Like a Vampire 3: Lost Memories escrita por NicNight


Capítulo 2
Capítulo 2- Encontros e Reencontros


Notas iniciais do capítulo

MAIS UM CAPÍTULO SAINDO DO FORNOOOO (8)
Primeiramente, como foi o natal de vocês, estão bem? e.e Desculpa que esse capítulo demorou a sair, eu esfava me preparando pras novidades dessa temporada (que não serão poucas, just saying)
Enfiiim, espero que gostem, boa leitura ♥



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—Mun, acorda!- Kino balançou sua irmã pelo ombro de novo-Já tá na hora de você ir pra escola!

Quando ouviu os passos do seu irmão indo pra cozinha, Mun se sentou na cama aborrecida. Ela acabava de ter um sonho bem estranho. Tinha três bichos estranhos nele, o que deixava ela com uma sensação de já sonhar com aquilo antes.

Já faziam cerca de 10 anos desde o dia que Mun fora encontrada ainda recém nascida na frente da porta daquela mesma casa que ela morava atualmente. O irmão, Kino, que agora tinha 17 anos, havia sido mandado pela sua mãe para buscar a correspondência quando achou aquela coisa de bochechas fofas num cesto, envolvida por cobertas cor-de-rosa e um lençol branco escrito "Mun".

Claramente, Mun não sabia nada de seus pais biológicos. Nem procurava saber, pra ser sincera. Sempre foi criada muito bem com apenas sua mãe adotiva e Kino. Quer dizer, sua mãe também não era mãe de Kino. Mun sabia bem que ele tinha sido abandonado em algum lugar cujo nome ela não lembrava. Então, ele foi encontrado pelo pai de Yuuri, que criou Kino e seu filho como se fossem irmãos.  Mun na verdade não ouvira muitas história sobre o tal Yuuri, mas sabia que ele e seu irmão deviam ser bem próximos.

Tudo que ela sabia era que, quando Kino era uma criança, ele fugiu para essa exata rua e foi achado pela sua mãe, que o abrigou e cuidou dele sozinha... E alguns anos depois, ela achou Mun na porta da sua casa.

Infelizmente, o coração bom de sua mãe não durou muito tempo. Num dia que Mun estava dormindo na casa de uma amiga, Kino ligou para lá e avisou que o lar deles havia sido invadido e sua mãe fora assassinada brutalmente. Já haviam se passado quase quatro anos desde o ocorrido, e desde então era só Kino e Mun na mesma casa dos terrores.

Mun se levantou e foi direto pra cozinha, onde viu Kino fazendo um omelete pra ela. Deu um abraço no irmão e soltou um “Bom dia preguiçoso”, depois foi direto pro lado de fora da casa pegar as correspondências.

Quando estava abrindo a caixa de correio, ela sorriu e cumprimentou cerca de três vizinhos, todos já indo trabalhar e animados com a felicidade de Mun tão cedo. A garota então pegou sete envelopes que estavam dentro da caixa de correio e saiu correndo de volta pra dentro da casa. Quando chegou, seu irmão estava pondo a mesa.

—Como você consegue fazer as coisas tão rápido?- Mun perguntou pra Kino enquanto se sentava- Eu saí e você estava cozinhando, aí eu volto e você já tá pondo a mesa!

Kino apenas riu como resposta enquanto se sentava á frente dela, os dois pratos de omelete na frente de ambos. Kino então puxou o celular do bolso e começou a jogar alguma coisa:

—Então, alguma novidade na correspondência?

—Ainda tem as contas de sempre- Mun comentou mexendo nos envelopes enquanto colocava um pedaço de omelete grande na boca- Da onde a gente tira tanto dinheiro pra pagar essas coisas?

—Já te falei que nós ganhamos pensão de uns “amigos do nosso pai”- Kino respondeu brevemente, ainda sem tirar os olhos do celular- Ou algo assim. Alguma coisa diferente?

Mun nunca soube se era verdade, mas Kino sempre disse que o pai dos dois era o mesmo. Mas ela também não tinha muito motivo pra discordar: Os dois tinham os mesmos olhos vermelhos escuros brilhantes no rosto, afinal. O cabelo de Kino era preto e bagunçado, enquanto o de Mun era castanho-claro e sempre penteado, mas os dois tinham fios ondulados. Além disso, os dois tinham o rosto mais fino e um sorriso extremamente branco.

Não era difícil acreditar que os dois podiam ser parentes biológicos.

—Tem esse envelope meio estranho- Mun notou um papel que se diferenciava de todos os outros:  Parecia ser antigo, e tinha uma fita vermelha prendendo ele, além de um símbolo parecido com o de uma espada estampado na frente do bilhete.

Logo embaixo, estava um: “Para senhorita Mun”.

—Destinado pra você?- Kino arqueou as duas sobrancelhas- Será que é alguma das suas amigas fazendo uma festa temática?

Não sendo capaz de conter sua curiosidade, Mun rasgou a fita vermelha com os dentes e abriu o envelope, começando a ler para seu irmão:

—Prezada senhorita Mun, temos o prazer de informar que a senhorita foi selecionada como convidada de honra para o Segundo Festival das Raças, sediado no Mundo Vampiro. Os convidados de honra são obrigados a permanecerem hospedados no Castelo Vampiro durante todos os dias do festival, e também de se apresentarem no Baile De Iniciação da primeira noite.- Mun então cerrou levemente os olhos- Por favor, certifique-se de que a maior atenção possível seja prestada nas leis de hospitalidade e polidez do reino anfitrião. Estamos muito ansiosos para receber você como parte de uma nova geração de herança do festival. Atenciosamente, KarlHeinz Sakamaki, Rei Vampiro.

E então ela olhou pra seu irmão como se exigisse algum tipo de explicação. Kino finalmente deixou o celular em cima da mesa e suspirou:

—Parece que nosso pai convidou você pra esse festival... Mas por que ele não me convidaria?

—Espera aí, nosso pai?- Mun engasgou no achocolatado- Você tá me falando que nosso pai é um rei? Espera aí, vampiro existe? E existem outras raças mágicas? Então eu sou uma princesa?!

—Ih, calma aí “princesa”- Kino disse o apelido com certa rispidez- Vamos começar falando que você não vai no festival.

Mun abriu a boca pra retrucar, mas Kino foi rápido em interrompe-la:

—Nosso pai por algum motivo insistiu em convidar sua filha mais nova mas não convidou seu filho- Kino então se levantou e deixou seu prato sujo em cima da pia- E eu não vou te deixar ir pra qualquer lugar sem mim.

—Fala sério!- Mun bateu as mãos nas pernas, os olhos enchendo de lágirmas- Eu acabei de descobrir que sou uma princesa! Uma princesa vampira! Espera aí... Eu bebo sangue? AI MEU DEUS, EU SOU UM MORCEGO?

Kino revirou os olhos e tirou o convite das mãos de sua irmã:

—Vá se arrumar rápido, não pode chegar atrasada de novo na escola, se quiser se formar no sexto ano.

Mun cruzou os braços, com rosto birrento enquanto via seu irmão sair do quarto.

Ela então olhou pra mochila que havia sido deixada no balcão da cozinha, e viu Kino colocar o convite dentro de uma gaveta da sala pela brecha da porta.

—...Eu acho que tenho um plano- Mun sorriu enquanto sussurrava pra si mesma.

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Narração Lua

Assim que eu saí do carro, senti meus olhos brilharem com a visão.

Completamente diferente da capital vampira e da Mansão Sakamaki ou Mukami, eu diria. A área do Festival das 4 Raças estava bem marcada por uma grande placa no começo, além de eu conseguir ver que o lugar estava bem iluminado, colorido e lotado de pessoas. Tendas vendendo comida, brinquedos ou de jogos estavam formando um corredor, e eu tenho quase certeza que tinha um karaokê por ali.

—Caramba, isso aqui é o Lollapalooza  ou o quê?- Victoria perguntou, um sorriso se espalhando em seu rosto.

—Que caos- Shu resmungou.

—Já estou me arrependendo de ter concordado em vir pra cá- Subaru concordou- Não que eu já não tivesse no primeiro segundo.

—Deixa de reclamar!- Eu segurei Subaru pelo braço e ri quando ele revirou os olhos vermelhos- Vocês precisam animar um pouco a vida de vocês! Credo, ficam presos 42 horas por dia dentro de uma mansão, precisam socializar: Conhecer gente nova, comer coisas diferentes, dançar até o chão!

—Dessas opções, só gostei da que fala de comer- Sofie se apoiou na limusine- Inclusive, eu tô com vontade de comer bolo. Será que tem alguma padaria aqui por perto?

—Quando é que você NÃO tá com vontade de comer bolo, Sofie?- Sarah riu, fazendo Sofie dar de ombros.

—Eu apoio a decisão de procurar uma padaria pra comer bolo- Kanato comentou.

—Cruzes, seus famintos- Marie respirou fundo- Quem vê acha que vocês não comem em casa.

—Vocês não são nada divertidos~~- Laito cantarolou- Mas vocês estão lembrados do baile de hoje?~~

—Nossa, que merda, ainda tem isso- Nikki bufou- Eu vou ter que usar um vestido? Por favor me diz que eu não vou ter que usar um vestido.

—Ninguém liga pra que roupa vocês usam,  Chichinasis- Ayato estalou a língua.

—Por favor, fiquem quietos por alguns segundos- Reijii pediu, então se dirigiu até o motorista- Leve essas malas até o castelo, obrigado.

Sarah então me cutucou:

—Foi criação da minha cabeça ou eu acabei de ouvir um Sakamaki falar “obrigado” e “por favor” numa frase sem ser cínico?

—Eu achava que tava ficando louca e só eu tinha escutado- Eu sussurrei de volta.

Depois de conversar mais algumas coisas com o motorista, que logo foi embora, Reijii se virou e se deparou com Victoria o olhando com um sorriso e mãos na cintura.

—O quê foi?- Reijii perguntou, claramente confuso.

—Nada, nada- Victoria riu- Enfim, a gente vai andar até o festival ou vamos esperar ele chegar na gente?!

Então, em silêncio (da parte dos meninos, pelo menos. Nós seis estávamos muito ocupadas zoando as roupas de umas pessoas que passavam por nós, reclamando de fome e por algum motivo começamos a falar de marcas de nascença aleatórias), todos começaram a andar pela calçada de pedra polida juntos, simplesmente admirando o cheiro delicioso de comida que vinha de várias barracas e a beleza de vários lugares.

Em algum ponto da caminhada, um homem aleatório deu uma rosa violeta pra Victoria com um sorriso e as bochechas vermelhas. Vic, meio assustada, agradeceu. Eu estava prestes a rir da cara dela, até o homem perceber nossa existência e dar uma rosa pra cada uma de nós, de cores diferentes.

—Eh...- Nikki começou, olhando pra rosa amarela em suas mãos quando o homem barbudo se afastou- Dar flores pra pessoas desconhecidas é um hábito daqui?

—Aposto que Victoria só recebeu porque é a esposa do Reijii- Ayato revirou os olhos- Agora vocês, eu não sei mesmo porque ganharam também. Nem bonitas vocês são.

Sofie revirou os olhos com o comentário de Ayato, mas Sarah o respondeu com uma respirada funda:

—Eu gostei. Achei bem fofo e cavalheiro da parte dele.

—Pois é, talvez vocês devessem tentar também- Nikki bufou.

—Dar flores pra vocês?- Shu cerrou os olhos azuis- Que idiotice.

Nikki abriu a boca pra retrucar, mas se calou quando parou em frente do grande portão escrito “Boas Vindas”.

—Então... A gente vai entrar?- Marie perguntou, apertando sua bolsa de leve- Ou sair correndo?

—Vocês não acham que essa piada já perdeu a graça?- Sofie perguntou, olhando a mais velha.

—Minhas frases NUNCA perdem a graça, obrigada e de nada- Eu ajeitei meu rabo de cavalo- Mas vamos logo! Não é como se fossemos encontrar alguém chato... Tirando seu pai, nesse caso.

—Lua?- Uma voz muito familiar me chamou atrás de nós todos- LUA!

Quando me virei pra trás, fui recebida com a imagem de Daayene Hudison em toda sua plenitude: O cabelo castanho claro com um parte presa pra trás, uma camisa rosa combinado com uma saia prateada... saltos das duas cores juntas... Além do sorriso vibrante que eu conhecia bem demais.

—DAAY!- Eu corri pra abraçar ela, fazendo a garota rir- O que você tá fazendo aqui, mulher!

—A mesma coisa que vocês, eu imagino- Priya colocou a mão no ombro de Daayene, sorrindo ao ver todas nós- Indo curtir um festival, esquecer que estamos vivendo com vampiros psicopatas.

—Ai meu deus, eu vou chorar!- Victoria correu até Priya, a levantando.

—Você sempre chora- Marie revirou os olhos, deixando Priya no chão- Bom ver vocês de novo, meninas.

—Mas que palhaçada é essa?- Brunna chegou, com as mãos na cintura- Daayene do nada começou a berrar e saiu correndo, aí Priya veio atrás pra impedir ela de... sei lá, botar fogo numa barraca de takoyaki, e agora tá rolando esse chororô e reencontro todo.

—Bom te ver também, Brunna- Sofie bufou quando a loira se aproximou dela- Sim, eu estou bem, obrigada por perguntar. Também senti sua falta, que gentil da sua parte dizer isso!

—Você sabe que eu senti sua falta, pode parar de ser cínica e assustadora agora- Brunna riu enquanto revirava os olhos.

Perto de Brunna, uma pessoa menor e totalmente vermelha estava encolhida:

—O-oi p-pessoal.

—ANINHA!- Sarah pulou, batendo palmas- Eu tô tão feliz que vocês quatro estão aqui!

—É, eu não- Subaru bufou.

—Claro que não, vocês não tem coração- Eu comentei, e eles só deram de ombros- De qualquer jeito, vocês vieram sozinha?

—Obviamente que não- Quatro figuras apareceram atrás das Hudison, Ruki sendo o primeiro a dar um passo a frente- Como se fossemos deixar quatro incapazes sozinhas nesse lugar pra se envergonharem.

—Espera aí, não foram vocês que disseram que nós éramos “mais independentes e capazes do que muitas mulheres vampiras que já viram”?- Priya perguntou pra eles.

—Nós não falamos nada disso, Sow!- Yuma deu um passo duro e olhou pra trás de si de repente- OY, KOU! Pare de pregar coisas cor de rosa na minha blusa!

Kou apareceu de trás de Yuma:

—Ah~ Eu não posso resistir, seu visual todo marrom está deprimente, considerando que você é irmão de um idol como eu!- Os olhos dele então brilharam na nossa direção.- Ah~~ Olá, minhas M-Neko-Chans~~

—“Suas” MNeko-Chans?- Laito perguntou com um brilho mais sério no olhar- Are, are~~, Eles são ainda mais patéticos do que eu pensei.

—Oi pra vocês também, Sakamaki!- Daayene acenou pros seis- Bem, podemos perceber que não mudou muita coisa por aqui.

—Olá... Eves...- Azusa acenou fracamente. Nós respondemos ele sem muita cerimônia.

—Enfim, eu imagino que deve ter sido ótimo pra vocês se reencontrarem- Reijii pegou Victoria pela mão- Mas nós temos que ir pro castelo pros NOSSOS quartos e arrumar pro baile, já que somos convidados de honra. Então, teremos que nos separar.

—Imagino que isso não será necessário- Ruki deu um passo pra frente, puxando um papel de seu bolso- Também ficaremos no castelo. KarlHeinz nos chamou como convidados de honra.

Depois de alguns segundos, Kanato brigou:

—ISSO É ALGUM TIPO DE PIADA?!

—Na verdade, é uma realidade- Brunna estendeu o convite dela pra eles- Parece que vamos morar na mesma casa, por um tempo.

Ficamos vários minutos em silêncio, percebendo faíscas de raiva voarem entre os Sakamaki e os Mukami.

—Então...- Sarah começou- Já que todas nós estamos aqui e temos um baile pra participar, porque a gente não se arruma juntas?

—Eu acho uma ótima ideia!- Daayene pulou, batendo palmas- Por acaso aqui tem algum SPA? Ou shopping? A gente pode fazer compras! E EU NECESSITO TE MAQUIAR, LUINHA!

—Acalma aí, Sharpay- Priya revirou olhos- E Sah, por favor, não MENCIONE qualquer coisa a ver com se arrumar perto da minha irmã, porque ela fica doida.

—Mas é uma boa oportunidade pra gente colocar os papos em dia- Eu sorri- Quer dizer, já faz uns bons meses que a gente não se vê, com certeza aconteceu  muita coisa nesse período de tempo.

—Eu odeio dizer isso, mas eu concordo com a Lua- Sofie comentou- Então, iremos procurar algum lugar bom pra se arrumar ou não?

—...Vocês realmente vão deixar a gente plantado aqui pra se arrumarem e fofocarem?- Subaru arqueou as sobrancelhas.

—Na verdade, sim- Marie já estava se virando pra ir embora- A não ser que vocês queiram se juntar a nós, o que eu imagino que não vai acontecer. Sabe, eu conheço vocês.

E entre risadas, nós entramos de vez no festival. Obviamente, atraíamos muitos olhares curiosos( provavelmente não era comum um grupo de dez meninas humanas andando junto num festival mágico), mas na realidade não prestamos muita atenção nisso. Estávamos muito ocupadas tentando achar algo que parecesse com uma loja de roupas naquele lugar bizarro.

Graças aos Deuses e Brunna, com sua habilidade de perguntar onde diabos nós estávamos sem morrer de vergonha, conseguimos achar uma loja de roupas bem grande, na qual entramos.

—Com licença?- Brunna chamou quando todas nós entramos no lugar exageradamente rosa- Tem alguém aí?

Uma mulher brotou dos fundos da loja. Ela parecia ter quase dois metros de altura, tinha os cabelos curtos loiros e os olhos pretos bem marcados. Quando nos viu, ela bateu palmas com um sorriso e se aproximou de nós:

Quelle belle surprise! Um grupo de lindas moças em minha loja! Em que posso ajudá-las, querida?

—Eh... Na  verdade nós estamos procurando vestidos de festa- Nikki explicou- Menos pra mim, eu odeio vestido.

—É pro baile de abertura hoje- Marie sorriu de forma simpática.

—A senhora é... francesa?- Sofie perguntou, arqueando a sobrancelha- Comprenez-vous ce dont nous parlons?

—Tá, agora ou você tá falando russo ou tá inventando palavras- Victoria suspirou.

Oui oui— A mulher respondeu- Nasci na França, vim pra cá a uns... sete anos por causa do meu marido. Meu nome é Charlotte. 

—Prazer te conhecer, Charlotte- Sarah deu um sorriso doce na direção da mulher altona- Essas são Priya, Brunna, Daayene e Anna: As Irmãs Hudison. E nós somos Marie, Victoria, Sarah, Sofie, Nikki e Lua... As Herbert

—Irmãs Herbert?- Os olhos de Charlotte brilharam- Você é a esposa do Príncipe Reijii, certo? 

—É... Isso mesmo- Victoria ficou meio vermelha- Agora você entende o porquê da nossa necessidade de estarmos deslumbrantes hoje, não? 

—Ah, eu me lembro bem do meu primeiro baile quando eu casei com meu marido- Charlotte suspirou de forma apaixonada- Eu estava perdida porque não entendia nada do mundo vampiro. Imagina a surpresa de todo mundo quando descobriram que ele havia se apaixonado por uma humana por puro acaso. 

—ESPERA AÍ!- Daayene de repente berrou- Você é... humana? 

—Tão humana quanto vocês, meus algodões-doces!-  Charlotte então pegou uma caixa que estava atrás do balcão- Quando eu me casei, queria ter pessoas tão fortes que nem vocês pra servirem de exemplo pra mim! Quer dizer, todo mundo já ouviu sobre o casamento da Viczinha com o Príncipe Reijii, e do protesto que vocês todas começaram lá na frente do castelo do Rei! Tipo, os tempos estão mudando graças á vocês! C'est génial! 

—Na verdade, nós estamos bem aliviadas- Priya mordeu o lábio- Nós realmente achávamos que só existiam nós de humanas nesse Mundo Mágico inteiro!

 -Non-sens!- Charlotte riu- Existem muitos de nós por aí em todos os reinos. Não importa o quanto os mágicos nos desconsiderem, achem que nós somos fracos e que que não aguentamos nada, eles não conseguem nos impedir de vir pra cá! E eles mal sabem que somos mais fortes do que muita gente! 

—Você... não quis se transformar?- Victoria mordeu o lábio- Eu... ainda não decidi.

—Eu achei melhor continuar humana!- Charlotte sorriu abertamente- Eu ainda tenho família humana, e eu amo minha vida do jeito que está! Se seu marido realmente te amar, que nem o meu me ama, ele vai entender! 

Victoria deu um sorriso agradecido na direção dela.

—E  vocês senhoritas precisam estar com uma aparência magnifique para a noite de hoje!- Charlotte deu alguns pulos- Vamos, vamos! Só de olhar pra vocês eu sei o vestido ideal pra cada uma! 

Então ela nos empurrou pra parte de trás da loja, dentro de várias cabines com cortina, e começou a pendurar vários vestidos para nós.

O meu batia nos joelhos, era de saia rodada e todo prateado, com um bolero feito praticamente de glitter. Sorri quando ela gritou:

—Em minha tutela, vocês parecerão déesses

E assim se passaram horas.

Nós nos trocamos, Charlotte inclusive nos ajudou a arrumar os cabelos e a nos maquiar. Ouvimos muitas histórias sobre o marido da altona e sobre a França, além de várias vergonhas que ela passou quando ainda era novata no Mundo Mágico.

E ela também escutou nossos casos: Falamos sobre nossa estadia com os Sakamaki e os Mukami (e não poupamos detalhes, também), falamos sobre Jackson, Yui, Sol, Mao, Lilith, Igor... E em segredo, até falamos sobre Heisuke e os drakons. 

Era completamente refrescante, na verdade, saber que haviam mais humanos soltos por aí.

Além disso, também conhecemos a pessoa super doce e simpática que Charlotte era! Sinceramente, eu acho que todo humano que conseguíamos achar era uma pequena conquista pra nós dez. Uma lembrancinha que não estávamos sozinhas ou éramos um caso perdido.

 Infelizmente, já estava chegando a hora do baile e, para impedir que os vampirões ficassem ainda mais bravos com a gente, tivemos que partir. Agradecemos Charlotte por tudo que ela havia feito, e Victoria disse que voltaria para pagar no dia seguinte, mas a altona só respondeu que ela iria cobrar a Família Sakamaki, e não a gente. Depois, ela nos deu um abraço de tirar o folêgo (literalmente!) e se despediu de nós. 

E juntas, começamos a andar na direção do castelo, que já estava brilhando de forma deslumbrante.

—Ok, então me explica- Brunna se virou pra Sofie- Quando foi que você aprendeu a falar francês?

—Nosso pai é meio japonês e meio francês- Sarah explicou enquanto ajeitava a saia do seu vestido rosa- Então, assim como a mamãe nos ensinou português, ele nos ensinou francês.

—Eu não sei nem falar português direito- Suspirei dramaticamente- Imagina o resto. 

Quando chegamos na porta do castelo, fomos instruídas que tínhamos que subir até chegarmos na lateral do jardim, e então subirmos até um corredor e entrar no salão pelas escadas que desciam do corredor.

Completamente confuso, completamente desnecessário, mas foi exatamente isso que fizemos. Ou melhor, era o que estávamos tentando fazer, até que quando chegamos no jardim eu cheguei alguém puxar minha saia:

—Com licença?- Uma voz fina e feminina de criança atingiu nossos ouvidos e paramos no mesmo segundo. Olhei pra baixo, finalmente encarado uma menina pequena e pálida, de olhos vermelhos e cabelos castanhos-claros presos num totó. Ela soltou minha saia e começou a brincar na barra do seu vestido lilás. 

—Você... precisa de ajuda?- Marie se ajoelhou perto da criança.

—Eu vim encontrar meu pai...- Ela disse com uma voz chorosa- Ele me falou que era pra eu vim aqui... Mas meu irmão não quis deixar, então eu... fugi. 

—V-você fugiu?- Anna parecia preocupada- Q-quantos anos você tem?A única resposta da criança foram suas mãos levantando com todos os dedos pra cima. 

—Dez?- Priya arregalou os olhos- Você tem dez anos e fugiu de casa pra encontrar seu pai?

Mun concordou com a cabeça: 

—Mas eu não acho ele em nenhum lugar... Eu não conheço ninguém aqui... E as pessoas daqui dão medo.

—Nem me fale- Suspirei. 

—Qual o nome do seu pai?- Victoria perguntou- Talvez ele tenha entrado no baile... Podemos tentar achar ele com você. 

—Vocês podem fazer isso?- Os olhos vermelhos dela se arregalaram, e eu senti um arrepiou quando percebi que eu já tinha visto aquele tom de cor em algum lugar- Maninho sempre falou pra eu nunca falar ou confiar em estranhos...

—Acredita na gente, vivemos aqui a três anos e não achamos muitas opções melhores que a gente no quesito “pessoa confiável”- Sofie respirou fundo e Marie a fuzilou com os olhos como quem diz “Você não está ajudando”.

—Qual seu nome?- Daayene perguntou- Nossa, seu cabelo é lindo! 

Ela sorriu:

—Meu nome é Mun! E os cabelos de todas vocês são bem lindos também! Especialmente esse aqui!

 Segurei a risada quando ela apontou pro cabelo de Nikki.

—O meu cabelo é bonito?- Nikki parecia chocada.

—Sim! É diferente!- Mun parecia feliz de repente- E é tããão azul!

—Obrigada... Eu acho- Nikki corou suavemente.

—Então... O nome do seu pai?- Brunna relembrou Mun, que fez um “Ah!”.

Ela tirou a mochila roxa das costas, e a abriu. Dentro dela, eu conseguia ver uma garrafa de água vazia e vários pacotes de chips já amassados e abertos.

Ela enfiou o braço lá dentro, e saiu com um papel amassado antigo.

—Eu acho que já vi esse papel antes...- Sarah olhou de forma receosa pra nós. 

Mun abriu o papel, e parecia procurar alguma coisa com os olhos antes deles brilharem:

—Ahá! Aqui, meu pai é o Ka-ka..... Eins?-Ela parecia confusa em como pronunciar o nome, mas aquilo já era pista suficiente pra gente.

Marie ficou pálida:

—KarlHeinz? 

—Isso!Isso!- Mun comemorou- Então... Vocês conhecem ele?

—Mais do que gostaríamos de admitir- Brunna disfarçou sua cara de raiva e piedade- Espera aí, quem é sua mãe? 

—Não sei!- Mun deu de ombros- Eu fui deixada na porta da casa da minha mãe adotiva quando era um bebê, então nunca conheci meus pais verdadeiros!

—E... o seu irmão?- Victoria se ajoelhou ao lado de Marie. 

 

—O Kino?- Mun sorriu carinhosamente com a menção dele- Por algum motivo ele não recebeu esse convite. E ele jura que esse Ka-ka é nosso pai! 

—“Nosso”?- Daayene parecia confusa- Espera aí, vocês são irmãos biológicos?

—Ah, na verdade eu não sei também- Mun continuava respondendo com um sorriso- Mas é que a gente parece demais, sabe? Os olhos dele são iguaizinhos aos meus! Mas é meio estranho, porque tipo até hoje de manhã eu não sabia que eu era vampira, mas agora parece que eu sou uma princesa vampira já que o Ka-ka é um rei! 

—Você não sabia que você era vampira?- Os olhos de Sofie se estreitaram.

—Nem sabia que isso era verdade! Tipo, eu ainda acredito em coelhinho da páscoa, mas vampiro eu achava que não existia!- Mun respondeu. 

—E onde você foi criada?- Priya perguntou. 

—Eu acho que aqui eles chamam isso de “Mundo dos Humanos”- Mun deu de ombros- Mas eu chamo de Tóquio! 

—Eu acho que vou desmaiar- Sarah afirmou, se apoiando na bancada. 

—Mas... vocês vão me levar pro meu pai?- Mun sorriu. -

Hoje não- Brunna afirmou- Olha, seu pai não é uma das pessoas mais... paternas que eu conheço. E olha que meu pai me expulsou de casa. 

—Ahn... Ok...- Mun parecia chateada- Mas o que isso significa? 

—Nós vamos procurar um lugar pra todas nós dormimos- Marie respirou fundo- E amanhã, nós vamos encontrar seus... irmãos... ou meio-irmãos, sei lá.  

—EU TENHO MAIS IRMÃOS?!- Ela pulou de felicidade.

 -É... seis deles, pra ser mais exata- Victoria se sentou no chão- E eu sou casada com um deles.

—ENTÃO VOCÊ É TIPO MINHA IRMÃ TAMBÉM!- Mun abraçou Victoria-Eles são simpáticos que nem vocês? 

—São as pessoas mais doces do mundo!- Eu ironizei, e Nikki pisou no meu pé. 

—Vamos dormir por hoje- Priya sugeriu- E amanhã resolvemos isso junto com os Sakamaki. 

—Vamos ver como eles vão reagir depois que souberem que têm mais dois irmãos na fila- Sarah suspirou, segurando a mão de Mun. 

—Então... Vamos- Daayene começou a descer as escadas- Podemos perguntar pra Charlotte sobre alguma pousada aqui perto pra passarmos a noite.

 E juntas nós começamos a voltar na direção da loja de roupas, meu coração batendo forte. Meus deuses, isso não é nada bom.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do capítulo? Gostaram das personagens novas? Não se esqueçam de comentarem suas opiniões, teorias e expectativas pra essa nova temporada hein ♥
Bezos da autora e até o próximo capítulo :3



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