Inconstante Presente escrita por Beatrice Ricci


Capítulo 3
Presente de Natal


Notas iniciais do capítulo

Esse é o último capítulo da Fanfic, obrigada a todos que leram e comentaram, esse é um dos meus OTP favoritos, e um enorme agradecimento escrever sobre os dois.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772057/chapter/3

A noite contratava com a neve que caía do lado de fora, a lua reluzia, iluminando cada esquina em um espetáculo espectral, a torre titã, grandiosa e bela, em um ambiente alvo, lá dentro, os heróis em confraternização, bebiam e comiam, até a ceia de natal e o amigo secreto.

Aqualand com um copo de groselha, narrava para Kid Flash, como derrotara um exército de homens peixes, sem esquecer qualquer detalhe, em outro lado da sala, Robin e Ricardito conversam sobre estratégias de luta em uma batalha sem armas, Abelha, Estelar jogam uma brincadeira de perguntas e respostas, junto com Más y Menos, Ravena está em um canto isolado, observando tudo, usa o dedo indicador para rodear a borda do copo de refresco, uma breve distração, cerca de dez minutos Ciborgue chegou com outro peru, e ordenou que todos sentassem na mesa.

Com dez lugares postos, os heróis sentaram-se desfrutando da alimentação, Jinx, convidada pelo robô, ficou ao seu lado esquerdo, a Abelha, ao lado direito, o único ausente era Mutano, que chegou depois, com a respiração ofegante, prontamente arrastando uma cadeira defronte a Ravena, sorriu para empata, que fez o mesmo, um curto sorriso, sem deixar transparecer as linhas de expressões da felicidade.

A ceia durou até onze horas da noite, no exato momento da distribuição de presentes, do amigo secreto, o penúltimo a ser chamada foi Mutano, Ciborgue lhe deu um celular com todas as suas músicas preferidas, após agradecê-lo com um abraço e exaltação eminente, todas já sabiam quem era a sua amiga secreta, Ravena, surpreendendo-a, pois ele havia mentindo.

— Eu sei que já sabem quem é, então vou logo dar o presente para você Ravena. — disse o metamorfo.

Sentados no sofá, outros em pé encaravam com espectativa.

Ela aproximou-se vagarosamente, pegou a pequena caixinha embrulhada, abriu com cuidado, preservando o presente, ergueu na altura dos olhos.

— O que é isso? — indagou Estelar, para qualquer um que respondesse.

— Tampões de ouvidos… — respondeu Ravena mais para si, do que para os amigos.

— Bem, dissera que odeia barulho, e nos somos bem escandalosos, gostou?

Embora tivesse odiado, um fio de incerteza e tristeza ao vislumbrar a face dele, contrariou a resposta que daria, com um mínimo sorriso falso respondeu.

— Melhor que meias.

Após esse acontecimento, ela foi para o quarto dormir, faltava pouco para o natal, contundo sentira-se indisposta a continuar.

Olhava para o teto, deitada sobre a cama, suspirou fechando o olhar, refletia o por quê do Mutano lhe dado aquilo, culpar-lo seria errado, sua intenção foi uma das melhores, pensara em algo útil, ainda assim uma onda de sentimento ruim invadia seu interior.

— Ravena.

Percebera a voz dele atrás da porta, levantou e abriu a porta, sua aparência calma e tranquila diferente do amigo elétrico que conhecia.

— Tem um tempinho? Quero te dá uma coisa. — perguntou, fazendo-a franzir a testa.

— O quê? — Cruzou os braços.

— Um presente do amigo secreto.

— Você já me deu um. — falou com um tom sarcástico.

— Na verdade aquilo foi só uma brincadeira, seu presente é bem maior Rae, seria impossível colocá-lo na torre.

Mantivera a mesma postura seria.

— Eu vou mostrar.

Pegou em sua mão a puxando, ela não protestou quanto a isso.

Cerca de quinze minutos depois, Ravena seguia Mutano até o alto de uma colina, presenciava ele dar alguns sorrisos singelos, ela se pôs a refletir, uma voz interior lhe questionava as ações do amigo, que nada poderia resultar, senão problemas, tentara dar ao rosto uma expressão severa, todavia seu espírito cativante e feliz obrigando-a ao contrário, tivera o desejo de ir.

— Mutano qualquer coisa que está tramando é melhor que não seja mais das suas pegadinhas.

Tais palavras saíram com a respiração de inverno, quando o frio deixa tudo evidente.

— Confia em mim Rachel. — disse, desviando atenção a ela.

Já era péssimo estar usando um gorro de natal, porque ele a conversei.

Os flocos de neve caiam em uma dança lenta, a neve impedia qualquer visão da grama ou das árvores ao redor, naquele momento, fugir seria impossível, a poucos metros ela avistou um balão.

— O quê? — questionou a adolescente a si própria, abraçando-se devido o frio.

— Esse é seu presente, um passeio de balão! — exaltou, enfatizando a palavra.

Num relance, ela avaliou da cabeça aos pés sua figura cheia de felicidade, enquanto pensava no que dizer, aproximou-se, passou a mão na enorme cesta, voltou-se a ele, antes de falar qualquer coisa, o metamorfo correu para abrir a portinha da cesta, a empurrou ligeiramente para dentro.

— Você sabe como manusear um balão? — preocupou-se, vendo-o puxar uma cordinha para acender o fogo e fazê-lo subir.

— Sou um especialista, Rae. — sorriu largamente.

— Tenho minhas dúvidas. — disso com sarcasmo, cruzando os braços.

Estando a uma altura considerável, voaram sobre as colinas brancas, a empata admirando-se com a passagem única, com o sorriso que dera, Mutano alegrou-se.

Breve silêncio.

— Obrigada. — começou ela, chamando sua atenção. — É um ótimo presente Gar.

— O melhor para Você Rae.

Tratara o amiga por “Rae” e ela a olhou com gratidão, e moveu-se a fim de segurar sua mão, o herói impressionado com sua ação encontrou-se olhando sua pequena mão e depois seus olhos violetas.

Não era a Ravena que sempre gritava com ele, uma versão diferente de tudo que já viu dela, trazendo a tona todos os traços que o fizera se apaixonar, seria errado querer ser mais do que um amigo? Poucas vezes ela retribuía suas indiretas e investidas, na verdade sempre soube de sua paixão secreta por Robin, tentara manter esse equilíbrio entre ela, dois pólos magnéticos que não se unem, mas se completam, um contraste com o lado divertido e infantil de si próprio.

Lembrou-se de um diálogo que ambos tiveram em Tóquio.

"Ah poxa, como é suposto eu falar com garotas japonesas sexys com uma mancha enorme em minha camisa?" — dissera ele.

"Sua pele é verde, suas orelhas são pontiagudas, você tem presas… você está realmente preocupado com sua camisa?" — respondera ela.

Sorriu ligeiramente com a recordação, as garotas não se apaixonavam por sua aparência, exceto Terra, contudo essa o usou e o traiu.

— Rae… — Um sentimento de culpa o atingiu, quantas vezes havia a chamada de esquisita? Sem graça? Ela nunca foi a Terra, e jamais seria. — Desculpe por ter chamada você de esquisita ontem, eu sei que você é um pouco, não vou mentir, mas é seu lado, eu gosto desse lado, melhor dizendo todos, especialmente esse.

Soltando a mão do adolescente a sua frente, suspirou, olhando diretamente para as estrelas do céu, apoiando os braços na borda da cesta, ficando de costas para ele.

— E eu queria que houvesse alguém por aqui que entendesse isso. Alguém com quem eu pudesse falar. Alguém mais parecido comigo. — respondeu a filha de Trigon, dor nítida em suas palavras.

— Você é apenas diferente, assim como eu, as melhores pessoas são. — aproximou-se depositando a mão em seu ombro, para assim tê-la novamente defronte a seus olhos.

— Tenho vivido sempre lutando, numa luta constante e sem fim contra minhas próprias emoções e sentimentos. — Desviou a vista para outro ponto qualquer. — Quando estou no meu quarto, sozinha, sem ninguém para me perguntar ou machucar. — completou olhando diretamente para sua fisionomia.

— Estou aqui para ter ajudar.

O frio batia em seus corpo, causando arrepios da ponta do nariz ao dedo mindinho, ele tirou uma mecha de cabelo do seu rosto, quase cinza, contornando sua orelha, ficaram olhando um para o outro, como se o tempo parasse, com uma força de vontade inevitável, uma atração imprescindível, ora encarando seus lábios, ora o olhar penetrante, um medo atroz de ser rejeitado, todavia encorajado pela mão dela em sua bochecha, seria apenas o primeiro beijo resguardado há anos, quando um estrondo o interrompe abruptamente, fazendo-a cair.

— Está bem? — indagou Ravena, ajudando-o a levantar-se.

— Parece que sim. — pausou a voz e continuou: — Droga, esqueci dos fogos de artifício, já é meia noite.

— Que fogos?

Quisera responder sua pergunta, mas vários luzes do céu o interrompeu, mais uma surpresa para o natal dela, um show de fogos, um deles criando no céu o seu nome.

— Mas como? — indagou para si, mais do que para ele.

— Você merece o melhor Ravena. — colocou uma das mãos na sua, vendo-a distraída, de longe presenciou seus amigos soltando os fogos, com um aceno de positivo com o polegar, agradeceu a eles, seu plano dera certo, um presente perfeito para Ravena. — Então Rae, eu quero dizer…

Poderia completar a frase, se ela não tivesse o beijado de surpresa, apenas uma carícia, nada de avassalador para quem o visse, ainda assim tornou-se um dos melhores presentes de natal.

— Obrigada. — O abraçou em seguida. — Você sempre me dá os piores presentes do mundo, mas desta vez você se superou. — disse em meio a um suspiro fraco.

Ele riu, identificando o sarcasmo em sua fala, um modo diferente de agradecer.

A metros de distância os jovens Titãs continuavam a disparar os fogos.

— Já estava na hora. — comentou Ciborgue, desta vez, agradecido por ela o ter beijado, pois havia interrompido o ato com um dos fogos solto fora de hora.

Robin e Estelar concordaram, o herói passando o braço pela cintura da alienígena.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada, tenha um ótimo ano novo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inconstante Presente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.