—Tenho certeza que vai gostar dela.—Ela diz. 

Olho pela janela e vejo uma grande loja , com o letreiro de Charllote escrito em dourado brilhante.   Chegamos até que muito rápido alí.

—Yamanakas.—Uma senhora nos cumprimenta , elegantemente.

—Charllote.—Minha tia diz, lhe abraçando.—A quanto tempo...

—Sim, desde o seu casamento.—Ela fala, e notando que falou besteira, ela continua.—Sinto muito..

—Águas passadas.—Ela diz, fazendo um gesto pra mim.—Quero que conheça minha filha Izumi..

—Encantada.—Ela me abraça, foi horrível pois suas roupas me pinicaram. 

—Oi.—Eu digo sem graça.

Ela parecia simpática, apesar de tudo.

—Vem, eu separei alguns modelos.—Ela fez um gesto para entrarmos.

Chegando no vestuário, noto que só havia funcionárias ali.

—Onde estão as outras clientes?—Pergunto inocente.

A senhora solta uma risada e me dá um tapinha nos ombros.

—Vejo que a senhorita está em pleno humor hoje.—Ela caminha na minha frente.

Olho pra minha tia confusa, o que foi isso?

—Você é a princesa.—Ela sussurra no meu ouvido.—Você é a prioridade máxima, irá receber tratamento exclusivo. Ninguém pode se quer ver seu vestido.

Claro, eu não sabia disso. Afinal, meu casamento é um marco pra história... que piada. Mas devo admitir que receber tratamento exclusivo de certo modo não é nada ruim. Quando chegamos nos vestidos, meus olhos brilharam como diamantes... eram lindos, eram brilhosos ... arrisco até em dizer que eram mais brancos do que o normal. Havia alí cerca de duzentos vestidos... todos diferentes... uau. 

—Pode começar com esse.—Charllote disse, apontando para um modelo princesa.

Abro um largo sorriso. 

—Com prazer.

Eu nunca vesti um vestido de noiva antes. A sensação é com certeza diferente de se usar um vestido qualquer, isso é fato. Primeiro que você será o centro das atenções e segundo... é repleto de detalhes inimagináveis.  O vestido me caiu muito bem, fico me admirando no espelho por uns segundos... até que , resolvo tirar uma selfie... para guardar de recordação.

“Olha olha! Serei uma noiva fabulosa!” eu mandei a foto pra Deidara, a única pessoa que sabia desse segredo, que levava uma vida “normal”.

—Já está pronta?—Ouço uma funcionária.

—Hai!—Eu guardo rapidamente meu celular na bolsa, não deu tempo de ver a resposta dele.

Saio do vestuário e todas me olhavam de boca aberta. 

—Eu ... estou sem palavras....—Charllote disse.

—Está estupendo.—Minha tia disse, se aproximando de mim.—Quando encontrar o cara ... me procure para virmos juntas aqui...—Ela pisca pra mim, e eu retribuo com isso sorriso.

 Afinal, esse vestido é pra filha dela... e  não pra mim. 

—Charllote, o que acha do véu coberto de diamantes também?—Ela se vira pra senhora.

Aquilo me pegou de surpresa... olho pros detalhes do vestido novamente, era tudo brilhoso sim mas... pela minha ingenuidade achei que fosse um strass mais sofisticado e não diamantes de verdade! E havia essa preciosa pedra, em todo o vestido... definitivamente nunca vou entender as pessoas ricas.

Logo percebo que todas os demais vestidos brilhavam tanto quanto este... há há há , acho que recusarei o convite de vim aqui , escolher um vestido de casamento pra mim... afinal, deve custar um rim e coração. 

Por curiosidade, pego o catálogo de vestidos no balcão e fico paralisada, com os valores das peças... dois bilhões era o valor do que estou usando... era tantos zeros que fiquei zonza só de olhar. 

—Eu acho a idéia boa.—A senhora disse, fazendo um gesto para eu a acompanhar.—Que tal esse? Foi minha última peça produzida esse ano.—Ela gentilmente coloca o véu em mim.

Era bonito, admito. 

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Chegamos na casa tarde , as duas conversavam sobre várias coisas entediantes que eu não entendia. Chegando lá , fui direto pro banho .. eu precisava relaxar... peguei meu celular e fui ler as mensagens.

“Como ela reagiu?” Izumi me mandou.

“Ela sente muito orgulho de você” eu mandei.

“Não tenho dúvidas disso.” Deidara me mandou. 

Fico uns segundos pensando no que mandar pra ele.

“Você vem...?” 

“Não perderia por nada.” Ele respondeu.

Sinto meu rosto quente. É certo dizer que sentimos algo um pelo outro mas... nunca conversamos pra valer sobre.. seria agora, o momento ideal?  

Resolvo então ligar pra ele.

—Oi..—Eu disse, quando ele atendeu.

—Baixinha hm.—Ouço.

—Então...—Eu não sabia como começar, me ajeito na banheira e respiro fundo.—Está... está ocupado?

Ele demora uns segundos pra responder, logo deduzi que sim... 

—Um pouco hm.

—Ah.. desculpa... eu... quero dizer... fui...—Eu me embolei.

—Não... hm ... pode falar.—Ele disse, ouço passos... parecia que estava saindo pra rua. 

—É... que...—Eu faço uma longa pausa. O que ele estava fazendo?

—Aconteceu algo hm?—Ele pergunta, parecia que ele entrou num carro agora.

—Não.—Eu digo.—Quero dizer, sim... eu só queria conversar...

—Sobre hm?

—Sobre a gente.—Eu digo por fim, por quê estou tão nervosa em falar sobre isso? Nós quase fizemos aquilo... não deveria ficar tão nervosa... temos anos de intimidade.

Ele não respondeu, então eu continuei.

—Deidara, o que somos?

—Como é hm?

—O que somos?—Eu perguntei enfatizando o “somos”.  

—Nós...—Ele começou, mas parou, pois voltou a andar.

—Onde você está?—Pergunto sem paciência.  

—Estou chegando em casa hm.—Ele informa.

—Ah..—Eu me acalmo um pouco.—Você dizia?—Ouço barulhos de chaves.  

—Nós... somos melhores amigos hm.—Ele diz por fim.

Uma onde de decepção me invadiu, palavras erradas Deidara... palavras erradas..

—Baixinha?—Pude ouvir.

Eu fiquei muda por uns minutos.

—É... só isso que somos?—Questiono.—Não sente nada por mim ? 

—Ino...

De repente , me sinto uma tonta. Tudo fazia sentido agora... e se só estivesse com vontade de fazer sexo comigo ? Que só quisesse uma amizade colorida? Eu não queria isso.. de jeito nenhum.

—Não quero ter uma amizade colorida.—Eu digo com desprezo.

—Não quero ter um relacionamento hm.—Ele disse, sério.

Aquilo me deixou paralisada... eu ouvi direito?