Desenhos de Chocolate escrita por Mellanie


Capítulo 11
Noite de Sábado




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BAKUGOU apenas ficou observando a garota que gostava lhe apertar com força. Ele grunhiu um pouco desconfortável, mas aceitou o abraço e se sentiu um incômodo para Uraraka pelo fato de estar chorando nos ombros dela. Os cabelos molhados dela grudavam em seu rosto e ela passou os dedos delicadamente por suas bochechas. Ele não recusou o toque, mas também não se moveu. Os olhos castanhos da garota que gostava lhe encaravam como se estivesse pedindo uma explicação para aquela situação, e ele suspirou enquanto a chuva continuava caindo sobre eles.

— Você aceitou o presente do Deku? – Ele questionou e ela rapidamente entendeu a situação. Bakugou se desvencilhou do afago dela quando ela assentiu com a cabeça.

— Ele veio dizer que gostava de mim. – Ela respondeu, dizendo o que de fato tinha acontecido, e sentiu os olhos vermelhos sobre si lhe analisando e julgando friamente. Isso fez com que um calafrio subisse por seu corpo.

— E você aceitou, não foi, cara redonda? – A voz dele estava em um tom um pouco mais agressivo do que ela gostaria que estivesse, e Katsuki começava a se afastar dela.

Uraraka sorriu e aquilo fez a raiva dentro do garoto crescer ainda mais. Ela estava brincando com ele? Que tipo de pessoa fazia aquilo?

— Ciúmes, Bakugou-kun? – Ela voltou a se aproximar dele, que andava para trás buscando distância. O loiro estava com raiva. — Aceitei o presente, sim. Mas eu disse que já estava gostando de outra pessoa.

Ao ouvir aquilo, Uraraka podia jurar que Katsuki desmancharia ali na sua frente. Os olhos vermelhos que antes pareciam brilhar em raiva formaram um semblante de alívio. Ele fitou o chão, sentia suas bochechas queimarem de vergonha. Talvez ele realmente fosse um idiota, como sua mãe dizia.

— E quem é a outra pessoa? – Ele questionou e sabia muito bem a resposta, mas queria ouvir com clareza. — Você gosta dessa pessoa ou “acha” que gosta? – Katsuki encostou suas costas em uma das árvores localizadas na praia e aguardou que Ochako se aproximasse. As bochechas dela estavam cor de rosa e ele conseguia ver melhor graças a luz externa que ficava perto da calçada. 

— É sério isso, seu idiota? – Ela resmungou e ele deu uma risadinha. Puxou-a pelo braço e a trouxe para perto de si, ela corou ainda mais.

— Idiota, Uraraka? Acho que você tem passado tempo demais comigo. – Respondeu com um sorriso irônico. Segurou as mãos dela com força, mas com cuidado para que não a machucasse e lhe encarou, fitando seus olhos. — Quem é a outra pessoa?

Ela cortou o contato visual e fingiu que a areia molhada e a chuva que conseguia enxergar graças a luz eram mais interessantes. Suspirou, apertando as mãos de Bakugou e sentiu que todo o sangue de seu corpo foi para seu rosto. Encarou o garoto novamente e o pequeno sorriso que ele tinha nos lábios, embora também estivesse um pouco corado. — Você. Eu gosto de você. – Ela sorriu enquanto falava isso, mas gostaria de se esconder no mesmo momento. Infelizmente não poderia fazer aquilo, já que Katsuki a segurava. — Eu realmente gosto de você. Tenho certeza.

O garoto sorriu gentilmente e Ochako ficou impressionada com aquela pequena reação. Bakugou e gentileza não eram coisas que combinavam, mas aparentemente ela poderia abrir uma exceção. O garoto de quem gostava ficava extremamente adorável com aquela feição, e embora fosse um pouco egoísta, ela gostava de saber que aquilo só era conhecido por ela.

Ele aproximou seu rosto ao de Uraraka e deu um beijo delicado nos lábios dela. Ela aceitou e sorriu, apertando as mãos de Katsuki com força mais uma vez. Aparentemente, a chuva não parecia estar atrapalhando os dois naquele momento. Ambos os jovens pareciam ter esquecido daquele fator enquanto estavam totalmente molhados.

— Nós vamos pegar uma gripe fodida se continuarmos por aqui, Uraraka. – Bakugou resmungou, um pouco incomodado por ter que se afastar da garota que gostava. Ainda segurava a mão esquerda dela e ambos começaram a caminhar até embaixo de uma loja para fugir da chuva, mas era tarde demais já que estavam completamente molhados. Ochako nem tanto, porque usava uma capa, mas nem aquilo parecia ajudar completamente na situação.

— Ainda precisamos conversar, Bakugou-kun. – Ela comentou e sentou na calçada enquanto esperava a chuva se acalmar com ele ao seu lado, em pé.

— Hm.

— Isso que você fez foi errado. Não deveria ter preocupado sua mãe e amigos. E EU! – Ela resmungou e puxou a calça do garoto, fazendo com que ele bufasse e sentasse ao seu lado. — Por que você fez isso?

— Eu achei que você preferia o Deku. Fui na sua casa mais cedo e ele estava lá, te entregando aquela porra de pelúcia horrorosa. Se eu tocar naquilo eu vou explodir. – Ele cruzou os braços, indignado.

— Que bobo. Eu não trocaria você. – Ochako comentou, sincera, e olhou para o rosto de Katsuki que observava a chuva.

— Eu não sei o que nós somos e nem como isso tudo funciona, mas esse sentimento me deixa com uma sensação ruim na garganta. – Ele comentou na esperança de que a garota sentada ao seu lado soubesse explicar, mas aquilo era novo para ela também. Uraraka estendeu sua mão para que ele pudesse pegar e assim Bakugou o fez. — Eu tenho medo de perder você, eu acho. Isso faz com que eu me sinta um retardado. Tipo o Kaminari. – Ele grunhiu levemente irritado e Ochako riu.

— Confia em mim, Bakugou-kun. Eu gosto de você e é isso que importa. – Ochako falou em um tom de voz gentil e sentiu ele fazer carinho na sua mão, enquanto decidiam o que fazer já que a chuva parecia estar diminuindo.

— Vamos pra casa logo, cara redonda. Vou te levar até sua casa e eu juro que se eu ver o maldito do Deku por perto de novo eu vou explodir esse cara. Inferno. – Ele se levantou e começou a andar em direção a rua em que se localizava a casa de Ochako, ela o seguiu, observando-o cuidadosamente.

— Não precisa ter raiva do Deku-kun. Ele desejou nossa felicidade. – Ochako comentou e Bakugou se mostrou um pouco surpreso.

— Então ele sabe que estamos juntos?

— Sim. Algum problema nisso?

— Nenhum. Isso me lembra que eu estava indo na sua casa te fazer uma proposta depois que você me esclarecesse se realmente gostava de mim. – Katsuki colocou suas mãos no bolso do moletom preto que usava e sentiu seu coração bater forte enquanto caminhavam pela calçada. Ele parou e se virou para Ochako, que lhe fitou curiosa.

— O que foi? – Ela questionou enquanto sentia o nervosismo tomar conta de seu corpo, já que Bakugou lhe olhava com um rosto indecifrável.

— Quer namorar comigo, Uraraka? Eu acho que conseguiria te ensinar como fazer desenhos com chocolate. – Ele questionou e sorriu, com vergonha. Mais uma vez, os jovens pareciam ignorar a chuva que caia sobre eles porque o sentimento que inundava o peito de ambos era uma distração muito maior.

— Você sabe cozinhar??! – Ela levou as mãos no rosto, espantada e ignorando a primeira questão que Bakugou fez e ele murmurou um “tch.”. Para Ochako, a resposta da questão era óbvia.

— VAI ME RESPONDER OU NÃO, CARA REDONDA? É ÓBVIO QUE EU SEI, PORRA. PORQUE EU NÃO SABERI-

— Quero. – Ela cortou o garoto enfurecido que fazia com que faíscas soltassem de suas mãos, e o abraçou carinhosamente. Conseguia ouvir o coração dele bater com força e Bakugou se questionava o que ele deveria fazer depois daquele momento. Os livros não haviam ensinado. Era muito diferente do fictício. Passou suas mãos nos cabelos molhados da garota que era menor que ele e ela afundou o rosto em seu moletom.

Ele queria que a sensação quentinha que inundava seu peito durasse para sempre.

 


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