que tenho!

— Kaji... Então você...

— Esse é meu estilo de vida. Eu protejo as pessoas que não conseguem se defender. Eu lhes dou uma esperança de vida... Meus amigos também tem esse pensamento e eu espero que estejam bem...

E com o tenreque começando a ter sombras esvoaçantes saindo de seu corpo, ele então correu em direção ao sul, voltando a sua forma normal a cada segundo de exposição aos raios de sol que clareava o lindo céu daquela manhã já conturbada...

A preparação foi rápida por parte de todo o grupo.

O dia seria bem longo no...

Continente de Downunda

Deserto de Downunda | Sul do continente

O sol da manhã tomava mais força enquanto os Chaotix junto com os Lutadores da Liberdade de Downunda caminhavam rumo ao sul. O deserto do continente no extremo de Mobius guardava em sua dunas e areias muitas histórias e mitos, mas desta vez o conto era bastante real e ao vivo.

Vector e Walt lideravam os dois grupos, que caminhavam para o interior de umas floresta ao fim da imensa faixa de areia que formava o deserto. O frio da manhã ainda lhes fazia companhia, mas sem o incomodo das baixas temperaturas da noite. Com o sol brilhando, eles viam os raios iluminarem a mata densa, com a folhagem impedindo boa parte da fonte.

A caminhada de estendeu por mais uma hora, para enfim chegarem ao ponto culminante que tinham como meta a mais de três horas. Após tanto tempo, eles finalmente encontraram:

Base Avançada do Domínio de Eggman | Manhã

— Achamos o bangalô do oval! – Disse Vector.

De fato, os Chaotix e os Lutadores da Liberdade de Downunda haviam chegado ao local. Frente ao portal principal, haviam pelo menos quatro swatbots fortemente armados, juntamente com soldados Nocturnes, mas havia algo diferente neles:

— Tá, mas... Porque esses soldados malvados estão com esse símbolo na testa?! – Perguntou Charmy.

— Ok... Boa observação... – Vector tomou a palavra – Tô me baseando de que os Nocs tem algo a ver com isso, mas vamos na maciola: pessoal da Legião Sombria pode ter mudado de uniforme ou sei lá... E eles tão bem armados e não parece que tem poucos... Então vamos tratar como a mesma coisa, falei?

— Muito bem, Vector... – Desta vez era Walt – O que devemos procurar por aqui? As naves pousaram aqui e não vimos nenhuma movimentação para a Angel Island... Tem algo que não faz sentido.

— Tô contigo e não abro, brow.

Só que Barby não entendeu e:

— O que não faz sentido? Não viemos aqui para uma excursão...

— Maninha... – Novamente Vector – Antes de fazer qualquer parada, fica ligada que a gente precisa investigar antes da ação.

— E vamos ficar parados aqui só observando?

— Claro que não, caraca... Só me deixa pensar.

Logo um tipo de ogiva surgiu no centro da base, levantando suspeitas. A escotilha de resfriamento se abriu, ocasionando um forte clarão que quase os cegou, atrapalhando a visibilidade por alguns minutos. “O que foi aquilo?” foi a pergunta que todos fizeram mentalmente.

— Nossa... Porque isso aconteceu?! – Perguntou Charmy, confuso.

— Isso sim foi Inesperado... Mas o que significa? Porque esse clarão? – Might repetiu a dúvida de todos.

Vector ficou pensativo.

E assim o crocodilo detetive fez, ficando um tempo calado e analisando o que deveriam fazer. Todos ainda estavam assustados e curiosos pelo forte clarão, enquanto Walt fez companhia ao crocodilo.

— Essa base avançada sempre trouxe problemas para Downunda.

— Tô ligado...

— Tentamos fechar com esse lugar a muito tempo, mas...

— Eu também tô ligado nesse “mas” aí... Tá falando do Bill, não é? (Duck “Bill” Ornitorrinco, antigo membro dos Lutadores da Liberdade de Downunda)

— Ele que está no comando dessa base.

— Eu já sabia... Da última vez foi por causa do manolo que a gente se deu bem contra o Dr Finitevus... (na épica saga da HQ Sonic Universe #29 a #32)

— Por isso viemos também, sem pestanejar. Mas estou preocupado com ele...

— Tô ligado... – Disse Vector, se levantando – Vambora...

— Pra onde?!

— Hora da gente montar uma estratégia. Tem uns lance sem pé nem cabeça que eu percebi nesse meio tempo...

Vector caminhou para dentro da floresta, o que deixou a todos também preocupados.

Minutos depois...

Usando como mesa o tronco cortado de uma árvore, o grupo se reuniu em volta da plataforma, com Vector fazendo anotações em um quadro improvisado com folhas e musgos. O crocodilo começou então a falar.

— Galera, isso aqui é só um esboço, mas melhor todo mundo ficar ligado que isso pode salvar nossas cabeças...

— Vector, o que você estava pensando mais cedo? – Perguntou Might – Você quando age assim é porque a coisa é mesmo bem séria...

— Sim, brow... É muito séria.

— Mas por-porque?! – Desta vez era Ray – Nós já sa-sabíamos que seria pe-perigoso, mas não tanto assim!

Toda essa comoção foi por causa do que estava escrito ao quadro. As anotações eram as seguintes:

Soumerca

Eggman

Lien-Da

Shadow

Nocturnes

Downunda

Angel Island

Dimitri

Knuckles

A relação entre eles era uma incógnita, coisa essa que Stu Vombate não entendia.

— Parece até uma charada... O que você pensou, Vec?

— Se eu conheço meu mano, lá vem papo de detetive... – Barby suspeitava.

E o detetive, como chamado, começou a explicar.

— Tudo começou em Soumerca. Lá encontramos o trevoso do Shadow com Lien-Da que estavam com o Draco que raptou o Knux... Beleza, então viemos parar aqui porque era a única forma da gente salvar a própria pele... Desde então não tivemos mais notícias de ninguém e de nada. O certo seria voltarmos agora pra Nova Mobotropolis ou até mesmo Soumerca e investigar por lá, mas...

— O que tem de “mas”, Vector? – Disse Charmy.

— Maninho, a gente foi atacado pela aquela armada de badniks pra mano nenhum botar defeito do nada! E eles tinham esse mesmo símbolo dos Nocs aí... Estão conseguindo acompanhar?

Walt tomou a palavra em seguida:

— Está insinuando que a armada de badniks agiu de forma coordenada com o que vimos na base, não é?

— Ding ding! Essa parada, Walt! Agora que vamos tirar um bijú... – Disse Vector, pegando um comunicador – Aí, Dimitri? Tá me ouvindo? Câmbio.

E após alguns segundos:

— Aqui quem fala é Dimitri! Identifique-se!

— Qual foi? Sou eu! Vector. Câmbio.

— Como conseguiu essa frequência? Somente eu e o guardião podemos nos comunicar!

— Você sabia que temos o Espio na nossa turma? Tu acha mesmo que nosso Shinobi iria vacilar? Cambio.

— Hm... O guardião sempre tem que deixar brechas. Embora sejam aliados, informações sigilosas são importantes... Muito bem, o que você quer? Estou monitorando cada canto dessa ilha porque...

— ... os Nocturnes podem invadir. É isso? Câmbio.

— Como você sabe dessas informações?

— Digamos que tamo no meio de toda a treta e que essa parada dos Nocs já vazou faz tempo...

— Eu avisei ao guardião para que não abrisse a boca...

— Aí, fica na atividade porque o Knux não tem nada a ver com isso. Pior: pegaram nosso brow!

— O QUE?! O GUARDIÃO FOI CAPTURADO?

— É... Sei que é tenso saber...

— FORAM OS NOCTURNES?

— Provavelmente... Mas vamo voltar pro foco!

— Foco?! Depois disso que você me disse, essa ilha pode ser atacada a qualquer momento!

— Também tamo sabendo disso. Mas fica sussa: a base avançada está sereninha... ainda.

— O que?! Não me digam que estão na Base Avançada de Eggman?!

— Sim e não... Estamos próximos, mas não invadimos ainda. E esse foi um dos motivos de eu ter entrado em contato contigo, velhote!

— O que você está pensando?

— Papo reto, velho: teve algum tipo de caô por aí nessas horas?

— Não... Sequer um mísero inseto. Porque?

— Bom saber... Pelo visto o que eu imaginei tá acontecendo...

A falta de transparência de Vector estava deixando Barby impaciente:

— MANO, DIZ LOGO O QUE VOCÊ PLANEJOU! Estamos perdendo tempo...

— Ei, calma... Fica fria!

Walt estava no lado de Vector, mas também deu razão ao pedido da coala:

— Vector, seja lá o que você pensou, hora de elucidar tudo. Você acabou de entrar em contato com Dimitri diretamente com a Angel Island... e você não disse isso pra ninguém até agora!

— Teve um bom motivo... Tipo: eu manjo de som, saca?

— Ok... Mas o que isso tem a ver?

— Durante nossa luta contra a armada de badniks lá em Rusty Ruins eu percebi uma frequência diferente...

— Mas como? Você tem essa habilidade?

— Não... Mas meu headphone é sensível a interferências e frequências. Tava no maior auê na batalha quando, no último movimento que tomamos pra atravessar o anel warp, um chiado cavernoso e sinistraço veio na hora pra mim...

— Hã?! Mas porque você não disse isso antes? – Perguntou Might.

— Porque um detetive recolhe dados e evidências pra depois montar uma linha de investigação, brow. Agora que essa bagaça fez sentido, saca?

— E o que ouviu? – Perguntou Stu.

Vector se afastou do grupo, indo em direção a trilha. Logo voltou a olha-los, dizendo:

— “La verdad está en nuestra palabra. ¡Únete seguro! ¡Los Nocturnos son tu razón de vivir! ¡Tenemos la verdad, así que ten paz!"

— O que?! Mas o que... – Tentou dizer Barby.

A confusão tomou conta de todos, não compreendendo o que aquela frase em um idioma que não conheciam eram ditos por Vector. Mas a tradução veio em seguida.

— “A verdade está em nossa palavra. Junte-se seguro! Os Noturnes são a sua razão de viver! Nós temos a verdade, então fique em paz!”. Essa frase ficou se repetindo várias vezes. E ela continuou sendo ouvida até destruirmos os badniks aqui em Downunda.

— Mas o que isso quer dizer? E como só você conseguiu ouvir? – Perguntou Walt.

— Devagar, brow... Tipo, eu só lembrei dessa parada porque percebi que os supostos legionários estão junto com os swatbots do Eggman, mas com aquele símbolo dos Nocs... E agora o ponto: essa frequência sonora só foi ouvida por mim por causa do meu headphone, que conseguiu criptografar e me dar um som bem zuado mas que eu consegui entender. Agora raciocinem comigo: Draco estava dizendo o nome dos Nocs que nem um militante político, totalmente fora do personagem e querendo levar o Knux... e ele conseguiu! Agora tem essa desses soldados aí...

Walt também começou a pensar:

— Nunca vimos a Legião Sombria vestirem esses uniformes...

E Barby jogou a real:

— Não é a legião.

— O que?! – Disse Stu.

— A legião teria nos atacado em nossa base. Outra: na certa, se fosse mesmo o que sempre acontecia, Lien-Da já estaria a frente de tudo.

— Sim, maninha... – Disse Vector, continuando – Outro ponto: Knux disse que Trash tinha dado fim a todos os equidnas de Mobius, com exceção dele. Como Lien-Da estava em Soumerca se o vacilão do Trash fez tudo aquilo em Albion? E Shadow estava com a grã mestra em Soumerca ajudando o Draco a levar o Knux... É essa relação que não bate, não faz sentido...

— Hm... – Desta vez foi Might em tomar a palavra – Shadow voltou a trabalhar com o Eggman então? Ou está sendo controlado pelos Nocturnes com esse suposto controle mental? O fato é que tudo leva a crer que Eggman está na jogada!

— Tudo leva pra esse lado, mano. Só que o Eggman não deu as caras ainda, o que não faz sentido. Pessoal das quebrada como ele já teria feito todo um palanque megalomaníaco que ele sempre curtiu fazer... Tá estranho isso, na boa... Nem sempre as bases do Eggman foram exemplo de segurança, mas...

— Mas e o Draco? – Perguntou Charmy – Ele dizia que “só os Nocturnes podem trazer a ordem” o tempo todo, aquele desmiolado...

Essa última palavra da abelha serviu como um gatilho para Vector, que gritou:

— DESMIOLADO?! CARACA! ELE TÁ SOFRENDO CONTROLE MENTAL! É CLARO!

Todos se assustaram, onde Walt tomou a palavra:

— O que está dizendo?!

— Charmy, você é um gênio! – Disse Vector, abraçando seu amigo.

— Hã? Eu sou?!

— Sim, maninho! Esse som que meu headphone captou... É uma frequência binaural!

— O que é isso? – Perguntou Stu.

Mas acreditem: a explicação veio justamente do único membro do grupo que não havia falado uma só palavra. Meditando todo esse tempo, eis que Guru Ema disse:

— Ahummm... – Ele terminou sua meditação – Sons binaurais, gente boa... Não existe coisa melhor pra relaxar. Cada um na sua, mas na sua cada um sente... É algo cósmico e universal, mágico e transcendental... É um movimento e uma ação unidos... Esse som, um batuque orquestrado pelos anjos, tem em cada um com uma finalidade diferente, como equilibrar a energia dos chákras ou “reprogramar” a mente com afirmações positivas para superar crenças negativas. Ou seja, é só por pra tocar e seguir numa viagem relaxante e de paz... Totalmente smooth.

Os olhares nada complacentes de todos diziam por si só que Guru sabia mesmo o que estava falando. E ele estava certo:

— É, o relax aí tá certo. Esse tipo de som causa isso na galera... e pelo visto os Nocturnes tão usando algo parecido.

— A frequência deve ser bem baixa então... – Disse Barby.

— Sim... Quase inaudível, pra não dizer outra coisa.

E Guru completou:

— É a ordem natural da normativa musical, gente boa: você não consegue tocar a música, mas a música consegue tocar você. Esse som na certa entra nos nossos ouvidos sem pedir licença e faz a viagem ser desagradável... Só estou falando, gente boa.

Partindo do que Guru acabou de dizer, Stu voltou a dar sua opinião:

— Espera aí... Só um minuto... Se isso que você disse for verdade, então...

— Controle mental é uma arma deles! – Disse Barby.

— Hm... Algo não está certo ainda... – Walt pensou em uma situação.

— O que foi? – Perguntou Vector.

— Se esse tal som causa reações como controle mental, porque nenhum de vocês sofreram com isso?

Isso deixou a turma totalmente pensativa, mantendo a dúvida por alguns segundos. Isso porque Guru novamente disse:

— E gente boa... Como podemos saber se os Chaotix não estão nessa viagem do caminho errado das coisas? Só estou dizendo...

Walt não gostou do que o Ema disse, indo em sua direção.

— Sem essa de falar absurdos, Guru! Temos plena confiança nos Chaotix!

Todavia, até Vector entrou na conversa:

— Ele tá certo, Walt.

— Como é? Vocês vieram até nós com um baita problema, lutando contra uma armada de badniks armados até os dentes! Não tem como vocês estarem sob controle mental!

— Não é esse o ponto, brow. O relax aí tá certo numa coisa: não dá pra confiar em ninguém se essa bagaça for mesmo real. Qualquer um pode tá de tocaia e agindo de X-9. Vou repetir: se for verdade, tá todo mundo inseguro.

Adicionando um tom mais crítico, Stu disse um fato:

— Isso quer dizer que o Bill já está sob controle deles.

A reação foi imediata: todos os Lutadores da Liberdade de Downunda ficaram cabisbaixos, sabendo de que seu amigo provavelmente estava dominado pelo poder da Sound Brain dos Nocturnes.

Mas quebrando o clima desolador, eis que um ruído entre os arbustos, o que fez com que todos entrassem em prontidão. E saltando para a clareira onde estavam, eles voltaram a ver:

— LUKE?! – Todos gritaram ao mesmo tempo.

— Opa... E aí, pessoal! O que está acontecendo? Eu vi um clarão mais cedo. Vi lá de longe até...

O jovem tenreque apareceu do nada, mas uma explicação sobre os fatos era necessário. Todos sabiam que ele era um forte aliado.

Minutos depois...

— CONTROLE MENTAL?!

O grito de Kaji se uniu a todas as outras reações ao assunto. O tenreque não pôde acreditar no que tinha acabado de ouvir, onde Vector interpelou-o:

— Porque você saiu correndo do nada naquele dia?

— Ah bem... Tipo... É que... É que eu precisava voltar pra casa, é isso!

— Casa? Você nem desse lugar é!

— Digo digo digo... Pra casa do ancião que me acolheu! O Blastion, lembra?

Might levou a conversa para um lado mais racional, embora ofensivo.

— Você sumiu do nada... Voltou pra sua casa... Está morando com esse senhor chamado Blastion... e agora você está aqui, vindo do nada. Kaji, estávamos falando mais cedo sobre controle mental via som ou sei lá... Como saberemos que você não está sob efeito disso?

— Como é?! Eu não! Estou totalmente ligado na minha. Eu nem sei quem é essa gente que vocês disseram que se chamam Nocturnes...

— Hm... E aquele seu poder? Parecia até que você estava possuído...

— Ei, o que tem com isso? Algum problema com meu poder, hein?

— Claro que sim! Você é um completo estranho que veio do nada e tem um poder que ninguém conhece! Como acha que eu devo pensar?

— Ter menos preconceito é um bom caminho, sabia?

— Mas isso não responde a minha pergunta!

— E sendo grosseiro assim não vai resolver nada!

Os ânimos estavam exaltados entre os dois, com ambos rangendo seus dentes e se provocando. Mas Ray logo interveio:

— Might, o que vo-você está fa-fazendo?

— Tentando ser cuidadoso!

— Mas... Mas você co-consegue fazer melhor do que isso! Não pe-percebe que está assustando ele?

— Hm... Ray, talvez você esteja certo, mas...

— Nada de ma-mas! De-deixa o Kaji pro-provar que é co-confiável então, pois ele até já nos ajudou na lu-luta contra a Armada Badnik dos Noc-Nocturnes! Não se-seja tão duro com ele!

— Ah cara... Tá, você está certo. Eu agi errado... – Disse o tatu, virando para Kaji – Desculpe, cara. Eu só estava tentando ser mais cuidadoso, mas você já fez muito pela gente.

— Tudo bem, relaxa... – Disse o tenreque, sorrindo – O bom é que a gente se entendeu e assim fica melhor.

Entendidos e aceitando que Luke fizesse parte da equipe, Vector novamente conversou com Dimitri.

— Velhote, tem como tu monitorar toda a ilha?

— Sim... Cada centímetro.

— Beleza... Vamo agir aqui embaixo, mas tu precisa fazer tua parte.

— O que tem em mente, jovem? Não é hora para traquinagens!

— Não, velhote... Longe de fazer isso... Só que tu vai ter que manter contato comigo o tempo todo.

— E porque?

— Nós vamos entrar na base.

Isso sim soou como uma bomba, que Walt Canguru quis no mesmo instante entender:

— ENTRAR NA BASE AVANÇADA ASSIM DO NADA?!

— Fica sussa, Walt. Brow, faz parte do plano.

— Então o que você quer com isso?

— Simples: eu tava reparando que as naves tavam voando baixo. E aquele tipo de nave que a gente viu não servem para serem bombardeio. Então os Nocs na certa estão fazendo outra parada...

Barby deu sua opinião:

— Algo lá dentro parece esconder segredos, não é?

— Isso, maninha! Na mosca!

Might não demorou em perguntar:

— O que significa isso? Na sua mente, eles, os Nocturnes, tem um plano maior?

— Isso... Eles não estão com pressa em invadirem a Angel Island. Até Eggman e o fedido do Dr Finitevus já teriam tentado isso a muito tempo, ainda mais pelo Knux ter sido raptado. A esmeralda mestra está lá...

— Ah... Então foi por isso que você escreveu esses nomes... Você estava tentando relacionar tudo.

— Isso mesmo, Might... O que nos leva a um último grilo: porque estão retardando tanto essa invasão?

Kaji, até então só acompanhando a conversa, tomou a palavra após conseguir entender o povo de informação que sabia:

— Não sei muito disso, mas... No meu mundo com meus amigos Scarlett e Electro, nós sempre fazíamos planejamento pelo menos uma semana antes de colocarmos em prática. Porque fazíamos isso? Bases do Eggman, pelo menos no meu mundo, costumavam ser protegidas e, principalmente, esconderem informações a mais do que precisávamos.

— Porque está dizendo isso? – Perguntou Vector.

— Porque se essa gente aí que você disse que está retardando pra invadir a Angel Island, é porque provavelmente querem ter mais coisas que estão atrás. Ou seja, qualquer vantagem é válida!

E o crocodilo, raciocinando rápido com a união de tudo que tinha em mente, concluiu a lógica:

— Eles devem ter outros objetivos além da esmeralda mestra!

Vector chegou a uma conclusão que deixou a todos preocupados. Qual seria o principal objeto do clã equidna Nocturnes? A esmeralda mestra por anos foi alvo da ganância de Eggman e de vários outros vilões, sendo a principal fonte de energia desejada por eles. Mas além da esmeralda mestra, o que mais haveria de valor na ilha flutuante de Mobius?

Os Lutadores da Liberdade de Downunda e os Chaotix não perderam mais tempo com mais conversas e planejamentos. O desejo por parte de Vector era descobrir o que de fato estava acontecendo. Até mesmo o assunto pendente em resgatar Knuckles ficou em segundo plano, já que a urgência necessitava de atitudes rápidas e pontuais.

E sob sua narrativa, Vector separou as equipes.

“Vamos bem devagar... É hora de um pouco de trabalho em equipe, mas não com todo mundo junto e sim separado...”

O crocodilo separou as equipes: junto a ele, estavam todos os Chaotix. Charmy, Ray e Might o acompanhava por uma escotilha próximo a uma área de ronda de soldados Nocturnes. Astuto e observador como era, ele rapidamente entendeu o intervalo de patrulhamento, com Charmy e Ray, por serem voadores e pequenos, ajudando na abertura da porta. Might foi em seguida, segurando a escotilha, que parecia pesada, aguardando que seus amigos entrassem, inclusive Vector. Simples e limpo, o tatú fechou a escotilha, com todos se esgueirando pelo duto escuro.

“Eu e os Chaotix iremos para o centro de comando. Já tínhamos as plantas desse lugar a muito tempo, então os lugares são os mesmos. Tenho certeza que vamo encontrar muita coisa útil...”

No outro lado da base avançada, lá estavam os Lutadores da Liberdade de Downunda, liderados por Walt. O próprio, assim como Stu, Barby e Guru, seguiram para uma baía onde ficavam estacionados naves e drones do domínio de Eggman.

Por lá, havia uma grande entrada, fortemente armada e com patrulhamento constante. Não seria fácil atravessar sem serem vistos, mas Walt tinha pleno conhecimento do lugar, compartilhando essa informação durante o planejamento de Vector. Por isso, e para evitar confrontos, o canguru líder do time de Downunda levou a sua equipe por uma entrada no subsolo, livre de suspeitas e um ótimo subterfúgio para adentrarem.

“Os Lutadores da Liberdade de Downunda seguirão para a área de armazenamento da base. Precisamos saber o que os Nocturnes tem como armamento e insumos. Tamo no meio dessa confusão toda, então temos que saber quais são as muambas que eles tem e a quantidade. Se é pra brincar e descer pro play com essa gente, então vamo fazer certinho como manda o figurino!”

Como Luke era um velocista e tinha poderes únicos, Vector propôs que ele fosse diretamente ao bunker principal, para que, caso houvesse necessidade de confrontos, o jovem tenreque pudesse sair a tempo suficiente para avisar a todos. No mesmo instante haveria um procedimento de fuga. Sua missão: encontrar qualquer evidência de contato com Eggman e, caso fosse encontrado, salvar possíveis mobianos capturados. Não foi descartado que Knuckles pudesse estar na base.

Como combinado, Luke Kaji usou de sua velocidade para não ser visto, entrando ao grande pavilhão, que estava cheio de soldados Nocturnes. Usando de seus poderes sombrios, ele se escondeu na escuridão de uma pequena abertura entre nós caixotes que estavam no galpão.

“Kaji... Ele vai ser o elo entre nós e os Lutadores da Liberdade de Downunda. Qualquer grilo que der, ele vai dar blerg e chamar todo mundo de uma só vez. Vai ser no improviso dos mano, saca? Legal... Vamos nessa!”

O plano estava em prática.

Mas havia um “mas”...

Centro de comando da base avançada | Tarde

— Não sei quanto a vocês, mas não foi tão difícil assim entrar... – Disse Might, aliviado.

Após se esgueirarem pelos dutos estreitos da fortaleza de Eggman, os Chaotix também precisaram evitar a vários soldados Nocturnes pelos corredores. Por sorte, houveram mecanismos e itens no cenário úteis para que se escondessem, a fim de chegarem enfim a sala de comando.

O lugar era escuro e repleto de computadores. Charmy e Ray logo usaram de suas habilidades de voadores e desligaram as câmeras de monitoramento, sendo substituídas por apetrechos de Vector para burlar as imagens por outras estáticas, para que ninguém suspeitasse da segurança.

Situados na sala, eis que o crocodilo começou a usar os computadores para achar algo que o ajudasse a obter respostas.

— Vejamos o que estão tentando fazer... Hm...

No monitor estava escrito:

 

夜行

[•MISSÃO DE INVASÃO•]

Objetivo iminenteextrair informações

Causalidademanipulação do solo para subterfúgio

Resultadoposicionamento estratégico para obtenção de forma perfeita

Objetoesmeralda mestra

 

O plano estava alí, exposto. Vector estava com o semblante sério, tentando raciocinar da melhor forma possível, mas:

— Vector, o que quer dizer tudo isso?

— Hm... O objetivo tá óbvio, mas os meios que tão “embaçados”...

— Como assim?

— Tipo, tá ligado nessas diretrizes aí? Pois bem... Tão colocando prioridades antes da esmeralda mestra...

— Agora que você disse isso... É verdade. Mas porque fariam isso?

— Hm... Eu estou tentando matutar tudo isso também, brow... Todo mundo fica atrás da esmeralda mestra. Porque ela seria colocada pra escanteio assim? Não faz sentido...

Por um breve período Vector ficou pensando. O dilema de tentar descobrir a correlação do que os Nocturnes estavam planejando para pegar a tão cobiçada esmeralda mestra. Era fato que era o objetivo, mas não o primordial.

— *A esmeralda mestra é a maior fonte de energia pura de toda Mobius. Esse clã dos Nocs tão sabendo da papagaiada toda já... Mas então porque bulhufas não surrupiar a pedra? Hm... A menos que... CARACA!*

O crocodilo deu um salto até o computador, fazendo novamente a leitura de todos os documentos. Isso chamou a atenção de Might:

— Ei, o que houve?

— Brow, essa galera do mal... Os Nocs são mais zirimbas que eu imaginava!

— Porque está dizendo isso?

— Os Nocs estão pensando em algo além da esmeralda mestra! – O olhar deve logo focou para o horizonte –O Luke tava certo... ELES QUEREM TODA A ANGEL ISLAND!

— O QUE?! – Todos exclamaram.

— A ilha inteira... Ela é o alvo! Não é uma invasão... e sim uma provável tentativa de “apropriação indébita” da Angel Island!

— Mas porque isso? – Perguntou Charmy.

— Sei lá... Mas pode ter certeza, meu amiguinho apontado, que boa coisa não é...

A coleta de dados se manteve por mais algum tempo.

Enquanto isso...

Bunker principal | Início da tarde

Evitando ser visto naquele lugar cheio de corredores escuros e com aparatos tecnológicos em cada canto, típico de Eggman, Luke usava de suas sombras para entrar no bunker. Soldados Nocturnes estava menos presentes, dando lugar a câmeras e sensores de movimento. Por sorte, o jovem tenreque já tinha familiaridade de lutar contra as forças do doutor de seu mundo, o que lhe deu certa vantagem.

Com cautela, Luke Kaji andou pelos corredores e, que quando preciso, pelos dutos para não entrar em confronto. Tudo isso era para que sua confidencialidade fosse mantida e, com isso, uma melhor prática de suas habilidades stealth.

Entretanto, ele percebeu que havia algo de anormal no comportamento de alguns dos soldados, como se estivessem se movimentando com mais cuidado e manejo. O tenreque, usando das sombras, conseguiu se aproximar mais da área e, com isso, pôde ver melhor o porquê das ações protetivas da armada Nocturnes: havia um contêiner enorme, quase como se fosse uma sala, no grande espaço do bunker.

No mesmo instante, Luke pensou:

— *Opa... Tem alguma coisa errada. Porque um container desse tamanho aqui? Me lembro que no meu mundo Eggman tinha campos de concentração de morbianos para criar suas máquinas... Se for por isso, então... NOSSA, SERÁ QUE É O QUE ESTOU PENSANDO?!*

Era certo que o interior do enorme container havia coisas sigilosas, pois uma patrulha sempre fazia rondas periodicamente. Isso seria um obstáculo bastante considerável, mas Luke parecia muito seguro no que estava fazendo.

— *Tenho que entrar nesse lugar o mais depressa possível, mas não posso usar da minha velocidade pra entrar. Eles irão ver... Então não resta outra alternativa a não ser usar o... Darknull!*

Usando de seus poderes sombrios, o tenreque se misturou as sombras dos próprios soldados, conseguindo assim se aproximar em segurança e anônimo para próximo do container. Frente a porta após aguardar a ronda passar, ele acionou a porta, abrindo-a. Ele a fechou assim que entrou... e pôde ver o que continha: várias câmaras com quase incontáveis mobianos.

— Eu estava certo... Caramba, esses tais Nocturnes que Vector disse capturaram tanta gente assim?! E... O que... Tem coisas escritas em casa um deles! – Ele então leu em seguida – Soldado saudável. Força de insurgência: vulgo Legião Sombria.

Ele olhou ao redor, para ver se tinha alguém o observando. Mas era um lugar deserto, livre de soldados Nocturnes ou qualquer outra ameaça, como se o clã tivesse plena confiança de que ninguém iria ousar em invadir o lugar, coisa essa que não foi tão difícil para o intrépido tenreque.

Entretanto, ao fundo, uma câmara em separado parecia ter mais destaque que as demais. Rapidamente Luke foi até lá, chegando aos pés do domo. Podem ter certeza que ele não perdeu tempo ao ler:

— Grão Mestre da Legião Sombria de Downunda. Nome: Duck Ornitorrinco. Prioridade: um. Esse cara parece importante...

Sem pensar duas vezes, Luke apertou o botão de liberação, com o líquido que mantinha ao grão mestre suspenso esvaziando da câmara. Logo a pressurização é desfeita, com a escotilha abrindo e o suposto grão mestre sendo arremessado para fora. Por sorte o tenreque o segurou e, tentando reanimá-lo, disse:

— Ei... Oi? Você está bem? Acorda, vai!

— Ah... O que... – Ele ainda estava tonto.

— Que bom que acordou!

— O que... Quem é você?! – Duck ainda estava fraco.

— Sou Luke Kaji. E você?

— Duck... Mas pode me chamar de Bill.

— BILL?! VOCÊ DISSE BILL?!

— Sim... Ah... Minha cabeça, como dói...

— Vector me disse que eu poderia encontrar você!

— Ah sim... Ah... – Ele demorou para perceber, mas... – VECTOR?! VOCÊ CONHECE ELE?!

— Sim! Ele que me instruiu pra vir pra cara pra esse bunker!

— Ele não sabe o que está fazendo! Rápido, temos que sair daqui!

— Espera! Vamos soltar os outros e...

— NÃO! VOCÊ NÃO ENTENDE!

— O que foi? Porque está gritando?

— Os meus comandados estão mais seguros aí nessas câmaras do que soltos! RÁPIDO, TEMOS QUE SAIR DAQUI O QUANTO ANTES!

— Tá, tudo bem! Só um instante... – Disse Kaji, acionando o comunicador – Walt , estou com o Bill e...

Esse foi o momento que Bill tirou o comunicador de Kaji e o jogou no chão. Em seguida o quebrou ao pisá-lo, para surpresa do tenreque:

— O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?!

— VOCÊ NÃO SABE O QUE ACABOU DE FAZER!

— O que eu fiz? Estava só comunicando ao Walt que...

— Você usou um dispositivo sonoro! Grr... VAMOS, TEMOS QUE FUGIR!

— Sim, mas o que tem tudo isso que você disse?

— Os Lutadores da Liberdade de Downunda agora...

Enquanto isso...

Centro de comando da base avançada | Tarde

“... estão sob controle deles!”

Charmy e Ray patrulhavam a porta da sala de controle onde Vector e Might buscavam mais respostas sobre os objetivos concretos do clã equidna Nocturnes. O crocodilo se viu em um outro dilema.

— Huh... Tá embaçado tudo isso...

— O que foi agora, Vector?

— Brow, tá ligado que a Angel Island existe a milênios, saca?

— Sim, mas o que tem?

— Esse clã Nocturnes... Eles existem a mais de quatro mil anos.

— Como é?! Mas como que eles...

— Não sei... O Knux não disse muito da história toda. Mas eu acabei de achar isso nos registros deles... O estranho dessa parada é que o Eggman já tem isso no computador dele...

— Falando nisso, não teve nenhum contato dele ainda. Estranho...

— Tá brabo isso... Muito cabuloso mesmo...

Mas sem mais nem menos a parede que abrigava o computador subitamente explodiu, assustando e ferindo levemente aos Chaotix. Tontos e desnorteados, Vector e Might se levantaram, com a preocupação de saberem do paradeiro de:

— RAY?! CHARMY?! GRR... – Might estava desesperado.

— Mano, que tiro foi esse?! – Vector também estava do mesmo jeito.

Logo, ao fundo, os dois membros do Chaotix apareceram, dizendo:

— Calma... – Ray foi o primeiro – Estamos bem!

— Nossa... Dessa vez veio do nada, né? – Disse Charmy.

O Crocodilo não perdeu tempo e percebeu que as coisas iriam esquentar de vez. Sabendo que o ocorrido definitivamente teria entregado sua localização e presença na base, ele gritou:

— CHAOTIX, AGRUPAR!

Rapidamente os quatro foram para fora, pela parede derrubada. Já estando no pátio principal, para surpresa deles lá estavam os Lutadores da Liberdade de Downunda, com Walt a frente. Vector logo mostrou alívio, dizendo:

— Ufa... Pô, vocês já cuidaram de tudo... Porque essa abordagem “pé na porta”, cumpade?

Vector disse isso enquanto olhava para Barby e Stu, que segurava uma bazooka. E o canguru líder dos Lutadores de Downunda, sorridente, disse:

— Porque devemos mesmo convidá-los a fazerem parte da iniciativa Nocturnes.

— COMO É?!

— Não precisamos lutar mais, Chaotix. Está tudo bem. Os Nocturnes estão aqui para fazerem o bem.

Todos os Chaotix olharam um para o outro, já suspeitando do que havia acontecido.

— SAI DESSA, WALT! – Gritou Vector – Tu não tem ideia... Onde que essa gente tá afim de paz?!

— Ahummm... – Desta vez era Guru – Paz tem um sentido muito relativo, gente boa. Fazer parte de uma trupe de benfeitores como os Nocturnes vai trazer essa sintonia mágica e única onde todos nós devemos dar as mãos e celebrar o nirvana...

— Já era, Vector... – Disse Might, esperando pelo pior – Pegaram eles, não está vendo?

— Grr... Isso não vai bem... Nada bem! – Charmy estava com medo.

— O que va-vamos fazer?! – Ray estava com o mesmo sentimento.

Embora a situação estivesse bem complicada, Vector estava tranquilo. O crocodilo, por estar assim, foi perguntado por Might:

— Vamos ter de lutar contra eles e você está aí parado? Se prepara, Vector!

— Não... Sem grilo. Só que eu quero que vocês protejam seus ouvidos.

— Como é?!

Era fato de que Vector sabia o que iria fazer: entre rapidamente retirou seus fones, apontando em direção aos Lutadores da Liberdade de Downunda, que estavam vindo em sua direção. Might percebeu a ideia de seu amigo, gritando:

— MIGHT, CHARMY, RAY... TAPEM SEUS OUVIDOS!

— Mas porq... – Tentou falar o abelha.

— FAÇAM AGORA! JÁ!

Dito e feito, a proteção que os Chaotix tomaram precedeu a ação planejada de Vector, que não perdeu tempo e acionou o volume máximo de seu headphone e:

— ♪This is the rhythm of my life... My life! Oh yeah! The rhythm of my life!♪

O som potente do apetrecho sonoro de Vector estava em sua total potência, com uma onda se propagando tão forte que jogou a todos os Lutadores da Liberdade de Downunda para trás, os deixando tontos. Caídos e bastante confusos, todos os quatro pareciam não saber o que estava acontecendo. Guru Ema deixou isso claro:

— Gente boa... Que viagem cavernosa foi essa, bicho? Ai minha cabeça... Tá tudo girando e não é nada smooth...

— Ah... O que... – Stu tentava se recompor.

— O que aconteceu?! – Barby também estava confusa.

— Vector... Ai... – E Walt já havia se recuperado – Como viemos parar aqui?!

O Crocodilo, junto com seus amigos, logo trataram de acudir seus aliados.

— Calma, brow... Eu meio que saquei o que aconteceu com vocês e já trouxe vocês de volta a razão.

— Como assim?

— Os Nocs conseguiram controlar a mente de vocês, mas eu já tinha pensado nessa possibilidade.

— Então nós te atacamos?

— Sim, mas tá firmeza. Vocês não sabiam o que estavam fazendo. Eu sabia que meu sonzão iria quebrar a frequência binaural dos Nocs.

Imediatamente após as palavras de Vector, uma fortíssima força de ataque Nocturnes apareceram aos montes, preenchendo as plataformas ao redor de soldados e, para piorar, vários badniks pousaram a gente das duas frentes de mobianos lutadores. Era impossível uma fuga, onde até mesmo Walt soube dizer:

— Com certeza isso é um imenso problema. Eles que nos deram os meios de achar vocês... Quero dizer, enquanto estávamos sendo controlados.

— Ah legal... – Exclamou Barby – Se por um lado sabemos que podemos lembrar do que fizemos mesmo com a mente controlada, também temos ciência que isso só traz mais sensação de culpa!

— Fica focada, maninha... – Disse Vector, confiante – Não é a primeira vez que lidamos com treta desse tamanho... E a frente sempre saiu vencedor!

Mas quebrando um pouco o clima nada favorável, eis que uma voz feminina é ouvida, lhes dizendo:

— Tenho mesmo que lhes parabenizar pelo poder de improviso e estratégia de invasão.

Logo apareceu a um imenso telão instalado ao alto de uma das torres da base avançada a mesma figura que usava um elmo como símbolo do clã Nocturnes:

— Sou Shade, a Alta comandante do império equidna Nocturnes. E me encanta vê-los encarando de frente um desafio invencível. É preciso muita coragem para fazer isso e eu admiro essa abordagem.

Vector apontou para ela, dizendo:

— Ótimo, dona das quebrada. Agora que você já fez seu showzinho, pega tuas tralhas e vaza de Mobius!

— Vejo que todos os mobianos que se atrevem a lutar contra nós não querem nossa presença no lugar onde sempre desejamos estar. Engana-se se pensa que queremos guerra, nobre combatente.

— E eu nem falei de guerra... Tá se doendo por antecipação, “alta comandante” de araque!

Walt também era um dos líderes, então:

— Downunda, assim como as demais áreas de Mobius, não irão aceitar que vocês continuem com essa invasão!

— Invasão? – Retrucou Shade – Estamos de volta a nossa terra natal após mais de quatro mil anos desse que os povos antigos nos baniram injustamente só porque queríamos promover a paz. Retornamos mais fortes e evoluídos e queremos compartilhar tudo que temos com a nova geração de mobianos!

— Vocês não querem paz! – O canguru foi além – CONTROLAR MENTALMENTE AOS MOBIANOS NUNCA SERÁ UMA DEMONSTRAÇÃO DE PAZ!

— Hm... Está compreendendo tudo de uma forma que seu ponto de vista não o permite enxergar além de uma mera casualidade. Buscamos uma abordagem de complacência, para que os danos sejam minimizados. Acha que promovemos a paz sem sermos atacados por mobianos? Nada mudou pelo visto...

Vector voltou a tomar a palavra:

— “Pobres coitados” que se chama, né? Não vem com essa, Shade! Tamo aqui com vocês, bando de vacilão! Essa parada de “os fins justificam os meios” não vai colar! Aliás, aliás... Tu já deu um spoiler pomposo pra gente!

— O que quer dizer, crocodilo ignorante?

— Tem mais gente lutando contra você, tô ligado... E você já deve saber que todo mundo é do “sindicato”, é uma turma duro na queda... Papo reto, “commander": vamo chutar o traseiro de vocês de Mobius! Tu vem com essa conversa de paz, mas só tá querendo mesmo é impor sua dominância e Ideologia! Já temos caô demais com o Eggman a anos... Sabemos o que é tudo isso aí que tu disse... NÃO VAMOS DEIXAR QUE VOCÊ VÁ PRA FRENTE COM SEU PLANO! RECEBEU O RECADO? – Disse, ficando em base de luta.

Sim, o recado foi mesmo enviado. Vector e Walt lideravam seus amigos, com a mesma atitude: eles estavam prontos para lutar. Entretanto, a chance de vitória era quase nula, como Might demostrou:

— Todo mundo está sabendo que são muitos, não? Nem eu teria tanto poder pra lidar com a metade...

— Relaxa... – Desta vez era Stu Vombate – Não terá de fazer tudo sozinho, cara!

Barby, ficando ao lado de Vector, estava motivava:

— Enfim novamente vamos lutar juntos, mano...

— Sim, maninha... Você não parece estar com medo, né?

— A gente perde para o inimigo, nunca para o medo!

— Esse é o espírito!

E até mesmo se deixou guardado uma surpresa: Guru ainda estava usando o canhão de antes, acompanhado de Charmy e Ray.

— Não gosto de nada desse ritual de início de luta. Sabe, curtir essa vibe pesada, de querer lutar, não faz o meu estilo de vida. Mas meus amigos precisam de mim, então... EU VOU COM TUDO!

— NÓS VAMOS COM TUDO! – Disse Charmy, motivado.

— Não te-tem nada que nós não pos-possamos fazer! Va-vamos lutar... ATE O FIM! – Ray estava no mesmo caminho.

Todos estavam motivamos a lutar, mesmo que isso fosse algo inimaginável. Eram muitos marauders, muito mais do que de costume nessa história. E, pra piorar, era o começo que Shade não esperava:

— Lhes dei uma oportunidade de seguirem com suas vidas junto a nós, os Nocturnes. Nosso clã clamou por sua cooperação, inclusive usamos nossos métodos de acolhimento... Mas mesmo assim vocês negaram nossa oferta. Não existe lugar para insurgentes nesse mundo. Nossa causa é nobre e trará a paz que Mobius tanto merece a milênios. Enfim... Ataquem, marauders!

O embate começou, com todos correndo contra a fortíssima armada marauder.

Mas, enquanto isso, um outro evento se desenvolvia...

Vila Little Outback | Tarde

Seguindo com seu rito diário, o velho tasmaniano Blastion estava começando a ajeitar a lenha que Luke havia recolhido no dia anterior. Embora preocupado com a partida de seu novo amigo, o ancião tinha plena confiança no jovem tenreque.

Todavia, e indo contra a calmaria que era uma constante em seu pequeno vilarejo no meio do desfiladeiro da região quase inóspita, ruídos de diabos tasmanianos, parentes de Blastion na forma bestial, rugiam e uivavam demostrando que alguma ameaça estava no lugar.

Assustado, Blastion deixou sua residência, indo até o exterior e, por lá, viu algo que nunca imaginaria ver em sua longa vida: seus parentes, ao fundo de uma ruina de muralhas, estavam:

— Mortos... Fácil e limpo. Como o Capitão exige.

O dono dessa voz era ninguém menos que Saga Chacal, mercenário contratado por Lien-Da para encontrar:

— Thrash Tasmaniano... Onde ele está, velho Blastion? Presumo que este deva ser o seu nome... – Disse o chacal, caminhando em direção ao ancião.

— Você... Você não fez o que eu estou pensando...

— Hm? Você está se referindo a estas bestas que tentaram atacar a mim e a meu grupo? Ah sim... É o que pensou, velhote... Todos eles agora foram extintos.

— Porque... – Disse, ainda sem acreditar – Porque...

— “Porque fez isso?” era o que quer me perguntar? Eu respondo: eles eram muito barulhentos. Nosso grupo de mercenários trabalha melhor sem deixar testemunhas, sabe? São só negócios, não leve para o lado pessoal...

Blastion podia ser velho, mas sua coragem superava qualquer limitação por causa de sua grande idade: ele foi em direção a Saga, tentando o golpear com um soco, facilmente evitado pelo chacal assassino. Mas quem disse que o ancião ligava para isso? Ele continuou tentando.

— VOCÊ MATOU MEUS PARENTES, SEU INFELIZ!

— Parentes? Essa sua vida de nômade o deixou senil.

— CALE-SE! – Ele não parava de tentar acertá-lo.

— Tolo... – Saga se esquivava facilmente – Perdeu a sanidade, velhote. Mas irei lhe parabenizar por ter conseguido se esconder por tanto tempo. Entretanto, todos os que tentaram te encontrar antes falharam miseravelmente... Levamos só uma noite pra saber de seu paradeiro.

— CALE-SE! CALE-SE!

Mas era inútil. Por mais que Blastion tentasse acertá-lo, seus golpes sequer o encostava. Cansado e ofegante, o ancião foi ao chão, esgotado por tanto esforço. Se levantando e ficando de joelhos, ele foi interpelado por Saga.

— Patético, velho... Pare de se humilhar.

— Seu miserável...

— Minha competência transcende seu raciocínio. Não irei julgá-lo. Mas eu não estou aqui para simplesmente exterminar bestas. Eu estou aqui para “conversar” com você...

— O que quer de mim? Já me tirou tudo que tinha...

— Não tudo... – Disse, pegando sua faca – Hora de você me dizer o que eu quero ouvir: onde está Thrash Tasmaniano?

— Não tenho a mínima ideia do que você está falando, desgraçado vil!

— Não é essa a resposta... – Disse, enquanto colocava sua faca a centímetros do pescoço de Blastion – Ele é um de sua espécie... Coletamos dados até chegarmos aqui em Downunda e Thrash Tasmaniano se abrigou aqui por um tempo... Então melhor dizer o que sabe sobre ele, velho. E que seja bem útil...

— Você está enganado, jovem inconsequente... Thrash nunca teve minha humilde vila como moradia.

— Não minta pra mim...

— Aquele jovem não tinha mais para onde ir ou porquê lutar a não ser pra se vingar.

— O que quer dizer com isso? DIGA!

— Meus parentes o apoiavam, obedeciam aos seus objetivos... Por sorte todos eles acordaram e voltaram para casa. Mas Thrash Tasmaniano não... Ele buscou vingança contra o guardião da esmeralda mestra... Ele lutou contra seu oponente, eu vi os dois por pelo menos cinco segundos aqui na frente de minha casa antes de sumirem e eu cair em tristeza... Nunca pensei que veria um jovem como ele desgraçar sua própria raça em uma rixa que sequer fez parte...

— Grr... – O chacal estava ficando irritado – Eu não tenho interesse ou empatia alguma por você ou sua raça. Eu nem mesmo tenho qualquer tipo de ódio ou julgamento do que você ou qualquer um também, então... ONDE ESTÁ THRASH?

— Poderia dizer a você qualquer coisa... Onde ele está ou por onde andou... não importa. Poderia dizer onde ele esteve a dez minutos atrás e não lhe dizer nada... ou até mesmo dizer o que eu já disse: eu não sei. Não importa... Tenho total ciência do que está prestes a acontecer comigo, tendo a resposta ou não.

— Hm... Um ancião como você já viu muito nessa vida. Enganar ou lhe trazer esperanças não irá te abalar, eu sei...

— Precisamente, assassino desgraçado!

— Sim... Eu sou um assassino. Bem competente por sinal, assim como todos os membros de meu grupo de chacais... – Disse, soltando Blastion.

Saga então caminhou até próximo a uma fonte de água, usando suas mãos para pegar um pouco e beber. E após se refrescar, ele disse:

— Eu o agradeço por ter compartilhado essas informações conosco. Embora não digam onde Trash está, ao menos sabemos que ele passou por aqui e “sumiu”. Mas foi mesmo útil vir aqui... Acabamos com os últimos tasmanianos, impedimos sua proliferação e agora temos mais dados. Estamos perto de chegarmos ao nosso objetivo. Muito obrigado, velhote.

— Você sabe falar muito bem, mas não tem competência de esconder seu “objetivo atual”. Faça o que tem que fazer... e arque com as consequências de seus atos!

— Minhas condolências, velho... – Disse , o reverenciando em tom de deboche.

E voltando a base avançada...

A batalha seguia feroz. Os Lutadores da Liberdade de Downunda e os Chaotix praticamente faziam um milagre de se manterem inteiros frente a força opressora e esmagadora dos Nocturnes. Nem mesmo o canhão de Guru tinha poder de fogo suficiente para tantos badniks, assim como os marauders. Vector e Walt lideravam, mas mesmo com seu conhecimento de campo não ajudava muito, já que a superioridade numérica e bélica dos inimigos que vieram de outra dimensão, banidos se assim dizer, era enorme.

Exaustos e ofegantes, os dois grupos chegaram ao limite.

— Vector, são muitos... – Disse Might.

— Não tem como... Tem muitos robôs... – Stu deu sua opinião.

— NÃO DESISTAM! – Gritou Vector, ainda em base de luta – Não dêem a eles esse gostinho! VAMOS CONTINUAR!

Mesmo a confiança do Crocodilo não era um fator que mudaria os fatos: seria impossível vencer, sequer fugir, que seria a melhor escolha. Ele mesmo sabia disso.

— *Mano... Tamo ferradaço! Eu nunca imaginei que esses Nocs seriam tão casca grossa assim... O que vamo fazer? Não dá pra meter o pé... *

E durante esse seu pensamento, um dos robôs batedores foi atingido com uma esfera escura de energia, evidenciando que um forte aliado havia aparecido: era Luke, que saltou e aterrissou na frente de todos.

— Luke?! CARACA, AÍ SIM! – Disse Vector.

— Oi, gente... Desculpa a demora...

— Onde você estava? – Might logo perguntou.

— Eu salvei o Bill... Por isso demorei.

Todos os Lutadores da Liberdade de Downunda gritaram:

— BILL?!

— Ele mesmo... E ele disse que vocês já estariam dominados pelos Nocturnes! O cara me contou tudo!

— Onde ele está, Luke? – Perguntou Walt.

— Está em um lugar seguro... Aliás, alguém encontrou a gente antes...

— O que?! Mas do que...

Logo, gradativamente, os badniks que tanto atormentaram nossos heróis durante o combate sofriam pane, se desligando em seguida. O barulho agudo de seus pistões e condutores evidenciava que não era um defeito e sim um acontecimento intencional. Toda a armada de marauders se mantiveram a postos, como se estivessem tentando entender o que estava acontecendo.

E eis que uma voz bastante conhecida é ouvida:

— Eu paguei por minha ignorância. Por isso eu e meus amigos caímos uma vez... Mas não duas vezes. Nocturnes, não sei tudo sobre vocês, mas o que tenho de informações de vocês agora me permitem obter alguma vantagem na frente de combate e... NESSA GUERRA QUE VOCÊS QUEREM TRAVAR CONTRA NÓS! Preparem-se... MEU PODER SHINOBI ESTÁ A MIL!

Surgindo na frente de todos, lá estava Espio. Recuperado e visivelmente compenetrado na luta, ele arremessou vários shurikens explosivos contra os marauders, os atrapalhando de ver por alguns minutos. Vector logo lhe deu as boas vindas:

— HAHAHAHA! MITOU, HEIN! Cara, que bom te ver!

— Igualmente.

Charmy voou até o ninja, dizendo:

— Nossa, você fez toda uma entrada digna de um herói badass! Isso foi muito incrível!

— Obrigado, meu amigo espinhoso. Só que teremos de deixar a conversa para uma outra hora, pois... O inimigo é muito forte.

— Grr... – Vector tomou a frente – O que sabe, Espio?

— Encontrei Luke e Bill saindo de um bunker. Neutralizei furtivamente aos patrulheiros do lugar e, com isso, conseguimos achar um lugar seguro. Bill me disse tudo o que houve e já adianto: Eggman não tem envolvimento algum com os Nocturnes.

— O que?!

— Não só isso: o próprio doutor está sofrendo ataques por toda Mobius. Por isso que desde o início não o vimos.

— Então o oval lá também é vítima?

— Tudo leva a crer que sim. Bill me disse que várias bases perderam comunicação. É um procedimento de segurança do Eggman, para que o inimigo não consiga informações.

— Hm... e saber disso agora é uma vantagem.

— Sim... Mas você tem algo a me dizer?

— Som binaural. Eles usam isso pra controlarem a mente das pessoas.

— Como é? Sons binaurais só podem ser ouvidos por pessoas que atendem a pré requisitos, como...

— ... querer ouvir. O básico, brow. Eles estão fazendo isso e já tiramos a prova.

— Ótimo... Enfim temos boas notícias. Com isso Mobius ganhou alguma vantagem contra eles. Mas temos uma batalha a travar... E VAMOS VENCER!

Desta vez o time estava reforçado mais do que nunca! Espio estava de volta e trouxe um fio de esperança. Além dele, Luke Kaji, o tenreque de poderes sombrios, fez parte do time.

A batalha real estava prestes a começar, mas...

Uma explosão vinda das montanhas foi ouvida por todos, assim como labaredas incandescentes iluminando o vale distante. Se existia um dali que sabia o que havia naquela direção era ninguém menos que Luke.

O tenreque olhou, aterrorizado com o ocorrido e, temendo pelo pior, não perdeu tempo e sair em disparada.

— NÃO! QUE NÃO SEJA ELE!

— Luke, o que houve?! – Perguntou Vector.

— Aquela direção... O BLASTION! EU TENHO QUE IR!

— O QUE?!

Espio pensou rápido. Ao ver que o tenreque sumiu no meio da mata densa entorno da base, ele disse:

— Ray, Charmy... Vão atrás dele!

— O que?! Mas... – Disse o abelha, surpreso.

— Mas e vocês?! – Disse o esquilo.

Vector entendeu o que o camaleão shinobi queria com aquilo e:

— SÓ VÃO! AJUDEM O LUKE COM O QUE PUDEREM! VÃO, JÁ!

Ao mesmo tempo, a comunicação do rádio de Vector praticamente sumiu. E, ao horizonte, um clarão foi visto, que surpreendeu a todos.

O cenário mudou.

Os Lutadores da Liberdade de Downunda e os Chaotix agora estavam com menos membros.

A armada de marauders, onde seus soldados Nocturnes tinham o que ganha de mais forte em armamento, estavam a frente deles, prontos para por fim a suas vidas.

E agora Luke estava desesperado, correndo em direção ao desfiladeiro. Ray e Charmy foram a seu encalço, para ajudá-lo.

O que está acontecendo?

E o que vai acontecer?

Continua.


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Notas finais do capítulo

A luta se tornou mais crítica e grave!

Não percam ao próximo capítulo. O fechamento da saga Tumba invadida terá seu gran finale!



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