Inconstante Presente escrita por Beatrice Ricci
Notas iniciais do capítulo
Obrigada para quem está lendo, e aqueles que comentaram, e claro um feliz Natal!
A noite aproximava-se a cada minuto, pessoas nas ruas enfeitavam as ruas e as próprias casas com luzes e adornos, as crianças brincavam, criando bonecos e jogando bolas de neve, cada sorrisos e risadas diziam muito sobre a véspera de natal.
Dotada de uns grandes olhos violetas, muito esperta e sombria, Ravena observava atentamente o ambiente alvo, desviou atenção para Mutano, esse a seu lado, assim com ela, vestia-se com roupas de inverno, sob o olhar repentino dele disfarçou, examinava-o com um sentimento misto de curiosidade e seriedade, ora condenando-se por aceitar seu pedido, ora pela mistura de emoções.
Depois de mais alguns minutos, entraram silenciosamente pela porta automática do shopping, várias indivíduos comprando presentes e comidas para a ceia, a heroína massageou a própria têmpora, equilibrando sua paciência, as vozes altas atormentavam sua consciência.
— Veja Rae.
A chamou fazendo uma pequena corrida para um estabelecimento de bugigangas, na vitrine um enorme chapéu vermelho com sinos dourados redor, animado colocou na cabeça da adolescente, sem mudar o semblante neutro.
— Nossa um chapéu inútil, devo ser a garota mais sortuda do mundo. — disse com o tom sarcástico.
Sorrindo largamente pegou na mão dela e a puxou para dentro da loja, embora escapar dali estivesse em seus planos, ainda precisava comprar o presente do Ciborgue e em poucas horas seria natal.
Após o metamorfo arrasta-la pela maioria das lojas, finalmente pararam em uma de eletrônicos e celulares e Notebooks por todo o lugar, assim como vendedores, quais abordaram mais de três vezes oferecendo produtos.
Ravena habituara-se, a ter a presença de Mutano, enquanto encarava a pele verde e as orelhas pontudas, ele examinava o vídeo game desejado, pensou o que a fazia querer estar sempre longe dele, entre vários defeitos como as piadas de mau gosto, a preguiça, a sujeira, a gritaria, entre outros, escondia em sua alma um espírito gentil, carinhoso e solidário.
Moveu a mão para alguns enfeites de natal, distraindo-se, suspirou, recordou-se de quando ele e Ciborgue entraram em sua mente pelo seu espelho , vários traços da personalidade vulneráveis a ambos, as lembranças invadiram seu ego, a gentileza poderia surgir com um tempo, Mutano é um ser tolerável, as vezes irritante, no entanto alguém que importa-se com ela.
Ele sorriu, indo de encontro com a figura enigmática da jovem, ela possuía um tipo de energia que mexia com a sua, quisera continuar a vislumbra-la.
— Ravena esse é o videogame. — afirmou calmamente, estendendo-o. — Custa uma fortuna, podemos comprar outra coisa.
— Não, esse está ótimo. — interrompeu, agarrando o presente.
Ele assentiu, ambos foram até o caixa, afim de pagar.
Depois disto, sentaram-se em uma mesa, na praça de alimentação, ambos com bandejas, Ravena equilibrando com uma mão e a outra segurando o presente.
Preparava-se para beber um gole de suco, enquanto o amigo devorava um hambúrguer vegano, surpreendeu-se por ter esse tipo de lanche, dificilmente o colega de equipe encontrava.
— Você irá comprar algo? — indagou ela, mantendo a vista nas suas batatas fritas.
Franzindo a sobrancelhas, seguindo com o olhar a face da mulher a sua frente, breves segundos para perceber do que ela falava.
— Na verdade são dois presentes, e um deles é especial. — respondeu de boca cheia, espalhando pedaços pela mesa, a viu recuar ligeiramente.
— Quer comer de boca fechada, estamos em um lugar público. — ordenou, revirando os olhos.
Longe de consetir, continuou a comer.
Suspirou, levando uma batata na boca.
Pessoas em outras mesas, e andando ao redor, olharam diretamente para Mutano, uns com semblante de nojo e outros com surpresa, ele não importou-se, sempre foi acostumado com olhares, principalmente por ser verde.
O alarme do comunicador de ambos tocaram simultaneamente, a filha de Trigon pegou o objeto amarelo, com detalhes em preto do bolso, na tela surgiu a imagem de Ciborgue.
— Ravena! Mutano! — exaltou com tom de despero.
A heroína fechou as pálpebras, sentindo um fio de dor com a voz estridente do meio robô.
— O que foi Ciborgue? — indagou Mutano, em seguida limpando a boca com um guardanapo.
— Estamos com problemas aqui na torre! Precisamos de vocês!
Ravena estava preste a perguntar qual era a emergência, quando ele desligou, colocou uma nota de dólar sobre a mesa, para pagar o seu e o lanche do Mutano, com o presente nas mãos correu.
— Ei espera, não acabei de comer! — gritou. Indignado fez o mesmo, voltando depois, obtendo o hambúrguer vegano.
Chegando na torre, foram pelo elevador, ele na forma de um tigre e ela flutuando com as duas mãos prontas para lançar raios negros, ao sair, buscaram com os olhos qualquer invasor ou problema, indo contra essa hipótese o que se viu, foi os amigos decorando uma árvore de natal.
— Espera aí, não tem nada acontecendo aqui. — comentou Mutano, transformando-se novamente em humano.
— Mutano finalmente você chegou! — começou Ciborgue, aproximando-se. — Ravena, tem algo em seu rosto? Sei lá mudou o corte de cabelo. — apontou, com um largo sorriso.
A mulher irritou-se, com humor incontrolável disparou:
— Que tipo de brincadeira é essa! — protestou, os olhos mudando de cor, um tom vermelho escuro.
— Brincadeira? Eu lhe digo a brincadeira, falta poucas horas para o natal,a ceia não está posta, árvore não está montada, os titãs do leste chegaram, falta as rabanadas, doces e o peru, a Silkie devorou a maioria dos enfeites! — A cada palavra pronunciada com ênfase de desespero, crescia o medo do robô de um natal ruim.
A empata não respondera, mantinha a face neutra, a seu lado, Mutano segurava as risadas.
— Calma Ciborgue, você está preocupado de mais. — afirmou Robin, desembaraçado pisca-pisca ao lado de Estelar, sentados no carpete.
— Concordo com o Dick, se estressar assim não irá ajudar em nada. — disse, tirando da boca da mascote de estimação um adorno, no processo a saliva do animal viera junto.
— Estou calmo, muito calmo. — fechou os olhos, respirando profundamente.
— Está sentindo esse cheiro? — questionou Mutano para qualquer um que respondesse.
— Algo está queimando. — respondeu Ravena.
— Não! O peru! — gritou, correndo rapidamente para a cozinha.
Decidiu sair da presença de todos, deveria guardar o presente de Victor, não fazia questão de ajudar com as decorações, andou até seu quarto, parou ao sentir a presença de alguém a seguindo.
— O que foi Mutano?
Envergonhado por ser descoberto, deu-lhe um sorriso curto e sem jeito.
— Queria agradecer pelo dia foi muito divertido. — Como ela não disse nada e nem se virou para vê-lo, continuou: — É legal ver uma Ravena que não me bata sempre, principalmente quando eu conto piadas, hoje foi um dos melhores dias.
Breve silêncio.
— Um dia ótimo, porque não fui tão esquisita?
Ele apressou-se em corrigi-la.
— Não foi isso, só que é diferente estar a seu lado, gosto da sua companhia Rachel.
Poucas vezes o amigo usava seu nome, ela gostava da maneira qual soava.
Um sorriso imperceptível para Mutano formou em sua boca.
— Você foi bem tolerável hoje Gar.
Dizendo isso andou pelo corredor, sem nunca virar as costas.
Foi simples palavras, mas para o herói aquilo disparou seu coração, sorriu.
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