Natal das Swan escrita por Lola Royal, Chloe Less, Nyna Mota


Capítulo 1
Rosalie


Notas iniciais do capítulo

Lola Royal: Olá, pessoas!

Essa é uma fanfic muito especial, pois é uma short idealizada por mim, pela Anny e pela Chloe para comemorar o Natal. Cada uma ficou responsável por escrever sobre uma personagem (Rosalie - Lola, Alice - Anny, Bella - Chloe), as irmãs protagonistas de Natal das Swan.

Espero de coração que vocês gostem da fic!

Chloe Less: Foi muito divertido planejar essa história com as meninas. Espero que vocês gostem de ler tanto quanto gostamos de escrever. Feliz Natal!

Anny Charmant: Hey pessoas! Como estão? Eu estou super feliz com esse projeto lindo! Espero que gostem.

Até amanhã com mais do Natal das Swan. Beijinhos.


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Boa leitura!

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Este capítulo fala um pouco sobre relacionamento abusivo, é um conteúdo que pode incomodar alguém, por isso o aviso.



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Rosalie

Eu não era a maior fã do Natal, mas precisava desesperadamente das férias de inverno. Precisava ainda mais da tradicional festa de Natal dos Swan, uma celebração inventada pela minha mãe — Renée —, desde o meu primeiro Natal.

Na verdade, eu achava o Natal bem chato, diferente dos meus pais e minhas irmãs mais novas — Alice e Isabella —, quando eu era adolescente eles me chamavam constantemente de Grinch por isso. Mas, eu não podia fazer nada se a minha data favorita do ano era o Halloween, nada melhor do que doces, algumas bebidas e fantasias de couro.

Naquela tarde do dia vinte e quatro, véspera do dia de Natal e o dia da festa na casa dos meus pais, eu me tranquei no banheiro do escritório de advocacia que trabalhava e comecei a me arrumar para ir embora. Tirei meu terninho preto que usava para trabalhar e coloquei meu sexy vestido vermelho, com saltos pretos altos e prendi meus cabelos — que eu tinha pintado de loiro uma semana antes — em um coque bem feito, depois coloquei uma boa maquiagem na cara para esconder as olheiras de quem trabalhava feito uma condenada.

Eu tinha vinte e quatro anos, tinha me formado em junho no curso de direito e desde outubro estava trabalhando como assistente de Emmett McCarty no escritório de advocacia do mesmo. O senhor McCarty tinha trinta e um anos e seu escritório, que tinha só quatro anos, já era um sucesso, isso porque o cara era um viciado em trabalho.

Sério, muito viciado. Ele era o primeiro a chegar ao escritório e o último a sair, isso quando ia embora, eu tinha o flagrado algumas vezes dormindo em sua sala porque virou a noite trabalhando.

Naquela véspera de Natal ele prenderia todos os funcionários até cinco da tarde no trabalho, o que me faria sair de Seattle com tempo contado para chegar a casa dos meus pais em Forks, que ficava a cerca de quatro horas de distância, para a festa que começaria às nove horas.

Eu precisaria chegar logo lá para mimar Alice, ela tinha sido traída e levou um fora do namorado babaca em plena véspera de Natal. Aquele Natal seria difícil para ela, eu não poderia faltar.

Coloquei mais um pouquinho de batom e me encarei no espelho, estava gostosa, esperava que minha mãe tivesse convidado algum cara bonito de Forks — o que eu sabia ser uma espécie rara — para eu pudesse ter um pouco de diversão na festa. Quero dizer, eu não ficava com ninguém desde o Quatro de Julho, precisava de um cara urgentemente, até porque…

— Não, sem ficar pensando em como seu chefe é gostoso, Rosalie — chamei minha própria atenção.

Okay, Emmett McCarty podia ser um cara muito exigente, que me enchia de trabalho e que às vezes eu queria matar. No entanto, eu não podia negar o quão bonito ele era, alto, devia ter quase dois metros de altura, cabelos pretos que ele sempre mantinha em um corte curto, olhos azuis bem claros e covinhas no rosto quando se permitia sorrir. Isso sem falar nos músculos, eu não sabia que horas ele ia para a academia já que vivia trabalhando, mas ele definitivamente frequentava uma e aquilo era bem claro.

Ainda assim, eu não podia ficar desejando meu chefe. Mesmo que eu tenha me masturbado algumas vezes nele, confesso. Ele era meu chefe, eu queria no ano seguinte começar a atuar como uma advogada e Emmett já vinha dando menções de que essa promoção aconteceria, eu não queria colocar sexo no meio disso e fazer com que todos pensassem que estava trepando com meu chefe para ganhar um cargo.

Bella, que assim como Alice já sabia sobre minha atração por Emmett, dizia que se eu ficasse com ele seria muito romântico. Afinal, ela era uma apaixonada por comédias românticas sonhando com clichês, mas eu era mais realista.

Recolhi todas as minhas coisas do banheiro, já eram quatro e quarenta e cinco da tarde, mais quinze minutos enrolando na minha mesa e eu já poderia ir embora para Forks. Deixei o banheiro e meu visual de festa logo chamou a atenção de todos, não que o meu de trabalho não chamasse, afinal eu era muito linda e todos sempre paravam um segundo que fosse para me admirar.

Segui até minha mesa com um sorrisinho triunfante no rosto, coloquei minha bolsa sobre a mesa e sentei em minha cadeira. Comecei a ler alguns documentos no computador, só para fazer hora até que eu pudesse ir embora. Meu chefe já tinha me dado muito trabalho naquela manhã, mas tinha dado conta de tudo até antes de eu ir me trocar no banheiro.

Só mais um pouquinho e eu estaria fora daquele escritório, minhas malas já estavam em meu carro e eu já sentia o espírito das férias me dominando. Iria para Forks aquele dia e ficaria lá pelo resto de dezembro, só voltaria para Seattle no dia seis e só ia trabalhar dia sete de janeiro, eu tinha me programado para aquelas férias desde que percebi que meu chefe era um fanático por trabalho. Eu podia não ser uma grande fã do Natal, mas não queria passar as festas de fim de ano presa no trabalho, por isso pedi minhas férias justamente para aquela época.

— Senhorita Swan? — Mais um fato sobre meu chefe, ele tinha uma voz sexy do caralho.

Girei em minha cadeira de rodinhas, olhando para trás e vendo Emmett McCarty parado junto à porta da sua sala que ficava atrás da minha mesa de assistente. Ele estava todo arrumadinho, com seu terno sempre muito bem passado e seus sapatos sociais lustrados, em seu rosto óculos de grau e nenhuma barba, pois ele sempre a mantinha aparada.

Eu gostava daquele visual todo sério dele, me fazia pensar em um homem de negócios extremamente gostoso que usaria sua gravata para prender minhas mãos e… Foco, Rosalie!

— Sim, senhor McCarty — falei, minha voz soando mais rouca do que o normal, limpei a garganta e falei de novo. — No que posso ajudá-lo?

— Venha até a minha sala — ele ordenou, antes de se virar e entrar em sua sala vi que ele olhou para minhas pernas.

Puta merda, ele tinha olhado para minhas pernas!

Oh Deus, será que ele já tinha sentido vontade de me foder como eu queria que ele me fodesse? Porra, eu não podia dar para meu chefe, mas queria tanto, mas não podia, não mesmo.

Levantei da mesa, sentindo meu corpo tremendo. Pensei em todas as coisas que Emmett e eu poderíamos fazer em uma cama, ou em um sofá, ou em sua mesa, mas que não poderíamos porque ele era o chefe e eu sua funcionária, isso não seria nada ético

— Senhorita Swan — Emmett falou quando entrei em sua sala, estava recostado em sua mesa, com alguns documentos em mãos. — Temos um problema.

Ah não…

— O julgamento de Ella Johnson que seria em quinze de janeiro foi adiantado, será dia vinte e seis de dezembro.

— Ok, eu vou colocar ele em sua agenda na data certa — falei, pensando no caso na mãe de dois filhos que estava sendo julgada por ter assassinado o marido, um marido filho da puta que tinha agredido ela por dez anos, diga-se de passagem.

— O problema não é esse, senhorita Swan — meu chefe disse. — É um caso importante, o julgamento será em dois dias e eu preciso trabalhar em cima dele. Você como minha assistente precisa estar aqui para me auxiliar.

— Mas…

— Sei que você entraria de férias hoje — ele me interrompeu, voltando a falar. — Porém, precisamos terminar o caso hoje. Eu já chamei pela senhora Johnson, ela está vindo para que a preparemos para o tribunal e você precisa me ajudar com toda a papelada.

— Mas eu já devia estar saindo para Forks — murmurei. — Meus pais vão dar uma festa.

— Senhorita Swan, esse caso é muito importante e se você quer aquela promoção seria ótimo me ajudar nele. Além do mais, a senhora Johnson me implorou para que amanhã eu a deixe ter o dia livre com seus filhos, então só preciso de você aqui essa noite, amanhã poderá ir para… Para onde vai mesmo?

— Forks.

— Isso, Forks. Mas, essa noite preciso que fique para trabalhar.

Puta que pariu, eu perderia a festa, maldito seja meu chefe!

***

Eu tinha um vício, não era álcool, cigarros, nem cocaína, também não era maconha. Meu vício eram doces, especialmente chocolate, por isso eu gostava tanto do Halloween. Depois que meu chefe me deu a maravilhosa notícia de que eu teria que ficar trabalhando pelo resto da noite e que perderia a festa na casa da minha família, eu peguei uma barra de chocolate para emergências na minha bolsa e me tranquei no banheiro para comer, enquanto mandava mensagens para minhas irmãs avisando elas da minha desgraça, antes de ligar para mamãe.

Rosalie: Meu chefe me encheu de trabalho, não vou poder ir para Forks. Juro que ainda vou matar o Riley por você, aí meu chefe idiota cuida de me tirar da cadeia.

Alice: Como seu chefe não tão mais gostoso ousa fazer isso? Acho que serão dois mortos hoje.

Alice: Prometo te visitar e levar chocolates.

Isso era ótimo, chocolate nunca era demais.

Rosalie: Eu não vou conseguir ir para a festa, meu chefe me atolou de trabalho.

Enviei aquela para Bella.

Bella: Tinha que ser você faltando a festa de Natal, né, Grinch? Você é uma idiota!

Rosalie: Ei, controle sua língua!

Bella: Ai, desculpa, estou com raiva do idiota do meu namorado. Eu te amo.

Rosalie: Também te amo. E pare de brigar com o pobre do Edward, ele é legal.

Bella: Vai se foder!

Apenas ri, Edward tinha mesmo tirado minha pacífica irmã do sério. Foi quando vi que ele tinha me enviado uma mensagem antes, perguntando o endereço da casa dos meus pais. Eu respondi, mas, não tinha tempo para ajudar Bella e ele em seus dilemas, estava cheia dos meus próprios dilemas.

— Oi, mãe! — exclamei quando Renée atendeu a ligação, ao fundo eu podia a ouvir escutando músicas natalinas.

— Rosalie, meu bem, você já saiu de Seattle?

— Não, aconteceu um problema. — Suspirei. — Vou ter que passar a noite trabalhando, é um caso importante e meu chefe precisa da minha ajuda. Eu só poderei ir para Forks amanhã.

— Ah não! — ela exclamou em um tom de voz cheio de drama. — Charlie, a sua filha está acabando com o Natal!

— Qual delas? — o ouvi gritar a pergunta.

— A mais velha.

— E mais bonita — sussurrei.

— Passe o telefone para seu chefe, Rosalie — mamãe exigiu. — Eu falarei com ele e o farei te dispensar.

— Mãe, é meu chefe, não o diretor da escola — resmunguei. — Você não pode obrigá-lo a me dispensar. Eu poderia ir embora, mas isso faria com que eu perdesse o emprego e as altas chances de ser promovida ano que vem.

— Isso te fará perder o Natal.

— O Natal é só amanhã, mãe.

— A festa é hoje, uma festa que passei meses e meses planejando. Sabia que eu até convidei um colega de trabalho do seu pai que seria um ótimo par para você?

— Um colega do papai?

— Sim.

— Um policial?

— Sim.

— Deus me livre, mãe, eu nunca namoraria um policial. Ele tem o que? Cinquenta anos no mínimo e uma barriga de cerveja? Ele tem um bigode como meu pai também? Não preciso desse Complexo de Édipo na minha vida.

— Jasper não parece nada com seu pai, Rosalie. Ele não tem nem trinta anos e é lindo. Mas, você quem sabe, mocinha. Fique aí em Seattle com seu trabalho e perca a festa que dei o maior trabalho de preparar. Ah, seu pai é muito bonito, viu? Mais respeito!

Dito isso ela desligou na minha cara, eu ri mais um pouco. No entanto, também chorei. Ia perder a festa e toda a bebida de graça, além de furar com Alice e a promessa de mimar minha irmã.

***

Às cinco e meia da tarde eu estava na sala de Emmett, ele trabalhando em seu computador de mesa, enquanto eu mexia em seu notebook revisando toda a papelada do caso. Era uma história muito difícil. Ella Johnson tinha só vinte e nove anos, casou com Patrick Johnson aos dezenove anos de idade, ele tinha trinta, ela engravidou do primeiro filho e como nos relatou as agressões começaram ainda naquela época.

Ella e Patrick ficaram casados por dez anos e tiveram dois filhos, Patrick sempre foi agressivo fisicamente e psicologicamente com a esposa. Mas, Ella nunca teve coragem de o denunciar — o que nos colocava em problemas porque era basicamente a palavra dela contra o marido morto — Patrick, era sozinha no mundo e tinha medo de que ele ficasse com os filhos em um caso de divórcio, ou pior, temia que se ela o denunciasse a matasse.

Até que meses atrás Patrick tentou abusar de Ella em uma noite, ela pegou um copo que estava ao lado da cama, o quebrou em uma mesinha e acertou a garganta do marido com o vidro, ele morreu logo. Ella foi presa, recebendo direito a julgamento em liberdade só quando Emmett assumiu seu caso no mês passado, ela nem tinha dinheiro para pagar pelos honorários dele, mas meu chefe fazia alguns casos assim para pessoas sem dinheiro para lhe pagar.

Ele não era tão ruim assim. Só quando estragava meus planos natalinos.

— Ela precisa de alguém que confirme as agressões — Emmett falou, parecia estar falando mais para si mesmo naquele instante. — Sempre dava um jeito de esconder as marcas de vizinhos e do pessoal da escola dos filhos, não tinha amigos.

— Os amigos que frequentavam a casa deles eram os amigos do Patrick — falei, Emmett olhou atentamente para mim. — Mas todos estão do lado do falecido, claro.

Emmett suspirou, pegando seu celular e começou a fazer uma ligação.

— Oliver Hanson? — Eu reconhecia o nome, era um dos amigos de Patrick, que já tinha dado depoimento para a polícia que Ella sentia muito ciúmes do marido e que aquilo provavelmente foi o que motivou o crime. — Podemos conversar sobre seu amigo Patrick? — Emmett voltou a me olhar e o vi revirar seus olhos. — Sim, sei que o promotor… Okay, eu entendo.

Emmett finalizou a chamada.

— Nada, eu realmente não sei o que fazer — confidenciou. — O promotor do caso é linha dura e conseguiu todas as testemunhas depondo contra Ella, os amigos de Patrick não vão falar mal dele, ou a família e os vizinhos alegam que nunca viram, ou ouviram nada fora do normal.

— Bom, vamos continuar ligando! — eu disse pegando o telefone fixo da mesa de Emmett. — Ella não pode ficar presa e você tem um caso a ganhar. — Meu chefe deu um pequeno sorriso, antes de começar a ligar para mais testemunhas.

***

Seis horas Ella apareceu, com seus dois filhos. Estava claramente abatida, mas tinha um sorriso nervoso no rosto, estava certamente querendo tranquilizar seus filhos.

Não tinha mais ninguém no escritório, eu era a única ali além de Emmett, então deixei o menino e a menina na sala de reuniões assistindo a um filme natalino que só me fazia pensar em casa.

Voltei para a sala de Emmett, onde passamos a próxima hora preparando a senhora Johnson para o julgamento, enquanto eu também adiantava tudo da papelada do caso. Ela chorou algumas vezes, sempre alegando ser inocente e dizendo que não podia ficar longe dos seus filhos mais um dia que fosse.

— Nós estamos cuidando do seu caso, senhora Johnson — Emmett falou em um tom de voz calmo para a mulher sentada diante dele, que estava ao meu lado.

— Eu não posso perder meus filhos, já foi tão ruim quando fui presa da primeira vez, eles precisam de mim.

— Com quem mesmo as crianças ficaram quando você foi presa? — perguntei para ela, Emmett e a mulher me olharam.

— Com uma prima do Patrick, já que os irmãos dele não quiseram e a mãe está velha demais para cuidar de crianças. Mas claro que todos estão em ótimo estado para me taxar como uma criminosa, não alguém que precisou se defender.

Eu vi a lista de testemunhas que meu chefe e eu tínhamos ligado, ainda faltava algumas pessoas, incluindo a prima que cuidou das crianças.

— Senhor McCarty, já é sete da noite, que tal deixar a senhora Johnson ir embora com as crianças e se prepararem para o dia de Natal amanhã? — Ele me olhou desconfiado, mas aceitou que Ella já estava pronta para o tribunal e a deixou ir.

— O que foi? — ele me perguntou.

— Me deixe ligar para essa prima, quem sabe ela pode testemunhar a favor de Ella.

— Sinceramente, eu já vejo esse caso como perdido.

— Eu não. — Peguei o telefone. — Sabe o que a minha mãe sempre me ensinou? Especialmente na época de Natal? Que eu nunca devia perder as esperanças.

Emmett sorriu mais uma vez aquela noite, deixando suas covinhas aparecerem. Meu coração vacilou por um segundo, mas eu não podia cair de paixão por meu chefe naquele instante. Oh droga, eu tinha pensado paixão? Não, claro que não, eu não era apaixonada pelo senhor McCarty, só sentia tesão por ele ser um gostoso.

— Senhora Martin? — falei com a mulher que me atendeu, colocando a ligação no viva voz para que Emmett me ouvisse.

— Sim, quem fala?

— Rosalie Swan, sou assistente do advogado de defesa de Ella Johnson. — A mulher respirou fundo. — Poderíamos conversar um pouco?

— Acho que sim.

— Podia me dizer como era a relação entre seu primo e a esposa dele? — Ela bufou.

— Eu não convivia muito com eles, tá? Mas acho que era normal.

— Você alguma vez viu a senhora Johnson machucada?

O silêncio demorou um minuto.

— Sim. — Ficou calada mais um pouco antes de voltar a falar. — Ok, eu vi ela com alguns roxos no braço, no pescoço e até um corte na mão, algumas vezes — sussurrou envergonhada. — É, não era um casamento normal, uma vez fui ver as crianças e ouvi ele batendo nela. Mas eu… Patrick era meu primo, eu não podia o denunciar. — A mulher começou a chorar. — Não se denuncia a família.

— Senhora Martin — Emmett se pronunciou. — Aqui é Emmett McCarty, o advogado de Ella, eu entendo que Patrick era seu primo, mas ele passou anos agredindo Ella, que agora precisa muito do seu depoimento para se livrar da cadeia.

— E assim ficar livre para estar com seus filhos — acrescentei. — Pense nas crianças — pedi. — Elas vão ficar sem a mãe se Ella for presa.

— Deus. — A mulher choramingou.

— Patrick era seu primo e fez coisas erradas, mas as crianças e Ella não podem pagar por isso.

— Eu sei — ela disse ainda chorando. — O meu marido também ouviu uma vez Patrick batendo nela, eu tinha o mandado ficar quieto, para não comprar briga com o resto da família. Mas, as crianças são maravilhosas e amam tanto a mãe, se eu puder ajudar…

— Você pode, nós te chamaremos no tribunal depois de amanhã como testemunha de defesa — Emmett falou ansioso, eu sorri para ele, era bom vê-lo com esperança novamente de ganhar aquele caso. Ella precisava ser inocentada e ficar com seus filhos. — Podemos nos ver amanhã de tarde para conversarmos melhor?

— Em pleno Natal?

— É importante, senhora Martin — ele insistiu.

— Tudo bem, você pode me ligar amanhã e falamos sobre esse encontro em pleno Natal, certo? Agora preciso sair com a minha família, tenho uma festa de Natal para ir com meu marido e filhos.

Ai, como eu queria estar chegando em Forks aquele horário.

Nos despedimos da senhora Martin e Emmett se voltou para mim.

— Muito obrigado, senhorita Swan.

— De nada. Posso ir embora agora? — arrisquei.

— Ainda temos muita papelada que cuidar — disse em um tom autoritário.

***

Enquanto eu tentava manter meus olhos abertos, para revisar o caso, vi que faltavam dez minutos para oito da noite. Em uma hora a festa começaria e eu não estaria lá, era tão triste.

— Alô? — Emmett atendeu seu telefone. — Sim, sou eu — respondeu para a pessoa, eu bebi um pouco do meu café e passei a mão por meus cabelos que tinham acabado por cair do coque, estavam soltos em ondas por cima dos meus ombros. Pelo menos a maquiagem continuava inteira e eu me recusei a tirar meu vestido de festa.

Vi Emmett arregalar seus olhos, a pessoa na linha com ele gritava, mas eu não podia entender o que falava.

— Sim, sim, eu entendo — ele disse apavorado. — Me desculpe por isso, senhora Swan. — Ele engoliu em seco. — Sim, eu vou garantir que isso aconteça.

Senhora Swan? Puta merda!

Mamãe tinha ligado para meu chefe e brigado com ele? Eu não devia ter deixado de responder suas mensagens, ou as de papai, nem as das minhas irmãs, mas estava ocupada demais com o trabalho.

Emmett esticou o telefone para mim e disse baixinho:

— Sua mãe quer falar com você.

A mamãe ia me matar de vergonha!

Peguei o telefone e falei:

— Oi, mãe.

— Problema resolvido, falei com seu chefe e ele vai te dispensar, ainda dá tempo de você deixar Seattle e chegar aqui pelo menos para o fim da festa.

— Mãe…

— Sem essa, já está resolvido. Até esse chefe mala pode vir se ele não tiver nada para fazer.

Com certeza ele tinha, todos no escritório achavam que Emmett tinha uma namorada, ou namorado. O caso era que ele não poderia ser solteiro, não sendo tão bonito. E se fosse teria pelo menos mil mulheres querendo uma noite com ele.

— Agora, tchau. Te vejo em casa! — mamãe desligou na minha cara, eu devolvi o telefone para a base e olhei para Emmett.

— Sua mãe é bem…

— Mandona? — Ele riu.

— É, bom adjetivo para a descrever. Bom, ela foi muito gentil em pedir que eu a liberasse, aparentemente a festa na sua casa é muito importante.

— É sim, uma tradição desde que nasci — contei, ele assentiu.

— Você pode ir — ele falou. — Eu cuido do resto do caso.

— Certo. — Levantei rapidamente, antes que ele desistisse da ideia. — Muito obrigada por isso, senhor McCarty.

— Agradeça sua mãe por isso, ela prometeu puxar minha orelha se eu não te deixasse ir. — Eu tive de rir, ele também riu. Era realmente muito bom ver Emmett rindo. — Feliz Natal, senhorita Swan.

— Feliz Natal, senhor McCarty! — Ele assentiu e voltou seu olhar para a tela do computador, lembrei do que a minha mãe disse e resolvi perguntar. — Onde vai passar o Natal?

Ele olhou para mim.

— Minha família é de New York, eu ia viajar para lá essa madrugada e voltaria depois do ano novo, mas com o caso adiantado para depois de amanhã não poderei deixar a cidade. Ainda tenho que cuidar disso tudo e amanhã terei que me encontrar com os Martin.

— Quer dizer que vai passar o Natal sozinho? E trabalhando? — Eu joguei com o sozinho, ele com certeza tinha uma namorada o esperando.

— É, vou sim — ele disse, parecia meio envergonhado. — A minha família toda está na costa leste e eu não tenho muitos amigos aqui em Seattle.

Isso era triste.

— Nem uma namorada?

— Oh, eu com certeza não tenho uma namorada.

— Nem mesmo um namorado?

Ele gargalhou naquele momento, fazendo com que eu acabasse rindo também.

— Não, senhorita Swan, nem um namorado. Sou hétero, caso queira saber. — Seus olhos pararam de novo sobre minhas pernas, algo de segundos, mas que fez com que eu corasse como Bella.

— Bom — eu disse, ainda desconcertada com seu olhar e pensando como seria ter ele me fodendo sobre a sua mesa. — Minha mãe disse que eu deveria o levar para a festa lá em casa se você não tivesse outro lugar para ir esta noite.

— Quer dizer, ir para a casa dos seus pais?

— Isso, isso, lá em Forks.

— Eu tenho muito trabalho a fazer. — Apontou para o computador.

— Eu posso acabar de revisar os documentos — sugeri. — Ou você faz isso enquanto eu dirijo, de qualquer forma são quatro horas de viagem. Quando chegarmos lá a festa já vai estar acabando, mas a minha mãe certamente cuidará de guardar comida e algumas bebidas, você pode ter uma pausa antes de voltar para Seattle amanhã e cuidar de todo o resto do caso da senhora Johnson.

Oh Deus, eu estava mesmo chamando meu chefe para uma festa na casa dos meus pais. Eu era louca!

Ele continuava me olhando, mas sem dizer nada.

— Na verdade, eu acho que gostaria de estar aqui no dia do julgamento e para falar amanhã com a senhora Martin.

— Sério?

— É sim, esse é um caso bem importante. — Mais do que ele podia imaginar para mim. — Seria muito bom para minha carreira ver tudo isso de perto.

Ele assentiu.

— Também acho, você aprenderia muito mais indo a esse julgamento, é um caso bem complexo. E me ajudou em tanto com ele, seria justo que estivesse lá.

— Ótimo — comemorei, seria demais estar no tribunal.

— Mas e suas férias?

— Eu as recomeço de novo no dia vinte e sete. — Dei de ombros. — O que me diz sobre a festa?

— Eu não sei.

— Saímos agora, um de nós revisa o processo no carro. Comemos todas as comidas que a minha mãe e minha irmã certamente preparam e devem estar maravilhosas. Talvez você ganhe uísque do meu pai. E a gente pode até jogar pôquer com a minha outra irmã, mesmo que ela seja uma trapaceira. Bom, meus pais tem um sofá cama, você pode dormir lá, ou eu durmo na sala e você no meu quarto. Amanhã nós voltamos para Seattle e voltamos a cuidar do caso.

— E você vai perder o dia todo de Natal com sua família?

— Eu vou estar ajudando Ella a ter todos os outros natais e feriados com os filhos dela, isso compensa.

Emmett sorriu.

— Isso é bonito, senhorita Swan.

— É, além do mais eu comprei toalhas de presente para todos da minha família — confidenciei. — Eu deveria ter feito compras mais cedo, mas me enrolei e no dia que tinha livre preferi ir pintar meus cabelos e acabei comprando toalhas para todos. Será melhor eu não estar lá quando eles abrirem os presentes amanhã.

— Pelo menos você comprou algo, eu enviei só cartões de presente de lojas para minha família, nada mais impessoal que isso.

— Ah não, eu adoraria ganhar um desses. Minha mãe sempre me dá algo que eu odeio. Agora, vai comigo ou não?

Ele pensou por uns trinta segundos, eu contei, até dizer:

— Ok, vamos.

***

Emmett e eu pegamos tudo que tínhamos de pegar no escritório e deixamos o andar até a garagem, sugeri irmos no meu carro, já que minhas coisas estavam lá. Então, meu chefe disse que eu poderia ir dirigindo, enquanto ele revisava tudo.

A primeira meia hora no carro foi feita em silêncio, até que eu não aguentei e tive de perguntar:

— Por que você veio para Seattle se toda sua família é da costa leste? Sei que comprei toalhas para meus pais e irmãs, porém eu os amo e não saberia viver tão longe deles. — Olhei pelo canto do olho para Emmett, que não tirava seus olhos do notebook em seu colo.

— Tive um fim de… Noivado ruim — respondeu em um tom de voz baixo. — Ela me traiu com meu melhor amigo.

— Puta merda!

— Pois é.

— Merda, eu não devia xingar na sua frente.

— Tudo bem, sem problemas.

— É por isso que não tem muitos amigos aqui, né? Mesmo já morando na cidade nos últimos quatro anos.

Ele suspirou.

— É, acho que eu não confio mais em ninguém para chamar de amigo. — Bufou. — Mas também porque sempre estou no trabalho.

— Então veio para Seattle fugir de todo esse caos em New York?

— Foi, mas também porque a cidade é linda.

— Ah, é sim, eu amo Seattle desde que era criança. Adorava quando meus pais nos traziam aqui. Não pensei duas vezes em vir fazer faculdade aqui, sabe? Ficaria perto de casa, da minha família e teria Seattle ao meu dispor — falei em um tom de voz sonhador.

— Por que quis ser uma advogada? — ele me perguntou.

O sorriso em meu rosto morreu.

— Por que você quis ser? — Devolvi a pergunta.

— Porque meu avô era, eu adorava vê-lo em ação — disse com saudosismo na voz. — E você? — O ouvi fechar o notebook, olhei rapidamente para o lado e o vi com os olhos em mim, um sorriso tranquilo no rosto, deixando suas covinhas aparecendo.

— Eu queria ser modelo, na verdade  — murmurei. — Até o começo do meu último ano no colegial, mas ai eu namorei um babaca… — Engoli em seco, pensar em Royce sempre era uma merda. — Ele me bateu uma vez — sussurrei, odiava contar aquela história, mas Emmett tinha me contado a dele. — Meu pai é policial, eu contei tudo para ele, mas o cara era cheio de dinheiro e meu pai não pode fazer muito, sabe? Ele saiu impune. Então, eu disse para mim que ia virar uma advogada, para no futuro colocar vários babacas na cadeia.

— Por isso o caso da senhora Johnson é muito importante para você.

— É. — Olhei para Emmett novamente, ele não sorria mais, estava sério. — Ela chegou ao extremo com o marido babaca, merece ser defendida. O cara que me bateu só me deu um tapa e eu quis o matar…

— Um tapa não é pouco, Rosalie.

— É, eu sei. — Sorri para ele. — Gosto quando chama meu nome, senhorita Swan é tão formal. — Ele voltou a sorrir.

— Não estamos mais em horário ou local de trabalho — falou. — Você pode me chamar de Emmett se quiser.

— Eu quero! — exclamei animada com aquilo, mais animada do que deveria estar, Emmett era meu chefe.

— Gostei do seu carro — Emmett comentou, enquanto voltava para o trabalho

— Sério? Eu acho ele tão básico. Queria ter um carro maior. Talvez vermelho, é a minha cor favorita.

— É minha cor favorita também! — exclamou, apontando para o notebook em seu colo, vermelho.

— Qual sua comida favorita? — Arrisquei perguntar.

— É um tipo de massa frita que provei quando fui para o Brasil alguns anos atrás, se chama coxinha.

— Nunca ouvi falar.

— Eu aprendi a fazer, de tão gostosa que é foi necessário — disse animado. — Qualquer dia te levo algumas.

— Isso seria legal, obrigada.

— E qual a sua comida favorita?

— Churrasco, meu pai faz os melhores… Ok, na verdade eu poderia me alimentar só de doces, mas vamos dizer que de comidas salgadas o churrasco ganha. Na verdade, estou triste que não estamos no Halloween para eu me encher de doces.

— Eu também adoro o Halloween, as festas na faculdade dessa época eram demais.

Porra, Emmett era o amor da minha vida. Quer dizer, não, claro que não. Foco, Rosalie.

— Emmett, qual seu filme favorito?

— Promete não rir de mim?

— Prometo.

— Transformers.

Puta que pariu, sério?

— E o seu?

— A Proposta — respondi, citando o filme favorito de Bella. Não poderia dizer que o meu favorito também era Transformers, ele pensaria que eu estava o copiando.

— Sei, aquele entre um lance chefe e assistente — Emmett falou, só naquele instante lembrei do enredo do filme, que eu nem gostava, odiava comédias românticas.

— Então, seu avô era advogado? — Mudei de assunto rapidamente.

***

Emmett e eu passamos o resto do caminho conversando, ele me contou muita coisa — descobri até que ele gostava de paraquedismo — e eu também contei muito — deixei ele ficar sabendo do dia que meu pai me pegou fumando maconha com minhas irmãs no aniversário de dezoito anos de Bella —. Ele era um bom ouvinte e fora do escritório menos tenso, ainda que vez ou outra parasse nossa conversa para falarmos algo do processo.

Por volta da meia-noite parei o carro atrás do carro de Edward, que estava ao lado da viatura do meu pai. Emmett guardou seu notebook e deixamos o carro, nevava em Forks e eu apertei o casaco ao meu redor para não congelar de frio.

Caminhamos em silêncio até a varanda da casa e eu toquei a campainha, ainda podia ouvir música lá dentro. Emmett sorriu para mim, suas mãos em seus bolsos do seu casaco e seu rosto vermelho por conta do frio.

— Você é lindo — eu murmurei, deslumbrada com a sua beleza debaixo daquelas luzes natalinas que enfeitavam a varanda, embaixo daquele visco sobre nossas cabeças também. Meu primeiro beijo tinha sido numa época de Natal, debaixo de um visco, naquela mesma varanda.

— Você também é linda, Rosalie — Emmett falou.

— Sério, você é muito, muito lindo — eu declarei. Onde estava alguém para abrir aquela porta e me fazer calar a boca?

— Você também é muito, muito, muito linda, Rosalie — falou, sorrindo, deixando suas malditas covinhas aparecendo.

— É, eu sei — declarei. — Além disso, te vi olhando demais para minhas pernas hoje.

— Você tem pernas maravilhosas, mas me desculpe por ter sido rude olhando para elas.

Eu ri.

— Eu já fui muito rude em meus pensamentos com você, senhor McCarty.

— Como? — perguntou curioso. Por que ninguém abria a porta? Eu tinha tocado a campainha, certo? — Nada não.

— Rosalie. — Ele riu, eu mal me dei conta, mas quando percebi tinha dado alguns passos a mais e cheguei bem perto de Emmett.

Eu estava ferrada, todos aqueles meses sem ficar com ninguém e todo aquele tempo cobiçando meu chefe gostoso estavam dando um alô. Não conseguia me conter, nem bêbada estava.

— Ella vai ficar livre, não vai? — perguntei a primeira coisa passando em minha mente que não fosse pedir que Emmett me beijasse sob aquele visco.

— Eu farei de tudo para garantir isso, Rosalie — falou. — E você estará ao meu lado, lembra? — Colocou uma mecha de cabelo minha atrás da minha orelha, foi tudo que precisei para ceder às minhas vontades.

Segurei nos braços de Emmett e me estiquei até alcançar seus lábios, colocando minha boca contra a sua. Ele não me afastou, o que foi ótimo. Retribuiu o beijo, se soltou dos meus braços e agarrou minha cintura com uma porra de uma pegada maravilhosa.

Ele beijava muito bem, seu cheiro era maravilhoso e suas mãos em mim me deixavam nas nuvens. Só não foi o melhor beijo da minha vida porque Renée apareceu em seguida.

— Rosalie!

— Oh merda! — Me soltei rapidamente de Emmett, que estava bem corado aquela altura.

— Você está namorando e não me contou? — minha mãe perguntou chateada.

— Não, ele na verdade é meu chefe. — Ela arregalou os olhos.

—Você namora seu chefe?

— Mãe, eu não tô namorando ninguém.

— Ainda — Emmett sussurrou, fingindo olhar para a neve caindo.

O quê? Ah meu Deus!

— Bom, por que estava beijando seu chefe, mocinha?

— Ah, aconteceu, mãe. Aliás, mãe, Emmett McCarty. Emmett McCarty, essa é minha mãe Renée.

— É um prazer lhe conhecer, senhora Swan. — Emmett a cumprimentou com um aperto de mão.

— Se eu soubesse que Rosalie estava se divertindo com você nem teria insistido para ela ter vindo, também pensei que você fosse algum velho casado.

— Ah não, eu definitivamente sou solteiro.

— Ainda — foi a minha vez de provocar, Emmett sorriu maliciosamente para mim, mamãe riu e soltou a mão dele.

— Rosalie, eu vou deixar vocês conversarem um pouco. Mas, te quero lá em cima no meu quarto logo, viu? Seu pai e eu temos algo para contar para você e suas irmãs.

— O quê?

— Logo vai saber. Ah, Alice viu Jasper primeiro, então é bom resolver isso — ela disse apontando para Emmett e voltou para dentro da casa.

— Jasper? — Emmett me perguntou.

— É colega de trabalho do meu pai, mamãe ia tentar me juntar com ele hoje, ignore — falei, cruzando meus braços na frente do corpo. — Senhor McCarty…

— Emmett — me corrigiu.

— Certo, Emmett — falei. — O que aconteceu agora foi…

— Um erro?

— Não, eu ia dizer que foi muito bom, você achou que foi um erro?

— Com certeza não! — exclamou. — Eu quero te beijar desde seu primeiro dia no escritório, mas não poderia fazer isso, claro.

— Só me contratou por que eu sou bonita? — perguntei preocupada com aquela hipótese.

— Claro que não, Rosalie. Seu currículo era maravilhoso, você tinha recomendação de todos seus professores na faculdade de direito. Te contratei porque você tinha potencial para o emprego, para crescer dentro do escritório.

— Certo, mas você ainda é meu chefe e eu esperava ser promovida ano que vem. Se nós tivermos algo e eu for promovida seria tachada como puta no escritório, não gostaria disso. Então, acho que… Quer saber? Que se foda, você beija bem pra caralho, eu arrumo um emprego em outro lugar, tenho mesmo ótimas recomendações. — Não o deixei falar nada, voltando a beijá-lo.

Quando paramos Emmett falou:

— Eu nunca te promoveria só por ter algo com você — disse. — Uns beijos, talvez sexo…

— Com certeza sexo — sussurrei. — Por favor. — Ele riu.

— Ou nem mesmo um namoro. — Piscou para mim. — O que quero dizer é que quando você for promovida, o que eu ia anunciar na verdade quando voltasse de suas férias em janeiro. — Oh Deus! — Será por sua capacidade, certo?

— Não é o que os outros vão pensar.

— Dane-se, eu sou o chefe e sei o melhor para o escritório. — Voltou a me beijar e eu fiquei cheia de tesão com sua fala, mas precisava descobrir o que meus pais tinham de tão importante para contar em plena festa de Natal.

— Preciso ir falar com meus pais. — Me soltei delicadamente dele e abri a porta que mamãe tinha deixado só encostada. — Faça amizades. — Gesticulei para os convidados que continuavam espalhados pelo primeiro andar da casa. — Só evite meu tio avô Rogers, ele peida muito.

— Espera, quem é esse? — perguntou em pânico, mas eu já estava correndo escada acima.

— Família, eu estou pegando meu chefe! — anunciei quando entrei no quarto dos meus pais, minhas irmãs estavam sentadas na beirada da cama deles, parecia um flashback de quando fomos pegas fumando maconha.

— Oi, Rosalie… Espera, o que? — meu pai indagou confuso, eu tirei meu casaco, beijei o rosto dele, o de Alice e Bella e sentei junto das duas.

— Você tá pegando seu chefe? — Alice me perguntou.

— Tô e como assim a mamãe disse que você viu o Jasper primeiro? Já superou o Riley?

Ela revirou seus olhos.

— Riley é um grande babaca. Mas, que se dane, Jasper é muito melhor que aquele idiota.

— Ei, calem-se — Bella exigiu. — Estou nessa casa desde cedo esperando esse bendito segredo do papai e da mamãe.

Nós três olhamos para nossos pais, eu disse:

— Contem o segredo!

 


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Notas finais do capítulo

Lola Royal: Espero que tenham curtido, gente. Como sou eu, não podia ter ficado sem um pouquinho de drama. Lembrando que em casos de violência doméstica o agressor deve SEMPRE ser denunciado, não queremos outras Ella's e Rosalie's pagando por erros de outros.

Nosso intuito é voltar com mais um capítulo, o da irmã do meio, amanhã... Porém, a correria desses próximos dias é de conhecimento de todos, faremos de tudo para estar o mais rápido possível.

Beijos!

23.12.18



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