Desenhos de Chocolate escrita por Mellanie


Capítulo 12
Chocolates no Domingo


Notas iniciais do capítulo

OIE, obrigada pelo incentivo Fla/Effie e Ruki-chan! Cês são uns anjos por comentarem minha fanfic, obrigada mesmo! (✿´ ꒳ ` )



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AS imagens da noite passada pareciam estar vivas na cabeça de Uraraka, e por pouco ela conseguiu dormir. Sentia suas bochechas ficarem quentes toda vez que se lembrava e finalmente voltava para a realidade: ela estava namorando Bakugou! O último garoto que ela sequer cogitou em namorar, em toda a face da terra. Em nenhum momento desde que havia conhecido o amigo de infância de Deku ela poderia pensar que um dia estaria nessa situação.

Não que ela estivesse reclamando disso, pelo contrário. Bakugou havia mostrado ser uma pessoa muito mais gentil do que ela pensava que ele era, embora algumas coisas nunca mudassem, como o linguajar. Mas ela gostava dele, do jeitinho que ele era. Obviamente Katsuki não era perfeito, mas Ochako amava a sensação que lhe dava só de estar perto dele. No início, ela se sentia nervosa. Agora, tudo parecia ficar extremamente confortável. E ela também queria que ele se sentisse assim; embora ainda não soubesse lidar com sua vergonha exagerada. Mas tudo bem, porque Bakugou era tão envergonhado quanto ela.

Ela teria que comunicar seus pais sobre isso, mas cogitou em dar tal noticia depois de alguns dias porque queria ter certeza de que tudo estava bem. E também, queria se poupar um pouco das expressões e reações exageradas de sua mãe. Esfregou sua mão em seus olhos tentando acordar completamente e se sentou na cama. Seu celular vibrou e ela notou que Katsuki havia lhe deixado... vinte mensagens. O que diabos seu namorado queria?!

Respirou fundo e tocou na tela do celular, desbloqueando e então lendo as mensagens. Riu.

Bakugou: ACORDAAAAAAAAAAA

Bakugou: ALO URARAKAAAAAAA EU VO MORREER

Bakugou: CARA VOCÊ DORME MUITO

Bakugou: TÁ EM COMA, CARA REDONDA?

Bakugou: Cansei, impossível de te acordar. Pode vir aqui em casa hoje?

Ochako respondeu que poderia e que depois do almoço estaria iria até ele. Fitou o horário e... bem, já era hora do almoço. Ultimamente ela estava dormindo muito mal e sabia que isso refletiria nos dias da semana em que trabalhava. Tomou um banho rápido e saudou seus pais que lhe olharam com um sorriso estranho.

Eles pareciam saber, mas Uraraka manteve-se em silêncio. Apenas desejou bom dia a seus pais e se serviu com a comida.

— Você parece bem alegre, filha. Aconteceu algo? – O pai dela comentou enquanto olhava para a TV. Ochako sentiu seu rosto pegar fogo, mas fez que não com a cabeça. Ela provavelmente estava se entregando, mas seus pais perceberam que ela não queria conversar sobre isso e respeitaram.

Sentiu seu celular vibrar mais uma vez e tocou no bolso do seu short. Outra mensagem de Bakugou.

Bakugou: GLÓRIA!!! VOCÊ ACORDOU!!! PARABÉNS PELA CONQUISTA, CARA REDONDA. Beleza, vou te esperar.

Ochako: Se eu fui dormir tarde a culpa foi SUA que resolveu dramatizar tudo ontem de noite.

Bakugou: Para com essas desculpinhas, sabemos que você acordou tarde porque é preguiçosa. Acha que eu me esqueci do primeiro dia no café? Você estava dormindo.

Uraraka enviou uma figurinha que demonstrava sua indignação e Bakugou respondeu com risadas. Terminou seu almoço e foi até seu quarto para trocar a camiseta que estava usando para uma mais apropriada. De alguma forma, ela estava se sentindo extremamente vaidosa para ir encontrar Katsuki. Trocou porque considerava a camiseta velha e colocou outra. Fitou seu rosto no espelho e suspirou. OK, talvez não tão vaidosa assim. Estava com preguiça de se arrumar mais do que isso.

Acenou para seus pais enquanto saia pela porta da casa e começava a andar pelas ruas da cidade. Hoje a cidade parecia um pouco mais lotada, embora ainda fosse férias. Ela não sabia o motivo, mas isso era ótimo porque renderia mais dinheiro para ela no fim do expediente se esse volume de pessoas continuasse pela semana.

Não demorou muito para chegar na casa do rapaz, e agradeceu mentalmente pela cidade ser pequena porque estava ofegante e já se sentia cansada. Talvez devesse voltar com seus treinos, porque aquilo não era um bom sinal. Estava ficando acomodada demais. Sentiu o nervosismo percorrer por seu corpo ao se questionar se os pais de Katsuki estariam por ali, mas mesmo assim andou com certa relutância e tocou a campainha.

Bakugou a recebeu rapidamente, e grunhiu irritado ao ver que os olhos castanhos de Uraraka cravaram nele e ela começou a rir.

— VOCÊ TÁ DE AVENTAL! – Ochako começou a rir mais alto e Bakugou a puxou para dentro da casa. Uraraka tirou seus sapatos e congelou ao se lembrar que talvez os pais dele estivessem por ali. Que tipo de impressão ela daria se comportando daquele jeito?

— Caralho, ainda bem que sua visão tá em dia, hein? Eu jamais teria notado. – Bakugou deu um leve sorriso embora seus olhos vermelhos demonstrassem que ele estava um pouco irritado com sua namorada lhe zombando. — Meus pais não estão em casa, escandalosa.

Ochako continuava sorrindo e observando com atenção os detalhes da sala, que era bem simples porem confortável e convidativa. — Eu não sou escandalosa. Você de avental é a última coisa que eu poderia imaginar, não tenho culpa. – Ela deu de ombros. O loiro se aproximou dela e lhe deu leves tapinhas na cabeça, Uraraka corou.

— Vem cá. – Ele disse e puxou a menina pela mão, Ochako não protestou. Entraram na cozinha e ela sentiu cheiro de chocolate derretido no mesmo momento.

— Você tava falando sério? – A expressão no rosto dela era de um leve espanto. Sua boca fazia um delicado “o” ao notar que estava tudo pronto para que Bakugou realmente lhe ensinasse a desenhar. — Meu namorado sabe cozinhar, isso é muito legal, Bakugou-kun! – Ela bateu palmas e notou que Katsuki havia corado e baixado a cabeça.

— QUALQUER PESSOA SABE, NÃO É? – Ele falou em um tom mais alto, ainda envergonhado com a reação de Ochako. Pegou o avental cor de rosa que estava na parede e que sua mãe usava e jogou para Uraraka. — Coloque. Vou te ensinar a desenhar antes que você espante todos os clientes do café.

Aquilo poderia parecer rude para qualquer pessoa que não conhecesse o rapaz de cabelos loiros, mas Ochako sabia que por trás de todas aquelas palavras indelicadas existia uma preocupação e carinho genuíno dele por ela e pelo serviço dela.

Ela obedeceu e colocou o avental, enquanto Bakugou observava a tigela de chocolate que estava derretendo. Ele colocava a ganache no saco de confeitar e cortava a ponta e a garota de cabelos castanhos devia admitir que ele tinha uma leveza e habilidade para fazer aquilo que ela não imaginava.

Realmente, Katsuki parecia ser um gênio e se dar bem com tudo. Ele tocou no ombro dela com cuidado e pediu que ela se aproximasse enquanto arrumava o papel manteiga de confeiteiro para fazer um desenho. Apertou o saco e desenhou um guarda-chuva, assim como Ochako tinha feito na semana passada.

E de fato, aquilo parecia um guarda-chuva. Bem diferente do desenho dela. Uraraka continuou prestando atenção enquanto Katsuki falava sobre a pressão que ela devia colocar enquanto apertava no saco para o chocolate sair e desenhava cuidadosamente sobre o papel.

— Que bonito. – Falou, sincera. Katsuki corou e apertou com muita força, fazendo com que metade do chocolate derretido saísse e estragasse o desenho. Uraraka riu. — Por que esse nervosismo, Bakugou-kun? – Comentou em um tom levemente desafiador e ele a fitou, espreitando os olhos como um predador.

— Cale a boca.

— Qual o motivo de você fazer um guarda-chuva? – Ela continuava sorrindo, alegre por ter uma aula especial com o garoto que mais gostava.

— Quando a gente começou a se falar estava chovendo. – Ele respondeu com uma simplicidade que Uraraka não sabia que existia e ela ficou vermelha. Katsuki era mais sensível do que parecia. Muito mais. Quando o garoto se deu conta do que havia falado, explodiu o saco de confeiteiro e teve que ir buscar outro. — QUER DIZER, EU GOSTO DE GUARDA-CHUVAS. É SÓ ISSO. NADA DE ESPECIAL, CARA REDONDA.

Ochako riu de seu namorado que tinha uma feição de total vergonha, e ele a puxou para mais perto quando pegou outro saco de confeiteiro e começou a fazer um desenho. Ela observou com atenção. Parecia um rosto, e Katsuki havia conseguido fazer os cabelos com perfeição trocando para chocolate ao leite ao invés do meio amargo que estava usando. Os olhos dela brilharam ao notar que a garota parecia ela, e então ele acrescentou bochechas enormes. Realmente grandes.

— Gostou? É você, cara redonda. Bem redonda meeesmo.

Ela bufou irritada e pulou em cima do namorado, manchando todo o avental dele de chocolate. — Isso não tem graça. – Riu ao notar que ele tinha chocolate nas bochechas graças ao seu pulo nele.

— Você está rindo, Uraraka. – A voz suave e o sorriso divertido de Bakugou fizeram com que ela se sentisse completamente em casa. Ela se aproximou do rosto do namorado que a segurava para que não caísse já que ambos estavam na posição mais estranha do mundo porque a garota resolveu pular nele e Katsuki apertou o chocolate, espalhando no rosto dela.

Uraraka mostrou uma reação de pura indignação e no exato momento em que ia tocar em seu namorado e sujar todo o rosto dele com suas pequenas mãos, ele riu e a puxou para mais perto dando um beijo delicado nela.

Naquele momento, até seus cabelos estavam sujos de chocolate.

— Você é muito doce, Ochako.

Ela corou como um tomate e com o ritmo que seu coração batia naquele momento, Uraraka podia jurar que desmaiaria por ali.

 


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