Quando dobramos a esquina, notei que Deidara ficou tenso ao ver um homem que para mim era um total desconhecido. 

—O que foi?—Sussurrei em seu ouvido, enquanto passávamos por ele. 

—Nada hm.—Ele respondeu sombrio.

Aquela resposta não me convenceu... de repente eu fiquei inquieta também. Dobramos outra esquina e o tal homem não nos seguiu, aliviei um pouco.

—Vai me contar o ocorrido de mais cedo?—Perguntei, segurando seu braço.

—Não é nada hm.—Ele disse no mesmo tom de antes.

Fechei a cara e soltei seu braço bruscamente. Ele me olhou surpreso. 

—Ino hm. 

—Vai guardar segredos de mim?—Murmurei. 

—Isso não é segredo hm.—Ele diz.

—Então... o que é?—Perguntei impaciente.

—Trabalho hm.—Ele disse por fim, notando que eu não iria parar de importuná-lo. 

—Hum... e ele não gostou de suas esculturas?—Perguntei.

Ele suspira pesado.

—Não é desse “trabalho.”—Ele disse quase que sem paciência.

—Então o que é?—Exclamei ficando na sua frente.

Ele para , e me olha no fundo dos olhos. Por um momento , achei que ele fosse me contar, pois ele se inclinou na minha direção.... ficando a cerca de dois centímetros de distância de mim ... eu podia ouvir sua respiração.

—Boa noite Ino hm.—Ele diz sorrindo torto.

Aquilo me fez piscar várias vezes, droga. Ele me pegou de surpresa.  Então se afasta e logo percebo que estava na porta de casa. 

Abro a boca para dizer algo, mas nada sai dela. Vendo que fiquei sem reação, ele me dá as costas e vai embora. 

“Maldito loiro dos olhos azuis” 

Na manhã seguinte levantei cedo, tomei um rápido banho para acordar. Tomei café com meu pai, e sai para o trabalho. Chegando lá, atendi vários clientes... se me lembro bem , o dia dos namorados estava chegando, então muitas lojas e departamentos estavam fazendo arranjos para decorá-las. 

—Obrigada e volte sempre.—Eu disse quando entreguei o último arranjo de flores ao cliente. 

Aquele dia foi com certeza intenso. Tivemos que fechar mais cedo, pois vendemos todas as flores. 

—Até mais.—Eu disse , quando sai. 

Sair mais cedo , me deu a oportunidade de ir ver minhas amigas. Elas haviam combinado de se encontrarem num shopping perto dali. Só assim para nos vermos... pois todas elas faziam faculdade.

—Oi.—Eu disse as cumprimentando.

—Ino-chan.—Tenten me cumprimenta.

—Porca.—Sakura diz.

—Sente-se conosco.—Hinata diz. 

—Hai hai.—Eu disse me sentando.

Começamos a conversar sobre tudo... assuntos típicos de garotas. 

—E então....—Começou Sakura.—E os rapazes?—Ela me lança um olhar malicioso.

—O que tem?—Perguntei ingênua.

—Já arranjou um?—Ela perguntou impaciente.

—Bem...—Eu começo sem graça.—Tá...—Eu abro um sorriso.—Estou encalhada. 

As meninas riem junto comigo.

—Não creio..—Tenten começa.—A rainha da beleza , encalhada?

—Bem...—Era verdade que eu tinha um imã para rapazes, mas eu não sou uma vagabunda que fica com qualquer um.—Eu só não encontrei o cara certo... sabe...—Dizer aquilo me incomodou, pois no coração eu sabia que era mentira.

—Ino, você conhece tantos caras... como não sabe que é ele?—Sakura perguntou. 

Reviro os olhos, essa testuda gosta de me testar. 

—Eu acho muito romântico da sua parte Ino-san.—Disse Hinata , sorrindo.

Eu retribui o sorriso.

—Valeu Hina. 

Conversamos um pouco mais sobre  rapazes, e logo, elas já estavam de pé se despedindo de mim, pois tinham que voltar para a vida de estudantes delas.

—E aquele loiro lá?—Tenten perguntou , enquanto caminhávamos  direção ao trem. 

—Quem?—Perguntamos todas juntas, olhando para ela.

—Aquele, que está no seu perfil do seu celular.—Tenten me dá uma cutucada.

Era verdade, minha foto de perfil do aplicativo de mensagens era uma selfie minha e do Deidara. Eu sorrindo como boba, e ele sério como de costume.

—É só um amigo.—Eu disse rapidamente, torcendo que elas mudassem de assunto.

—Hum..—Elas dizem com malicia.—Sabemos.

Eu começo a rir.

—Vocês não tem jeito. Além do mais, ele estudou conosco... lembram?

—É verdade.—Hinata concordou.

—Hum... ele era aquele esquisito das esculturas.—Tenten diz.

—Ele não é.—Eu o defendi, fazendo bico. Odiava quando o chamavam de esquisito , ele é apenas um artista solitário.

—Tem certeza que não encontrou o rapaz , Ino porca?—Perguntou Sakura , embarcando no trem , acompanhada das demais meninas.

Eu não tive tempo de responder.

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Cheguei em casa , e tive uma grande surpresa. 

—Ino!—Uma voz feminina veio me receber quando cheguei, era Izumi , minha parente distante. 

Ela era , estranhamente, parecidíssima comigo... não a ponto de ser minha gêmea mas parecida ao ponto de enganar qualquer desavisado. E eu ainda não contei a melhor , ou pior parte. Ela era literalmente uma princesa. Sim ... daquelas que vivem em lindos castelos encantados , rodeados de guarda costas e tudo mais. 

—Izumi.—Eu disse sem muito ânimo.

Afinal, ela era uma parente ausente. 

—Você cresceu.—Ela estava empolgada.

Eu só retribui com um sorriso. 

—A que devo a sua visita?—Pergunto por fim.

Ela lança um olhar pro meu pai, e logo volta para mim. Parecia aflita. 

—O que houve?—Perguntei.

—É que... –Ela começa.—vem, se senta.—Ela fez um gesto para eu me sentar.—É meio doido o que vou pedir... visto que não sou uma parente presente...

Concordo com a cabeça.

—Bem... como sabe, daqui a uns meses farei vinte e dois anos, e ... como tradição irei me casar com um príncipe .. para formarmos umas aliança e tudo mais.—Ela parecia que estava desconfortável com essa situação.—E eu queria te pedir ... para ficar no meu lugar , até no dia do casamento.

Continua....