AMAZONA - Um Especial de Natal escrita por RyuJin


Capítulo 1
AMAZONA - Um Especial de Natal


Notas iniciais do capítulo

Hey Galerê, td certo?

Como prometido, cá estamos no spin-off especial de Natal recheadinho de Marine nas entrelinhas ??” ou nem tanto ??” feito peru natalino!

Enfim, espero que gostem dessa perspectiva impessoal aqui, e que possam sanar certas curiosidades Sabinísticas e Marlonísticas!
No mais, fiquem com AMAZONA ??“ Um Especial de Natal!



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All along it was a fever

(O tempo todo isso foi uma febre)

A cold sweat hot-headed believer

(Uma pessoa crédula, nervosa e impulsiva)

I threw my hands in the air and said: Show me something

(Eu joguei minhas mãos para o alto e disse: Mostre-me alguma coisa)

He said, if you dare come a little closer

(Ele disse: Se você se atreve, chegue mais perto)

Stay - Rihanna feat. Mikky Ekko

 

24 de Dezembro de 2008

 

A árvore natalina dos Dixon estava longe de ser a mais bonita ou pomposa da cidade, os enfeites eram os mesmos a um par de anos e aos poucos alguns dos trabalhos manuais das crianças foram acrescentados a decoração original conforme elas passavam a frequentar a pré-escola.

O cheiro do peru se espalhava por toda a casa, juntando-se ao dos biscoitos de gengibre que esfriavam sobre a bancada da cozinha, recém tirados do forno. O aroma dançava sutilmente com as notas que ecoavam pela sala de estar, vindas da antiga radiola de Peter Dixon.

O médico puxou a esposa pela cintura assim que ela despontou alvoroçada na sala de jantar, correndo com os talheres nas mãos. A matriarca deixou-se amolecer nos braços do marido, rendendo-se a dança animada.

Maximilliam jogava banco imobiliário com o caçula Nichollas, de apenas oito anos, o que rendiam discussões divertidas sobre o mais velho estar roubando só porque sabia fazer as contas de cabeça.

Marlon, o loiro aguado antissocial estava empoleirado no sofá da sala de tv jogando seu recém adquirido Nintendo-Wii. Ele nunca se importava em quebrar as regras e abrir os presentes antes do tempo, uma vez que em sua maioria eram aquisições próprias. A parte ruim de ser um adulto de dezoito anos: ter que comprar os próprios presentes se quisesse ter algum.

Os gêmeos, Joshua e Iosha, sabe lá Deus onde poderiam estar. A mãe suspeitava que em alguma festa clandestina na Costa Leste e não se importava com o paradeiro de ambos, desde que chegassem a tempo para a ceia.

A campainha soou, incapaz de quebrar a atmosfera natalina. A matriarca Dixon soltou-se do abraço do marido e foi atender, dando de cara com os irmão Nakayama parados a porta sorridentes.

— Desculpe atrapalhar os preparativos tia Becca, nós viemos apenas deixar os presentes debaixo da árvore. – Will foi logo entrando sem fazer cerimônias.

— Não se preocupe querido, é sempre um prazer tê-los em casa. Quando vocês não estão por aqui, é como se estivesse faltando um dos nossos filhos! – a matriarca auxiliou Sabine com os presentes, ajeitando-os caprichosamente sob a árvore.

— Eu estava certo de que tinha ouvido essa tua voz de arara rouca Willie. – Marlon colocou a cabeça para fora da sala de tv, com um sorriso maroto nos lábios anormalmente grossos. — Você tem que vir ver esse jogo novo que eu comprei ele é simpl... – a voz dele sumiu conforme arrastou Will para dentro com ele.

— Onde passarão o natal Menininha? – Peter ofereceu um copo de refrigerante a visita, apontando para que se sentasse em uma das poltronas.

— Não tenho certeza. Estamos supostos a esperar nossos pais voltarem de alguma festa corporativa idiota da qual nos recusamos a participar. – Nick se aninhou aos pés da garota como um gatinho manhoso, se recostando neles enquanto decidia o que fazer com o dinheiro que havia ganho no jogo.

— Sob o meu cadáver abominavelmente jovial, eu permitirei que os pequenos Nakayama passem um natal solitário. – o velhote apontou indignado. — Podem ficar conosco até que teus pais retornem. Seja lá em que momento isso aconteça. – a última frase saiu um pouco mais baixa, como se para si mesmo.

— Não será necessário tio Peter, nós não queremos atrap... – a garota começou um bocado incomodada.

— Não esquenta Bine, receber vocês aqui nas comemorações são quase que uma tradição Dixon, se quer saber! – apontou Maxí sorrindo saudosista. Não é uma completa mentira, afinal.

Depois da chegada dos gêmeos — e a Sra. Dixon constatar que estava certa sobre a festa — a sala de tv transformou-se em uma central de disputas e apostas. Nem mesmo Peter escapou da diversão.

Maxí acompanhou Sabine até o deque da cozinha, sentando-se a seu lado e observando as estrelas e as ondas. Algumas crianças corriam brincando na areia, e os garotos mal puderam resistir o ímpeto de rir quando uma delas caiu de cara em um dos castelos.

— As coisas eram tão fáceis assim quando éramos crianças? – Bine perguntou recostando a cabeça no ombro do melhor amigo, sentindo-o fazer um cafuné.

— Acho que as coisas nunca foram fáceis pra você, Bine! – ele riu pelo nariz, passando o braço por cima dos ombros da morena.

— Não, não foram! – ela constatou se jogando com o rapaz de costas sob as tábuas do deque, deitando aninhada a ele e encarando os pontos piscando no manto negro que era o céu daquela noite.

Ficaram ali meia dúzia de minutos, até que Rebecca Dixon saísse como um foguete pela porta da cozinha puxando um Collin arroxeado e bronco-asmático para que inalasse um pouco da brisa fresca que as ondas traziam.

— Eu falei que era uma péssima ideia deixa-lo entrar para a liga, Peter! – a matriarca reclamou ajudando o filho a ficar mais ereto para desobstruir a passagem de ar. — As crises voltaram!

— O futebol não é o culpado pela asma do Nick, Becca. Muito pelo contrário, o exercício físico vai fazer muito bem a longo prazo. – Peter empurrou a bombinha nas mãos pálidas do filho.

— Temos que leva-lo ao hospital. – decretou a mulher nervosa.

— Por Deus mulher, é véspera de Natal! – reclamou o médico.

— Mexa-se homem, o teu filho está morrendo! – berrou ela histérica quando percebeu que o marido não moveu um músculo sequer.

Era uma cena engraçada, apesar da tragédia que poderia acarretar. Peter Dixon é o pediatra, mas parecia que Rebecca é quem dava a última palavra, mesmo que contrariando a experiência do profissional.

— Veem? É nisso que se transformam as mulheres quando suas crias estão em perigo! – ele riu apontando para Sabine e Maxí ainda sentados no deque.

Com os adultos responsáveis fora de casa, podem imaginar o que veio a seguir, não é? Pois estão certos! Uma dezena de minutos depois a casa estava tomada por jovens desnaturados que largaram suas famílias em plena véspera de Natal para comparecer a uma das tão famosas festas dos Gêmeos Dixon.

Sabine preferia não estar presente quando tio Peter e tia Becca voltassem e encontrassem a casa destruída — de novo —, mas por hora, ela podia apenas aproveitar a festa e beber sem represálias.

Maximilliam puxou-a para a sala de estar onde alguma brincadeira alcoólica estava prestes a começar. Os shots estavam sobre a mesa de centro ao lado da roleta maldosamente arquitetada por Josh. O gêmeo nerd não era nenhum santo ao contrário do que todos pensavam.

— Se você é um marinheiro de primeira viagem nesse navio desgovernado que chamamos de “Festa Dixon”, permita-me introduzi-lo ao nosso joguinho diabólico. – começou Iosha como o anfitrião nato que ele era. — Isso pode parecer apenas um inocente jogo de “Verdade ou Desafio” para vocês virgenzinhos, mas receio ter de desmacular essa ideia!

Algumas das pessoas que estiveram interessadas num primeiro momento, começaram a dispersar reduzindo o grupo a um seleto de jovens peculiares em volta da mesa de centro.

— É simples, rodaremos a garrafa e a escolha será feita: “Verdade ou Desafio”. Caso escolha verdade, terá que responder sinceramente induzido por uma dose. – Iosha apontou para os shots na mesa. — Se escolher desafio, é ai que tua inocência corre o risco de ser roubada, porque terá que rodar a roleta e cumprir o desafio imposta por ela. Mas não se acanhem, não vamos te julgar e não sofrerá represálias. É a regra do jogo!

Marlon se acomodou numa poltrona qualquer minado de uma garrafa de cerveja. Maxí e Sabine sentaram-se no chão antes de Billy entrar na sala meio cambaleando e amparado por uma ruiva.

— Nem pensar que irá jogar isso aqui, Sabine! – ditou autoritário sentando no sofá com a ruiva no colo.

— Quer que eu faça isso debaixo do teu nariz, ou pelas tuas costas? – desafiou. A morena sabia que o irmão era ciumento, mas o acordo era que seriam sempre sinceros um com o outro. William era cuidadoso mas não possessivo.

— Certo, hora da diversão! – gritou Iosha animado demais para quem jurava estar sóbrio, o gorro natalino escapando da cabeça suada. — Eu começo.

O gêmeo loiro girou a garrafa com afinco. A boca apontou para uma garota asiática do terceiro ano.

— O que vai ser docinho, verdade ou desafio?

— Verdade! – o sotaque coreano era sutil, mas verdadeiramente perceptível. A moça tomou sua dose e sorriu esperando a pergunta do gêmeo malvado.

— É verdade que pretende me deixar conhece-la melhor depois que terminamos esse joguinho aqui? – corrigindo, gêmeo pervertido!

— Não é uma completa mentira. – aos ouvidos treinados de Sabine, parecia que a menina estava querendo se esquivar, mas conhecendo Iosha como o conhecia, não duvidaria se a mocinha mudasse de ideia ao longo da noite.

Um par de jovens giraram a garrafa exageradamente animados com o decreto de seus desafios. Foi a vez da garota loira ao lado de Marlon, e parou em Sabine.

— Nakayama? – a loira requisitou.

— Verdade! – silvou a morena depois de encarar o olhar desafiador do irmão. Tomou sua dose fazendo careta no processo.

— É verdade que tem um lance com um dos garotos Dixon? – ela piscou inocentemente. Samantha Jones esteve no episódio do Solarium’s Garden, não dar nome aos bois não fazia dela uma completa ignorante, ao contrário do que queria fazê-los pensar. Estava alfinetando exatamente onde queria que estourasse.

— Mudei de ideia, prefiro desafio! – resfolegou Sabine ainda sentindo a garganta queimar pela bebida.

— Não pode mudar de ideia Menininha. Terá que responder a pergunta e cumprir o desafio. – decretou Iosha como se fosse o dono do mundo. — E como punição pelo despautério, precisará revelar a quem Jones se refere! - Na verdade, ele estava muito curioso pra saber qual dos irmãos estaria na mira de Janeth Nakayama no dia seguinte.

— Sem chance! – a garota estava indignada. Devia ter ouvido o irmão e deixado o jogo pra lá. Tarde demais.

— São as regras, sinto muito! – Will sorriu amarelo como quem diz “Eu te avisei, agora se vira”, mal escondendo o “Que diabos de história é essa?”

— Sabe, acho que você cria essas regras de última hora para tua própria conveniência! – Sabine acusou apontando para o ajudante de Papai Noel loiro, que respondeu com um dar de ombros.

— Certo, vou repetir a pergunta caso tenha esquecido. – se prontificou Samantha colocando mais lenha na fogueira. — É verdade que tem um lance com um dos garotos Dixon, e quem é ele? – a senhorita Miss Sunshine piscou para o gêmeo do mal, aumentando a desconfiança de Sabine de que ambos estavam armando para o lado dela.

— Não, não é verdade. E se está se referindo ao baka do melhor amigo do meu irmão, eu sugiro que repense tuas fontes. Marlon é só o irritante que não sai do nosso pé e costuma se meter em assuntos que não são da sua alçada! – a morena respondeu olhando bem no fundo dos olhos azuis de Jones para que ela captasse a mensagem.

— Satisfeita com a resposta Jones? – questionou Iosha.

— O quê, você é o meu carrasco particular agora? – inquiriu Sabine irritada com a insistência do outro.

— Só estou querendo checar! Ademais, precisa rodar a roleta. – lembrou indicando o círculo em cima da mesa.

Sabine rodou o ponteiro torcendo para que tivesse alguma opção “estrangular a pessoa que acabou de te fazer uma pergunta tendenciosa sem pé nem cabeça”. Infelizmente essa opção estava em falta. E o ponteiro caiu em “beijo de língua”.

Sam sorriu se levantando para ficar de frente com a outra. Bine deu de ombros, não era de todo mal afinal. Se inclinou, consciente que ambas estavam dando uma visão muito privilegiada de seus traseiros aos garotos atrás de si, e capturou os lábio sabor morango. O beijo durou mais do que o permitido e envolveu mais língua que o aconselhável.

— Porra! – murmurou Maxí não escondendo o tom erótico na voz.

As garotas se afastaram limpando o resto do gloss labial de Jones com a língua. Os marmanjos da roda se aprumavam tentando conter a excitação dentro das calças.

— Isso não era pra ter acontecido. Vai perder todo o encanto quando eu for beijá-la, Sabine. Vai ser como roubar o beijo da minha melhor amiga. – sussurrou Maximilliam resignado para que somente a amiga o escutasse.

— Não esquenta, você terá a tua vez. – balbuciou ela, se perguntando até quando Maxí e a Senhorita Raio de Sol iriam esconder o que sentiam um pelo outro.

Era a vez de Marlon. Ele se inclinou para alcançar a garrafa e empurrou-a com rudez. O objeto girou infinitamente até perder força e apontar para — adivinhem só — Sabine.

— Isso só pode ser brincadeira! – Nakayama bateu com a mão na mesa revoltada.

— Verdade ou Desafio olhos de Tigre? – perguntou o loiro mal humorado.

— Não pode escolher verdade, essa opção já foi descartada do teu caderninho na rodada anterior! – avisou Iosha sorrindo sádico.

— A ala psiquiátrica ficaria feliz em ter um espécime como você para estudar a verdadeira natureza do sadismo! – Sabine soou venenosa, muito parecida com o tom que mãe tinha o hábito de usar com quem ela gostava de chamar de ralé.

Se ficou constrangido ou ofendido, Iosha não deixou transparecer. Marlon rodou a roleta sem encarar a irmãzinha do seu melhor amigo e acabar perdendo a sanidade.

— Deveria ter insistido mais para que ela não jogasse, Willie! – informou vendo o ponteiro parar em “tirar a parte de cima”.

— Tô sabendo! – bufou o Nakayma mais velho evitando olhar para o amigo.

— Will... – chamou o loiro de lábios extremamente grossos.

— Vá em frente Marl, é só um jogo idiota. Sabine vai aprender com os próprios erros, a escutar o irmão mais velho. – Billy deu o aval resmungando e se recusando a assistir o desenrolar do desafio.

— Sim ela vai, e eu me encarregarei para que não esqueça! - Marlon se levantou, induzindo Sabine a imitá-lo.

O rapaz puxou a barra da camiseta larga que ela gostava de usar, fazendo-a se aproximar o suficiente para que sentisse os seios contra o próprio tórax. Ele embrenhou ambas as mãos por dentro do tecido, acariciando a pele quente e bronzeada. Foi subindo as carícias pelas laterais do corpo feminino levantando a camiseta no processo.

Todos — exceto Billy — pareciam estar hipnotizados com a cena. O ódio mortal que envolvia Sabine Nakayama e Marlon Dixon era conhecido até mesmo pelos moradores da Costa Leste, e vê-los ali protagonizando um episódio como aquele era no mínimo interessante. 

Marlon pigarreou quando o pulso alcançou as axilas da morena. Ela encarou-o pela primeira vez desde que começaram aquele jogo e viu a sobrancelha loira se erguer inquisitória. Sabine levantou os braços permitindo que o outro terminasse de despi-la. Graças aos céus ela decidira vestir seu melhor biquíni para passar o Natal.

Os olhos cor de chumbo não deixaram os orbes verdes nem por um segundo e estava disposto a manter o contato visual, não fosse o pigarro sonoro de William a suas costas.

Ambos voltaram para seus lugares sem um pingo de desconforto. Billy respirou fundo finalmente se vendo livre para acompanhar o restante do jogo. Outras três pessoas tiveram sua vez até chegar a vez de Sabine que — por alguma premeditação diabólica de Iosha —, era a última daquela rodada.

A garrafa parou em Maxí e como seu melhor amigo havia escolhido verdade na última vez em que fora selecionado, ela foi direto para a roleta amaldiçoada rezando pra acabar logo com tudo aquilo, prometendo a si mesmo que nunca mais entraria em qualquer jogo — por mais inocente que fosse — inventado pelos Gêmeos Dixon.

“Lambida no pescoço”

— Isso é sério? – Maximilliam se remexeu desconfortável em seu lugar. Não era dos piores desafios, mas ser lambido pela melhor amiga deveria ser proibido, e tinha quase certeza que aquilo estava escrito em algum lugar na Constituição Americana.

— É o fim do jogo bocó, seja homem e permita que Nakayama arremate com chave de ouro, sim? – o Grinch disfarçado de sósia de Josh suspirou meio contrariado.

Sabine sorriu divertida, era a oportunidade perfeita para dar o troco em Jones porque sim, a garota loira estava mais que interessada em Maxí e ele nela, mas nenhum dos dois tinha o ímpeto de dar a iniciativa.

A morena se segurou no ombro do garoto, usando-o como apoio para içar a perna e sentar em seu colo, frente a frente com ele. Não estava nas regras que não podia incrementar, estava? Ela piscou cúmplice, passou a mão na nuca do moreno e se inclinou lambendo o pescoço suado tortuosamente devagar.

O coro em sua maioria composto por vozes masculinas, soltou um sonoro ‘uh’ e reflexivamente — ou não — Maxí apertou as nádegas da amiga gemendo baixinho no processo.

— Eu tô morrendo e isso tudo só pode ser o inferno vindo na minha direção! – resmungou Will empurrando a ruiva de seu colo e saindo da sala batendo o pé. Marlon o acompanhou chutando uma garrafa vazia no percurso.

A garota levantou do colo do amigo quando notou que — como o homenzinho que ele era — Maxí não estava conseguindo refrear a própria excitação. Ela ergueu a mão para um High Five, recebendo um sorriso agradecido e cúmplice. Comprovar a masculinidade dele na frente da garota da qual é afim, era um favor e tanto. Definitivamente estava devendo à Nakayama.

Sabine rumou até a sala de jantar, o peru de Natal já estava completamente detonado àquela altura do campeonato e nada poderia fazer a respeito, exceto pegar um prato e se servir de um generoso pedaço. Ela se sentou e começou a comer devagar, assistindo as pessoas irem e virem pelo corredor.

Josh passou apressado em direção a cozinha — ou a garagem — com o notebook em mãos, provavelmente procurando um lugar silencioso pra continuar com seja lá o que estivesse fazendo.

Iosha decidiu que ele seria o Papai Noel daquele ano e sentou na poltrona favorita de Peter, pedindo para que as garotas fizessem fila e se organizassem para revezar a sua atenção e seu colo.

Maximilliam subiu sorrateiro para o quarto tendo a Miss Sunshine em seus calcanhares. Até que enfim. E mais uma vez o dia foi salvo graças a Sabine Nakayama!

Billy, notoriamente embriagado, empurrou a ruiva de mais cedo pra dentro do banheiro e a irmã não queria nem imaginar o que eles estariam fazendo lá dentro. O mais velho era um belo de um hipócrita machista! Bine resolveu deixar a refeição de lado, sentindo o estômago embrulhar com a imagem que involuntariamente se formou em sua mente.

— Um minuto pessoal, que comece a contagem regressiva! – anunciou Iosha saindo para a praia e induzindo uma leva de seu séquito a acompanhá-lo.

A morena decidiu se refugiar na sala de tv, estar no meio da multidão festejando e contando os segundos para o natal não fazia o seu tipo. Notou ter sido uma péssima ideia no segundo em que percebeu que nem todos estavam fora de casa esperando pela queima de fogos.

— Alguma objeção em eu me sentar aqui e jogar? – arriscou, fazendo Marlon tirar os olhos de seu avatar do WWE SmackDown.

— Não prefere ir brincar com teu amiguinho não? – ela levantou uma das sobrancelhas confusa. — Maximilliam, Sabine. Não prefere os joguinhos dele?

— Isso é sério? – Bine pegou o outro console e selecionou a opção multijogador, percebendo que preferia não levar o loiro a sério. Sentou no tapete ao seu lado e deu play.

“10, 9...” anunciaram os gritos da multidão na praia.

— Sabe, isso já está ficando ridículo, Marlon. Primeiro Léon, agora Maxí! – ela bufou a contragosto. Não queria discutir em pleno natal, mas o imbecil do amigo de seu irmão nunca dava trégua.

— Você merece mais do que isso Sabine, só estamos cuidando pra que não se machuque. – esclareceu ele, mantendo os olhos na tv.

 “8, 7...”

— Estamos? Francamente, nem mesmo Billy anda se importando tanto com esse acordo estapafúrdio. – a indignação dela refletiu em seu avatar nocauteado.

— Não é apenas por Billy. Eu tenho meus próprios motivos, se quer saber. – Marlon estava com apenas metade da atenção na conversa.

“6,5...”

— Teus próprios motivos, quais? Me mostre eu quero conhece-los, quero saber a razão dessa fixação! – ela pousou o console nas pernas esticadas, obrigando-o a pausar o jogo e encará-la. Olhos nos olhos.

— Está enterrado muito fundo, e é escuro aqui dentro. – avisou mantendo os orbes cor de tempestade seguramente ancorados nos oceanos verdes dela.

 “4,3...”

— Não tenho medo de escuro Marlon, não sou mais uma garotinha. – sussurrou ela, notando que involuntariamente se aproximava dele.

— Então chegue mais perto e mergulhe nisso, se você se atreve! – não poderia dizer quem teve a iniciativa, pelo que parecia ambos haviam avançado juntos, quebrando a distância e se entregando ao beijo quente.

“2,1, 0!” A praia explodiu em gritos e fogos.

— Feliz Natal olhos de Tigre! – ele resfolegou quebrando o contato e jogando-a de costas sobre as almofadas no chão, seu corpo másculo sobre o dela pressionando-a nos lugares certos.

— Feliz aniversário, Marlon! – sorriram. Ela avançou capturando os lábios carnudos com gosto de Whisky.

Marlon apertou o pulso dela contra o tapete imobilizando-a, enquanto com a outra mão alcançava a coxa exposta pelo short curto. Bine envolveu a cintura máscula com as pernas, forçando-o a usar ambas as mãos para apalpar seu traseiro modestamente avantajado. O loiro desceu os beijos quentes para o pescoço dela, embriagando-se pelo cheiro da pele bronzeada.

Sabine se aproveitou da vulnerabilidade do melhor amigo de seu irmão para empurrá-lo e subir em seu quadril. Gemeu pelo contato de sua intimidade com a excitação dele, fazendo-o subir as mãos pela barriga exposta e alcançar o pescoço e ele agradeceu aos céus por ela não ter colocado a camiseta de volta, estava muito melhor assim, obrigado.

A morena amoleceu ao sentir uma das mãos geladas entrar pela barra do short e a outra asfixia-la levemente, levando-a a constatação de que era uma maldita e sádica asfixiofílica¹.

— Marlon você... – a voz de Josh entrou pela sala e tudo o que Sabine conseguiu pensar foi em socar a boca de Marlon com o máximo de força que conseguia. O loiro revidou automaticamente aumentando o aperto no pescoço da outra, assustando o gêmeo que acabara de entrar no cômodo.

— Merda Sabine. Saia de cima dele, o que pensam que estão fazendo? – Josh puxou-a pela cintura, tomando o cuidado de mantê-la longe do irmão.

— PAI, SABINE E MARLON FIZERAM DE NOVO! – gritou Iosha despontando pela porta junto a Billy.

— A quem está clamando homem? Papai ainda não chegou! – Joshua soltou Bine quando achou seguro libertá-la.

— Eu sei lá, é força do hábito! – justificou o outro confuso e embriagado.

A garota encarou Marlon assistindo-o massagear a bochecha atingida por seu punho. Ambos desataram a rir sem encarar ninguém efetivamente.

— Honestamente, eu não sei que graça vocês veem em sair no soco. Vão acabar se matando e eu ficarei sem irmã e sem melhor amigo! – Billy ditou deixando escapar um soluço. — Não podem ficar um minuto sozinhos e já querem se pegar!

Talvez se estivesse sóbrio, poderia ter captado a nota de nervoso na gargalhada de sua irmã. É claro que já estava acostumado aos atritos físicos daquela dupla em particular, mas nunca passaria por sua cabeça que a partir daquele dia “se pegar” seria interpretado de uma outra forma.


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Notas finais do capítulo

asfixiofílica¹: Não sei se o termo é esse, mas esta interligado ao significado de pessoas adeptas a asfixiofilia. Ou seja, Bine acabou descobrindo que sente prazer ao ser levemente asfixiada (Não julgaremos, apenas aceitaremos, sim?).

Não tenho nada a dizer sobre esse spin-off, quero saber de vocês, o que acharam?

Um feliz Natal a todxs!!!

E como coisa boa vem em pares ??” assim ouvi dizer ??”, o próximo cap de AMAZONA sairá dia 31. Não será nenhum especial de Ano Novo, mas prometo que estará polêmico e cheio de tretas do jeitinho que a gente gosta. Espero que estejam preparados para mais de 5k de puro tiro porrada e bomba!

P.S.: Se você ainda não leu AMAZONA e caiu aqui de paraquedas, cá está o link: https://fanfiction.com.br/historia/769654/Amazona/



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