Amor e Vingança-Reneslec escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 17
Briga


Notas iniciais do capítulo

A imagem é só o look da Gwen.



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P.O.V. Gwendolyn.

Mais um jogo de Rugby. E aquele garoto o tal do John é um encrenqueiro, ele não para quieto, não sossega.

—Aquele é o Jeremy?

—O que? Não. Jonh, deixa ele em paz.

—Porque você se importa?

Ele foi até o outro garoto. Jeremy.

—Não fique tão chateado, ela dá pra qualquer um.

Então, eles começaram a brigar. Ouvi alguma coisa quebrar, vidro. E fui lá.

—Não! Para. John! Para! John! Para.

Ele tava encima do outro menino, parecia possesso de raiva.

—Ele está no chão! Já chega!

Peguei a mão do tal do John que estava espancando brutalmente o outro menino. E eu senti.

—Ah, Meu Deus.

Ele me atacou, furiosamente. E o outro menino pegou a garrafa do chão e investiu contra o outro pelas costas.

—Jeremy não!

Eu me meti entre eles e a garrafa cortou a minha mão.

—Jeremy levante a cabeça, seu nariz está sangrando. Se ficar com a cabeça pra baixo vai se afogar no próprio sangue.

—Ai Meu Deus a sua mão!

—Estou bem. Ele errou.

—Não, sério me deixa ver.

—Estou bem tá vendo? Não é sangue meu.

P.O.V. Gideon.

Eu vi o vidro cortar a mão dela.

—Eu vi o vidro cortar a sua mão.

—Foi um engano. Só um engano.

—Você soube?

—O que?

—Acharam outro corpo na floresta. Porque um animal viria para cá e atacaria as pessoas?

—Eu não sei. 

—Foi muito corajoso você ter defendido o garoto.

—O nome dele é Jeremy. E aquele John e eu, temos que conversar. Acho que ele nem sabe.

—Sabe o que?

—Ele não é adotado é?

—Quem?

—John.

—Não. Porque?

—Talvez isso simplifique as coisas. Obrigado por ter tentado me ajudar.

Ela saiu e foi embora.

—Ei sua vadia!

—Oh, estava te procurando. Você e eu temos que conversar.

—Conversar?

—É. Por favor, venha comigo.

Eu fui atrás deles e ouvi a conversa.

—Quem você pensa que é para...

—O quanto você sabe sobre a sua família?

—Meu pai é o prefeito de Londres.

—Você sabe sobre a maldição?

—Maldição? Você é uma doida!

Ele se virou para sair, mas ela começou a falar.

—Você tem toda essa energia dentro de você, vinte e quatro horas por dia! Você fica excitado o tempo todo. Tem problemas de controle da raiva. Toda e qualquer coisa te irrita. Por mais que você tente, qualquer coisa é desculpa para uma briga.

Ele parou e virou pra ela.

—Como você sabe disso?

—Acha mesmo que é o primeiro da sua espécie que eu já vi?

—Minha espécie?

—Algumas linhagens em específico ao redor do mundo, são amaldiçoadas. O que você tem é, uma maldição de sangue que está dormente no momento.

—Maldição? Sério?

—O gene dos lobisomens corre na sua família. Se você tirar uma vida, seja de propósito ou  por acidente, você ativa a maldição. 

—Você é maluca.

—Sou? Porque você não pergunta pro seu pai ou pra sua mãe, ou para alguém da sua família. Não tem nenhum membro da sua família que some uma vez por mês? Que se machuca, mas nunca fica ferido por muito tempo?  Tem não tem? É. Eu to vendo na sua cara. Você tem que tomar cuidado. Tudo o que precisa é... de um acidente, um momento de descontrole, uma mísera vidinha humana e já era. Você vai ativar a maldição e ser forçado a quebrar cada osso do seu corpo em toda lua cheia. E eu prometo que vai doer. Muito.

—Você é?

—Não. Mas, já conheci alguns. Eu já os vi se transformando e não é bonito, eles tem que se acorrentar, se sedar ou eles matam tudo no seu caminho. Dizem que com o tempo, a dor melhora, eles aprendem a lidar com aquilo, mas... não é uma experiência agradável.

—Eu senti quando você segurou a minha mão. Você é forte. Forte demais para uma garota.

—Se vocês correm, nós corremos mais rápido, se mordem, nós mordemos mais fundo, se são fortes, nós somos mais fortes. Se curam, nós curamos mais rápido. Entretanto, vocês tem uma vantagem sob nós.

—E qual é?

—Vocês não tem a fome. Não tem que lidar com a terrível, terrível fome.

—Fome? Está com fome agora?

—O tempo todo.

—Mas, você nunca come. Eu nunca te vi comer.

—Eu como. Mas, não é fome de comida.

—É fome de que então?

—Prefiro não comentar. Olha, fala com esse seu parente. Pergunta pra ele quem ele matou, como ele matou e pergunte sobre a transformação.

—Como pode matar alguém te deixar amaldiçoado?

—Você nasceu numa família sobrenatural cara, só isso.

—Isso não responde a pergunta.

—Tudo bem. Já ouviu da cidade de Nova Orleans?

—Já.

—A história começa mil anos antes da cidade ser fundada, duas tribos indígenas rivais decidiram se unir, combinar seu poder. Dois bruxos poderosos, se unindo para criar um Coven unificado.

—Bruxas? Sério.

Ela fechou a mão em punho e quando ela abriu, seus dedos estavam em chamas.

—Caramba! Você é uma bruxa.

—Mm. Enfim, um casamento foi arranjado, um xamã os casou num casamento cerimonial para unir as duas tribos combinar seus poderes. Esse casamento gerou uma criança. Por nove meses, os anciões da tribo visitaram a mãe, usando magia para conceder a criança grande poder, na esperança de que o recém nascido se tornasse um símbolo de paz e prosperidade. Só que eles não faziam a menor ideia do que estavam trazendo para este mundo.

—Tipo, um Bebê de Rosemary?

—Pior. Ela foi chamada de Inadu. Inadu Labonaire. E logo ficou mais que claro que ela era mais poderosa do que qualquer um poderia ter se quer imaginado e tinha uma terrível fome por mais poder ainda assim. Com o tempo, ela cresceu e desejava mais Poder. Inadu costumava canalizar a vida em todas as suas formas, ela praticava um tipo de magia que é tão ruim que as bruxas nem chamam de magia. Chamamos de expressão. Canalizar o poder de sacrifício humano ou sobrenatural invoca uma escuridão tão... profunda que não pode existir neste plano sem engolir tudo em volta por inteiro. Ela amava o medo que inspirava nos outros. Seu povo a conhecia como implacável, sem sentimentos, vazia. Até que esta se tornou a qualidade que a definia e começaram a se referir a ela como The Hollow.

—E? O que isso tem a ver com lobisomens?

—Quando a maldade de Inadu se tornou grande demais para suportar, todas as tribos se uniram para derrotá-la. Os anciões das seis tribos conseguiram capturá-la, usando nós místicos. Mas, mesmo com todo aquele poder... Inadu era muito forte. A morte parecia ser a única solução, então quatro dos mais fortes anciões, cada um embebeu parte de sua magia num machado encantado. E quando a arma ficou pronta, eles se apoiaram em sua mãe, aquela que lhe deu a vida, para ser aquela que lhe tiraria a vida. Só que antes que ela pudesse matar a filha, Inadu lançou um feitiço final, um empoderado pela energia de sua própria morte. Uma maldição que recaiu sob todos aqueles que estavam presentes aquela noite. Ela atou-a a lua cheia, assim uma vez por mês, eles seriam forçados a se transformar na mesma besta que usaram para caçá-la.

—A bruxa criou a maldição do lobisomem.

Gwendolyn assentiu.

—E funcionou? Matar a bruxa?

—O tiro saiu pela culatra. Depois que a tribo matou Inadu seu espírito se tornou mais poderoso, ela os assombrou. Então queimaram seus restos, mas nem todos os pedaços puderam ser destruídos, restaram os três ossos indestrutíveis, enquanto esses ossos estavam juntos seu poder só cresceu.

—E como destruíram ela?

—Não destruíram. Prenderam. Vamos voltar. E você não fale nada sobre isso para os humanos entendeu? Eles tendem a querer destruir tudo o que eles não entendem. Especialmente a gente.

—Você vai ao baile da primavera?

—Talvez. Provavelmente não.

—Porque não?

—Esses bailes de gente rica são chatos. Se arrumassem um cadáver seria o funeral perfeito.

—Vamos ter um DJ.

—Agora sim. Definitivamente sim.

—Tudo bem então.

—Sério, fala com esse seu parente. E vá ao grupo de controle da raiva.

Lobisomens e bruxas? 

Eles voltaram para seu dormitório e o baile vai ser daqui á uma semana. Ela disse que tem fome. O tempo todo, mas fome de que? Almas talvez?


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