Amor e Vingança-Reneslec escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 15
Finalmente adulta ou quase




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772044/chapter/15

P.O.V. Gwendolyn.

Minha mãe estava certa. Meu cabelo escureceu, ficou preto, preto mesmo. Dependendo de como a luz bate, fica azul. Bem, azulado.

—Pronta para o seu primeiro dia na escola nova?

—Estou. 

—Mantenha os grimórios sempre dentro do baú e não se esqueça dos feitiços de ocultação. Feitiço de proteção todo dia e vá caçar na cidade ao menos uma vez por semana.

Chegando na escola, é claro que a Charlotte tinha que me fazer pagar mico. Ela me passou uma rasteira e eu cai e derrubei tudo. De propósito é claro.

Ouvi as pessoas rindo, catei as coisas, levantei. E o mauricinho da festa da Charlotte tava debochando de mim. Acidentalmente trombei com o garçom e derrubei champanhe nele ontem. Ele estava lutando esgrima com o instrutor, ele era bom. Mas, eu sou melhor.

O Inspetor me levou até o meu quarto. 

—É um belo baú. Século dezoito.

—Sim senhor. Está na minha família a muito tempo.

—Está com seus horários?

—Sim senhor.

—Ótimo, bem vinda á Casa de Anúbis.

—Obrigado.

Ele saiu. Eu me troquei, peguei meu material. 

—Uma meia vampira estudando na Casa de Anúbis, o Deus Egípcio da morte. Tenho certeza que daria uma sitcom. Vamos lá.

Primeira aula, história. Minha favorita.

—Temos uma nova aluna este ano. Deem as boas vindas á Gwendolyn Cullen, a nossa nova estudante. Eu sou o senhor Turner.

—Muito prazer senhor Turner.

Me sentei e ele começou a dar a aula, então... ele errou uma coisa.

—Na verdade foram trezentas e quarenta e seis baixas sem contar os civis que morreram na Igreja.

—Foram trezentas e quarenta e duas.

—Na verdade foram trezentas e quarenta e seis senhor. Contando os Civis.

—Não houveram vítimas civis nesta batalha.

—Houveram sim. Vinte e sete, os soldados confederados abriram fogo e incendiaram uma igreja porque acreditavam que havia um depósito de armas lá dentro e eles erraram feio. Então, foram trezentas e quarenta e seis baixas. Muitos morreram naquela noite. Os arquivos estão disponíveis no site da Prefeitura de Mystic Falls se quiser conferir.

Ele tomou meu caderno.

—Oito, quatorze e vinte e dois? O que esses números tem a ver com a minha aula?

—Nada. Chame de mau pressentimento.

—Pearl Harbor, quando acabou?

—Dia sete de dezembro de mil novecentos e quarenta e um.

—A queda do muro de Berlim?

—Oitenta e nove. Eu sou... boa com... datas históricas.

—É mesmo?

—Sou. Pior que sou.

—Veremos. Vamos ao ano.

—Ato dos direitos civis?

—Sessenta e quatro.

—Assassinato de John Kenneddy?

—Sessenta e três.

—Martin Luther King?

—Sessenta e oito.

—Lincon?

—Mil oitocentos e sessenta e cinco.

—Rown contra Wade?

—Sessenta e três.

—Brown contra o Conselho?

—Cinquenta e quatro.

—A Batalha de Gatsburry?

—Mil oitocentos e sessenta e três.

—Guerra da Coréia?

—De cinquenta até cinquenta e três.

—Rá. Errado. Acabou em cinquenta e dois.

—Não senhor, lamento informar, mas acabou em cinquenta e três.

—Alguém verifica!

Todos os alunos olharam nos livros.

—Rápido!

—Foi em... cinquenta e três. Arrasou novata.

—Obrigado.

Eles me aplaudiram.

—Impressionante. Como sabe tudo isso?

—A minha família... é meio... viciada em história. E eu gosto de palavras cruzadas. Pode devolver o meu caderno por favor?

Ele devolveu a contra gosto.

—Obrigado Senhor Turner.

O sinal bateu e fomos para o almoço. Catei qualquer coisa e sentei numa mesa qualquer. Tirei a garrafa vermelha de dentro da bolsa. Eu to com sede. Minha garganta está queimando.

Tirei a tampa da garrafa fora.

—Você arrasou com o Senhor Turner.

—Obrigado, eu acho. 

Soquei a verbena lá dentro, fechei a tampa e chacoalhei a garrafa.

—O que é isso ai?

—Remédio. E eu to numa dieta especial. É um problema genético.

Comecei a beber antes que atacasse os humanos na minha volta. Apesar da sensação horrível da verbena que é como engolir lâminas de barbear, me ajudou muito.

—O que quer que seja isso ai deve ser bom.

—Você não deveria estar correndo atrás da Charlotte?

—Porque?

—Você é o boy da Charlotte. Deus de misericórdia, vocês dois parecem que nasceram grudados com super-bonder.

P.O.V. Gideon.

A resposta dela não podia ter me pego mais de surpresa e ninguém que eu conhecia falava daquele jeito foi engraçado.

—Você é o boy da Charlotte. Deus de misericórdia, vocês dois parecem que nasceram grudados com super-bonder.

Eu tive que perguntar.

—O boy da Charlotte?

—É uai, o namorado, o pretendente, sei lá como os ricos chamam isso.

—O que é super-bonder?

Ela riu.

—Ai, mas não nega que é um mauricinho mesmo. Nunca teve que concertar nada na vida. É cola. Só que é cola industrial, uma vez que seca... só água fervendo pra tirar. E quando eu digo fervendo, quero dizer arrancando a pele.

—Gideon! O que está fazendo falando com a fracassada?

—Vai lá. A patroa tá chamando.

—Charlotte não é minha patroa.

—Ai, esse mundo tá perdido.

Ela se voltou para o caderno e começou a escrever. Ela parecia que estava no mundo da lua, como se não fosse ela escrevendo no caderno. E eram os mesmos números.

Oito, quatorze, vinte e dois.

A senhorita Cullen se levantou, levou a bandeja no lugar e saiu.

P.O.V. Gwendolyn.

Isso é um aviso. Algo ruim vai acontecer. Preciso de orientação, ajuda.

Se eu quero respostas preciso me comunicar com as ancestrais. Um feitiço de privacidade e então, projeção astral. Quando eu voltei, tinha péssimas noticias.

—Bom, muito bom.

Haveria um jogo de Rugby e eu senti que tinha que estar lá. Então eu fui.

Como eu esperava Charlotte era capitã das líderes de torcida. O jogo foi decorrendo, só que no segundo tempo ninguém achava o treinador.

—Tudo bem. Respira fundo e siga o instinto.

P.O.V. Gideon.

Estávamos no intervalo quando eu vejo aquela figura de cabelo preto passando pelo campo. Ela atravessou o campo, os caras do time mexeram com ela, mas era como se... ela nem tivesse ouvindo nada.

—Ei! Tá surda gatinha?

Ela foi embora. Parecia hipnotizada.

—Onde está indo? Gideon!

Segui-a e meu Deus, foi inacreditável. Ela foi direto até o Senhor Turner que estava sangrando e caído no chão. Gwendolyn parou e nem se importou em socorrê-lo.

—Chame ajuda!

—Não. Chame a polícia. O professor já tá morto.

Então, notei que o prédio era BLDG8, a placa do carro FHT 14 e... a  vaga 22.

Ela estava chorando, parecia que estava em choque. 

—De que me vale tudo isso, pra que me serviu? Não consegui salvar o professor. 

Ela chegou perto do corpo.

—Eu sinto muito.

Gwendolyn ligou para a polícia.

—Departamento de polícia de Londres?

—Eu acabo de encontrar um corpo. Meu professor de história está morto.

Logo havia polícia pra tudo o que era lugar e chamaram o controle de animais.

—Quem achou o corpo?

—Eu.

—Qual é o seu nome?

—É Gwendolyn. 

—Sobrenome?

—Cullen. 

—Tudo bem, sei que deve estar... passando por uma coisa ruim agora, mas preciso que venha comigo até a delegacia prestar depoimento.

—Depoimento? De que?

—Você encontrou o corpo.

—E dai?

—Como encontrou o corpo?

—Eu... sou uma pessoa... muito... intuitiva. Foi um, pressentimento ruim. Só isso.

P.O.V. Gwendolyn.

A polícia colheu meu depoimento e me liberou. Fui direto para o quarto, não estava no clima de assistir jogo de Rugby.

No dia seguinte eles só falavam e pensavam no que aconteceu.

—Como você achou o corpo?

—Eu não quero falar disso Charlotte.

—Você é uma esquisita. Sempre foi uma esquista. Você e a sua mãe tem livros velhos e poeirentos, ervas, velas e encontram corpos do nada. Fracassada.

—Um homem morreu, Charlotte! Você tem essa noção?! Eu encontrei um cadáver de um homem com o pescoço estraçalhado! Mas, tudo o que você consegue pensar é em você mesma! O Senhor Turner era nosso professor! Ele tinha uma família! Uma filha! Uma esposa! Então, me chame de esquisita, de maluca, ou qualquer coisa que caiba na sua história... mas, eu achei que podia impedir que uma coisa ruim acontecesse. Pelo menos eu tentei. Enquanto você estava balançando pom-pons!

Catei a minha bolsa e sai. Eu precisava sair e descontar antes que matasse aquela piranha metida de cabelo ruivo. Fui bem pra dentro da floresta e comecei a correr, até que... eu vi. Era um vampiro.

—Foi você. Você matou o professor.

O homem de cabelo loiro e olhos azuis avançou encima de mim, nós lutamos e eu estaquei ele. E assisti ele queimar.

Me arrumei o melhor que deu e voltei para a escola.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor e Vingança-Reneslec" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.