IONIA - Uma guerra de dois mundos escrita por Yataghan


Capítulo 5
CH4 - Família


Notas iniciais do capítulo

(Personagem Chave: Shen)



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     - Afaste mais os pés Eliot - disse o homem que passeava pelo pátio.

     Era um homem alto e forte. Usava um robe azul assim como suas botas e luvas. Também usava uma máscara cobrindo o rosto como os grandes mestres faziam. Nas costas carregava uma espada de aço Demaciano, o mais resistente de todos os metais de Valoran.

     - Sim mestre - respondeu o jovem magricela que treinava.

     O pátio era amplo e antigo, todo adornado em tons de azul. Por todo lado haviam jovens e adultos, homens e mulheres, treinando para serem guerreiros místicos, assim como seu mestre.

     - Mestre Shen - disse uma jovem que veio em sua direção.

     - Freya - respondeu ele.

     - A Duquesa Iluminada está aqui e deseja ve-lo.

     Seus olhos se fecharam por dentro da máscara, mas ela não podia ver isso. - Dia a ela que estou a caminho.

 

     - Duquesa!? - disse ele enquanto passava pelas grandea portas do templo. Um grande halo azul brilhante rodava no topo do salão iluminando todo o ambiente.  - Espero não te-la deixada eaperando por muito tempo.

Ela era uma mulher estranhamente graciosa. A pele morena cintilava e era envolta por uma grande tatuagem fluorescente em forma de Dragão. Usava roupas em tons de verde e branco.  E um ornamento de Dragão que flutuava em suas costas como se tivesse vida própria.

     - Shen! - disse ela com a voz tranquila.

     - A que devo a honra de sua visita?

     - As notícias correm com o vento velho amigo, tanto as boas quanto as más.

     Atônito ele respondeu - quais notícias?

     - Testemunhas viram seu embate com Zed ontem a noite, - disse andando em direção a ele - você me prometeu que não o procuraria outra vez.

     - Quem te disse isso? - perguntou ele batendo no chão com a espada.

     - Está me desafiando Shen?

     - Eu não me atreveria.

     - E nem deveria, - disse ela pondo a mão sobre a dele - o que está acontecendo velho amigo?

     - Ele matou o meu pai Karma.

     - Ontem - disse ela irônica.

     - Eu estava na campina treinando o Refúgio Espiritual quando aconteceu. Dois dos subordinados dele me surpreenderam  estavam usando aqueles mesmos trapos de sempre, e então me atacaram.

     - Prossiga - ela andava de um lado para o outro enquanto olhava para o teto.

     - Eu me defendi é claro, não eram tqo fortes assim, mas quando pensei que fossem me atacar outra vez eles recuaram.

     - E você foi atrás deles, nao foi?

     - Sim eu fui, - respondeu - por alguns minutos até a passagem da serpente e foi lá onde me emboscaram, duas dezenas deles, talvez três.

     - E Zed estava lá?

     - Não a principio, só apareceu quando a maior parte dos outros ja estavam caidos. Não matei nenhum deles, embora merecessem. Assim que o último caiu ele atacou. Minha lâmina não era rápida o suficiente para conter as shurikens dele, por isso eu chamei a Twilight.

     - Perdeu o juízo? Você não pode usar sua espada assim em qualquer um, é muito perigoso.

     - De qualquer forma, já acabou - disse ele guardando a espada nas costas outra vez - e eu não o matei se é isso que você veio saber.

     - Shen...

     - Essa conversa acaba aqui! - ordenou ele saindo da sala - Fique o tempo que quiser.

     Shen não era a pior pessoa do mundo, mas guardava um ódio profundo pelo assassino de seu pai e mentor. Por mais que tentasse não conseguia encontrar o templo das sombras e destruir Zed de uma vez por todas, mas todas as vezes que encontrava seu rival, não conseguia matá-lo.

 

     Não conseguiu se concentrar durate o restante do dia. Não depois da visita de Karma. Alguma coisa nela o fez relembrar de todas as suas lutas com Zed, de todas as tentativas frustradas de encontrar o templo das sombras e consequentemente, destruí-lo.

     Fechou com cuidado as portas corrediças de seu quarto. Os pilares de madeira de acácia davam suporte à paredes de papel. As estampas eram inconfundíveis, uma após a outra elas contavam a história de Ionia durante a invasão Noxiana, as cicatrizes deixadas em um mundo perfeito, a história do guardião de Pallas e sua queda pela curiosidade, e a selagem da magia selvagem.

     Ficou sentado na cama por alguns minutos pensando emnquantas vezes havia falhado em cumprir a promessa que fizera no túmulo de seu amado pai. Retirou as botas de couro suavemente e as encostou junto a porta, colocou o par de luvas, de mesmo material, sobre a cômoda e arrancou do rosto a máscara com um puxão. Seu rosto era bonito, apenas o suficiente, os olhos tinham tons de cinza azulados e pareciam cintilar com a luz fraca do cômodo e os cabelos castanhos entravam em harmonia com a pele parda.

     Tirou o corselete, também de couro azul, e jogou sobre a cama assim como a blusa que tinha por baixo. Estava praticamente nu, com exceção da calça que também foi jogada na cama, quando se dirigiu a banheira que ficava em  dos cantos do quarto quadrado. Ficou ali por um tempo encarando a armadura dourada do outro lado da sala, era nostálgico relembrar seu tempo no círculo dourado, um tempo que não retornaria. Tinha que pensar em como derrotar Zed de uma vez por todas.

     - Mestre Shen - a voz que vinha do outro lado da porta lhe era familiar, mas não conseguiu responder antes de uma figura esguia entrar quarto adentro - o senhor estava um pouco desatento essa tarde, eu fiquei preocupado.

Eliot.

     O garoto era um dos mais prodígios doa pupilos de Shen. Era alto, mas não tanto, apenas o suficiente para um jovem de dezesseis anos, o cabelo ruivo estava preso num coque atrás da cabeça, usava calça e botas de couro, sua camisa estava jogada sobre um dos ombros e o olhos arregalados olhando para seu mestre.

     Shen não fazia idéia de que seu pupilo entraria no quarto e ja havia se levantado para pegar uma toalha e atender a porta, mas não rápido o suficiente. O clima ficou estranho uma vez que Shen estava nu, de pé sobre a banheira, enquanto Eliot o encarava.

     - Eliot - a voz de Shen era firme, não podia demonstrar a raiva que estava sentindo naquele momento.

     - Desculpe mestre Shen - disse ele virando de costas imediatamente - não sabia que estava... Não sabia que...

     - Feche a porta - disse Shen entrando novamente na banheira.

     - Eu posso voltar numa outra hora que for mais conveniente.

     - Já estou na banheira outra vez, diga a que veio.

     Ele se virou ainda corado.

     - Peço desculpas mestre, não queria incomodar, mas fiquei preocupado com o senhor, é a única família que eu conheci.

     - Está tudo bem - naquele momento Shen teve uma brilhante idéia. Sozinho ele não conseguiria encontrar Zed, muito menos derrota-lo, precisava de ajuda, mas de quem? - Eliot, poderia fazer um favor pra mim?

     - Qualquer coisa - disse ele - mestre.

     - Arrume suas coisas, pegue apenas o necessário. Amanhã cedo vamos partir em uma jornada.

     - E pra onde vamos?

     Eliot não estava parecendo entender onde Shen queria chegar, mas iria a qualquer lugar pelo seu mestre.

     - Vamos encontrar um Pecado.


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